Livre mercado ou comunismo


Ricardo Kohn, Escritor.

Para explicar a falácia dos combates entre “direita e esquerda”, sempre utilizada por “políticos de palanque” no Brasil de hoje, é necessário retornar ao período de 1990 a 1991. Garantem vários historiadores que, entre janeiro de 1990 e dezembro de 1991, aconteceu a extinção da União Soviética, sob o governo de Mikhail Gorbachev.

Nesse período, as repúblicas até então dominadas pelos “ferros da Rússia Stalinista” firmaram sua independência daquele regime totalitário. Em síntese, a superpotência militar da União Soviética dissolvera-se de forma inapelável, tal como bosta rala em corredeiras.

Acontece que essa nova realidade foi proporcionada pelo próprio Gorbachev. À época, diante do caos econômico vivido pelo povo soviético, realizou duas reformas significativas e até então impensáveis por governantes ditos comunistas:

  • A reestruturação econômica do Estado soviético, a notória perestroika; e
  • Implantação da política de transparência no governo, a conhecida glasnost que, por sinal, teria sido muito relevante para o Brasil dos últimos doze anos.

Na visão “sonhática” de Gorbachev o sistema econômico poderia ser qualquer um, mas o Estado haveria de ser humanizado. É óbvio que enfrentou graves ameaças, inclusive tentativa de golpe de Estado. No entanto, na maioria das nações que estiveram amarradas a este bloco, aprisionadas pela farsa do comunismo, essas reformas vigem até hoje, mas sob a regência da economia de livre mercado.

Dois sistemas que não cabem no mesmo espaço!

Esta bandeira jamais será a brasileira!

Em verdade, o comunismo jamais existiu na face da Terra. Se o marxismo já era obra de um filósofo enfermo da cabeça, o que se dirá das doutrinas sanguinárias dele decorrentes, como stalinismo, leninismo, castrismo e outros ‘ismos‘. As ideologias do domínio imposto foram regidas por ditadores, capazes de atos inimagináveis para se manterem no poder, verdadeiros sangue-sugas da nação.

Dessa forma, ditadores da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas precisavam ter bases para a dominação: a população domada, a viver alienada na miséria; e “camaradas“, guardiões do partido, a ficarem cada vez mais bilionários com suas locomotivas da corrupção.

De toda forma, esse cenário se esgotou, evaporou-se há mais de duas décadas. Os casos isolados de ditaduras comunistas no planeta asseveram a fragilidade das republiquetas que as impõem. Nelas há um estado permanente de “pé de guerra”, de ódio e discriminação, de fome, subjugação do outro e miséria. É quase certo que seus dias estejam contados.