Brasil em 4 Tempos


Ricardo Kohn, Escritor.

Acredita-se ser urgente uma expressiva reforma do Estado Brasileiro, focada na visão do livre mercado. Para resolver tal intento inicia-se com a descentralização do poder; segue-se com a limpeza geral do Estado; continua-se com um exuberante enxugamento; e conclui-se com a privatização de empresas públicas, todas prejudicais ao cumprimento da missão do Estado, qual seja: garantir educação, saúde e segurança a seus cidadãos. Desse modo, pretende-se assegurar que o Tesouro Nacional seja menos espoliado pelas incontáveis quadrilhas de corruptos, as quais prosseguem a pulular pelo país, tal pipocas acéfalas que dançam nas panelas da sociedade.

1º Tempo – o Golpismo

Imperador Pedro II

Imperador Pedro II

Com a deposição de Pedro II, o Brasil se tornou uma República (1889). O novo governo da União impôs o poder absoluto. De fato, a dita proclamação da república ocorrera a partir de um golpe militar, liderado por um marechal que, por sinal, sofria de dispneia. Décadas mais tarde, até criaram um verso que crianças cantarolavam nas escolas: “marechal Deodoro da Fonseca, perna fina e bunda seca”! Foi o primeiro deboche a um presidente da República.

Por conveniência, os donos do poder sempre gostaram de capachos para limpar a lama de suas botas. Muito embora o sistema republicano fosse presidencialista, o povo brasileiro tornou-se o capacho de seus dois primeiros dirigentes: os ditadores Deodoro da Fonseca (1889-1891) e seu vice, o também marechal Floriano Peixoto (1891-1894). Para dominar o poder absoluto, ambos ordenaram a extradição sumária da família imperial portuguesa. A ser assim, de 1889 a 1894, a recém-nascida república brasileira não chegou sequer a cumprimentar de longe a democracia; aliás, seu povo teve os direitos usurpados pelas ditaduras de então. Na verdade, a tal proclamação da república instalou um novo Império do Brasil, comandado por militares incompetentes, portadores de graves doenças.

Dado esse cenário inicial da República Federativa do Brasil, o primeiro terço do século XX foi marcado por várias crises econômicas, políticas e sociais. Chegaram ao seu auge com a Revolução de 1930, liderada por Getúlio Vargas, um populista extra e ordinário. Contando com o apoio de militares, o então presidente Washington Luiz foi deposto. Em seguida, Vargas fechou o Congresso, exonerou governadores e os substituiu por interventores federais. Ao cabo, foi nomeado “chefe do governo provisório” (1930-1934). Afinal, segundo a estória, prometera implantar reformas democráticas!

No entanto, em 1932 a oligarquia paulista tentou recuperar o poder através de uma revolução armada e, em 1935, socialistas se ajuntaram num movimento para a tomada do poder central, e deflagraram a Intentona Comunista. Embora derrotados, serviram de motivo para impedir novas eleições diretas. Foi desse modo que, em 1937, Vargas e seus asseclas militares realizaram outro golpe de Estado. Criaram o notório Estado Novo que serviu para estabelecer mais um regime ditatorial (1937-1945), dando a Vargas poder absoluto[1] de governar o que restara da nação. Foram 8 anos de populismo e corrupção pública, sempre garantidos pela violenta Guarda Pretoriana daquele ditador.

2º Tempo – a Mixórdia

Esse período tem início com o governo de Juscelino Kubitschek (JK, 1956-1961) e encerra-se com dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso (FHC, 1995-2002). Desse modo, o 2º tempo (1956-2002) foi iniciado e encerrado com a socialdemocracia como alicerce central do poder. Crises políticas, sociais e econômicas desabrocharam impunes no âmbito daquele socialismo, embora nunca realmente implantado.

Pode-se dizer que Kubitschek dedicou a maior parte de seu mandato à construção da nova capital. Recorda-se que o nome “Brasília” nasceu de uma sugestão feita em 1821, por José Bonifácio de Andrada e Silva. Portanto, mais antigo que a própria independência do Brasil. Já naquela oportunidade, religiosos e profetas aclamavam em seus púlpitos a futura grandeza de Brasília, a utópica cidade que garantiam se tornar a “Terra Prometida”, a “Terra da Esperança[2].

Com a estrutura de governo quase transferida para o Planalto Central, em janeiro de 1961, JK foi sucedido por Jânio Quadros, o Meteórico. Sua campanha para a presidência alardeava seu propósito de combater a corrupção – usava uma vassoura como ícone de limpeza e honestidade. Entretanto, em agosto do mesmo ano – menos de 7 meses após assumir –, renunciou ao cargo, sem explicações. Vale salientar que Jânio era um político com ideologia conservadora, adepto ao livre mercado e anticomunista. Com sua renúncia, após convulsões nas vísceras político-militares do país, o vice-presidente João Goulart (Jango) acabou por assumir o cargo vago (1961-1964).

Explica-se. Jango era gaúcho, nascido em São Borja. Filho de Vicente Goulart, dono de propriedades rurais com larga influência na região. Afinal, era amigo íntimo de Getúlio Vargas que, antes de se suicidar (?), apoiara Jango no início de sua carreira política: filiou-o ao PTB, partido que ele próprio fundara em 1945, tal uma seita particular, com base socialdemocrata e, obviamente, populista, própria dos ditadores sul-americanos de então. Destaca-se o general argentino, Juan Domingo Perón, receptor de nazistas e amigo próximo de Getúlio Vargas.

Quando Jânio Quadros renunciou ao governo, Jango visitava a República Popular da China, então ainda escrava do poder absoluto imposto por Mao Tsé-Tung. Os ministros militares daquela época tentaram impedir sua posse, pois apostavam que Jango mantinha ligações com o comunismo chinês e, possivelmente, o soviético[3].

De todo modo, meio a balbúrdia, Jango tomou posse da presidência em fins de 1961. No entanto, para acalmar o ânimo militar, foi implantado o sistema parlamentarista. Naquele mesmo ano, Tancredo Neves foi nomeado 1º Ministro. Por sinal, representava o PSD de Minas Gerais. Assim, mais uma vez, permanecia a vigorar a visão improdutiva da dita socialdemocracia.

Com Jango, cresce o poder de intervenção do Estado; empresas de todos os setores fenecem. O Plano Trienal proposto não foi aprovado pelo Congresso, dado a centralização de poder que fazia sobre a economia, sobretudo, a estatização de vários segmentos industriais – energia elétrica, refino do petróleo, setor farmacêutico –, e a legalização do Partido Comunista Brasileiro.

Instigado por um vermelho populista (Leonel Brizola), Jango cometeu ignomínias políticas. A mais grave se deu em março de ’64, conhecida como “Comício da Central do Brasil”. Diante de milhares de pessoas, com bandeiras vermelhas a tremular o apoio da esquerda, Jango (Brizola ao lado) insistia na desapropriação de refinarias que não pertenciam a Petrobras, além de implantar por decreto a Reforma Agrária, sem ao menos negociar com proprietários de terras, como fora seu próprio pai.

Verifica-se que meio a essa baderna, nesta arruaça, deu-se fim ao período “dito democrático” (1946-1964). O pano de fundo era Guerra Fria (EUA x USSR), mas Jango – a marionete abestalhada pelo corrupto Brizola –, parecia querer optar pela ditadura do proletariado, que de fato nunca existiu, a não ser páginas pseudo-filosóficas de Karl Max. Assim, com vistas a garantir a lei e a ordem, foi instalada a ditadura militar em abril de ’64, a qual, absurdamente, permaneceu ativa por 21 anos (1964-1985). No comando do governo central sucederam-se os seguintes militares: marechal Castelo Branco, marechal Costa e Silva, general Garrastazu Médici, general Ernesto Geisel e general João Figueiredo. Salienta-se que as ações extremas da “linha-dura” tiveram início sob as ordens de Costa e Silva. Há quem as justifique como resposta às atividades de grupos terroristas, tais como, Comando de Libertação Nacional (Colina), Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e Vanguarda Armada Revolucionária (VAR-Palmares), entre outros de menor peso. Diante desse cenário, nesse período a sociedade brasileira teve duas opções: ou conviver com a ditadura militar instalada, de cunho capitalista, ou aceitar a ditadura do proletariado, acompanhada das óbvias ameaças do comunismo à república democrática.

De fato, a maioria da população apoiou o governo militar de Castelo Branco, mesmo que fundado no autoritarismo. Naquela ocasião, diante dos quadros execráveis disponíveis, era melhor do que continuar a viver com as demências de Jango, sempre manipulado pelo vermelho safado, o corrupto-oportunista Leonel Brizola! Afinal, se a nação perdesse menos, pensava-se, talvez estivesse a ganhar alguma coisa.

Em suma, durante os 21 anos de Regime Militar o país recebeu vários projetos de infraestrutura. Do ponto de vista logístico, foi positivo, mas sem considerar a determinação do poder central: a estatização dos fatores produtivos. De outro lado, quanto aos aspectos econômicos e sociais, o comando militar resultou em desastres: a disparada da inflação, o óbvio desemprego, queda da produção, dívida externa a ultrapassar a casa de US$ 100 bilhões, e a nação fragilizada diante das crises globais (elevação da taxa de juros internacionais e choque dos preços do petróleo).

O retorno ao Estado Democrático foi consequência do desarranjo das instituições envolvidas. Os militares, liderados pelo General Golbery, determinaram a abertura política, desde que através de eleições indiretas. Assim, o novo presidente da República foi eleito pelo Congresso Nacional. Naquela contenda, de um lado teve-se Paulo Maluf, o representante dos militares; do outro, um opositor, Tancredo Neves. A vitória foi de Tancredo, mas estranhamente faleceu de doença grave antes de tomar posse. Dessa forma inimaginável, subiu ao trono o vice da chapa, um desconhecido escritor maranhense, José Ribamar Ferreira de Araújo Costa, vulgo Sarney.

Sem alongar a história, durante seu governo (1985-1990) Sarney implantou três planos econômicos – Cruzado, Cruzado II e Plano Verão. Todos fizeram água e a economia seguiu direto ao brejal, quer dizer, para o brejo. Como presidente da República, foi um boçal econômico. Congelou os preços de produtos e ordenou que os responsáveis por qualquer aumento fossem presos! Afora isso, distribuiu (sem licitação) mais de mil concessões públicas de rádio e TV, inclusive para sua própria família. Isto em troca de o Congresso dar-lhe mais um ano de desgoverno.

Mas com foco nos escorregões literários do maranhense, Millôr Fernandes publicou a síntese de sua obra: ─ “… até hoje as pessoas me cumprimentam como se eu tivesse escrito sobre “Marimbondos de Fogo” (um livro no qual Sarney atingiu apenas a mediocridade). Só em “Brejal dos Guajas” atingiria a oligofrenia literária, o bestialógico em estado puro”. Ressalta-se que Sarney dos Guajas, o incompetente e corrupto ostensivo, deixou para seu sucessor um pequeno problema: inflação de 1.764%, ao ano.

Quem o sucedeu foi Fernando Collor, o “Caçador de Marajás” (1990-1992).  Era um jovem bastante ativo que amava dar demonstrações públicas de virilidade. Dizia-se campeão de karatê e fazia corridas diárias pelas ruas de Brasília, acompanhado de estafetas. Filho de rica família formada por políticos profissionais[4], com vistas a conter a inflação que lhe deixara Zé Ribamar, o Caçador nomeou sua prima para o cargo de Ministra da Fazenda – Zélia Cardoso de Mello.

Durante sua breve estadia no ministério, Zélia cometeu dois planos econômicos – o Collor e o Collor II. No Plano Collor, implantado na calada da noite, Zélia congelou nos bancos os ativos dos brasileiros que fossem acima de Cr$ 50.000 (Cruzeiros). No Collor II, foram determinados novos congelamentos de preços. Desse modo, sem dinheiro a circular no mercado, instalou-se a rebelião popular e o afastamento da prima Zélia, em 1991, tornou-se inadiável. A última tentativa econômica de Collor foi com o Plano Marcílio, porém, incapaz de conter a hiperinflação – estava por volta de 1.200%, em 1991.

Apesar de liberal, defender as privatizações e o enxugamento do Estado – caso inédito até então – o egocentrismo de Collor deixou-o de calcinhas em público. Seu tesoureiro de campanha, o alagoano Paulo César Farias, vulgo PC, sofria denúncias de corrupção (o notório Esquema PC). Dada a estreita intimidade mantida pelos dois e a denúncia pública de seu irmão, Pedro Collor, investigações foram abertas e comprovaram diversos atos de corrupção cometidos por PC e Cia. Por ser legalmente responsável por aqueles que contrata, Collor de Melo sofreu processo de impeachment e foi condenado no Congresso. No entanto, já partira para Miami, onde morou cerca de 8 anos. Assim como seu pai, nunca foi preso e hoje, pasmem, é Senador da República!

Como vice-presidente de Collor, o engenheiro Itamar Franco (1992-1995) herdou o Palácio do Planalto. A hiperinflação colorizada voava na casa dos 2.300%. Justo por isso, havia um ódio instalado na população brasileira, que resultara das vigarices sucessivas armadas por Sarney e Collor. Porém, Itamar, talvez por ser mineiro, era bom negociador. Muito embora sua doutrina fosse a maldita socialdemocracia, nomeou bons ministros e mandou-os pensar na economia do país, ou seja, como estancar a hiperinflação e o que precisava ser feito.

Edmar Bacha

Economista Edmar Bacha

Foi então que seu Ministro da Fazenda, o acadêmico Fernando Henrique Cardoso (FHC), encontrou na PUC-RJ a possível solução para aquele quadro. Tratava-se do professor Edmar Bacha e sua equipe de economistas. Juntos com Bacha, três deles destacaram-se como criadores do Plano Real, além de gerirem sua complexa estratégia de implantação: Gustavo Franco, André Lara Resende e Pedro Malan. Através de medida provisória (MP-434) publicada por Itamar, o Plano Real iniciou sua implantação a 27 de fevereiro de 1994. Em junho do mesmo ano, vésperas das eleições gerais, a taxa de inflação já caíra para 46,58%. Itamar tinha vários candidatos à presidência que desejava apoiar. No entanto, todos desistiram desta ideia. Por fim, Itamar optou por indicar Fernando Henrique, que se sagrou vencedor já no primeiro turno.

Embora também se tratasse de um socialdemocrata convicto – aquela coisa imprevisível e muitas vezes imprestável –, Fernando Henrique (1995-2002) prosseguiu com medidas econômicas destinadas a consolidar a nova moeda e dar segurança da nação. Assim como a maioria da população brasileira, acredita-se que a privatização de bancos estaduais, da Vale do Rio Doce e da Telebras foram medidas capazes de atrair o capital estrangeiro para o país. É óbvio que a oposição, centrada na “velha esquerda”, urrava sem parar.

Todavia, havia questões importantes a considerar: ─ “A venda de bancos estaduais interromperia um ciclo organizado da corrupção pública que neles ocorria”? ─ “A sociedade brasileira obteria benefícios decorrentes do Plano Real e das privatizações”?

As crises econômicas do México (1994), da Ásia (1997) e, sobretudo, a da Rússia (1998), teriam trazido consequências ainda mais funestas para o país, caso as privatizações não houvessem ocorrido. Chega-se a refletir, aliás, que ainda faltaram muitas privatizações!

Contudo, FHC cometeu um grave erro político: aprovar no Congresso a Emenda Constitucional que lhe permitiu ser eleito para um segundo mandato (1999-2002). Mesmo assim, tornou a vencer o oponente no 1º turno. Porém, abriu espaço para a oposição radical e furiosa – a do PT e seus asseclas.

3º Tempo – a Extorsão

Este período teve início com os mandatos presidenciais do operário Luís Inácio Lula da Silva, o Molusco, (2003-2010), a passar pelos da economista Dilma Rousseff, o Poste (2011-2016), e, talvez, encerrar no mandato tampão do advogado Michel Temer, o Temerário (2016-2018).

Desde que o Brasil se tornou república, nunca houve um tempo de extorsão mais arrasador para a nação brasileira. Organizações criminosas foram criadas no período do Molusco, dedicadas a socializar a corrupção na cúpula dos poderes. Porém, o rei selvagem do populismo, parece ser caso encerrado. Encontra-se trancafiado por 12 anos, condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Além disso, após cumprir esta etapa na prisão, ficará inelegível por 8 anos. Sem contar outras penas que poderão ser somadas à sua já extensa “folha corrida”, uma vez que é réu em mais 7 processos. Nada mal…

Durante os “anos de chumbo” (1968-1974), o Poste pautava-se por dogmas marxista-leninistas; sofria da ideia fixa de implantar no Brasil, por força das armas, a “ditadura do proletariado” – aliás, por ser demente, acredita nisso até hoje. Com certeza, tratava-se de um poste que portava luz igual à de uma vela apagada. Apesar da sua demência, décadas mais tarde (2003), renasceu para a política através do execrável populismo do Molusco criador, o aberrante corrupto já citado.

Estes dois personagens, notórios em todos os continentes – Molusco e Poste –, conseguiram resultados soberbos: arrasaram a economia brasileira e implantaram o novo sistema de governo: a cleptocracia controlada pelo Molusco em pessoa, óbvio. Afora isso, ambos ainda são motivo de chacotas mundiais. E assim serão, enquanto viverem…

Para sintetizar o fundamento destes quatro mandatos pseudo-esquerdistas, cita-se a frase do saudoso diplomata Roberto Campos: “O PT é um partido de trabalhadores que não trabalham, estudantes que não estudam e intelectuais que não pensam”. Salienta-se que o PT sempre foi um partido de tramoias ou, mais, o Partido dos Trampeiros, aqueles que montam grandes trapaças com dinheiro público.

Logo após o Senado determinar o impeachment do Poste, seu vice, Michel Temerário, assumiu a chefia do executivo (agosto de 2016). Na breve fala de sua posse, nada disse contra a ratoeira econômica que acabara de herdar: inflação crescente, em alta; PIB em regressão violenta; juros maiores que os praticados pelos agiotas da máfia de Chicago; balança comercial arrombada; inigualável déficit fiscal; o dólar a disparar; por fim, ainda havia o programa “Desemprego para Todos”, que funcionava a pleno vapor (por sorte, não era elétrico).

Naquela ocasião, o doutor Temerário parecia adorar problemas sem solução. Para resolve-los nomeou uma razoável equipe econômica. Entretanto, nos demais ministérios, colocou velhos corruptos, todos sob o foco afiado da Lava-Jato! Além, é claro, de um corrupto idiota para comandar a Casal Civil. Parece claro que, desde 1889, o 3º Tempo constitui o pior desastre moral e econômico a que foi submetida a nação brasileira.

4º Tempo – a Desratização

Desde o início da República (1889), a sociedade brasileira assistiu seu poder ser tomado por doutrinas que buscavam o poder absoluto centralizado: várias ditaduras militares e uma civil, a ameaça pérfida do fascismo, o populismo exacerbado, a “simpatia” pelo nazismo, a presença quase constante da manipuladora socialdemocracia, a iminência do comunismo e, por fim, a “descarada cleptocracia” que se instalou no poder central. Foi desse modo que políticos ardilosos consumiram 129 anos de vida da população, a produzir medos e incertezas, além de aumentar o poder do Estado, visto pelo comportamento de seus governos centrais que empobreceram a nação em proveito próprio.

Todavia, ainda existem no Brasil inúmeros cidadãos otimistas, embora sejam minoria. No entanto, a depender do resultado das eleições gerais deste ano, acredita-se que poderá amanhecer um 4º tempo (janeiro de 2019). Será o tempo que a população estará capaz de reverter o cenário fatal em que vive, embora sequer admita. Mesmo que ainda se encontre na exata direção para onde o país caminha, a passos largos: o cenário de sua falência moral e econômica. Não há dúvida que este quadro ficou mais grave após os terremotos do corrupto 3º tempo, quando a sociedade se submeteu ao populismo e perdeu-se à deriva, alheia à própria vida.

Dessa forma, torna-se inadiável desratizar o Estado, ainda que sem envenenar ratos de qualquer espécie. Pode parecer uma visão amadora, mas os votos focados nas próximas eleições são suficientes para higienizar a nação.

De início, o foco dos eleitores deve basear-se no programa de governo anunciado pelos bons candidatos, ou seja, aqueles que não respondam a processos criminais, nem possuam “folha corrida” na Polícia Federal ou no Ministério Público. De fato, responder apenas a esse requisito básico, reduzirá bastante a lista de pretensos candidatos ao poder central.

Quanto ao Programa de Governo, espera-se que cinco abordagens estejam na visão de algum candidato que mereça receber o voto direto:

  • Acreditar na economia de livre mercado, pois chega de ditadura, populismo e socialdemocracia;
  • Tornar a Justiça Federal mais célere e efetiva, com vistas a garantir a segurança nacional;
  • Descentralizar o poder central para os governos estaduais e municipais;
  • Desratizar o Estado e enxugar seus cargos, funções e benesses espúrias, tais como: salários exagerados, lotes de assessores comissionados, carros com motorista, viagens ao exterior, auxílios especiais e empáfias similares;
  • Privatizar empresas, bancos e autarquias públicas, pois todas, além de estimular a corrupção pública, impedem o cumprimento da missão do Estado: garantir Educação, Saúde e Segurança a seus cidadãos.

Salienta-se que, sob a gestão do monarca Pedro II (1.840-1.889), o Império do Brasil era uma potência mundial, bem mais rico e consolidado que o Brasil de hoje.

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[1] Desde meados do século XIX, o historiador britânico John Dalberg-Acton [1834–1902] já ponderava com sua lógica cartesiana: ─ “O poder tende a corromper, e o poder absoluto corrompe absolutamente”.
[2] Hoje é notório que se trata da “Terra da Corrupção”, o sítio de onde se alastram quadrilhas com dois focos fundamentais: manter a incompetência instalada no poder central e socializar a corrupção pública, ou seja, determinar que qualquer “companheiro” tem direito a fundar sua própria quadrilha. Porém, desde que 2% do que arrecadarem sejam desviados para os cofres da “Quadrilha Central”.
[3] Realça-se que alguns políticos sabiam que Jango mantinha estreitas relações com dois partidos de esquerda, à época: o PCB (Partido Comunista Brasileiro, extinto) e o PSD (Partido Socialista Brasileiro), que há poucos anos se tornou populista, a praticar o impraticável “socialismo democrático”; que nada mais é do que “socialismo light”, sem “lutas de classe”.
[4] Arnon de Melo, pai de Collor, foi governador de Alagoas, deputado federal, três vezes senador, mas também notório assassino. No plenário do Senado, diante de muitos colegas, matou a tiros um senador do Acre, José Kairala, enquanto mirava no seu odiado senador, o alagoano Silvestre Péricles. Arnon nunca foi julgado. Foi, decerto, exemplo de virilidade para seu filho.

A verminose foi caríssima


Por Ricardo Kohn, Escritor.

Mas, enfim, pessoas desprendidas e focadas conseguiram pastorear a vara à sua prática normal: chafurdar na lama. Afinal, conduzir suínos dessa espécie é tarefa para poucos, sobretudo de forma suave e quase amigável. Deve-se homenageá-los pelo feito histórico.

Suínos são intrinsecamente sujos, “gostam de viver em ambientes imundos [pocilgas]”, diria o homo sapiens. Daí nasceu, por associação, seu nome vulgar: “porco”. Todavia, é sabido que, em 1777, foi cientificamente classificado como “Sus domesticus”, por Erxleben [1].

Suínos a chafurdar no lamaçal

Suínos a chafurdar no lamaçal

Segundo pesquisas de campo realizadas por cientistas, os suínos parecem ter origem na Ásia, há cerca de 10.000 anos. Foram domesticados nas primeiras povoações fixas para servir de alimento e animal de companhia.

Para o continente norte-americano os primeiros porcos foram levados por Cristóvão Colombo, em 1494. Todos foram soltos em florestas. Seus descendentes ocuparam áreas que vão do México até a Venezuela. Daí, invadiram toda a América do Sul. Olha o risco!

Entretanto, os porcos somente chegaram ao Brasil em 1532, pelas mãos de Martim Afonso de Souza[2]. Eram de raça portuguesa, mas a criatividade brasileira miscigenou-a, a produzir uma raça nacional, chamada Canastrão. Olha o risco!

Essa raça demonstrou-se ser bastante “proveitosa”. O interesse em sua criação era tal que foram fundadas instituições para facilitar sua penetração no mercado: Clube do Canastrão, Sindicato Canastrão, Partido Canastrão e, por fim, o Foro Internacional de Canastrões.

Mas foi somente a partir de 1989 que canastrões começaram a penetrar nas cidades. Como se tornara espécie domesticada, a população não se importou, a princípio. Até porque, há quem saboreie uma costela de porco bem feita. Desde que a pocilga não esteja em seu domicílio.

Novos bandos de canastrões continuaram a invadir metrópoles, sobretudo, em 1994 e 1998. Mesmo sem fazer qualquer “seleção de matrizes”, a produção de Canastrão parecia ser um “bom negócio”. No entanto, o mercado brasileiro não comprou essa coisa. Pelo menos, salvo em casos esporádicos, durante o século 20, não houve prato de Canastrão em mesas brasileiras.

Agora, neste século, na contramão dos costumes mundiais, o governo brasileiro começou a distribuir pratos de Canastrão, à socapa. Inclusive, exporta Canastrão para continentes e países pobres, dirigidos por ditadores implacáveis. Veja bem que risco.

Após quase 12 anos do Partido Canastrão ancorado no poder, parece, porém, que a nação brasileira começa a acordar. Crê-se haver descoberto que seu Estado se tornou uma pocilga: imunda e corrupta, nas mãos de matilhas de canastrões. Todas dirigidas pelo Grande Canastrão da República, suíno populista e milionário que transmitia à população sua enorme verminose. Olha o risco!

……….

[1]Sus domesticus” é a classificação taxonômica dessa espécie, dada pelo “inventor da veterinária”, o naturalista alemão Johann Christian Erxleben. Deduz-se que assim nasceram pratos da cozinha alemã, como Eisbein e Kassler, dentre muitas linguiças.

[2] Martim Afonso de Souza, descendente por linha bastarda do rei Afonso III de Portugal, 1º Donatário da Capitania de São Vicente, São Paulo, Brasil – 1533 a 1571.

O populismo é selvagem


Equipe Sobre o Ambiente’.

Todo líder populista é sórdido e mentiroso. De cima dos palanques, ajoelha-se e jura à nação que, caso eleito, satisfará a todos os direitos do cidadão. Às vezes, até consegue demonstrar à plateia amestrada suas inumeráveis falácias. Diz ele, a gritar com gestos largos: “educação, saúde e segurança são os direitos básicos domeu povo”; no meu governo, essas coisas vão ser as melhores em toda a história deste país!”

Calhorda! Estas são necessidades primárias e essenciais de qualquer cidadão, em todas as nações civilizadas do ocidente. Tratam-se, portanto, de dever do Estado Democrata atende-las com máxima universalidade. Caso contrário, não havendo justas explicações públicas, os dirigentes precisam ser alijados do poder de forma sumária, posto que, ou são incompetentes ou líderes da corrupção instalada no governo.

O único direito adquirido pelo povo carente: ser pedinte.

O único direito adquirido pelo povo carente: ser pedinte.

Direitos inalienáveis do cidadão são a própria vida, a liberdade e a propriedade que consegue construir, através de seu trabalho. Estes são os três pilares básicos a que o Estado Democrata precisa garantir de forma objetiva, sem apologia desonesta.

Populismo latino-americano

Na história recente das repúblicas latino-americanas, o populismo floresceu no Brasil, durante a década de 1930. Teve como pai o advogado Getúlio Dornelles Vargas, durante a primeira fase dos seus primeiros 15 anos de governo[1], de 1934 a 1937. Vale frisar que, sob acusações de corrupção, provindas da imprensa e de parte da sociedade, suicidou-se em 1954, segundo conta a história divulgada pela claque dominante.

Por outro lado, houve um espelho político de Getúlio na Argentina, com imagens nítidas nos 11 anos dos governos de Juan Domingo Perón e de seus lastimáveis imitadores. Pela ordem: Isabelita Perón, Carlos Menem, Néstor Kirchner e, por fim, a inconsequente Cristina Kirchner, que até hoje arrasa o país que diz governar.

Têm-se a sensação de que líderes populistas, que nunca aderem a qualquer ideologia (para eles tanto faz), são primos-irmãos de ditadores. Seus sonhos na vida pública consistem na janela que abrem para fazer “doações de agrados ao povo”. Querem ser reeleitos pela eternidade e adquirir o controle total de todos os poderes do Estado.

De certa forma, Fidel Castro, em Cuba, é um caso clássico de tirano ditador, com fortes veias populistas: exímio mentiroso, assassino contumaz e sórdido corrupto.

No passado, Fidel foi entrevistado por um dito frei brasileiro, justo para mostrar ao continente americano a “paixão que o povo cubano” possuía pelo líder da ditadura comunista, instalada na ilha desde 1959.

Inclusive, há um filme que foi gravado para eternizar essa entrevista, onde o dito frei, decerto louvado por seu deus, esqueceu-se de mostrar fuzilamentos e torturas cometidas pelas forças castristas contra parte de seu povo. Mas, sem dúvida, houve genocídio em Cuba. Se muitas centenas de cidadãos cubanos foram executados, milhares deles fugiram aterrorizados da ilha, em canoas improvisadas, rumo aos EUA.

Ao fim, graças ao “sucesso de Fidel Castro e seus ilibados terroristas vermelhos”, na cabeça de certos políticos da América Central acenderam-se centelhas do poder. Todos queriam ser “revolucionários como Fidel“: donos da força, líderes do partido único; e, obviamente, trocar a distribuição de alguma “bolsa-esmola para miseráveis” pelo próprio direito a levar vida de nababo, com a produção de filmes biográficos e estátuas. Várias nações centro-americanas sofreram com esse delírio. Destacam-se a Nicarágua, o Panamá e a Guatemala.

O criminoso fenômeno castrista também se irradiou pela América do Sul. Teve a liderança de populistas chilenos, venezuelanos, equatorianos, bolivianos e brasileiros, dentre outros. Em especial, na Venezuela, Equador, Bolívia e Brasil o “terrorismo revolucionário” sobrevive. Ora sob a forma da agressão ditatorial ao povo (Hugo Chávez e Maduro), ora através da ação de descarada de governantes analfabetos (os líderes desses países, à exceção do Equador, que tem no comando um alucinado temerário, sem norte).

Populismo brasileiro

Há cientistas políticos que teorizam o populismo como “o conjunto de práticas ordinárias, no mais das vezes expressas pelo discurso apátrida, que deseja estabelecer relações diretas entre o líder e a massa popular“. Visa assim a obter apoio às suas iniciativas políticas, sem ser intermediado por instituições públicas, partidos ou sindicatos.

Na prática brasileira, essa teoria é assim objetivada: “líder populista é o vigarista carismático que consegue imprimir suas mentiras na mente dos que julga serem seu povo”.

No Brasil eles foram e são muitos[2]. Não querem a democracia representativa, a menos que seja apenas a de seu único partido político. A ideia que tiveram e têm em comum é implantar a falaciosa “democracia participativa”, pois, além de liderarem “organizações de impostores sociais”, sempre se acreditam capazes de manipular importantes lideranças da sociedade. Não se tem dúvida, na verdade, trata-se de implantar a “democracia de quadrilhas companheiras”.

O alvo tático dos populistas brasileiros pode ser assim formulado: ou se tornam os ditadores da nação ou serão seus interventores. Em ambos os casos, enquanto receberem apupos do povo, promovem o desmanche das instituições públicas e da economia nacional.

Muito embora seja uma tática de alto risco, até mesmo nos “eternos países do futuro” – Brasil e seus pares interventores sul-americanos –, os líderes populistas mais arrogantes lutam para implanta-la a todo custo. E o que os motiva é factual: corromper ad infinitum as instituições públicas e derramar o erário público nas próprias contas bancárias.

Este é o cenário de torpeza e imundície política a que o Brasil está submetido. Chegou-se a um nível tão baixo, que cidadãos comuns sentem asco e náuseas. De toda forma – se possível dentro da lei – precisa ser logo erradicado da nação, pois se encontra em estágio avançado, rumo a rupturas federativas. Que se saiba, nenhum brasileiro quer rachar a nação em “dois Brasis”. Sobretudo, se um deles reúna os atributos para ser completamente vil e corruto!

Impactos do populismo

Sabe-se que a corrupção é considerada comum no Brasil, desde a Proclamação da República (15 de novembro de 1889). Porém, o fato de ser comum não significa que seja natural e aceitável, ao contrário. Precisa ser eliminada, senão totalmente, pelo menos no setor público, que lidera os maiores investimentos dos brasileiros.

No entanto, após mais de um século de Brasil República – 126 anos –, verifica-se que esse torpe fenômeno social tem evoluído, com mais destaque nos governos de “populistas”. Violam direitos primários dos cidadãos e não atendem suas necessidades básicas, tal como juraram pelos palanques do Brasil afora, para serem eleitos e reeleitos.

Porém, foram além, organizaram uma espécie de Ministério da Corrupção, um instituto partidário no lugar do Estado. A nação teve até bem pouco um sistema corruptivo sistemático e permanente, que operou a pleno vapor por cerca de uma década.

Em trova, hoje o povo não possui acesso a uma estrutura de saúde pública decente, por que ela sequer existe. Dezenas de milhares de pessoas são assassinadas anualmente no país, sobretudo, pela ausência da segurança pública. Porém, mais grave que tudo, é a falta de qualidade na educação pública oferecida em escolas e universidades.

A ser assim, o povo doente, deseducado e sob risco de morte, simplesmente não sabe como votar. Sem adquirir competência para trabalhar, torna-se um escravo anômico das bateladas de bolsa-esmola distribuídas pelo governo.

E é disso que mais se aproveitam os governantes populistas! Enquanto uma parcela expressiva da população brasileira luta para sobreviver com as esmolas recebidas, sem qualquer ideia de como será sua própria vida amanhã, líderes populistas dão-se os direitos de enriquecerem com a corrupção que coordenam, levarem a boa vida de vagabundos ricos, possuírem segurança treinada, terem liberdade para propalar asneiras e acumularem volumosas riquezas com a propina desviada dos cofres públicos.

Diante deste quadro, recomenda-se que sigam à risca as ordens dos protestos civis de milhões de brasileiros: Fora PT! Fora Dilma! Fora Lula!

Isso mesmo, extingam-se com rapidez para não serem extintos pela razão das ruas. Decerto, será menos doloroso para todos.

……….

[1] O primeiro período do governo Getúlio Vargas foi de 15 anos, de 1930 até 1945. Dividiu-se em 3 etapas: (i) de 1930 a 1934, como chefe do “Governo Provisório“; (ii) de 1934 a 1937, como presidente da república do “Governo Constitucional”, tendo sido eleito presidente da república por uma Assembleia Nacional Constituinte; e, por fim, (iii) de 1937 a 1945, como ditador brasileiro, no que ficou chamado de “Estado Novo”, implantado após um golpe de Estado. No segundo período, em que pela primeira vez foi eleito pelo voto direto, Getúlio governou o Brasil por 3 anos e meio: de janeiro de 1951 a agosto de 1954, quando se suicidou (?). Foi “vítima de calúnias da oposição”, segundo as facções armadas que o protegiam.

[2] Após o caudilho Getúlio Vargas, os populistas mais expressivos foram Jânio Quadros e Leonel Brizola, todos já falecidos; porém, têm-se ainda os “vivos” José Sarney, Fernando Collor, Luís Inácio da Silva e Dilma Rousseff, no gozo de relativa saúde física. Mental, bem…, têm-se dúvidas.

Guinchar o estorvo


Por Ricardo Kohn, Escritor.

Ricardo KohnEis que surgiu o desastrado “caminhão ideológico”, muito espaçoso e mal dirigido, a impedir a trânsito nas vias urbanas em que trafegava. Era enorme, com três eixos no cavalo mecânico e mais cinco na monumental caçamba. Estimo que tivesse entre 25 a 30 m de comprimento.

Ninguém sabia dizer de que fábrica haveria saído aquela geringonça, a impedir a todos o direito de ir e vir. Assim, apelidei-o de “vermelhão”, dada sua cor sanguínea e molesta.

Na cabine dupla, com quase cinco metros de altura, por detrás de vidros negros, via-se o vulto de dois elementos: o motorista e seu acompanhante. Logo formou-se na sua traseira uma grande fila de carros, vans e caminhonetes, a buzinar com estridência. E o vermelhão às vezes respondia agressivo, com seu estrondoso sistema de cornetas a ar. Em meu pequeno carro, encontrava-me bem atrás daquela montanha metálica.

Após atravessar a cidade, previ que o vermelhão dirigia-se ao hipermercado. Apesar dele ser mais alto que o umbral de entrada do estacionamento, não sei como, o motorista fez aparecer dois braços metálicos à frente do caminhão ideológico: assim, demoliu o umbral, e continuou a rodar a 120 km por hora. Entrei logo em seguida no pátio e dobrei à direita, para manter-me a uma distância segura.

Havia dezenas de veículos de passeio estacionados no pátio, mas o motorista do vermelhão ideológico sequer tomou conhecimento deles: passou de caminhão por cima de todos que estavam em sua reta rumo ao mercado, esmigalhou-os, e estacionou o vermelhão junto ao prédio, a ocupar todas as “vagas para deficiente físico”.

Já escutava a sirene da polícia de choque há algum tempo, mas depois também avistei um helicóptero da força a sobrevoar o pátio destruído. A ser assim, vários camburões cercaram o vermelhão. Queriam conter a fúria vermelha de seus ocupantes.

O comandante da tropa de choque pediu calma a seus soldados e, portando um fuzil, dirigiu-se à janela do motorista. A janela abriu-se e aconteceu um rápido diálogo. Não pude ouvir o que falaram, mas, em seguida, a polícia retirou-se com “rabo entre as pernas”.

Cessaram as sirenes; o helicóptero sumiu. Para mim, acontecia um patético desastre. Sentia-me incapaz de realizar qualquer ação contra o destruidor vermelhão. Precisava haver uma multidão agindo nesta mesma direção.

Por uns 10 minutos, o silêncio se instalou naquela área da cidade. Foi igual a uma eternidade, até que, de repente, a caçamba colossal abriu-se suave e desceram dezenas de fanáticos vermelhinhos, a cercar de forma festiva a cabine do caminhão ideológico.

Ao descerem da cabine sob aplausos, o motorista e seu acompanhante, talvez para não serem reconhecidos, usavam máscaras negras. Contudo, um fato chamou-me a atenção: o motorista trajava vestido-tubo vermelho; tratava-se, pois, de uma mulher mal nascida.

Encolhido no carro, com calma pude notar que havia outras mulheres no bando, algumas até com pose de “intelectual burguesa”. Porém, outro fato me alarmou demais: todos traziam armas – de foices e machados, a fuzis de repetição – e alguns portavam bandeira de guerra!

Senti um arrepio a arder sobre o corpo: estava a presenciar o início de uma invasão vermelha à minha pátria? Seriam guerrilheiros ou milicianos contratados na Venezuela?!

Não há dúvida que todos eram nocivos à sociedade. Mas, para minha tranquilidade, tratavam-se apenas de legítimos idiotas brasileiros. E isso ficou inegável quando invadiram com violência o mercado, a quebrar caixas registradoras, roubar dinheiro, destruir patrimônio privado e gritar de forma desbocada:

─ “Estamos com fome, caralho!”. Quão nobres e singelas são as bestas em fúria…

Foi assim que perguntei a mim mesmo: ─ “João Gustavo, o que você deve fazer agora?”[1]

Vermelho a ser guinchado

Vermelho a ser guinchado

Em curtíssimo prazo, precisava decidir se voltava para casa ou permaneceria no pátio, dentro do carro. Optei por dormir no carro, pois o “exército do vermelhão” deixara sentinelas armados para inspecionar e fuzilar qualquer movimento no entorno do mercado.

Para o médio prazo, precisava resolver o seguinte: como “guinchar o estorvo vermelho” embutido no caminhão da ideologia e eliminá-lo do país. Uma das hipóteses que levantei foi solicitar auxílio das Instituições de Estado responsáveis pela Segurança Nacional.

Creio ser a melhor alternativa para realizar “guinchadas definitivas” de estorvos vermelhos, do gênero impeachment pela força. Não se trata de uma questão política, econômica ou social. Trata-se de questão básica da ética e da moral, pautada nos princípios elementares de qualquer nação civilizada.

Por fim, não fiz previsões para o longo prazo. Exausto, adormeci antes de começar a pensar.

A propósito, no dia seguinte, a própria população da cidade cercou o hipermercado e guinchou “a motorista-poste e seu mentor“, de forma definitiva. Foram extraditados para a Indonésia, acusados por tráfico de drogas pesadas. O caminhão foi higienizado, pintado de branco e doado a uma escola pública.

……….

[1] Uso a prática de “falar sozinho” por orientação de especialistas em neurolinguística. Afirmam que “coloca a pessoa do lado de fora do problema e a ajuda a equaciona-lo com mais objetividade”.

Livre mercado ou comunismo


Ricardo Kohn, Escritor.

Para explicar a falácia dos combates entre “direita e esquerda”, sempre utilizada por “políticos de palanque” no Brasil de hoje, é necessário retornar ao período de 1990 a 1991. Garantem vários historiadores que, entre janeiro de 1990 e dezembro de 1991, aconteceu a extinção da União Soviética, sob o governo de Mikhail Gorbachev.

Nesse período, as repúblicas até então dominadas pelos “ferros da Rússia Stalinista” firmaram sua independência daquele regime totalitário. Em síntese, a superpotência militar da União Soviética dissolvera-se de forma inapelável, tal como bosta rala em corredeiras.

Acontece que essa nova realidade foi proporcionada pelo próprio Gorbachev. À época, diante do caos econômico vivido pelo povo soviético, realizou duas reformas significativas e até então impensáveis por governantes ditos comunistas:

  • A reestruturação econômica do Estado soviético, a notória perestroika; e
  • Implantação da política de transparência no governo, a conhecida glasnost que, por sinal, teria sido muito relevante para o Brasil dos últimos doze anos.

Na visão “sonhática” de Gorbachev o sistema econômico poderia ser qualquer um, mas o Estado haveria de ser humanizado. É óbvio que enfrentou graves ameaças, inclusive tentativa de golpe de Estado. No entanto, na maioria das nações que estiveram amarradas a este bloco, aprisionadas pela farsa do comunismo, essas reformas vigem até hoje, mas sob a regência da economia de livre mercado.

Dois sistemas que não cabem no mesmo espaço!

Esta bandeira jamais será a brasileira!

Em verdade, o comunismo jamais existiu na face da Terra. Se o marxismo já era obra de um filósofo enfermo da cabeça, o que se dirá das doutrinas sanguinárias dele decorrentes, como stalinismo, leninismo, castrismo e outros ‘ismos‘. As ideologias do domínio imposto foram regidas por ditadores, capazes de atos inimagináveis para se manterem no poder, verdadeiros sangue-sugas da nação.

Dessa forma, ditadores da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas precisavam ter bases para a dominação: a população domada, a viver alienada na miséria; e “camaradas“, guardiões do partido, a ficarem cada vez mais bilionários com suas locomotivas da corrupção.

De toda forma, esse cenário se esgotou, evaporou-se há mais de duas décadas. Os casos isolados de ditaduras comunistas no planeta asseveram a fragilidade das republiquetas que as impõem. Nelas há um estado permanente de “pé de guerra”, de ódio e discriminação, de fome, subjugação do outro e miséria. É quase certo que seus dias estejam contados.

Pesquisa eleitoral particular


Zik-Sênior, o Ermitão.

Zik Sênior, o eremita

Zik Sênior

São tantos “institutos duvidosos” a fazer pesquisas eleitorais, que resolvi fazer a minha. Sou ermitão sim, mas só quando tenho bons motivos. O principal deles é nunca permitir que entrem em minha casa mentirosos, vigaristas, canalhas, ladrões, vagabundos, corruptos e políticos vassalos.

Por outro lado, é com extrema alegria centenária, que afirmo ter milhares de amigos do peito. Para eles não sou ermitão. Todos nós temos os mesmos princípios de vida, sem ligação com ideologias ordinárias, construídas às avessas por quem ficou rico sem saber o que é trabalhar. Roubam tudo o que podem, mesmo no estado a que chegou o país, um deprimente bagaço social e econômico.

Como hoje o tempo para mim é lucro, fiz o plano para uma pesquisa eleitoral particular. Executei-o em três dias, a enviar e-mail a todos os amigos. Milhares deles, que moram por todo o Brasil. O texto foi simples e direto:

─ “Em quem você vai votar no 2º turno, Aécio ou Dilma? Um abraço do Zik”.

Aconselho que façam essa experiência, peguem seus “cadastros de contatos” e enviem esse e-mail para “Todos”. Mas não se esqueçam de trocar o autor do abraço.

Enviei 89.656 e-mails, em grupos de dez. Em cinco dias já tinha de volta o voto de “87.999 amigos do peito”. A cada e-mail que abria, meu coração palpitava acelerado. Mas tive poucas surpresas. Ruim mesmo foi saber que perdi 1.657 amigos. Mas confira na tabela de contagem que resumi, melhor que a tal da “urna eletrônica” usada pelo TSE.

Pesquisa para o 2º turno

% de votação

Erro
Votos em Aécio

85.012

94,82%

0%

Votos em Dilma

2.987

3,33%

0%

“Votos falecidos”

1.657 1,85%

0%

Os resultados dessa pesquisa particular dão o que pensar, mas você vai me dizer que a amostragem que fiz é viciada. Claro que é viciada, só pesquisei dentre brasileiros honestos! Ainda assim, o “poste” recebeu 3,33% de votos a favor. Deve até ficar “iluminado” por ter recebido quase 3 mil votos de cidadãos honestos. Com lâmpadas queimadas, é óbvio.

Mas fico a pensar: e se eu fizesse a amostragem inversa, visando a saber a intenção do voto no 2º turno apenas de vagabundos e corruptos? Quais seriam os resultados?

Mesmo não sendo muito bom nesse negócio de análise de tendências, ouso dizer que a vitória seria a mesma, embora com diferença apertada. Vagabundos e corruptos andam por aí, soltos pelas ruas. Se acharem que o placar será a favor da oposição, esteja certo que mudam de lado de forma automática. São especialistas em vagabundear e corromper, que se dane a ideologia de quem vencer, por que eles vão se propor a “abraça-la com dedicação”.

Hoje ocorreu mais um debate entre os candidatos. Creio que todos assistiram. Embora Aécio haja tentado debater programas de governo, Dilma optou pelo pugilato político. Em minha opinião, levou uma bela sova.

Dilma demonstrou em cadeia nacional, mais uma vez, que sua dificuldade em conciliar verbos, frases e ideias é extraordinária. Não diz coisa com coisa, foge da luta com ar prepotente e sofre quedas de pressão convenientes.

Não há como imaginar que essa senhora possa conduzir o país para qualquer lugar que não seja o de sua mutilação final.

A cenoura do futuro


Várias fábulas do folclore brasileiro foram e são utilizadas para hilarizar as relações mantidas entre os que mandam e aqueles que os obedecem. Famílias as contavam para seus filhos; políticos, a pacíficos eleitores; treinadores de circo as aplicavam em animais menos amestrados.

Uma delas narra que Seu Diomedes, um rico fazendeiro do sudoeste baiano, estava montado em seu jegue, obstinado para chegar à sede de sua fazenda. Mas o jegue era muito teimoso e empacava diante de qualquer circunstância: o solo enlameado, uma distância que perdia de vista, o calor que lhe era insuportável ou uma subida mais íngreme.

Conta a fábula que Diomedes tentou de tudo para dissuadir o jegue a andar. Usou seu chicote a mais não poder, deu choque elétrico no bicho, garfou sua anca com tridente, bateu com as mãos espalmadas em suas orelhas, mas nada. O animal permanecia parado, como um poste de quatros patas cravadas ao solo. Só passava a andar quando Diomedes desmontava e, com gentileza, puxava-o pelas rédeas de maneira a não impor seu comando.

Até que um dia, já cansado de arrastar o jegue para lá e para cá, Diomedes resolveu contratar um notório especialista em jegues. Estava disposto a pagar o que fosse, mas queria a solução definitiva para o problema.

Após assistir a uma rápida demonstração da inércia do jegue, Mr. Smith, o especialista, fez sua proposta ao fazendeiro:

─ “Primeiro preciso fazer um diagnóstico dos hábitos do seu jegue. Depois, meus assistentes irão testa-lo comequipamentos especiais’, farão o relatório do problema, com o resultado dos testes e a solução encontrada”.

O fazendeiro concordou com tudo; acenava que sim com a cabeça. Afinal, precisava de uma solução para seu burro-de-carga preferido.

─ “Sr. Diomedes, eu cobro R$ 2.800,00 por dia de trabalho. O senhor compreende que não tenho como estimar o custo total do seu investimento. Vai depender do tempo necessário para que o jegue aprenda a não empacar”. Assim foi assinado o contrato de serviços.

Em seguida, Smith e dois assistentes mudaram-se para a fazenda. Ficaram na casa de visitantes, afastada 2 km da sede. Diomedes estava curioso pelos resultados mas, por contrato, fora proibido de acompanhar os trabalhos. Sua presença, de acordo com um dos assistentes, fortaleceria a indolência do jegue.

Em todas as manhãs Smith e equipe faziam um farto desjejum na suntuosa sede da fazenda. Diomedes os recebia com calor familiar, mas sempre a pedir informações sobre como o jegue se comportara no treinamento. Durante os primeiros 45 dias a resposta foi sempre a mesma: ─ “Com ou sem cavaleiro, ele anda dois, três metros e depois empaca”.

Passados mais de três meses e, por fim, Smith trouxe boas notícias matutinas para Diomedes, que continuava ansioso para ouvi-las.

─ “Sr. Diomedes, seu jegue começou a demonstrar que pode ser induzido a andar através de estímulos alimentares, compreende?

O especialista fez uma longa preleção sobre o uso do cacau verde para a alimentação sadia do grupo de muares. O fazendeiro não entendeu muito bem. De fato, nada além de acreditar que acabara de “receber uma boa notícia”. Mas ficou feliz assim mesmo e homenageou seu jegue, apelidando-o carinhosamente de Pafúncio.

Ao fim de 5 meses de trabalho árduo, durante um café da manhã, Smith informou, por fim, que havia descoberto o melhor motivador para manter serena a andadura de Pafúncio; faltava fazer apenas os testes finais para confirmar sua fluência e continuidade.

Após esse rápido comunicado, nunca mais compareceu ao café da manhã. Diomedes ficou alarmado, a andar em círculos na sede da fazenda. Por contrato, concordara em não assistir aos treinos de Pafúncio. Mas, caramba, precisava saber o que estava a acontecer.

Visita furtiva

É antiga a fábula do jegue e a cenoura que brilha diante de seu focinho, presa à ponta de de uma linha presa ao bambu; uma espécie de caniço de pesca. A cenoura nunca é alcançável pelo jegue enganado, que anseia por se alimentar. Assim, torna-o capaz até de trotar, mesmo com uma boa carga sobre o lombo. Foi isso que Diomedes viu acontecer na pradaria da fazenda, diante de seus olhos.

Smith, montado em Pafúncio, a balançar uma cenoura à frente do nariz do animal esfomeado. Em pleno sol da manhã, o “especialista” dava gritos de alegria e Diomedes custou a entender o porquê. Mas acabou por perceber que, pelo contrato que assinara, já devia mais de 420 mil reais àquela trinca de espertos.

Apesar da vontade de abate-los a tiros, aquietou-se e retornou pela bela trilha da Cordilheira do Espinhaço até sua casa. Tomou um bom banho de cachoeira, esfriou a moleira, e ninguém soube do ocorrido. Nem mesmo seus familiares.

Recanto de paz na Cordilheira do Espinhaço

Recanto de paz na Cordilheira do Espinhaço

A fábula na prática

Na vida real as cenouras representam alvos, metas a serem alcançadas pelas pessoas. Porém, são elas mesmas que definem quais devem ser suas “cenouras esperadas”, sempre compatíveis com a competência que detém para obtê-las. Isso ocorre na democracia, é direito inalienável da população em um país liberal democrático.

Entretanto, quando um governo intervém nessa escolha, impõe a seu povo os limites que lhe interessam, define os caminhos obrigatórios a serem seguidos, ou se está diante de uma ditadura ou o governo acredita que dá ordens a uma “população de Pafúncios”.

Assim tem sido o Brasil dos últimos 12 anos. O cidadão brasileiro é tratado como um Pafúncio toda vez que o poder central abre a boca para descrever a “excelência” de seu governo e prometer novas cenouras: crescimento do PIB, controle da inflação na meta, superávit da balança comercial, queda expressiva da dívida pública, crescimento do setor industrial e, pasmem, combate à corrupção!

Logo a corrupção, especialidade da seita que comanda o país e acredita que vai permanecer por pelo menos mais 12 anos!

Mas há outra fábula conhecida por muitos. Nela, um chinês chamado Confúcio fala a um político desinformado, que acabara de fazer um discurso, acenando “cenouras futuras” para seu curral de pafúncios. Ao cabo do estardalhaço do político, com calma e elegância, Confúcio propõe algumas correções no discurso que acabara de assistir:

─ “Encíclica não é bicicleta de uma roda só; Epístola não é a mulher do Apóstolo; Annus Domini não é o cu do Papa e Pafúncio é a puta que vos pariu”.

Enciclopédia de baixarias


As armadilhas estão prontas e armadas para o 2º turno das eleições de 2014. Com o suporte da máquina pública aparelhada, às custas do dinheiro público, todas foram distribuídas para militantes do partido; alguns deles desempregados, mas escravos ideológicos, repetidores de mentiras e agressões espúrias.

Até ministros de Estado largaram de mão suas pastas para se tornarem bedéis do partido no poder. O país está realmente desgovernado, a rolar ladeira abaixo. É um cenário patético e alarmante, assistir a vigaristas lutando para continuarem sem produzir qualquer coisa de útil para a nação e seu povo. O que interessa mesmo é o “plano de negócios” que cada um precisa realizar, visando a seus interesses particulares.

Nos bastidores, dentro da fábrica de produção de patranhas, para a permanência no poder, encontram-se as equipes de um dito “publicitário”, tentando criar uma imagem pública palatável para a “soberana”. Talvez seja o trabalho mais escuso para essa eleição. Mas ficou muito difícil de controlar, dado que o “poste” atrapalha toda vez que escancara a dentuça e afirma asnices.

Foi assim que o “marqueteiro de plantão” decidiu montar a “enciclopédia de baixarias”, engendrada pela cúpula do partido. Ficou emocionado com sua esperteza dogmática. A “soberana” deverá ater-se às palavras da enciclopédia, nada mais, pelo amor da égua!

A enciclopédia, com 13 volumes escritos à mão, tem mentiras e baixarias para todos os setores, públicos e privados. As mentiras são as armas de fogo disponíveis para defesa de seu “governo desenvolvimentista”. Defendem-no com mentiras para saúde, para educação, segurança, infraestrutura e empréstimos a Cuba, Bolívia, Venezuela, dentre outros. Mas contam com as infalíveis previsões econômicas do senhor “manteiga”, com incontáveis merrecas sociais, farta distribuição de bolsas, além do “Petrolhão” e do “Mensalão”, que nunca existiram.

Por outro lado, as baixarias são feitas sob medida para arrasar a conduta e a moral de seu oponente. O partido acredita nisso, pois possui larga experiência em criar dossiês fajutos e produzir vídeos ofensivos de efeitos especiais. São armas de ataque violento, para destruição sumária de quem ameaçar seu domínio do governo. Essa é a patranha orientada pelo “comandante do partido”, hoje em descanso noturno na penitenciária da Papuda.

Munida desta enciclopédia, uma verdadeira biblioteca ambulante, a “soberana” enfrentará seu oponente em todos os debates, desde que compareça. Pensa que conseguirá construir um bunker com 13 volumes pútridos e, escondida em seu conteúdo, soltará saraivadas de baixarias e mentiras para todos os lados.

O mais paradoxal desta história, própria do Brasil no século 21, é o fato de que, na falta de algo mais coerente com uma visão de Estado, a “enciclopédia de asneiras do marqueteiro” virou “programa de governo” do partido.

Na falta de uma baixaria, lave os olhos e veja Genipabú

No lugar das baixarias safadas, lave os olhos e sinta Genipabu

Mentira abjeta


Por si só, abjeção é o “estado de extrema baixeza moral”. Mentir de forma abjeta, qualquer que seja a finalidade do autor da patranha, é prova incontestável de pusilanimidade, do mentiroso incapaz de controlar a própria covardia. Por lógica – triste essa lógica –, tem-se o mentiroso covarde e imoral; por conseguinte, um ser abjeto.

Seres desse gênero consideram que mentiras abjetas são atos comuns, no máximo “pecados veniais”. Nessas circunstâncias, limpam-nos a todos com apenas uma “Ave-Maria” mal rezada e, para seu estranho regozijo, acreditam livrar-se de um tal de purgatório.

A questão é ainda mais grave quando se têm quadrilhas de seres abjetos com poder para comandar a nação; a patranhar descaradamente sem que a sociedade as puna da forma devida. Ao contrário, mantém-nos no poder por décadas, até que percam o que alcançaram na vida, por força do trabalho árduo realizado.

Mentiroso

Típico eleitor de mentirosos

Quadrilheiros abjetos reproduzem-se feito ratos e logo se alastram pelo país. Estatizam o setor privado e, em seguida, tomam posse de tudo o que chamam de setor público. De fato, privatizam o Estado em favor de suas quadrilhas e juram ajoelhados que isso é democrático. Na verdade, socializam entre seus pares a extorsão do erário público e destroem a economia da nação.

Quadrilheiros abjetos são capazes de tudo para permanecerem no poder. Não se tem ideia exata do que estão dispostos a fazer. Mas, segundo dizem, implantam ditaduras comunistas, destroem as relações externas do Estado, acumpliciam-se com ditadores semelhantes e calam a palavra do povo com o uso da força. No entanto, vivem tal nababos, a formar a nova elite no poder.

Esse foi o pesadelo da noite passada. E assim tem sido frequente nos últimos meses. Não se sabe quais fatos promovem este tipo de sonho bastardo. De toda forma, na hora de votar, não se esqueçam dessas terríveis ameaças.

Deseja-se bom voto para todos, sem risco de pesadelos futuros, a viver no purgatório“.

Institutos de pesquisa eleitoral


Quem possui certeza que os resultados das pesquisas de intenção de voto estão corretos? Esta é a questão básica que a nação precisa responder com rapidez.

Mas, por opção pessoal, crê-se que ninguém. É tão grande a teia de percentuais díspares a que chegam os institutos, que se torna impossível todos estarem próximos da realidade final, a ser concluída somente em 5 de outubro.

Pesquisa da corrupção

Até parece que se especializaram em “torturar levantamentos de opinião”. E a tortura de dados é conhecida no país há tempos, até mesmo por leigos em pesquisas e suas ferramentas. Os dados chegam ao ponto de “confessarem” o que o “companheiro” precisa que seja publicado.

Por outro lado, o número de empresas-instituto que atuam no Brasil é muito maior do que se imagina. Os mais conhecidos são Datafolha, Ibope, Sensus e Vox Populi. Mas há outros que sequer têm seus resultados divulgados pela imprensa – BrVox, Data Vox, Exata, IPBR, IPMN, MDA, Veritas e Zaytec são alguns exemplos.

Embora a Ciência da Estatística seja uma só, suas metodologias e técnicas podem variar. A começar pela definição da amostra do universo com que pretendem trabalhar. Mas a imprensa não as divulga, pois as empresas-instituto não pagam por isso. Apenas diz o número de entrevistados, a margem de erro bem explicadinha e que a pesquisa encontra-se registrada no TSE. E é com base nesse “nada de informação” que tagarelas desandam a distribuir suas certezas pelo mundo.

Conclui-se que o emaranhado de dúvidas que resulta para o público, e constitui a certeza de certos companheiros, serve apenas para manipular o voto nacional ao gosto do freguês. Assim sendo, em tempo, faz-se uma sugestão: eleição não é “briga de galo“. Nunca aposte na “barbada“.

Um político, três discursos


O palanque eleitoral é o habitat do primeiro discurso. Nele, sob sol a pino, o político fala para as massas de suas qualidades perfeitas para o cargo que deseja ocupar. Gesticula, berra, agride aos demais candidatos, coça os testículos, sua a camisa, como se fora um insuperável lutador.

Faz promessas descontroladas para “seu povo”, as quais não se recordará logo após descer daquele estrado elevado. Sorridente e fedendo, está sempre cercado por sua camarilha e brutamontes que fazem sua segurança. Por sinal, facilmente confundidos com milícias locais.

No caminho para os próximos palanques, passeia pelas ruas da cidade, faz corpo-a-corpo, abraça pessoas e beija crianças, come carne de sol com moscas e bebe cachaça, enquanto faz pose para a televisão. E segue aturdido para os sucessivos espaços que o aguardam, cada vez mais bêbado e sujo, a garantir mentiras e inventar promessas cada vez maiores.

Ao fim da tarde, pega o jatinho “emprestado” e parte com sua “assessoria especial” para outro estado. Lá, reproduz as mesmas mágicas públicas, mas agora com carro de som, carreata, banda de música e bandos de militantes. Só que em novos palanques, novas ruas, novos bares e novas moscas apetitosas.

Após realizar esse espetáculo durante meses, sua assessoria esta obcecada em como obter as “notas fiscais” necessárias para justificar os estupendos gastos do partido perante a justiça eleitoral. Mas isso não é problema, um “doleiro amigo” sempre resolve essa questão.

Porém, é a massa quem decide, e o político é eleito pela primeira vez! E fica muito emocionado, não consegue acreditar em sua vitória. Chora na entrevista da televisão, tal é a descrença em si mesmo como governante. “Não era possível, concordo, mas eu venci!”, pensa o austero tratante.

Então, muda o discurso. Sua equipe de “intelectuais” já está montada e ele agora é o chefe. Em pouco tempo troca de roupa (ternos importados), de sapatos, gravatas, relógios, canetas e bares. Não existem mais as moscas que o acompanharam durante a campanha. Porém, a imprensa logo o questiona, a cobrar as promessas de palanque. Mas ele mal fala o português, só diz asneiras, e tem coisas mais importantes a fazer, todas pessoais.

Decide que vai aproveitar a riqueza de um mundo comprador para, enfim, criar o Brasil. E até descobri-lo novamente, a tomar o lugar de Cabral, o descobridor. Assim, compra seu jato de 1ª classe e o transforma em escritório voador, ao custo de milhões de dólares.

Viaja todo o tempo e começa a realmente conhecer o mundo, pensando ser um estadista. Porém, de fato, é um escapista. Tem horror à imprensa que o obriga a falar, mesmo estando no exterior. Surgem vontades de silenciá-la, mas as adia. Está bem mais interessado em fazer alguns “negócios” no exterior.

Os únicos países que acolhem suas ofertas são sul-americanos, africanos e o sonho de sua vida, a ditadura cubana. Como gosta de correr riscos, pretende ir além: quer ensinar relações internacionais a dirigentes da Palestina e Israel, em eterna crise. Obviamente, quebra a cara, mas continua gastando combustível, trepado em seu escritório voador.

Seus assessores íntimos chamam-lhe a atenção por viajar muito e esquecer de “seu povo”. Mas, para acalmá-lo, diz o político que inventou uma série de “bolsas” a que apelida por “política nacional de distribuição de renda”. Assim, torna-se megalômano desenfreado e seu discurso sempre demonstra, de forma cabal, essa autoestima de boteco.

Mas, como era de se esperar, seu mandato chega ao fim. Contudo, ele ordenou que sua assessoria amestrasse um sucessor, por ele determinado. A escolha da criatura sucessora não pode ser pior, mesmo que o político se encontre sem opções. Afinal, os “sócios do partido”, que considera “melhor equipados” para sucede-lo na missão, estão “a descansar” na penitenciária.

Por fim, o político chega ao terceiro discurso. É um novo tempo e ele faz a campanha de sua criatura sucessora que, por precaução, permanece calada para não fazer mixórdia com as promessas alardeadas, incríveis patranhas. Então, mais cansado, torna a subir em vários palanques pelo país, trajando andrajos para comover “seu povo” e também portando sua máxima cara-de-pau, agora ampliada pelos “negócios” que fez no exterior.

Contudo, nada comenta sobre sua potencial criatura sucessora, até por que, dela não há feitos para serem alardeados, ao contrário, trata-se de uma terrorista. Por outro lado, diz que “a criatura será a minha continuidade, tem muitos planos para o Brasil” e o resto é blá-blá-blá. Ninguém que o ouve sabe o que isto quer dizer de concreto.

O político está bem envelhecido, traz aparência de enfermo e, dizem, urina nas pernas e caga nas calças. Mas, para ajudar sua criatura sucessora, fala bastante “das minhas obras públicas”, todas desnecessárias, com custos crescentes e descomunais, nunca concluídas. De algo mais, ninguém sabe, ninguém vê, além de empréstimos dedicados aos irmãos Castro.

Mesmo assim, para perplexidade mundial, consegue eleger sua vagabunda sucessora. Nunca diz nada sobre seu passado, seu perfil ideológico, qual seu nível ético, nem sequer um pouquinho de seu programa de governo.

A criatura sucessora, indigna presidenta, tenta renovar seu mandato, nas eleições de 2014. Mas, sem dúvida, é a continuidade perfeita da política. A todo momento “inaugura” as mesmas obras, mas não conclui alguma. Seus custos sobem, mas as estruturas são erodidas pela ação do tempo.

Porém, há outras continuidades da politiqueira que precisam ser lembradas, tais como: os escândalos de corrupção durante seu governo; a insatisfação com a prisão de ladrões do partido; o uso permanente de doleiros amigos; o “nunca escutei falar disso”; o linguajar ininteligível; e, sobretudo, a “proficiência” em relações internacionais, demonstrada em recente Assembleia Geral da ONU, a defender a importância do diálogo com os terroristas do Estado Islâmico!

A vanguarda destruidora do Estado Islâmico

A vanguarda assassina do ISIS

2015: Ano da Guerra


Zik-Sênior, o Ermitão.

Zik Sênior, o eremita

Zik Sênior

Tenho acompanhado a evolução dos candidatos que desejam a Presidência da República. Mas, como tenho 106 anos e não preciso votar, sinto-me à vontade para opinar sobre o que pressinto que pode acontecer em breve.

Até o momento, tudo aponta para, finalmente, a desejada derrota do PT nessa disputa. Um sinal evidente dessa tendência está explícito na fala de petistas boçais, mais extremados. Ameaçam criar sucessivos empecilhos para que o candidato eleito não consiga governar o país, e o povo que se dane! Ameaçam, até mesmo, com o uso da violência.

Um tal de João Stédile, que se diz líder de um “Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra” (o que é um enigma para mim, pois, se não possuem terra, não são trabalhadores rurais), em entrevista concedida a Rodrigo Viana, da Revista Fórum, afirmou a seguinte pérola:

─ “A questão agrária no Brasil só virá num futuro próximo (sic) quando houver a retomada das manifestações de massa, que vão pautar um projeto de país. […] Ganhe quem ganhe (sic) continuará tudo igual. Só espero que não ganhe o Aécio, porque aí seria uma guerra (sic). […]” [1].

Em minha completa ignorância acerca desse tipo de babaca, deduzo que se trata de um gajo agressivo, mal alfabetizado, presunçoso e ainda a querer instalar o comunismo no Brasil. De forma bem pejorativa, trata-se de um estafermo avariado, um terrorista de calcinhas bordadas. Contudo, ainda que tente cumprir o que prometeu, “dará com os burros n’água“. Quer dizer, “vai nadar muito e morrer na praia”.

Que haverá uma grande guerra, não tenho dúvida. Mas será bem outra. Não importa se o novo presidente venha a ser o Aécio ou a Marina, que são as únicas opções que ainda existem. Qualquer um deles terá de higienizar a máquina pública, o que demandará um esforço descomunal de sua equipe de governo.

Sanear ministérios, secretarias, empresas estatais e agências públicas da sujeira humana instalada pelo PT e sua “base ‘de corrupção’ aliada”, não tem preço! Será guerra para durar um mandato inteiro e ainda vai deixar bastante fumaça tóxica na atmosfera do planeta.

A ser assim, o novo governo será acusado pelo IPCC de ser o maior contribuinte de gases para o aquecimento global. Deverá ser severamente punido na ONU, pela queima descontrolada de elementos orgânicos, nocivos e perigosos. Meno male, será sinal que a limpeza obteve algum sucesso!

Grato pela atenção e até a próxima…

……….

[1] Fonte: Folha Política. Na matéria intitulada “Líder do MST promete ‘guerra’ se Aécio ganhar”.

Realmente, um fenômeno


Simão-pescador, Praia das Maçãs.

Simão-Pescador

Simão-Pescador

Minhas preocupações com os descaminhos do Brasil avolumaram-se neste mês agosto. Estava eu entretido na biblioteca, lendo seriamente livros que narram como se deve tratar o Ambiente, quando, sobressaltado, recebi de chofre a notícia do acidente fatal que tragou a vida do jovem Eduardo Campos.

Pensei em escrever minha análise sobre os possíveis desdobramentos desse facto, dessa fatídica obra do acaso. Se é que assim ocorreu o acidente, ao acaso. Respirei fundo e segui caminhando pela praia até o mar. Precisava desanuviar meus pensamentos. Mas no momento em que molhei os pés na imensidão oceânica, bateu-me uma pergunta:

─ “Serei capaz de explicar o ocorrido através de uma teoria ambiental”? Conclui que sim. Ora pois, segue o texto que dedico a leitores mais críticos.

……….

Dizem certos expertos em Gestão do Ambiente que diversos fenômenos se manifestam e realizam seus impactos em função da ocorrência de pelo menos uma alteração no ambiente. Esta, por sua vez, no mínimo é fruto de uma intervenção direta sobre o ambiente. Da forma inversa, esses eventos são assim ordenados por essa teoria:

  • Uma Intervenção → gera Alterações → das quais decorrem Fenômenos.

Torna-se mais fácil entender essa sequência de eventos através de um exemplo. Têm-se um parque eólico em operação. Dentre suas intervenções, estão as torres, sistemas e pás que geram energia – os aerogeradores. Além da geração de energia limpa, uma alteração que decorre do giro das pás são os ruídos. E um dos fenômenos que é fruto dessa alteração é a evasão das aves silvestres mais sensíveis ao barulho.

Um parque eólico espanhol, erguido no século passado

Um parque eólico espanhol, erguido no século passado

A análise desse cenário conclui que as aves se afastam do parque por força do ruído dos aerogeradores (ou turbinas eólicas) e disso pode resultar a ocorrência de outros fenômenos no ambiente, além da evasão de aves. Exemplos: a variação de habitats preferenciais, a variação da competição entre espécies de aves, a atração de aves mais resistentes a ruídos, a atração de aves predadoras, a variação na cadeia trófica, etc.

Todas essas transformações que ocorrem no ambiente produzem impactos que se manifestam em cadeia, numa espécie de “rede de impactos” negativos e positivos. Resta ao bom analista averiguar, através de cálculos específicos, se é necessário tomar medidas para minorar os impactos negativos. Por exemplo, “eleger um gestor ambiental preparado para a direção colegiada do parque eólico“.

O facto é que esta teoria pode ser aplicada em diversos setores, em vários ambientes, inclusive no “ambiente político”. Em suma, ela possui capacidade para construir explicações sobre como se dá um processo de mudança, em vários assuntos do interesse das pessoas.

Embora no ambiente político os impactos sejam difusos e possam ser intangíveis, é possível identificar as relações de causa e efeito entre seus eventos geradores – intervenções, alterações e fenômenos, todos de natureza política.

Segue minha análise, ainda que superficial, da mudança do ambiente político brasileiro ocasionada pela queda do jato que, ceifou a vida de Eduardo Campos, de forma trágica.

A impactar a política brasileira

A primeira tarefa dessa análise é classificar o evento “queda do jato”: é uma intervenção, uma alteração ou fenômeno?

Parece-me que não constitui uma intervenção, pois nada acrescentou de concreto ao ambiente. Aliás retirou muito da ética e da moral do ambiente político. De outra feita, em meu entender, resulta de precárias e vergonhosas intervenções políticas efetuadas pelo governo central, durante os últimos 12 anos, com destaque para os quatro mais recentes (2010-2014).

Portanto, trata-se de uma alteração. Um manejo dramático do ambiente político do país, que acarretou fenômenos surpreendentes. Tal como se fora a descarga contínua de lodos políticos in natura na cabeça da sociedade civil brasileira, a degradar seu intelecto.

Em analogia aos exemplos relativos às aves, da queda do jato decorreram a atração de políticos predadores e intensas variações de sua cadeia trófica. A fome pelo poder é de tal ordem que o predador que emergiu da sombra não tem limites em seus discursos e sequer coerência com seu recente passado. Vislumbro uma pessoa agressiva, arrogante, inepta e inconsequente em suas “promessas palanqueiras”. E o mais grave, no palanque transfigura-se em vítima, e mesmo com ar de seriedade, a atora quase implora para que todos acreditem ser a única capaz de dirigir o país. É um ato enganoso, hediondo.

É este o quadro patético de sua representação teatral, pois, caso eleita, receberá o país em lastimável estado de recessão; como “nunca antes na história…”, já dizia o irresponsável. Não saberá o que fazer e continuará a discursar engôdos, sem qualquer resultado efetivo para a população e o Estado brasileiro.

Parece-me que o povo brasileiro ainda não se apercebeu que seus partidos políticos foram extintos no século XXI. Faz tempo que perderam sua utilidade imprescindível. Esse povo precisa votar em pessoas preparadas e não em partidos. Mas, acima de tudo, que sejam brasileiros com notória experiência em governança pública e realmente possam tirar o país da vala suja em que se viu atolado nos últimos 4 anos.

Todavia, quando tomei conhecimento das últimas pesquisas de votos fiquei assombrado, a ver fantasmas. Votar em qualquer uma das candidatas que lideram a pesquisa, a meu ver será loucura. Uma delas quer reeleger-se para fazer mais do que sempre fez: tudo errado. A outra nunca realizou algo de produtivo para o país, nem governou qualquer coisa. Votar em uma delas é equivalente a jogar roleta russa e apertar o gatilho do revólver até estourar os próprios miolos.

─ “Do you know how to play russian roulette?”

─ “No, I don’t

Pois este é o maior problema: votar com total ignorância da realidade, por impulso, por um átimo de emoção que desaparecerá no verão de 2015. Depois restará apenas o próprio sentimento de culpa, de ter auxiliado a eleger um enigma da irresponsabilidade pública. Realmente, é o fenômeno da burrice que se manifesta com intenso ardor…

Horário eleitoral gratuito


Recebemos um texto para campanha política de um candidato às eleições de 2014. Ele pede que o publiquemos no blog, função do tal do “horário do político gratuito” ou qualquer coisa que o valha. Seu advogado disse-nos, por sinal de forma um tanto grosseira, que essas publicações são obrigatórias e precisam ser gratuitas. Afirmou ainda que todos os veículos de comunicação do país têm a obrigação de divulgá-las, querendo ou não, pois consta da lei.

Após algumas discussões internas de nossa equipe, decidimos postar a “marquetagem” para nos livrarmos de eventuais vendetas. Nunca se sabe quais podem ser as consequências das ações desses prodígios. Mas, mesmo assim, ainda insistimos em pensamento:

─ “Trata-se de uma coisa muito estranha, uma propaganda política refogada com lixo”.

De toda forma, conforme determina a lei, segue o ‘comício eleitoral’ do político Geisonilsuam da Silva, o Fiofó.

……….

Comício público de Geisonilsuam ‘Fiofó’ da Silva

─ Atenção meu povo, vamos à luta para vencer! Para presidente, vote 00, vote no Fiofó!

─ Tudo o que Fiofó promete, Fiofó faz com exatidão. Afinal, se Fiofó dá tudo por você, então não perca seu Fiofó de graça.

─ Para presidente, crave seu voto no Fiofó! Faça negócios e ganhe muito dinheiro com Fiofó. Realize “relações eleitorais” com o seu Fiofó!

─ Mas saiba de um fato que nos multiplica: nosso Fiofó será todo seu, assim como o seu Fiofó será todo nosso. Vamos, juntos, compartilhar o Fiofó!

─ Meu povo, nestas eleições para presidente, vote em Fiofó! Crave 00 no Fiofó!

O analfabeto político do século 21 - Fiofó da Silva

O analfabeto político do século 21 – Fiofó da Silva

A urna eletrônica brasileira deve auxiliar bastante a eleição de milhares de Fiofós. Vota-se no Tonico Trombeta e um Fiofó, devidamente programado, recebe o voto! Na qualidade de eleitores, temos de nos sujeitar a isso. Não existe escapatória, sobretudo da maneira como essa vergonha está legalizada pelo voto obrigatório. Desculpem, mas desse jeito, obrigatório, trata-se de uma violação grave, não de uma “cantada”.

São milhares, talvez milhões de Fiofós, zanzando pelas ruas e escritórios do país, sobretudo durante as milionárias campanhas políticas que realizam. Nunca se sabe o que pensam, o que planejam, de onde vieram e em que lugar desejam se aboletar no futuro próximo.

Não há qualquer dúvida que querem ser políticos, mas, com certeza, não é pelo salário mais as benesses que percebem. Até porquê, tudo indica que gastam muito mais do que ganham para fazer muito pouco ou fazer nada.

Há quem diga que o Fiofó acima transcrito ficou milionário com “restos de campanha”. Haja restos. É como ser um minguado faquir desde a origem e, num dia, com restos de comida colhidos nas lixeiras, engordar rápido para, logo em seguida, sagrar-se campeão mundial de sumô. Há algo inexplicável nessa trama.

Quem assiste aos programas políticos, televisionados duas vezes por dia, ou procura ocupar o tempo com comicidades ou está prestes a enlouquecer. Confessamos que, por curiosidade de ver se o nível havia melhorado, assistimos ao primeiro programa desse ano. Claro que nem todos os Fiofós estavam presentes, pois não há tempo disponível para tantos. Mas o que vimos e ouvimos foi dantesco. A menos de um único candidato, para todos os cargos eletivos destas eleições só compareceram Fiofós!

Assim, considerando o cenário trágico em que fomos enrolados nestes últimos anos, ficamos a pensar como ficará o país com a nova geração de Fiofó que vai invadir aos coices o Congresso Nacional e as Câmaras estaduais.

E mais lamentável ainda, quais são os riscos que a sociedade brasileira correrá se o Palácio do Planalto for dominado por mais um Fiofó, a comandar sua tropa de “ditadores democráticos”.

Jogo pérfido e covarde


Em sua história republicana, o Brasil já conheceu esse desvario político, com a assunção de ditadores que sempre afirmaram estar a “atender às legitimas aspirações do povo brasileiro à paz política e social[1].

Essa era a exata postura de Getúlio Vargas, justificada por ele pela ameaça da “invasão comunista” no país. Por ter sido um emérito populista, precisava manter relações diretas com “seu povo”, sem que houvesse qualquer intermediação parlamentar. Com essa “ideia democrática” no bestunto, encerrou as atividades de todos os partidos políticos, lacrou o senado e a câmara federal, as câmaras estaduais e as assembleias municipais. Por sinal, nunca permitiu eleições durante os 8 anos de ditadura. Assim, tornou-se o caudilho absoluto do país, com apoio das Forças Armadas.

“Ideologia” populista

O populismo constitui uma curiosidade política desordenada, que tem representantes de toda ordem, quer dizer, da direita, do centro e da esquerda. A tendência à formação de blocos oligárquicos é grande. Em consequência, os níveis de corrupção costumam ser bastante elevados.

Isso é ainda mais facilitado por que governos populistas gostam de realizar políticas de estatização de atividades econômicas e de fazer com que o Estado interferira na economia de livre mercado. Normalmente, impõem restrições ao capital estrangeiro e censuram a liberdade de opinião. Em contrapartida, doam benefícios sociais para os mais miseráveis.

Dessa forma, populismo não constitui uma ideologia em si mesmo, mas apenas um “obsceno arranjo” usado por certos governantes para fincar pé no poder, tal como se fossem herdeiros medievais que se sucedem à frente de um Império.

Cenário arraigado de populismo

Desde 1985, o Brasil teve seis presidentes da República. Talvez por alguma razão ancestral da colonização portuguesa, apenas dois deles não foram demagogos ou populistas – Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso. Pelo contrário, tiveram a coragem para realizar as ações necessárias, visando a estabilizar a moeda brasileira e dar credibilidade internacional ao Brasil.

Os demais sempre foram rematados populistas e incompetentes. Mas merecem destaque o “honoris causa em qualquer coisa”, Luiz Inácio, e a “doutora” Dilma, que vêm cometendo diversas “trapalhadas” no governo, há 12 anos. Lembram as piores passagens da gestão pública de Getúlio Vargas, sempre protegido por asseclas da polícia política, a então tropa de elite da Polícia Especial. Mas ressalve-se, por questão de justiça, sem gerir atentados e torturas à distância, supõe-se; ou de cometer o suicídio, por enquanto.

No entanto, irmanados numa íntima parceria partidária e ainda esfomeados pelo poder, para o qual nunca haviam sido eleitos antes de 2002, promovem um jogo sujo e covarde neste ano de eleições gerais.

Com a dura doutrinação de seu insano criador, a “doutora” usa sem dó a máquina pública para realizar sua campanha política. Usa-a até mesmo para realizar “guerrilhas” (e isso ela conhece bem!) contra seus dois reais oponentes. Para isso, conta com “blogueiros contratados”, postagens de patranhas em redes sociais e hackers que retiram vídeos de opositores da internet. Enfim, fazem de tudo, sem dar a menor satisfação à sociedade que, afinal, paga caro por esta orgia eleitoreira.

O que assusta são os descaminhos inventados desde 2008, baseados na mágica do consumo pelo mercado interno. A troca do tripé econômico do Plano Real (câmbio flutuante, metas de inflação e metas fiscais), que garantiu a estabilidade ao país até 2007, pela dita “nova matriz econômica”, onde o crédito foi escancarado para estimular o consumo interno da “nova classe média”, foi mais uma insanidade do governo. Porém, ainda assim, anunciada pelo honoris causa como sua vitória insofismável.

Os resultados que começam a aparecer não são assustadores; na verdade, são apavorantes. Sem considerar a quase destruição das maiores estatais (Petrobras e Eletrobras), tem-se inflação no topo da meta (embora artificialmente contida), setor industrial em expressiva queda de produção, taxa SELIC elevadíssima, desemprego maquiado e, sobretudo, a partir de 2015, forte evasão de dólares do país por força da elevação dos juros básicos norte-americanos, já anunciada por seu banco central (FED).

Tudo indica que o país retrocede ao ano de 1993, aos tempos da hiperinflação alimentada pelos lunáticos Sarney e Collor. Espera-se que ninguém pense em impedir novamente o acesso do cidadão à sua poupança privada.

Qualquer que seja o novo presidente eleito no pleito de outubro, terá de enfrentar graves desafios para a sobrevivência do Brasil no curto e médio prazo. Para tanto, precisará de uma equipe de verdadeiros especialistas, muito bem selecionada no mercado. Nunca um bando de incompetentes indicados por partidos políticos, que formam as conhecidas quadrilhas da “base aliada”.

[1] Este texto consta da Constituição Federal de 1937, imposta por Getúlio Vargas após o golpe de Estado (novembro de 1937), quando instaurou seus 8 anos de ditadura no Brasil, a que, perfidamente, chamou de Estado Novo.

Ricardo Kohn, Consultor em Gestão.

O ultraje das Copas


Para se nivelar com a infâmia.

Após os espantosos “gastos esportivos” do governo, estimados pela imprensa em cerca de 30 bilhões de dólares, o Brasil é eliminado da Copa da Fifa pela Alemanha, que foi implacável técnica, tática e disciplinarmente. Placar desmoralizante de 7 a 1 !!!

A seleção brasileira, penta campeã mundial de futebol, recebeu uma porrada “nunca vista na história desse país”. Parece piada de mal gosto, mas a nação do futebol encontra-se de luto.

Alemanha 7 x 1 Brasil

Resultado da infâmia: Alemanha 7 x 1 Brasil

O governo federal vendeu descaradamente a Copa da Fifa para o povo brasileiro como o mais “grandioso evento da história esportiva do país”. Seu único objetivo era colher mais votos nas eleições gerais deste ano, de modo a manter a oligarquia que possui no parlamento e reeleger a “criatura” à presidência da República. “Fod&u-s&”.

A Copa da Copas demonstrou, de forma cabal, que o futebol nivelou-se aos mais infames serviços públicos de educação, saúde e segurança que são oferecidos . Porém, agora a dura realidade bate à porta de cada um.

Um brasileiro mais atento enviou essas linhas para um amigo que, graças à capacidade de previsão de desgraças, mudou-se há 12 anos para o Canadá:

─ “Você estava certo quando foi morar em Toronto. Temos um péssimo futebol. Um péssimo técnico. Copa superfaturada. Máfia de ingressos. Trouxas pagando R$ 2.000,00 por um único ingresso. Ausência de legados. Operários mortos. Viadutos feitos ‘nas coxas’ que desabam. Trem bala e metros que sequer saíram das fábricas. Governo corrupto. Doutrinação ideológica. Setenta milhões de bolsas família distribuídas. Política de Cotas. STF loteado. Inflação em alta. R$ 2,2 trilhões de dívida pública. Invasão de médicos cubanos. Porto de Mariel. Petrobras sucateada. Eletrobrás desesperada. Cerca de 50 mil assassinatos por ano. Médicos brasileiros humilhados. Amizade íntima com Venezuela e Cuba. Economia a caminho da ‘argentinização’. Presídios superlotados. Hospitais caindo aos pedaços. Não é possível, o povo deve estar anestesiado. Acorda brasileiro!”.

Faz-se apenas um adendo a este texto. O atento brasileiro esqueceu-se de observar que o Brasil é único país do mundo em que treinadores de futebol são chamados de “Professores” e recebem remunerações astronômicas.

Aguarda-se com muita ansiedade a presença da “soberana” no Maracanã, para  a entrega da taça à seleção campeã do Ultraje das Copas. É ideal que esteja acompanhada por seu “criador e respectiva camarilha”. Com certeza, serão bastante “ovacionados pelas elites brancas”.

O ódio é mútuo


A princípio não queríamos entrar nesse tipo de discussão: – Xingar em público o mandatário máximo de um governo nacional é admissível ou constitui uma grave violência?

Porém, não há como calarmos. Entendemos ser necessário refletir com mais profundidade sobre a ocorrência das vaias e xingamentos dirigidos à atual Presidente da República. Acreditamos que a reflexão é uma atitude essencial ao exercício da “cidadania democrática”.

No entanto, focalizando não apenas às extremadas indignações ocorridas na “Arena de São Paulo”, durante jogo de abertura da Copa da Fifa. É importante ir além e considerar o contexto dos últimos quatro anos do governo, fruto exclusivo das ações políticas de seu mentor apedeuta. Afinal, vaias dirigidas à soberana são repetitórias, até mesmo em pronunciamentos televisivos, quando, de forma antecipada e ilegal, chafurda à cata de votos.

Um pouco do contexto histórico

Desde quando o partido pôs suas mãos no comando no Planalto, em 2003, o país foi dividido entre “nós e eles”. Essa foi a principal contribuição ideológica gradativamente imposta ao povo brasileiro: nós, do partido, somos o povo e sempre estamos a seu lado, acreditem; eles, da oposição, são a elite dominadora, corrupta e que nada realizou; só cometeu desgraças para o nosso povo.

Esse tipo de ódio foi insuflado sistematicamente, tanto com difusas “promessas de correção dos rumos do país”, quanto pela cara publicidade chapa-branca em veículos de comunicação. Mas foi assim que o partido conseguiu construir uma sólida muralha de fumaça, capaz de esconder, aos olhos da nação, as ações clandestinas de seus partidários dentro do governo.

E, paradoxalmente, foi por obra de uma ação intestina, realizada em público e mostrada em canais de televisão de todo o mundo, que o esquema do mensalão foi denunciado por um parlamentar da chamada “base aliada” (junho de 2005). O motivo da delação foi o fato de se considerar menos aquinhoado pelas propinas que a quadrilha distribuía com dinheiro público. Ela comprava vários “elementos” do Congresso Nacional para ter seus votos e manter-se eternamente no poder. Ou seria outra coisa?

Após mais de 7 anos, alguns foram julgados pela Alta Corte, apenados e encontram-se presos em penitenciárias. Porém, muitos outros permanecem soltos, atuando nas mesmas práticas que lhes interessam realizar: planejar corrupções futuras e executá-las sob nuvens de fumaça, com o auxílio de quadrilhas privadas. Tudo clandestino, obscuro e furtivo.

Já a partir de 2006, novas plantações de corrupção são efetuadas na calada de escritórios políticos. Começaram a ter frutos mais expressivos em 2013, no reinado da atual soberana. A sequência de escândalos descobertos é fenomenal. Não temos meios de destrincha-los, mas todos já os conhecem ou, pelo menos, ouviram falar deles.

No entanto, o escândalo mais grave apresenta – todos juntos e unidos pela fé – “uma quadrilha de doleiros, ex-presidente e diretores de estatal, parlamentares, assessores e traficantes de drogas”. Mais uma vez, a maior vítima da extorsão foi a Petrobras.

De toda forma, o esquema de propina e lavagem de dinheiro já se encontra evidenciado pelas investigações da Polícia Federal, na “Operação Lava a Jato”. Resta esperarmos sentados, como sempre, que a justiça brasileira cumpra com sua missão: envie os responsáveis e, sobretudo, “seus sócios” para uma penitenciária que seja de segurança máxima. Pois, extorquir o povo brasileiro e a Petrobras é um crime moralmente hediondo!

Contrastes, falhas e mentiras

Antes de abordarmos os apupos e palavrões dirigidos à soberana, é necessário ponderar sobre sua motivação. Em nossa visão, é de ordem social-democrata e fundada nos contrastes dos investimentos do governo, ao longo de pelo menos 10 anos – período 2003-2012.

Em síntese, neste período o governo despendeu mais dinheiro público na África e na América Latina do que em território brasileiro. Em 2012, nossas estradas, ferrovias, aeroportos, portos, eram os mesmos de 2003, apenas deterioradas após 10 anos de uso sem manutenção. Não vamos ser redundantes em falar mais da falta de equipamentos de educação e saúde, bem como da malfadada insegurança pública nacional.

Em compensação, o porto de Cuba é a Joia da Coroa. A unidade da Petrobras, situada em território boliviano, foi desapropriada pelo cocaleiro que lá governa, com forças do exército da Bolívia que a invadiram. Mas o mentor da época ainda foi capaz de remunerar o cocaleiro-mor pela façanha cometida!

Enfim, o descaso do partido à frente do governo, baseado em princípios ideológicos escusos, abatidos desde o século 19, cria contrastes que humilham diariamente a população brasileira. Isso não merece vaias?

As falhas e o superfaturamento das obras da Copa da Fifa – arenas e mobilidade urbana – são mais uma confirmação da corrupção instalada e da incompetência do Planalto. Por quê, então, não mais vaias?

Orientada por seu mentor, desesperada à cata de votos e sem mais tentar gerir o país, a soberana faz pronunciamentos nacionais que são verdadeiras odisseias de mentiras sobre o cenário que turvou o Brasil. Parece que discursa sobre a Noruega, a Alemanha ou a Holanda. Talvez ainda acredite ser capaz de manipular o povo brasileiro sem ser apupada. Mas, por óbvio, crescem as vaias!

Apupos e xingamentos

A imprensa chapa-branca e a soberana afirmam que os apupos e palavrões partiram da área VIP do estádio de futebol, isto é, da elite que a ocupa. Mas se esqueceram de um fato importante:

─ “O que é “elite” e quem forma a “elite brasileira” após 12 anos de poder do mesmo partido?”

Segundo o dicionário Michaelis, elite significa “o escol da sociedade, de um grupo, de uma classe”. Já escol, consultando o mesmo amansa-burro, é “o mais distinto em um grupo”. Por sua vez, distinto significa “elegante, gentil”.

Como se vê, a visão ideológica do que é “elite” está completamente deturpada pelo partido adoentado no poder.

Por outro lado, muitos fatos nos levam a crer que a maioria dos ocupantes da área VIP do estádio era composta, além dos convidados pelo próprio governo, por “doleiros, ex-presidentes e diretores de estatais, parlamentares, assessores e traficantes de drogas”. Essa é a elite que nos restou após os últimos 12 anos.

Somos favoráveis às vaias e apupos, posto que são expressões legítimas da democracia. Caso estivéssemos presentes ao jogo de abertura da Copa, não temos dúvida que vaiaríamos a soberana e seu séquito de estimação. É uma reação normal à força do ódio do partido dirigido aos cidadãos, desde que configurados como oposicionistas.

Por outro lado, ainda que hoje o ódio seja mútuo, não vemos qualquer consequência positiva em gritar palavrões e ofensas pessoais. Entendemos que essa prática deva ser abolida, pois não é a postura típica do cidadão brasileiro, além do fato de que não implicará a retirada dessas facções destruidoras, que tomaram o governo brasileiro de sua sociedade.

Será o voto de outubro que, provavelmente, terá real poder de transformação do ambiente político. Precisamos pratica-lo e fiscalizar os resultados, a despeito das dúvidas sobre a qualidade das “urnas eletrônicas“.

Assinam este texto três articulistas do blog. Somos gratos aos leitores desta catarse. Sem dúvida, consideramos necessário registra-la.

Discurso da ‘Presidenta’ Anta Roskoff


Simão-pescador, Correspondente na Europa.

Recebi e-mail de um “anônimo“, onde estava anexado um estranho discurso político. Não gosto de anônimos e mesmo com a ajuda do serviço de telecomunicações de Portugal, não conseguimos localizar sua origem. Permaneceu na escuridão. Assim, passo a vocês para que identifiquem a “douta Roskoff“.

Discurso veemente e esclarecedor

“Companheiras e companheiros, camaradas e camarados [sic], estou muito feliz de estar com vocês por aqui hoje [sic] para fazer um comunicado pro meu futuro governo” [sic].

“No meu próximo governo, que eu quero deixar bem claro, que vai começar em 2015 [sic], eu vou mudar muita coisa, quer dizer, eu vou mudar tudo, tudo o que precisa ser mudado [sic]. Entenderam?! Farei as mudanças que vocês que sempre que me pediram [sic] e que eu nunca tive saco de fazer” [sic].

“Que eu vou acabar com as polícias, com todas as polícias do país. Mas que vou criar novas polícias para botar no lugar das polícias que eu acabei de acabar [sic], fui clara?! Vou contratar policiais mais insinuantes [sic], principalmente das milícias do MST, MTST, dos Black Blocs e do PCC, que agora também são nossos parceiros nessa empreitada” [sic].

“Que eu vou integrar ao corpo, quer dizer, ao do meu executivo [sic], os Mídia Ninja, que são muito úteis para a intensa comunicação do meu novo governo [sic]. O ninja beiçola, de cabelo grande e enrolado, vai ser meu ministro das comunicações, não há ninguém melhor” [sic].

“Aliás, resolvi demitir do cargo aquele careca requentado, que há de catar coquinhos na seca árida [sic], pelas entranhas do nordeste [sic]. O castigo dele é que ele vai vaquejar nas costas do jumento [sic], sobre um sol inclemente” [sic].

“Que sempre saibam vocês todos que eu sou uma competente revolucionária [sic], faço de tudo que se for preciso [sic]! Me entenderam bem?! Só que eu não faço ameaças, que eu só cumpro o que faço [sic]. Tenho certeza que vocês me compreendem a importância das minhas ideias reju,. rer-ju-ve-nes,… Das novas ideias, porra! ” [sic].

“Que eu não vou permitir que ninguém tasque essa minha proposta democrática de governo [sic], só se me matando [sic]. Mas isso nunca vai acontecer. Afinal, eu tenho as minhas forças pessoais, bem treinadas e muito parecidas com as da SS e da Gestapo [sic], que me garantem minha integritude” [sic, sic, sic].

“Para finalizar eu quero comunicar a vocês que vou abençoa-los em 2015, com minha grande paz de espírito e inteligência superior (!!!). Para continuar o desenvolvimento do país que iniciei, vou criar mais 40 ministérios; isso mesmo, vou ter mais quarenta ministros e suas equipes. Saibam que, a partir de hoje, todos vocês estão empregados com cargos de chefia nesses aparelhos, analfabetos ou não” [sic].

A esquerda e seus dinossauros confiáveis

A esquerda e seus dinossauros confiáveis

“Mas determino que tragam familiares e companheiros confiáveis para que uma das minhas assessorias monte o aparelho de cada um [sic]. Mas não me incomodem com mais chatices. Fiquem em casa vendo televisão, vão passear por aí [sic], esbanjem seus salários, comprem carros, geladeiras e bicicletas, pois vou criar a Política Nacional da Bicicleta, e só me apareçam pela frente em 2015” [sic].

“Sintam-se à vontade, podem me bater com muitas palmas de forma ordeira que eu sei que eu me mereço; sou sua Soberana Absoluta…” [sic, sic].

Fascismo por decreto?!


A “PresidAnta” foi capaz de inventar a Política Nacional de Participação Social, através do Decreto no 8.243 (abra o link), o qual diz que visa a “consolidar a participação social como método de governo”. Mas, afinal, o que isso significa, o que é um “método de governo”?!

Lendo os 22 artigos do decreto – quando é possível entende-lo –, observa-se uma brutal produção de burocracias, totalmente incompatíveis com a Governança Pública (abra o link). Por sinal, já debatida neste blog, e entendida como a limpeza definitiva de processos burocráticos, que a tudo retardam, anulam a eficiência empresarial e causam graves depressões na economia do país.

Com tanta coisa necessária e urgente a ser feita para a nação, depois de 12 anos andando para trás, por que inventar esse tal de “novo método de governo”?!

Pois bem, segundo o decreto, a sociedade civil é conceituada como “o cidadão, os coletivos, os movimentos sociais institucionalizados ou não institucionalizados, suas redes e suas organizações”.

Além de ser uma definição pretensiosa, é indefinida e ameaçadora, pois dentro dessa “dita sociedade civil” cabem tudo e todos. Basta que o governo “tenha desejos”, os quais são conhecidos por todos em sua essência. Sob essa ótica, portanto, deve ser entendida como uma definição de natureza fascista e ditatorial.

O fascismo não passará

Ao contrário, se for considerada a visão histórica de Alexis de Tocqueville [1] – estudioso das democracias ocidentais –, a sociedade civil seria definida através de “seus cidadãos, de sua capacidade de se associarem em iniciativas produtivas, bem pelo poder de determinar [pelo voto] quais estadistas poderão governar a nação”.

Porém, o decreto do governo destaca que os “movimentos sociais institucionalizados ou não, suas redes e suas organizações” são parte própria da sociedade civil. Isto, sem dúvida, é um ato de cooptação [que soe ser paga] de grupos de pessoas desorganizadas. É como admitir fazer uma sociedade com pessoas que não precisam cumprir as necessárias formalidades sempre exigidas. Pior ainda é fazê-lo, através de uma lei, em nome do governo do país.

Por acaso, algum dia, a sociedade brasileira foi consultada e aprovou o teor desse decreto?

No decreto, Artigo 3º, relativo às diretrizes do programa, lê-se: “IV – direito à informação, à transparência e ao controle social nas ações públicas, com uso de linguagem simples e objetiva, consideradas as características e o idioma da população a que se dirige”.

Será que a parte da diretriz grafada em azul significa “falar português da forma incorreta, com sintaxe errada e frases desconexas”? Será que os membros do governo possuem a necessária competência para falar o dialeto específico do cidadão que os interpela? Decerto, não. Possuem muita “verborreia” e nada mais.

Mas se é para chegar a esse nível de detalhe, na mesma diretriz há que ser esclarecido o que significa “direito … ao controle social nas ações públicas”. No texto da lei não está claro quem controla quem. Seria melhor que constasse da diretriz o “controle social das ações públicas”. Ou seja, que ficasse evidente que é a sociedade que precisa controlar as ações do governo. Se bem que isto já é feito há muito, sem depender nem um pouco deste decreto.

De todo modo, o objetivo não é fazer uma análise de conteúdo das várias páginas do decreto. Seria necessário redigir um compêndio de observações. No entanto, não se acredita que a “Participação Social na administração do Estado”, da forma imposta pelo decreto, vá ocorrer algum dia. Não possui conteúdo, é inverossímil, abstrato e sem poder legal. Ou trata-se de um tiro no pé, numa atitude bastante arriscada de guerra contra o legislativo, ou mais uma cortina de fumaça eleitoreira.

Contudo, sempre cabe o aviso de Nietzsche: “E aqueles que foram vistos a dançar, foram julgados insanos pelos que não podiam escutar a música”.

……….

[1] Visconde de Tocqueville, também conhecido por Alexis de Tocqueville (1805-1859), foi um pensador político, historiador, sociólogo e escritor contemporâneo francês.

“Nada feito”


Dizem alguns ex-políticos que nunca mais se reelegeram, que o brasileiro não tem qualquer interesse em falar sobre a política instalada no país. Parece-me ser uma dor de cotovelo, justificativa por não terem recebido qualquer crédito através dos votos necessários.

Meu círculo de amizades prova justamente o contrário da moral da fábula de La Fontaine: “É fácil desprezar aquilo que não se pode obter” – A Raposa e as Uvas.

Gostamos muito de assistir a programas de debates políticos, em especial aqueles em que o moderador conhece o tema central a ser discutido, assim como suas eventuais variantes. Tal como milhares de outros brasileiros, assisti há poucos dias a um debate conduzido pelo jornalista William Waack.

O tema inicial foi a provocação formulada pelo jornalista: “Com greves e protestos contra o governo, há uma perda do sentido de ordem no Brasil?”. Óbvio que fiquei interessado em ouvir as exposições dos três debatedores, uma vez que considero a resposta evidente, qual seja, nas minhas palavras:

─ “Mais do que isso, o Estado e o atual Governo brasileiros não perderam nada, pois nunca tiveram o sentido da ordem. Aliás, implantaram com sucesso a extrema desordem”.

Porém, o primeiro a responder pareceu-me ser um tanto infeliz. Fugiu da pergunta e, de forma temerária para quem se crê bom cientista político, generalizou dizendo que “a perda da ordem de governos é um fenômeno mundial”.

Todavia, não há qualquer precisão nesta “afirmação de cientista”. Há inúmeras nações no mundo que não perderam sequer um milímetro do sentido de sua ordem, de sua autoridade policial para conter conflitos de todo tipo.

Bem ao contrário do que ocorre no Brasil, após 12 anos de domínio do Estado por uma corja política ameaçadora. Sendo assim, neste país, até agora, nada feito.

Refinaria de Bacabeira - Além da terraplenagem, Nada Feito

Refinaria de Bacabeira – Além da terraplenagem, com gastos de mais de um bilhão, nada feito

O tema final debatido foi “qual poderá ser o cenário futuro do país com a perda da ordem pública?”. O segundo debatedor ponderou da forma assustadora a esta questão. Demonstrou ser um verdadeiro cientista político, proferindo uma análise objetiva e lógica das tendências políticas no Brasil.

Em suma, pelo que entendi de suas palavras, mostrou o risco de atores oportunistas se instalarem comodamente no Estado com a perda da ordem pública, para aplicar mais intervenções para limitar a liberdade da sociedade civil brasileira. Estaria ele pensando em mais uma ditadura?

De toda forma, isso seria extremamente grave – o desmonte da democracia brasileira –, sobretudo porque as eleições de 2014 já apontam para um segundo turno, com o crescimento dos candidatos da oposição. Aliás, apesar de a máquina pública estar sendo usada de forma ilegal pela candidata que tenta a reeleição, com as mesmas decenais promessas que nunca realizaram. De qualquer modo, tenho muita fé que, mesmo assim, nada feito.

Coitados dos cubanos

Após derrubar o governo do ditador Fulgencio Batista, as forças revolucionárias comandadas por Fidel Castro resolveram instalar naquela pátria uma democracia verdadeira. Em entrevista concedida a CBS Television, Fidel garantiu que todos os direitos cidadãos seriam mantidos, pois era um democrata e mandou executar apenas duas ou três dúzias de criminosos (!).

Basta assistir ao antigo vídeo Fidel Castro: on face the nation que, embora não seja legendado, o inglês macarrônico do grande chefe é fácil de entender. Nessa primeira entrevista concedida após o golpe, Fidel proclama sua pureza revolucionária e faz promessas de carinho para a sociedade cubana.

Promessas, sempre as comezinhas promessas nunca realizadas. De fato, têm-se mais 54 anos de ditadura em Cuba. Nada feito, além da miséria praticamente generalizada.

Campo minado


Cuidado aonde pisa!!!

Basta ler o noticiário (nacional e internacional) de um dia qualquer, que o desânimo ameaça se instalar em nossos cérebros. Variados artefatos estão plantados no entorno de nossas moradas, prontos para eclodir com violência. Atenção, explosivos!

Kaboom!

Kaboom!

Seguem alguns exemplos de bombas noticiadas recentemente sobre a atual realidade brasileira:

  • Fundos de pensão de servidores públicos aplicaram R$ 23 milhões em empresa de um doleiro”.
  • “Juiz federal de Curitiba manda prender onze acusados na operação Lava-Jato por evasão de divisas, lavagem de dinheiro, exportação de drogas e corrupção”. Maravilha!
  • Presidente do Congresso adia novamente a instalação da CPMI da Petrobras”.
  • “Após terça-feira de caos, cinco empresas de ônibus não operam em São Paulo”.
  • Ministro do STF, Teori Zavascki, suspende inquéritos e concede liberdade a todos os presos da Lava-Jato”. Enlouqueceu…
  • “PT não indica nomes para integrar a CPMI da Petrobrás”.
  • Governador de Mato Grosso [PMDB] é detido pela Polícia Federal”.
  • “Enquadrado na “CPI entre amigos“, Gabrielle poupa Dilma por compra da Refinaria de Pasadena”.
  • Juiz federal de Curitiba alerta sobre risco de fuga dos acusados na Lava-Jato”. Pelo menos um que “pensa sem os bolsos!”
  • “Paralisação de policiais tem adesão de 14 Estados e do DF”.
  • Teori Zavascki revê sua decisão: só será solto o ex-diretor da Petrobras”. Estranho… Soltar logo este!
  • “Médico cubano é investigado por suspeita de abuso de grávidas”.
  • A Rose não precisa falar comigo para chegar no Lula, diz Paulo Okamoto”.
  • “Teori diz que recuou de prisões para evitar ‘decisões precipitadas’ na operação Lava-Jato”.
  • Virada Cultural [SP] acaba com cinco pessoas baleadas e duas esfaqueadas”.
  • “Rosemary Noronha fez chantagem contra governo Dilma”.
  • Metroviários entram em estado de greve e ameaçam parar na próxima semana”.
  • “Haddad chamou movimento dos motoristas de ônibus de guerrilha”. Trata-se de um nanico mental!

Essas são algumas das notícias recolhidas apenas nos últimos três dias. E o mais grave é o fato de que há quem entenda esse estado como “fruto da inteligência estratégica” da situação. Em nossa opinião, trata-se do cenário de “delinquência política”.

Vale lembrar que o próximo presidente da República indicará (nomeará) cinco novos juízes do STF. Vários comentaristas políticos observam a hipótese de reeleição da atual mandatária. E é com muito espanto que, neste caso, avisam acerca da certeira nomeação de mais “cinco estagiários do PT” para as vagas, visando a presentear o Executivo com o domínio absoluto da Alta Corte do Judiciário.

Pasadena versus Abreu e Lima


O poente da petroleira

Cada barril da nova capacidade de refino da Refinaria do Nordeste custará cerca de US$ 87 mil à Petrobras, sete vezes mais do que em Pasadena“, diz o jornalista Jeb Blount, em artigo sobre o caso. Para ler o artigo, publicado em 11/04/2014 pela Reuters Brasil, clique aqui.

Refinaria de Pasadena

Duas coisas, dentre milhares de outras, assustam a sociedade brasileira neste 2014. No mínimo amedrontam sua parcela de cidadãos mais educados e informados. A primeira é a “demolição sumária da maior empresa brasileira”, executada por um partido político com auxílio das forças do Eixo que lhe dão suporte[1].

A segunda, a atitude descarada da quadrilha de oligarcas, fazendo uma “CPI entre amigos” no Senado, enquanto impedem o início da legítima CPMI, com Câmara e Senado presentes, que é direito constitucional irrevogável da oposição.

Mas a corja está atuando além do limite que lhe foi permitido. Começou a injetar temas discrepantes das finalidades previstas para a comissão parlamentar de inquérito. E, afinal de contas, CPI não é lista de compras na feira!

Num ato de completo desrespeito à determinação da mais Alta Corte do país, que lavrou uma CPMI específica a temas vinculados somente à Petrobras – decisões escabrosas, prevaricação, recebimento de propinas, lavagem de dinheiro, etc. –, passou a fingir que investiga o Porto de SUAPE, que opera há décadas em Pernambuco (desde 1983).

Se a ideia dos corrupmentares é buscar estórias do passado para passar o tempo, sugere-se que investiguem a fundo a criação do cubismo por Pablo Picasso, que ocorreu por volta de 1910. É provável que venham a descobrir seus escândalos, para depois se lambuzarem e babarem sobre o Picasso.

De toda forma, a CPMI da Petrobras será instalada, nem que se tenha de aguardar a Copa e mais o mês para “descanso dos patifes do parlamento”. Assim sendo, prevê-se para agosto o início de uma investigação mais profunda dos graves desvios cometidos por agentes secretos do partido e forças do Eixo.

O que deverá ficar claro à nação brasileira, após concluída a CPMI da Petrobrás, é o fato que salienta Jeb Blount em seu artigo: os custos da “burricede Pasadena devem ser muito inferiores aos da corrupção de Abreu e Lima.

……….

[1] Este é o fundamento do dito “presidencialismo de coalizão”ou, escrito na forma expandida, presidencialismo oligárquico, mensaleiro, mensalista, corrupto e fascista.

Maduro, quase podre


Ricardo Kohn, Escritor.

Em 1961, o DSE (Departamento de Segurança do Estado), mais conhecido por G2, foi criado pela ditadura cubana. Sua finalidade era fazer “contraespionagem” e fomentar movimentos da esquerda na América Latina. A ideia era implantar a URSAL ou União das Repúblicas Socialistas da América Latina. Exemplos da ação cubana, com vistas a conduzir outras nações ao regime comunista, aconteceram no Chile (1970), na Nicarágua (1967) e em Porto Rico (1974), dentre outros. Grande quantidade de agentes foram infiltrados em vários países.

Cerca de 1500 cubanos, após serem recrutados para o G2, receberam cursos intensivos dados pela KGB, em Moscou. Inclusive Che Guevara e outros menos afamados pela comunidade internacional da esquerda. Eram cursos de “operações de inteligência”, segundo afirmava a propaganda soviética. Formavam e treinavam “Agentes de Contraespionagem”.

Escultura de David Cerny, feita para criticar a aproximação do governo tcheco com o Partido Comunista

Homenagem aos ditadores marxistas que ainda tiranizam seus povos, tal como Maduro.

Entretanto, com a extinção da URSS, em dezembro de 1991, Cuba perdeu o apoio monetário que recebia para manter e divulgar a “franquia do comunismo soviético”. Os agentes que ainda estavam vivos, aos poucos foram sendo congelados, pois Cuba perdeu a condição para mantê-los infiltrados no exterior.

Segundo a imprensa, assiste-se hoje uma espécie de invasão de cubanos em alguns países sul-americanos, com ênfase para a Venezuela, Bolívia e Brasil. É um fenômeno distinto da grande massa de cubanos que, no passado, seguiu para os EUA. Ou foram exilados por Fidel Castro ou tornaram-se fugitivos do regime ditatorial imposto pelo “revolucionário et caterva” àquele Estado.

A quadrilha de Fidel exilou mais de 2 milhões de cubanos. Outras centenas de milhares de cidadãos fugiram de Cuba em barcos antigos e vulneráveis, colocando a própria vida em risco. Estavam aterrorizados pelos quadrilheiros do comunismo arbitrário que criou o “Paredón”.

Há várias estimativas do número de cubanos que foram executados a mando do ditador, mas cerca de 20 mil vidas ceifadas pela quadrilha é a estimativa que mais persiste até hoje.

Um quadro inesperado

É do conhecimento mundial que a maioria dos atuais representantes cubanos (diplomatas?), senão todos, são “agentes infiltrados” nos países em que atuam, seguindo ordens expressas de “El Caballo” (codinome de Fidel, segundo “su pueblo” sobrevivente).

Contudo, em um dia que pode ser dentro em breve, todos serão sepultados: El Caballo, seus diplomatas e suas ordens expressas. Junto com eles, decerto naufragarão os “idiotas arbitrários” que governam países sul-americanos e insistem em seguir uma “variante obscena da ideologia castrista de Fidel [1]”.

─ “Por que é uma variante e por que é obscena?”

Sem entrar em detalhes, compara-se ao jogo de xadrez: chama-se variante de uma defesa à forma distinta de responder ao ataque das pedras brancas. Por exemplo, uma forma diversa da consagrada “Defesa Francesa”, todavia, com movimentos similares das pedras pretas. Assim, cria-se um novo padrão de defesa, ou seja, uma variante.

A quadrilha de Fidel atuou sempre em brutal ataque, sem adotar qualquer variante do modelo vermelho, jogado por bolcheviques em 1917. Cuba tornou-se Estado Comunista e o assunto foi definitivamente encerrado. Contudo, seu povo continua a viver em condições lastimáveis há mais de meio século.

Já alguns países sul-americanos adotaram uma variante, pois, de forma descarada, divulgam-se como Repúblicas Democráticas, ainda que sejam semelhantes a ditaduras castristas. Adotaram a “variante Antônio Gramsci”, onde a mentira continuada, defendida por jargões de baixo nível, torna-se verdade absoluta. Não há necessidade sequer de terem um Presidente. Basta ter um palhaço, um “Bobo-da-Corte”, de preferência descarado e analfabeto funcional.

Segue-se com a obscenidade ideológica. Na qualidade de ditador, Fidel liderou uma única quadrilha da ilha, verdade seja dita. Se por descuido houve alguém que haja tentado criar sua própria quadrilha, foi executado de forma sumária, junto com seus dedicados quadrilheiros. Vista por esse ângulo, a ditadura cubana, sob nenhuma hipótese, pode ser acusada de ser obscena. Apenas de patética.

Por outro lado, obscenos e patéticos são certos governantes da América do Sul. Alguns participam de várias quadrilhas de meliantes políticos, dado que “democratizaram os desvios do erário público”. O caso mais grave, motivo deste artigo, é o da Venezuela. Nicolas Maduro, o estranho sucessor de Hugo Chávez (ex-amante de Fidel), mais parece um motorista de caminhão desgovernado quando decide no governo daquele Estado. Basta constatar que nas prateleiras dos mercados não há alimentos suficientes para oferecer a seu povo. A inflação é crescente e falta energia. O eficiente Maduro amadureceu tanto que está a cair de podre. Considera-se um xamã, pois há poucos dias disse ter avistado a face de Hugo Chávez dentro de um túnel!

Segue-se para a Bolívia e seus 65 Presidentes, desde sua independência, em 1825. Em média, cada presidente “governou o país durante 2,7 anos”, embora eleitos para mandatos de 5 anos. Possui cerca de 10 milhões de habitantes e é multiétnico, com indígenas, mestiços, europeus, asiáticos e africanos habitando suas terras. Seu atual presidente, o indígena cocaleiro, Evo Morales, eleito em 2005, foi líder sindical dos produtores de coca.

Evo é outro fiel admirador de Fidel, dada sua oposição político-guerrilheira aos Estados Unidos. Obviamente não esteve envolvido em qualquer dos litígios de terras que, no passado, a Bolívia teve com Chile, Argentina, Brasil e Paraguai. No entanto, esse sindicalista cocaleiro, então na qualidade de Presidente da Bolívia, decretou em 2006 a nacionalização das reservas de óleo e gás exploradas pela Petrobras, Repsol, British Gas, British Petroleum e Total. Segundo a imprensa, a Petrobras teve suas instalações ocupadas por forças do exército boliviano. Posteriormente, foram estatizadas, talvez em troca de punhados de folha de coca.

Aliás, dizem que a única indústria que cresceu de forma expressiva na Bolívia foi a da cocaína, que entra pela fronteira brasileira, trafega pelo Brasil e segue para seus demais clientes, europeus e estadunidenses. Embora não haja certeza desse informe, é um caso que deveria interessar às autoridades policiais e da inteligência brasileira.

O populismo arraigado

Faz praticamente 11 anos que a ideologia do poder que governa o Brasil é populista, ou seja, tenta agradar a sulistas e nortistas, a pobres e ricos. No entanto, o populismo não constitui uma ideologia; na verdade é justamente fruto da falta dela. Além disso, o custo monetário de sua manutenção é muito elevado e não traz quaisquer resultados sociais, apenas vantagens pessoais para outros companheiros populistas.

Há quem chame o populismo de “ideologia de palanque”, onde um líder dito carismático, portando seu megafone, faz promessas ao povo que nunca cumpre. Nesta medida, Hitler foi o maior populista da História mundial.

Governantes populistas mentem a seus povos e aproveitam-se dos cargos que ocupam para usufruir as vantagens de verdadeiros monarcas. Todos ficam ricos, levam vida de luxo e fausto, são verdadeiros nababos. Alguns são lançados na eternidade pela propaganda que seus povos pagam.

Na América do Sul, há diversos deles em atuação. São filhotes mal ajambrados de Fidel Castro. O que deve ser observado são os resultados de seus governos em termos de educação, saúde, infraestrutura de transporte, saneamento básico, alimentação e capacidade de receber investimentos.

Hoje, Cuba e Venezuela são nações falidas. Bolívia e Brasil devem tomar cuidado, pois tudo leva a crer que estão a rolar ladeira abaixo, sem freios.


[1] A expressão “castrista de Fidel” não é uma redundância. Neste caso, castrista significa “que ou quem castra a liberdade e até mesmo o direito de pensar das pessoas”. Trata-se de um brutal castrador filosófico que, sempre quando achar necessário, executa sumariamente aquele que não concorda com suas ideias.

Não estou a entender porra alguma


Simão-pescador, Praia das Maçãs.

Simão-Pescador

Simão-Pescador

Desculpe-me as palavras, decerto inadequadas para algumas culturas. Mas, depois de receber em casa meu caro “Velho Sênior”, o melhor mal educado brasileiro que conheci na vida, percebi que, por vezes, devemos dar vazão até mesmo aos nossos piores impulsos subterrâneos.

Aliás, em minha opinião, trata-se de uma catarse essencial para pessoas da minha idade. Creio que todo ato espontâneo faz-nos viver poucos anos a mais. É como se fora um cálculo matemático, resultado de uma regra de três. A cada palavrão proferido vive-se por cerca de mais seis meses, como dizem daqui, os antigos pescadores das Maçãs.

Desde que o jovem Quincas instalou meu acesso à internet e ensinou-me a pesquisar sobre o Brasil – lembrem-se que tenho filhos que moram lá –, notei uma estranha mudança em meu comportamento. Sozinho na biblioteca, passei a falar palavrões em cada acesso que fazia às notícias brasileiras.

Aos poucos tenho notado as causas de minha mudança de humor. Nas revistas e jornais que fiz assinatura online, as principais notícias diárias são de extrema degradação: assaltos a bancos, assassinatos de pessoas, falência da segurança e da estrutura de ensino público, importação de 4000 médicos cubanos, precária infraestrutura na saúde pública e esquemas eleitoreiros desavergonhados.

Além disso, segundo as notícias da imprensa, governantes e políticos brasileiros cometem de tudo: desvio de verbas públicas, corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, um tal de “crime de peculato”, “lavagem de dinheiro”, evasão de divisas e mais sei eu o quê. Trata-se de um degenerado salve-se quem puder.

Cá nas Maçãs, nós chamamos a todos esses delinquentes de ladrões, vagabundos ordinários que precisam habitar penitenciárias. Não perdemos nosso tempo a considerar sua família, procedência, partido político, nível de pobreza, poder de riqueza ou instituição em que fingem trabalhar. Vão todos diretos para a mesma prisão!

O quadro do mensalão, sem risco de dúvida, parece-me o que se pode chamar de “sorrateira ditadura progressiva”. E posso explicar: é um cenário onde indivíduos com graves patologias morais, desviaram os altos impostos pagos pela sociedade brasileira para “comprar e derrotar”, de maneira completamente absurda, qualquer resquício de democracia que ainda teimasse em existir no congresso brasileiro. Isso foi um crime de lesa pátria, crime hediondo contra a nação brasileira. Cadeia com eles!

Tenho assistido em “tempo real” o aparente processo final do julgamento dos mensaleiros. São onze juízes da Suprema Corte a debater recursos ditos legais pelo código penal brasileiro. Parece-me irreal quando vejo alguns juízes da própria corte a defender os acusados que já foram julgados e condenados, alguns por unanimidade! Por sinal, juízes de índole duvidosa para um leigo como eu. Juízes que deveriam, por questões éticas, considerarem-se impedidos de votar na ação penal 470. Mas não, votam e defendem descaradamente os condenados.

Devo dizer que, se piorar um pouco o quadro atual da justiça brasileira, notadamente em sua Alta Corte, o Brasil corre o risco de não condenar mais nenhum criminoso de colarinho-branco, fato que tem sido normal no Brasil. Ao contrário, no caso, todos os mensaleiros hão de receber bônus monetários pelo sucesso dos crimes que cometeram, através de “ladroagem em continuidade delitiva”.