Dúvida que persiste


A reeleição de Dilma Rousseff para Presidente da República é um fato consumado. Valeram os esforços em contrário e a favor. Afinal, vive-se em um Estado Democrático. Está um pouco aleijado, bastante interventor, mas ainda é tido como uma democracia. Acrescente-se, mambembe.

Se alguém não compreendeu os resultados desta eleição, deverá se acostumar. Pelo menos durante quatro anos há de conviver com a mesma coisa. Ao que tudo indica, com as “velhas engrenagens partidárias”, que se entendem proprietárias o Estado, a atuar de maneira autoritária, arrogante e ostensiva.

Todavia, para mais da metade dos eleitores brasileiros, conscientes disso ou não, resta uma dúvida acerca do processo eleitoral:

─ “Alguém se recorda de qualquer ‘eleição eletrônica’ em que o Tribunal Superior Eleitoral apenas informou a votação dos candidatos a presidente nos últimos momentos da apuração, quando já não havia mais qualquer chance para a oposição?”

Ou seja, “o que justificaria a falta de transparência do TSE na apuração presidencial?” Não se tem essa informação e parece que na ‘memória eleitoral eletrônica’ ela também não existe.

Urna rejeitada em mais de 60 países democráticos

Urna rejeitada em mais de 60 países democráticos

E ficará sem existir, até que, num ato verdadeiramente democrático, o TSE, sem juízes partidários, troque as urnas eletrônicas existentes. Coloque em seu lugar urnas de 3ª geração, que facilitam auditorias de segurança. Somente dessa forma o eleitor brasileiro terá mais garantia de que o voto que deu a um candidato foi realmente contabilizado para ele.

Fomos bloqueados


Desde ontem, a partir do início do combate entre os dois candidatos à presidência, os PC de nossa rede perderam o acesso às redes sociais, ao Google, G.Mail, Chrome e alguns sites com ferramentas da internet.

Só conseguimos acessar este blog, dado que reside em provedor estrangeiro. Dessa forma, tornamo-nos uma ilha deserta. A sensação é muito ruim, é como ser malogrado por desconhecidos.

Mas o tráfego já começou a “menos piorar”. Agora, pela manhã, acessamos alguns veículos da imprensa. G1 e O Globo, nem pensar, sem nenhum acesso. No entanto, a Folha de São Paulo e o Estadão estão pândegos. Mais ocupados em informar os enganos cometidos pelos candidatos em sua fala. Chamam de “exageros e imprecisões”. São educados, afinal.

Entretanto, aos olhos de eleitores com menor escolaridade, essa prática os nivela por baixo em termos de argumentos, conhecimento da informação e, sobretudo, motivação para discursar mentiras. Parece que os dois veículos de informação acreditam que ambos os candidatos são patranheiros. Será que isso seria obra da “dita imparcialidade”?

Na falta de outra imagem, veja o crescente desmatamento da Amazônia

Na falta de outra imagem, veja o crescente desmatamento da Amazônia

Sobre o debate dos candidatos, teríamos muito de dizer durante seu curso. Contudo, como fomos bloqueados por defeito na transmissão da internet, fazemos uma breve síntese do que pudemos perceber:

  • Aécio e Dilma estavam relativamente calmos, se comparados aos debates anteriores. Não houve tantas agressões falaciosas da candidata.
  • Dilma não respondeu a nenhuma pergunta efetuada por Aécio. Em resposta, limitou-se a incendiar com patranhas o governo do PSDB, ocorrido no século passado.
  • Porém, a candidata se esqueceu que, antes de seu governo, houve 8 anos de PT que, com a “política da marolinha”, iniciou a destruição da economia brasileira.
  • Dilma continuou a afirmar que ela, ao invés do Estado, irá construir uma série de promessas, iguais as feitas por ela mesma a quatro anos atrás. Incrível como se acha poderosa…
  • Sobre a corrupção instalada no sistema público, envolvendo o aparelhamento de ministérios, agências nacionais, empresas estatais, bancos públicos, Aécio finalizou uma pergunta de eleitor indeciso a dizer que uma “medida está acima de todas e não depende do Congresso Nacional: vamos tirar o PT do governo!

Haveria muitas coisas a serem ditas, mas ficamos com estas para não cansar os leitores. Dessa forma, encerramos esta análise de bloqueado com uma resposta de Dilma a um indeciso, que queria saber acerca da política da previdência social que pretende fazer.

Para perplexidade de toda população brasileira, disse que mudará a idade mínima para a aposentadoria de trabalhadores, propondo 85 anos para mulheres e 95 para homens que trabalham.

Perguntamos: Em qual nação vive essa senhora? Na nossa ou no Brasil Maravilha que sua propaganda instila impiedosamente?

Afinal, prezados leitores, quem terá saúde para ser pedreiro, pintor de parede, eletricista ou chumbador de ferragens aos 95 anos?

É urgente tirar o governo do PT!

Pesquisa eleitoral particular


Zik-Sênior, o Ermitão.

Zik Sênior, o eremita

Zik Sênior

São tantos “institutos duvidosos” a fazer pesquisas eleitorais, que resolvi fazer a minha. Sou ermitão sim, mas só quando tenho bons motivos. O principal deles é nunca permitir que entrem em minha casa mentirosos, vigaristas, canalhas, ladrões, vagabundos, corruptos e políticos vassalos.

Por outro lado, é com extrema alegria centenária, que afirmo ter milhares de amigos do peito. Para eles não sou ermitão. Todos nós temos os mesmos princípios de vida, sem ligação com ideologias ordinárias, construídas às avessas por quem ficou rico sem saber o que é trabalhar. Roubam tudo o que podem, mesmo no estado a que chegou o país, um deprimente bagaço social e econômico.

Como hoje o tempo para mim é lucro, fiz o plano para uma pesquisa eleitoral particular. Executei-o em três dias, a enviar e-mail a todos os amigos. Milhares deles, que moram por todo o Brasil. O texto foi simples e direto:

─ “Em quem você vai votar no 2º turno, Aécio ou Dilma? Um abraço do Zik”.

Aconselho que façam essa experiência, peguem seus “cadastros de contatos” e enviem esse e-mail para “Todos”. Mas não se esqueçam de trocar o autor do abraço.

Enviei 89.656 e-mails, em grupos de dez. Em cinco dias já tinha de volta o voto de “87.999 amigos do peito”. A cada e-mail que abria, meu coração palpitava acelerado. Mas tive poucas surpresas. Ruim mesmo foi saber que perdi 1.657 amigos. Mas confira na tabela de contagem que resumi, melhor que a tal da “urna eletrônica” usada pelo TSE.

Pesquisa para o 2º turno

% de votação

Erro
Votos em Aécio

85.012

94,82%

0%

Votos em Dilma

2.987

3,33%

0%

“Votos falecidos”

1.657 1,85%

0%

Os resultados dessa pesquisa particular dão o que pensar, mas você vai me dizer que a amostragem que fiz é viciada. Claro que é viciada, só pesquisei dentre brasileiros honestos! Ainda assim, o “poste” recebeu 3,33% de votos a favor. Deve até ficar “iluminado” por ter recebido quase 3 mil votos de cidadãos honestos. Com lâmpadas queimadas, é óbvio.

Mas fico a pensar: e se eu fizesse a amostragem inversa, visando a saber a intenção do voto no 2º turno apenas de vagabundos e corruptos? Quais seriam os resultados?

Mesmo não sendo muito bom nesse negócio de análise de tendências, ouso dizer que a vitória seria a mesma, embora com diferença apertada. Vagabundos e corruptos andam por aí, soltos pelas ruas. Se acharem que o placar será a favor da oposição, esteja certo que mudam de lado de forma automática. São especialistas em vagabundear e corromper, que se dane a ideologia de quem vencer, por que eles vão se propor a “abraça-la com dedicação”.

Hoje ocorreu mais um debate entre os candidatos. Creio que todos assistiram. Embora Aécio haja tentado debater programas de governo, Dilma optou pelo pugilato político. Em minha opinião, levou uma bela sova.

Dilma demonstrou em cadeia nacional, mais uma vez, que sua dificuldade em conciliar verbos, frases e ideias é extraordinária. Não diz coisa com coisa, foge da luta com ar prepotente e sofre quedas de pressão convenientes.

Não há como imaginar que essa senhora possa conduzir o país para qualquer lugar que não seja o de sua mutilação final.

Tiroteio na escuridão


Visando a esclarecer eleitores brasileiros, o primeiro debate televisionado dos candidatos à presidência da República em 2014 foi assustador, além de inconclusivo para a maioria dos que assistiram ao que terminou em um embate. Enfim, foi muito pouco esclarecedor, mesmo com a excelente mediação de Ricardo Boechat.

Debate 2014

Ao analisar as atitudes dos três candidatos que possuem chance de se elegerem – em ordem alfabética, Aécio, Dilma e Marina –, fica evidente que não convergem em posturas e soluções. Muito embora, todos aparentem que desejam “a paz social e o desenvolvimento do país”.

A candidata Dilma, em sua usual atitude patética, não respondeu a qualquer das questões que lhe foram formuladas. Foi evasiva todo o tempo e propagandeou as patranhas de seu governo, manipulada pelos “condões mágicos de seu criador”. Não é necessário falar mais a seu respeito, dado que se conhece os resultados de seu desgoverno, os inúmeros escândalos de corrupção ocorridos na Petrobrás (quando era Presidente do Conselho) e o esgarçamento do setor elétrico do país. Sobre esta candidata pesa ainda a má gestão da macroeconomia, a fuga apavorada de investidores produtivos e a falência de segmentos do setor industrial. Recebeu zero! Nota zero!

A candidata Marina, segunda colocada nas pesquisas de intenção de voto (segundo o Ibope), decidiu por si só que é a terceira via, a grande aglutinadora de todos os partidos políticos. Diz que vai governar o país com todos os inimigos partidários se digladiando.

Todavia, não foi capaz de explanar quais serão seus focos de governo, sobretudo em termos de política econômica, industrial, da saúde com “médicos cubanos”, o que vai fazer com a corpulência do Estado petista, seus 40 ministérios e o aparelhamento das instituições. Apenas quis mostrar ser a única alternativa para o eleitor brasileiro que anseia por mudanças. Mas como as fará, diacho?!

Esqueceu-se que seu passado político demonstra coisas estranhas e sem conclusão. Quando foi PT, a Ministra da “Metade do Ambiente” já dava ares de “sacerdotisa de palanque”. Nada fez de relevante em termos da política ambiental brasileira e, de certa forma, foi expulsa do cargo por Dilma.

Porém, logo ingressou no PV, na qualidade de mera hospedeira política. Decidiu levantar bandeiras contra o agronegócio e as grandes fazendas produtivas, mas não deu certo. Na sequência, com bandeiras arriadas no chão, tentou criar seu próprio partido, a “Rede de Zumbis Ambientais”. Como não obteve êxito, desistiu de conquistar o poder público máximo da República por essa via.

Assim, a política hospedeira, vetor da endemia da desagregação, decidiu se juntar ao PSB, como vice na chapa de Eduardo Campos. E o que fez? Dificultou grande parte dos apoios políticos que Eduardo precisava e conseguira nos estados. Afinal, ela não poderia subir em palanques com representantes da “Velha política”, pois perderia sua nobreza espiritual. Munida com seu dicionário de jargões indecifráveis, após o recente falecimento do candidato, criou em sua cabeça esotérica o que chamou de “Nova política”.

Mas o que isso significa?! Talvez algo próximo de seus “termos filosóficos”, onde “sonháticos”, “agenda plasmante” e “centralidade da necessidade” são parte de seu mantra acreano. Enfim, trata-se de uma pessoa autoritária que se autoconsidera messiânica e impõe, através de uma “ditadura silenciosa”, ser idolatrada como salvadora por seu bando de “sonháticos”. Recebeu zero! Nota zero!

O candidato Aécio foi o mais pertinente em sua atuação, compreendendo as óbvias finalidades de sua presença no debate. Respondeu relativamente bem as questões que lhe foram feitas, apesar de ter seu partido escoiceado pelas duas candidatas, em situações nas quais sequer esteve presente ou delas participou com decisões. De forma singular, respondeu com ironia às agressões que lhe fizeram.

Porém, também não há muito mais o que falar sobre Aécio. Basta rever o nível da governança pública que realizou em dois mandatos sucessivos no governo de Minas Gerais. Os resultados dos benefícios implantados para educação, segurança e saúde são notórios. O mesmo para a melhoria da infraestrutura rodoviária do estado, dentre outras ações de governo que merecem análise. Sendo assim, na medida do pouco que foi esclarecido pelos candidatos presentes, que deram preferência ao duelo pela ignorância, recebeu 45! Nota 45!

Contribuição para o programa

Entrevistas com candidatos isolados são mais oportunas do que programas de debate político. Sobretudo, com as regras ultrapassadas que são consensuadas pelos candidatos. Criam processos antigos, que dificultam ao eleitor obter boas informações e votar com mais consciência.

Dir-se-ia, esses debates induzem a seleção do voto pela emoção do instante. Talvez a maioria dos eleitores não pense que vai eleger um Estadista para um mandato, alguém que foi formado para sê-lo. Estadistas não caem do céu, não são vendidos em bancas de jornal, nem emergem das selvas com “boas intenções de donzela”. Escolhas emocionais são tiroteios na escuridão, podem arrasar uma nação.

Então, visando a melhorar os resultados dos debates políticos, propõe-se quatro medidas que mudam o modelo desses programas:

  • Cada candidato grava uma entrevista individual, com duração no mínimo ½ hora. Os jornalistas políticos do canal fazem as perguntas.
  • Para essa entrevista, cada candidato deve estar acompanhado de sua equipe de assessores. Afinal, somente ditadores soberanos e dementes comandam uma nação sozinhos, no máximo com auxílio de bandos de vassalos.
  • A gravação de todas as entrevistas deve ser feita simultaneamente, para que nenhum candidato copie o programa de governo dos demais.
  • Por fim, realizar ao vivo o programa de debates, após cada conjunto de entrevistas gravadas, que servem como prova documental das propostas completas de governo.

Patacoada televisiva


Ricardo Kohn

A imprensa em geral deseja cumprir seu papel de informar às pessoas. Assim tem sido desde sua origem, na Suméria e na Mesopotâmia, há cerca de 38 séculos. Não existia papel e as informações eram eventuais, esculpidas em tábuas de cera e argila.

Com essa mesma finalidade, a informação somente passou a ser oferecida periodicamente durante o Império Romano, através da Acta Diurna (59 a.C.), com notícias gravadas em tábuas de pedra, afixadas no Fórum para informar ao público.

Muitos povos de diversas regiões contribuíram para a evolução da imprensa. Porém, destaco o criador da prensa móvel, Johannes Guttenberg, que em 1.440 construiu um abecedário de caracteres avulsos. Os textos eram gravados em placas de madeira ou chumbo, podiam ser multiplicados e distribuídos às pessoas. Esse foi o prenúncio da imprensa atual.

A partir de Guttenberg, a evolução foi notável. Diversas ferramentas foram criadas para disseminar informação de interesse público. Hoje têm-se impressoras operadas por terminais de computador, a fotocomposição que substituiu a linotipia e as tecnologias de telecomunicação, a agilizar sobremaneira a imprensa contemporânea.

Os meios de divulgação, dessa forma, foram bastante ampliados: jornais, revistas, televisão, internet e computadores pessoais estão disponíveis para bilhões de pessoas no mundo. Bateladas de informação podem chegar a essa “clientela” em questão de segundos.

Entretanto, se no passado a preocupação era criar ferramentas adequadas para a imprensa, hoje a ênfase se dá na qualidade da informação que é distribuída pelos diversos meios disponíveis ao público. Assim, está criada a indústria mundial da imprensa, que requer uma complexa organização para produzir seus veículos e conteúdos de qualidade.

Não tenho conhecimento de como deva ser organizada essa indústria. Porém, na qualidade de “consumidor das informações”, posso e devo analisar seus resultados, sobretudo para não sofrer intoxicações de seu conteúdo.

No período eleitoral que o Brasil está vivendo (sofrendo), as redes de televisão promovem uma série de entrevistas com candidatos a cargos do executivo – governador e presidente. Insinuam que são importantes para que os candidatos sejam igualmente conhecidos pelo público. Tenho sérias dúvidas quanto a isso.

Os resultados que tenho assistido, por sinal com muito interesse, são repórteres, jornalistas e “âncoras” espicaçando os entrevistados, a encurralá-los com questões secundárias, boatos e provocações sobre atos passados e esclarecidos. Martelam sobre as mesmas perguntas, inúmeras vezes já respondidas. Não se trata, pois, de uma entrevista, mas de uma inquisição.

Derrotados pela patacoada

Vítimas da patacoada

Enfim, atuam como se fossem promotores públicos, agridem-nos pelo prazer de tentar que o público televisivo acredite que têm mais poder que os próprios candidatos. Vejo a falta total de conteúdo. Uma bazófia descarada!

Raros são os jornalistas que vi questionarem um entrevistado sobre seu programa de governo. Mesmo assim, formulam perguntas que não têm como serem respondidas na etapa da candidatura:

─ “Caso o senhor seja eleito presidente, qual a medida que vai tomar para acabar com a inflação renitente?”

Ao receberem a resposta do candidato, prudentemente evasiva, mostram-se escandalizados e continuam o ataque:

─ “O senhor está dizendo que vai conter a inflaçãomelhorando expectativas’?!”

Em minha opinião, trata-se de uma estúpida patacoada televisiva. E o pior, depõe contra a ética da própria emissora, da qual são meros empregados e não dirigentes.

Considero que “programas de entrevistas” a candidatos podem ser muito bons para informar aos eleitores. Entretanto, os que tenho assistido são fracos, parciais e tendenciosos. São “pegadinhas” que estimulam a fuga de votos (abstenção, voto em branco e anulação). Isso não é o que o povo brasileiro deseja e clama.

Para melhorar os resultados desses programas, adotaria três medidas básicas:

  • Devem ter sua duração ampliada, para no mínimo ½ hora;
  • Cada candidato deve trazer sua equipe técnica. Somente ditadores dão ordens a seu superego baldio;
  • As gravações devem ser feitas simultaneamente, para que nenhum candidato copie as propostas dos demais.

De outro lado, creio que seria adequado realizar uma mesa de debates entre os candidatos após cada programa.

Tempo: encerro esse texto aqui, pois acabo de receber a triste notícia do acidente aéreo sofrido pelo candidato Eduardo Campos, em Santos, SP. Uma perda insubstituível para sua família e lamentável para a política. “Os bons morrem ao acaso, mas vivem impunes os que merecem esta desgraça”.

Pare e dê meia volta!


Essa trilha dá em nada.

Era junho de 2004 e o músico Chico Buarque de Holanda foi entrevistado pelo jornalista Rodolfo Fernandes, editor do jornal O Globo. Durante a conversa Chico sugeriu que Lula criasse o “Ministério do Vai dar Merda”. Segundo ele, o ministério funcionaria do seguinte modo:

─ “A cada decisão importante, esse ministro seria chamado. Se o governo decide recadastrar os idosos, o Lula convoca o ministro e pergunta: “Vai dar merda?” O ministro analisa o caso, vê que os velhinhos vão ser humilhados nas filas, e responde: Vai dar merda.[1]

Definitivamente, Lula não seguiu esse sábio conselho. Em compensação, criou 38 Ministérios de Merda e quase conseguiu demonstrar à sociedade que se tratavam de órgãos imprescindíveis para a gestão do Estado Brasileiro. Mas apenas do Estado, em proveito de poucos, pois a Nação, propriedade de todos, ficou para ser atendida amanhã. Tal como consta na placa do botequim: “Fiado só amanhã”.

A nação espera sentada há 11 anos por esse amanhã. “Nunca na história desse país” o aparelhamento da máquina pública foi tão inconsequente. O número de agentes infiltrados do partido governista não pode sequer ser estimado. Apenas são colhidos os resultados nefastos obtidos por suas diversas facções. O azedume ácido dos mesmos destrói o olfato e o bolso de qualquer cidadão que não concorde com o dito “governo de corrupto-coalizão”.

Coalizão para fazer o quê?! E a resposta pode ser assustadora:

─ “Para criar nesses 11 anos um número incontável de escândalos políticos descobertos pela imprensa e pela Polícia Federal. Sobre o Ambiente publicou um texto que lista alguns desses casos de corrupção. Assim, não há motivo para repeti-los aqui. Porém, se alguém desejar mais detalhes e informações, clique no link Alzheimer Político Coletivo”.

A despeito da pequena parcela da sociedade que ainda detém capacidade crítica, Lula inventou sua substituta e a elegeu. Suas principais charangas políticas foram o Bolsa-família e o PAC – Programa de Aceleração do Crescimento. Este último, é igual a drogas anabolizantes que aceleram a massa muscular das pessoas no curto prazo, mas que, logo adiante, as matam do coração, bastante enfraquecidas.

A “gerentona” Dilma foi apelidada por seu criador como Mãe do PAC. Logo outros apelidos surgiram: Mama PACA e Mama PAC, dada a grande quantidade de dinheiro público que se esvai, como rosca sem-fim, em obras superfaturadas e inacabadas.

Obra parada do VLT em Brasília

Obra parada do VLT em Brasília

Segundo a ONG Contas Abertas, até o final de 2009, somente 9,8% das obras do PAC foram concluídas e 62% não saíram do papel.

Em veículos da imprensa de hoje vários articulistas analisam de forma crítica o Governo Dilma. Destaca-se o texto do historiador Marco Antonio Villa – Triênio para esquecer –, publicado em seu blog, o qual ele fecha dizendo:

Dilma Rousseff encerra seu triênio governamental melancolicamente. Em 2012, o crescimento médio mundial foi de 3,2% e o dos países emergentes de 5,1%. E o Brasil? A taxa de crescimento não estava correta. A “gerentona” exigiu a revisão dos cálculos. O PIB não cresceu 0,9%. O número correto é 1%! Fantástico”.

O chamado “livro-bomba”

Conforme divulgado pela imprensa, durante cerca de dois anos Romeu Tuma Jr. (ex-Secretário Nacional de Justiça do governo Lula – 2007 a 2010) deu depoimentos sobre sua vida pública pregressa ao jornalista Cláudio Tognolli.

Resultou desse longo trabalho de dissecação política, um livro assinado por ambos – “Assassinato de Reputações – Um Crime de Estado” –, a ser lançado em breve pela Editora Topbooks, com 557 páginas que falam sobre os pesos e medidas da mão esquerda dos “grandes políticos que mandam no Estado Brasileiro”.

Diz o delegado Tuma Junior, formado em direito, que, além da documentação que já consta do livro, ele possui mais documentos arquivados para provar vários itens do texto final de Assassinato de Reputações.

Devem ser aguardadas as verdades ou mentiras narradas neste compêndio. Afinal, antes de conhecer seu conteúdo, não há por que especular sobre a ética do autor principal.

De toda a forma, sobre os melhores políticos da situação nacional, deve-se lembrar que alguns deles hoje se encontram encarcerados em penitenciárias públicas. Talvez estejam faltando outros nomes de ilustres ladrões públicos.

Mas lembrem-se: o Jogo de Gato e Rato ainda não terminou.


[1] Texto extraído de nota no blog do jornalista Dacio Malta, publicada em 16 de setembro de 2010.

O neurônio político


Por Zik Sênior, o Ermitão.

Zik Sênior

Zik Sênior

Tenho acompanhado nos jornais os acontecimentos políticos mundiais, com ênfase para os que ocorrem no Brasil. Aos 104 anos de idade tenho todo o tempo do mundo para ler e fazer pesquisas pela internet.

Foi assim que descobri um espaço digital que só trata de conversas e falações de políticos. Em cada texto o jornalista faz comentários quase sempre cômicos sobre o autor. Trata-se do Sanatório Geral, que é uma seção do blog de Augusto Nunes. Não sei quantos prédios, alas e salas tem este Sanatório, mas decerto é gigantesco, pois a quantidade de pacientes e das besteiras proferidas é muito grande e diária. Uma solenidade de asnices sem fim.

Ontem fiquei durante mais de 12 horas estupefato ao ler as falações políticas proferidas, bem como as chacotas provocantes de Augusto. Imaginem, compilei, mesmo com bastante seletividade, cerca de 13 páginas de asneiras monumentais!

Como seus autores são muito variados, assim como as circunstâncias e temas sobre o que falaram, optei por apresentar apenas um autor, que se destaca sobremaneira na sua forma inteligente de fazer política.

Transcrevo a seguir, como mais um registro de minha passagem neste planeta, algumas falas da Sra. Dilma Rousseff, candidata à reeleição para a Presidência da República. Todas têm um título, a data em que foi proferida e as considerações do Sanatório. Saliento o fato de que não consegui descobrir quem é um tal de “Celso Arnaldo”, sempre citado pelo Sanatório. Acho que só pode ser um diretor executivo da instituição.

A esperar a licença do jornalista Augusto Nunes e equipe, mas com respeito, e obviamente sem cerimônia, reproduzo uma pequena parcela de seu rico material informativo. A sátira é ancestral e verdadeira. Portanto, receba meus parabéns pela criatividade do que é capaz de nos apresentar, com base em fatos corriqueiros da nossa putrefata democracia.

Seguem, grafados em bege, discursos, verborreias e textos da “presidenta”.

Neurônio em parafuso, em 07/08/2013

“E é essa a forma pela qual um país vira uma grande nação, porque uma coisa é um grande país, outra coisa é uma grande nação. Uma grande nação é grande porque a sua população é grande. E nós só podemos ser de fato um país desenvolvido, não é se o nosso PIB crescesse – é também –, não é só se nós descobrimos mais riquezas, é também, mas é, sobretudo, se nós mudarmos radicalmente a qualidade da educação prestada às crianças e aos jovens deste país, e também aos adultos, porque também adulto não pode pará (sic) de estudar, não”.

Hoje, na cerimônia de inauguração do campus avançado da Universidade Federal de Alfenas, internada por Celso Arnaldo ao dar um exemplo extraordinário de adulto que parou de estudar e chegou à Presidência da República.

Neurônio espacial, em 18/07/2013

“Se a gente for olhar essas manifestações de junho, nós vamos ver que elas foram feitas por quê? Por que elas foram feitas? Por causa do seguinte: uma característica do ser humano nos distingue e nos transforma em capazes de fazer, de sair da idade do bronze e colocar um voo na lua. Qual é essa característica? É querer mais, é cada vez querer mais, como aquele pessoal que você tentava e tentava”.

Nesta quinta-feira, durante inauguração de estações do metrô de Fortaleza, internada por Celso Arnaldo ao revelar que os manifestantes de junho pararam o Brasil porque agora querem ir da Idade da Pedra a Marte.

Antecipando o antecipado, em 04/06/2013

“Mas hoje eu queria antecipar – até porque eu falei disso ontem – algumas, praticamente uma questão, que engloba tudo o que eu vou antecipar”.

Na cerimônia de lançamento do Plano Agrícola e Pecuário 2013/2014, internada por Celso Arnaldo ao antecipar o que já foi antecipado antes de ser antecipado novamente.

Neurônio atrapalhado, em 15/05/2013

“Porém esse processo está sub judice, e a MP que define essa parte, essa parte dos royalties que é royalties, participações… essa parte da lei, aliás royalties, participações especiais e os recursos do pré-sal, destina à educação… essa lei, ela está parada porque ela está sub judice. O Supremo Tribunal está avaliando essa questão, se é ou não é inconstitucional ou não”.

Tentando dizer alguma coisa sobre royalties numa variação do dilmês ainda não catalogada por Celso Arnaldo.

Neurônio de porre, em 11/05/2013

“E hoje aqui eu aproveito a posse do ministro para mais uma vez – eu fiz esse anúncio, ali quando eu compareci em São Paulo à posse da Associação Comercial de São Paulo e do presidente da Federação de Associações Comerciais do Estado de São Paulo – eu fiz um anúncio que foi que nós estamos reduzindo os juros desses empréstimos de 8% para 5%, portanto juro zero”.

Na posse de Guilherme Afif Domingos, revelando em dilmês de botequim que, para o neurônio solitário, 5% é igual a zero.

Neurônio ministeriável, em 10/05/2013

“E por que um novo ministério? No Brasil nós temos de ter e de reconhecer que é necessário um processo de expansão para depois abrir um processo de redução e assinamento”.

Na cerimônia de posse de Guilherme Afif Domingos, titular da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, o 39º ministério de seu governo, internada por Celso Arnaldo ao insinuar que, antes de se saber o que é “assinamento”, vamos chegar fácil aos 50º.

[Neurônio] Não entendeu, em 07/05/2013

“Mas voltando desse parêntese, a destinação dos royalties do petróleo. Ela não é trivial. Eu enviei para o Congresso quando vetei a medida, aliás, vetei parte da Lei dos Portos, dos Portos não, dos Royalties, e era do Petróleo, que mudava os contratos para trás, em uma afirmação que o Brasil tem que respeitar contratos gostando dos contratos ou não, não é uma questão de vontade, é uma questão de respeito à lei. Porém esse processo está sub judice, e a MP que define essa parte, essa parte dos royalties que é royalties, participações… essa parte da lei, aliás royalties, participações especiais e os recursos do pré-sal, destina à educação… essa lei, ela está parada porque ela está sub judice. O Supremo Tribunal está avaliando essa questão, se é ou não é inconstitucional ou não”.

Na posse da nova diretoria da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo, internada por Celso Arnaldo ao insinuar aos empresários presentes que a lei dos royalties ainda está sub judice no Supremo porque nenhum ministro entendeu o que a presidente quis dizer e persiste a dúvida se é ela inconstitucional ou não ou vice-versa.

Como é que é?, em 05/05/2013

“E nós, agora, estamos fazendo por um método brasileiro. Me desculpem… Não, não vou falar isso, não, porque é uma dó. É um método brasileiro que é o seguinte. Nós, agora, construímos e já beneficiamos… a gente não constrói… por exemplo, nós construímos um trecho e entregamos, e ele já dá água. Aí construímos outro e entregamos, e ele continua dando água, porque antes você construía o primeiro e o terceiro, e aí você não tinha um intermediário. Agora nós construímos por módulos. Eu chamo de sistema brasileiro para não chamar sistema de outro país. Eu não posso falar o outro país. Mas é… o sistema nosso agora é um sistema brasileiro, bem inteligente. Ficou bem inteligente o nosso sistema”.

Ao tentar explicar como é o novo e revolucionário sistema brasileiro de combate à seca, deixando claro que, se depender do neurônio solitário, o Nordeste inteiro vai morrer de sede.

Neurônio criativo, em 27/04/2013

“Por exemplo, eu vou dar um exemplo, morreu muita criação. Morreu muita galinha, morreu cabra, morreu boi, morreu criação. Então, nós vamos ter de retomar. Nós vamos criar um programa para retomar a criação. Justamente o bovino, tem de recuperar a criação. A mesma coisa com semente. Nós perdemos todas as sementes. E nós vamos voltar a distribuir”.

Diretamente do Portal do Planalto, avisando que, assim que chover no Nordeste, o governo vai semear bovinos, colher galinhas, criar sementes e plantar cabras.

Neurônio doentio, em 23/04/2013

“Nós colocamos à disposição das pessoas, nas farmácias populares, nas farmácias populares que se chamam Aqui Tem Farmácia Popular, são as privadas, coloca à disposição tanto remédios para hipertensão como remédio para insulina”.

Na coletiva de hoje no Palácio do Planalto, internada por Celso Arnaldo ao anunciar uma boa nova: a partir de agora, as farmácias populares, também conhecidas como as privadas, passarão a oferecer remédios para essa doença ameaçadora chamada insulina.

Neurônio comprometido, em 03/04/2013

“Eu queria dizer para vocês, nesta noite, aqui no Ceará, em Fortaleza e nessa escola, o compromisso forte, o compromisso que é um compromisso que eu diria o maior compromisso do meu governo. Porque é que o compromisso com a educação tem que ser o maior compromisso de um governo”.

Na cerimônia de inauguração de uma escola de educação profissional em Fortaleza, internada por Celso Arnaldo ao deixar bem claro que tem compromisso com o compromisso.

Para os que tiverem interesse na leitura dos absurdos proferidos por todos os “artistas políticos” brasileiros e sul-americanos, cliquem em Sanatório Geral.