Os pântanos estão a secar


Ricardo Kohn, Gestor do Ambiente.

Dizem as ciências do ambiente que manguezais ou mangues são ecossistemas em transição – de marítimos para terrestres –, berços de boa parte da fauna silvestre do planeta. Situam-se em fozes de rios e protegem o nascimento de peixes, crustáceos, ostras e certos predadores, os quais embora tenham seu habitat preferencial no continente, alimentam-se neste ambiente. Por sinal, informa-se aos novos gourmets que destes manguezais são extraídos, às vezes pela força, os ditos “frutos do mar”; aqueles de que se refastelam à mesa, ao sabor de bons vinhos.

De fato, a biodiversidade dos mangues é sensível a ações provindas de agentes externos, sobretudo aquelas cometidas pelo sapiens. Por volta de 300 anos atrás, a costa brasileira era rica, recoberta por inúmeros manguezais. Mas, em grande parte, foram desflorestados – deflorados – e sua fauna jovem acabou por se perder: ou foi predada pelos carnívoros mais atentos ou servida em restaurantes. É lamentável, mas muitos mangues se tornaram alimento para Estações de Tratamento de Esgotos – ETE. A Alegria dos esgotos Brizola

Existem manguezais em cerca de 123 países, a recobrir uma pequena área global, estimada em 152 mil km2. As principais ações que os impactam negativamente envolvem projetos portuários, industriais e de rodovias costeiras. Como se não bastassem, a própria população local descarta lixo nas áreas de mangue. Os efeitos diretos desse cenário são impactos adversos de larga escala: desmatamentos, alterações da drenagem superficial do solo, erosões, colmatações, assoreamentos, evasão da fauna, sua extinção local, além dos prejuízos sociais, estimados em US$ 42 bilhõesONU, 2014.

Imagem de manguezal devastado

Vista de um manguezal sem vida, devastado

O ambiente de manguezal responde às agressões que sofre, através de retroimpactos. Uma vez devastados, tornam-se pântanos, com tendência à secarem quando submetidos ao calor solar. Desse modo, com o roubo de suas fontes de nutrientes, merecem ser analisados como pântanos corrompidos. Portanto, deixam de ser observados pelas ciências do ambiente e, na qualidade de corrompidos, são explicados pela política.

Por que a política? Simples. As fontes estatais de nutrientes dos políticos secaram. Não há mais aonde roubar. Só lhes restaram os pântanos secos e corrompidos. Deseja-se aos suínos da política uma boa estadia no chiqueiro em que transformaram a nação. Alegria! Alegria!

Brasil em 4 Tempos


Ricardo Kohn, Escritor.

Acredita-se ser urgente uma expressiva reforma do Estado Brasileiro, focada na visão do livre mercado. Para resolver tal intento inicia-se com a descentralização do poder; segue-se com a limpeza geral do Estado; continua-se com um exuberante enxugamento; e conclui-se com a privatização de empresas públicas, todas prejudicais ao cumprimento da missão do Estado, qual seja: garantir educação, saúde e segurança a seus cidadãos. Desse modo, pretende-se assegurar que o Tesouro Nacional seja menos espoliado pelas incontáveis quadrilhas de corruptos, as quais prosseguem a pulular pelo país, tal pipocas acéfalas que dançam nas panelas da sociedade.

1º Tempo – o Golpismo

Imperador Pedro II

Imperador Pedro II

Com a deposição de Pedro II, o Brasil se tornou uma República (1889). O novo governo da União impôs o poder absoluto. De fato, a dita proclamação da república ocorrera a partir de um golpe militar, liderado por um marechal que, por sinal, sofria de dispneia. Décadas mais tarde, até criaram um verso que crianças cantarolavam nas escolas: “marechal Deodoro da Fonseca, perna fina e bunda seca”! Foi o primeiro deboche a um presidente da República.

Por conveniência, os donos do poder sempre gostaram de capachos para limpar a lama de suas botas. Muito embora o sistema republicano fosse presidencialista, o povo brasileiro tornou-se o capacho de seus dois primeiros dirigentes: os ditadores Deodoro da Fonseca (1889-1891) e seu vice, o também marechal Floriano Peixoto (1891-1894). Para dominar o poder absoluto, ambos ordenaram a extradição sumária da família imperial portuguesa. A ser assim, de 1889 a 1894, a recém-nascida república brasileira não chegou sequer a cumprimentar de longe a democracia; aliás, seu povo teve os direitos usurpados pelas ditaduras de então. Na verdade, a tal proclamação da república instalou um novo Império do Brasil, comandado por militares incompetentes, portadores de graves doenças.

Dado esse cenário inicial da República Federativa do Brasil, o primeiro terço do século XX foi marcado por várias crises econômicas, políticas e sociais. Chegaram ao seu auge com a Revolução de 1930, liderada por Getúlio Vargas, um populista extra e ordinário. Contando com o apoio de militares, o então presidente Washington Luiz foi deposto. Em seguida, Vargas fechou o Congresso, exonerou governadores e os substituiu por interventores federais. Ao cabo, foi nomeado “chefe do governo provisório” (1930-1934). Afinal, segundo a estória, prometera implantar reformas democráticas!

No entanto, em 1932 a oligarquia paulista tentou recuperar o poder através de uma revolução armada e, em 1935, socialistas se ajuntaram num movimento para a tomada do poder central, e deflagraram a Intentona Comunista. Embora derrotados, serviram de motivo para impedir novas eleições diretas. Foi desse modo que, em 1937, Vargas e seus asseclas militares realizaram outro golpe de Estado. Criaram o notório Estado Novo que serviu para estabelecer mais um regime ditatorial (1937-1945), dando a Vargas poder absoluto[1] de governar o que restara da nação. Foram 8 anos de populismo e corrupção pública, sempre garantidos pela violenta Guarda Pretoriana daquele ditador.

2º Tempo – a Mixórdia

Esse período tem início com o governo de Juscelino Kubitschek (JK, 1956-1961) e encerra-se com dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso (FHC, 1995-2002). Desse modo, o 2º tempo (1956-2002) foi iniciado e encerrado com a socialdemocracia como alicerce central do poder. Crises políticas, sociais e econômicas desabrocharam impunes no âmbito daquele socialismo, embora nunca realmente implantado.

Pode-se dizer que Kubitschek dedicou a maior parte de seu mandato à construção da nova capital. Recorda-se que o nome “Brasília” nasceu de uma sugestão feita em 1821, por José Bonifácio de Andrada e Silva. Portanto, mais antigo que a própria independência do Brasil. Já naquela oportunidade, religiosos e profetas aclamavam em seus púlpitos a futura grandeza de Brasília, a utópica cidade que garantiam se tornar a “Terra Prometida”, a “Terra da Esperança[2].

Com a estrutura de governo quase transferida para o Planalto Central, em janeiro de 1961, JK foi sucedido por Jânio Quadros, o Meteórico. Sua campanha para a presidência alardeava seu propósito de combater a corrupção – usava uma vassoura como ícone de limpeza e honestidade. Entretanto, em agosto do mesmo ano – menos de 7 meses após assumir –, renunciou ao cargo, sem explicações. Vale salientar que Jânio era um político com ideologia conservadora, adepto ao livre mercado e anticomunista. Com sua renúncia, após convulsões nas vísceras político-militares do país, o vice-presidente João Goulart (Jango) acabou por assumir o cargo vago (1961-1964).

Explica-se. Jango era gaúcho, nascido em São Borja. Filho de Vicente Goulart, dono de propriedades rurais com larga influência na região. Afinal, era amigo íntimo de Getúlio Vargas que, antes de se suicidar (?), apoiara Jango no início de sua carreira política: filiou-o ao PTB, partido que ele próprio fundara em 1945, tal uma seita particular, com base socialdemocrata e, obviamente, populista, própria dos ditadores sul-americanos de então. Destaca-se o general argentino, Juan Domingo Perón, receptor de nazistas e amigo próximo de Getúlio Vargas.

Quando Jânio Quadros renunciou ao governo, Jango visitava a República Popular da China, então ainda escrava do poder absoluto imposto por Mao Tsé-Tung. Os ministros militares daquela época tentaram impedir sua posse, pois apostavam que Jango mantinha ligações com o comunismo chinês e, possivelmente, o soviético[3].

De todo modo, meio a balbúrdia, Jango tomou posse da presidência em fins de 1961. No entanto, para acalmar o ânimo militar, foi implantado o sistema parlamentarista. Naquele mesmo ano, Tancredo Neves foi nomeado 1º Ministro. Por sinal, representava o PSD de Minas Gerais. Assim, mais uma vez, permanecia a vigorar a visão improdutiva da dita socialdemocracia.

Com Jango, cresce o poder de intervenção do Estado; empresas de todos os setores fenecem. O Plano Trienal proposto não foi aprovado pelo Congresso, dado a centralização de poder que fazia sobre a economia, sobretudo, a estatização de vários segmentos industriais – energia elétrica, refino do petróleo, setor farmacêutico –, e a legalização do Partido Comunista Brasileiro.

Instigado por um vermelho populista (Leonel Brizola), Jango cometeu ignomínias políticas. A mais grave se deu em março de ’64, conhecida como “Comício da Central do Brasil”. Diante de milhares de pessoas, com bandeiras vermelhas a tremular o apoio da esquerda, Jango (Brizola ao lado) insistia na desapropriação de refinarias que não pertenciam a Petrobras, além de implantar por decreto a Reforma Agrária, sem ao menos negociar com proprietários de terras, como fora seu próprio pai.

Verifica-se que meio a essa baderna, nesta arruaça, deu-se fim ao período “dito democrático” (1946-1964). O pano de fundo era Guerra Fria (EUA x USSR), mas Jango – a marionete abestalhada pelo corrupto Brizola –, parecia querer optar pela ditadura do proletariado, que de fato nunca existiu, a não ser páginas pseudo-filosóficas de Karl Max. Assim, com vistas a garantir a lei e a ordem, foi instalada a ditadura militar em abril de ’64, a qual, absurdamente, permaneceu ativa por 21 anos (1964-1985). No comando do governo central sucederam-se os seguintes militares: marechal Castelo Branco, marechal Costa e Silva, general Garrastazu Médici, general Ernesto Geisel e general João Figueiredo. Salienta-se que as ações extremas da “linha-dura” tiveram início sob as ordens de Costa e Silva. Há quem as justifique como resposta às atividades de grupos terroristas, tais como, Comando de Libertação Nacional (Colina), Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e Vanguarda Armada Revolucionária (VAR-Palmares), entre outros de menor peso. Diante desse cenário, nesse período a sociedade brasileira teve duas opções: ou conviver com a ditadura militar instalada, de cunho capitalista, ou aceitar a ditadura do proletariado, acompanhada das óbvias ameaças do comunismo à república democrática.

De fato, a maioria da população apoiou o governo militar de Castelo Branco, mesmo que fundado no autoritarismo. Naquela ocasião, diante dos quadros execráveis disponíveis, era melhor do que continuar a viver com as demências de Jango, sempre manipulado pelo vermelho safado, o corrupto-oportunista Leonel Brizola! Afinal, se a nação perdesse menos, pensava-se, talvez estivesse a ganhar alguma coisa.

Em suma, durante os 21 anos de Regime Militar o país recebeu vários projetos de infraestrutura. Do ponto de vista logístico, foi positivo, mas sem considerar a determinação do poder central: a estatização dos fatores produtivos. De outro lado, quanto aos aspectos econômicos e sociais, o comando militar resultou em desastres: a disparada da inflação, o óbvio desemprego, queda da produção, dívida externa a ultrapassar a casa de US$ 100 bilhões, e a nação fragilizada diante das crises globais (elevação da taxa de juros internacionais e choque dos preços do petróleo).

O retorno ao Estado Democrático foi consequência do desarranjo das instituições envolvidas. Os militares, liderados pelo General Golbery, determinaram a abertura política, desde que através de eleições indiretas. Assim, o novo presidente da República foi eleito pelo Congresso Nacional. Naquela contenda, de um lado teve-se Paulo Maluf, o representante dos militares; do outro, um opositor, Tancredo Neves. A vitória foi de Tancredo, mas estranhamente faleceu de doença grave antes de tomar posse. Dessa forma inimaginável, subiu ao trono o vice da chapa, um desconhecido escritor maranhense, José Ribamar Ferreira de Araújo Costa, vulgo Sarney.

Sem alongar a história, durante seu governo (1985-1990) Sarney implantou três planos econômicos – Cruzado, Cruzado II e Plano Verão. Todos fizeram água e a economia seguiu direto ao brejal, quer dizer, para o brejo. Como presidente da República, foi um boçal econômico. Congelou os preços de produtos e ordenou que os responsáveis por qualquer aumento fossem presos! Afora isso, distribuiu (sem licitação) mais de mil concessões públicas de rádio e TV, inclusive para sua própria família. Isto em troca de o Congresso dar-lhe mais um ano de desgoverno.

Mas com foco nos escorregões literários do maranhense, Millôr Fernandes publicou a síntese de sua obra: ─ “… até hoje as pessoas me cumprimentam como se eu tivesse escrito sobre “Marimbondos de Fogo” (um livro no qual Sarney atingiu apenas a mediocridade). Só em “Brejal dos Guajas” atingiria a oligofrenia literária, o bestialógico em estado puro”. Ressalta-se que Sarney dos Guajas, o incompetente e corrupto ostensivo, deixou para seu sucessor um pequeno problema: inflação de 1.764%, ao ano.

Quem o sucedeu foi Fernando Collor, o “Caçador de Marajás” (1990-1992).  Era um jovem bastante ativo que amava dar demonstrações públicas de virilidade. Dizia-se campeão de karatê e fazia corridas diárias pelas ruas de Brasília, acompanhado de estafetas. Filho de rica família formada por políticos profissionais[4], com vistas a conter a inflação que lhe deixara Zé Ribamar, o Caçador nomeou sua prima para o cargo de Ministra da Fazenda – Zélia Cardoso de Mello.

Durante sua breve estadia no ministério, Zélia cometeu dois planos econômicos – o Collor e o Collor II. No Plano Collor, implantado na calada da noite, Zélia congelou nos bancos os ativos dos brasileiros que fossem acima de Cr$ 50.000 (Cruzeiros). No Collor II, foram determinados novos congelamentos de preços. Desse modo, sem dinheiro a circular no mercado, instalou-se a rebelião popular e o afastamento da prima Zélia, em 1991, tornou-se inadiável. A última tentativa econômica de Collor foi com o Plano Marcílio, porém, incapaz de conter a hiperinflação – estava por volta de 1.200%, em 1991.

Apesar de liberal, defender as privatizações e o enxugamento do Estado – caso inédito até então – o egocentrismo de Collor deixou-o de calcinhas em público. Seu tesoureiro de campanha, o alagoano Paulo César Farias, vulgo PC, sofria denúncias de corrupção (o notório Esquema PC). Dada a estreita intimidade mantida pelos dois e a denúncia pública de seu irmão, Pedro Collor, investigações foram abertas e comprovaram diversos atos de corrupção cometidos por PC e Cia. Por ser legalmente responsável por aqueles que contrata, Collor de Melo sofreu processo de impeachment e foi condenado no Congresso. No entanto, já partira para Miami, onde morou cerca de 8 anos. Assim como seu pai, nunca foi preso e hoje, pasmem, é Senador da República!

Como vice-presidente de Collor, o engenheiro Itamar Franco (1992-1995) herdou o Palácio do Planalto. A hiperinflação colorizada voava na casa dos 2.300%. Justo por isso, havia um ódio instalado na população brasileira, que resultara das vigarices sucessivas armadas por Sarney e Collor. Porém, Itamar, talvez por ser mineiro, era bom negociador. Muito embora sua doutrina fosse a maldita socialdemocracia, nomeou bons ministros e mandou-os pensar na economia do país, ou seja, como estancar a hiperinflação e o que precisava ser feito.

Edmar Bacha

Economista Edmar Bacha

Foi então que seu Ministro da Fazenda, o acadêmico Fernando Henrique Cardoso (FHC), encontrou na PUC-RJ a possível solução para aquele quadro. Tratava-se do professor Edmar Bacha e sua equipe de economistas. Juntos com Bacha, três deles destacaram-se como criadores do Plano Real, além de gerirem sua complexa estratégia de implantação: Gustavo Franco, André Lara Resende e Pedro Malan. Através de medida provisória (MP-434) publicada por Itamar, o Plano Real iniciou sua implantação a 27 de fevereiro de 1994. Em junho do mesmo ano, vésperas das eleições gerais, a taxa de inflação já caíra para 46,58%. Itamar tinha vários candidatos à presidência que desejava apoiar. No entanto, todos desistiram desta ideia. Por fim, Itamar optou por indicar Fernando Henrique, que se sagrou vencedor já no primeiro turno.

Embora também se tratasse de um socialdemocrata convicto – aquela coisa imprevisível e muitas vezes imprestável –, Fernando Henrique (1995-2002) prosseguiu com medidas econômicas destinadas a consolidar a nova moeda e dar segurança da nação. Assim como a maioria da população brasileira, acredita-se que a privatização de bancos estaduais, da Vale do Rio Doce e da Telebras foram medidas capazes de atrair o capital estrangeiro para o país. É óbvio que a oposição, centrada na “velha esquerda”, urrava sem parar.

Todavia, havia questões importantes a considerar: ─ “A venda de bancos estaduais interromperia um ciclo organizado da corrupção pública que neles ocorria”? ─ “A sociedade brasileira obteria benefícios decorrentes do Plano Real e das privatizações”?

As crises econômicas do México (1994), da Ásia (1997) e, sobretudo, a da Rússia (1998), teriam trazido consequências ainda mais funestas para o país, caso as privatizações não houvessem ocorrido. Chega-se a refletir, aliás, que ainda faltaram muitas privatizações!

Contudo, FHC cometeu um grave erro político: aprovar no Congresso a Emenda Constitucional que lhe permitiu ser eleito para um segundo mandato (1999-2002). Mesmo assim, tornou a vencer o oponente no 1º turno. Porém, abriu espaço para a oposição radical e furiosa – a do PT e seus asseclas.

3º Tempo – a Extorsão

Este período teve início com os mandatos presidenciais do operário Luís Inácio Lula da Silva, o Molusco, (2003-2010), a passar pelos da economista Dilma Rousseff, o Poste (2011-2016), e, talvez, encerrar no mandato tampão do advogado Michel Temer, o Temerário (2016-2018).

Desde que o Brasil se tornou república, nunca houve um tempo de extorsão mais arrasador para a nação brasileira. Organizações criminosas foram criadas no período do Molusco, dedicadas a socializar a corrupção na cúpula dos poderes. Porém, o rei selvagem do populismo, parece ser caso encerrado. Encontra-se trancafiado por 12 anos, condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Além disso, após cumprir esta etapa na prisão, ficará inelegível por 8 anos. Sem contar outras penas que poderão ser somadas à sua já extensa “folha corrida”, uma vez que é réu em mais 7 processos. Nada mal…

Durante os “anos de chumbo” (1968-1974), o Poste pautava-se por dogmas marxista-leninistas; sofria da ideia fixa de implantar no Brasil, por força das armas, a “ditadura do proletariado” – aliás, por ser demente, acredita nisso até hoje. Com certeza, tratava-se de um poste que portava luz igual à de uma vela apagada. Apesar da sua demência, décadas mais tarde (2003), renasceu para a política através do execrável populismo do Molusco criador, o aberrante corrupto já citado.

Estes dois personagens, notórios em todos os continentes – Molusco e Poste –, conseguiram resultados soberbos: arrasaram a economia brasileira e implantaram o novo sistema de governo: a cleptocracia controlada pelo Molusco em pessoa, óbvio. Afora isso, ambos ainda são motivo de chacotas mundiais. E assim serão, enquanto viverem…

Para sintetizar o fundamento destes quatro mandatos pseudo-esquerdistas, cita-se a frase do saudoso diplomata Roberto Campos: “O PT é um partido de trabalhadores que não trabalham, estudantes que não estudam e intelectuais que não pensam”. Salienta-se que o PT sempre foi um partido de tramoias ou, mais, o Partido dos Trampeiros, aqueles que montam grandes trapaças com dinheiro público.

Logo após o Senado determinar o impeachment do Poste, seu vice, Michel Temerário, assumiu a chefia do executivo (agosto de 2016). Na breve fala de sua posse, nada disse contra a ratoeira econômica que acabara de herdar: inflação crescente, em alta; PIB em regressão violenta; juros maiores que os praticados pelos agiotas da máfia de Chicago; balança comercial arrombada; inigualável déficit fiscal; o dólar a disparar; por fim, ainda havia o programa “Desemprego para Todos”, que funcionava a pleno vapor (por sorte, não era elétrico).

Naquela ocasião, o doutor Temerário parecia adorar problemas sem solução. Para resolve-los nomeou uma razoável equipe econômica. Entretanto, nos demais ministérios, colocou velhos corruptos, todos sob o foco afiado da Lava-Jato! Além, é claro, de um corrupto idiota para comandar a Casal Civil. Parece claro que, desde 1889, o 3º Tempo constitui o pior desastre moral e econômico a que foi submetida a nação brasileira.

4º Tempo – a Desratização

Desde o início da República (1889), a sociedade brasileira assistiu seu poder ser tomado por doutrinas que buscavam o poder absoluto centralizado: várias ditaduras militares e uma civil, a ameaça pérfida do fascismo, o populismo exacerbado, a “simpatia” pelo nazismo, a presença quase constante da manipuladora socialdemocracia, a iminência do comunismo e, por fim, a “descarada cleptocracia” que se instalou no poder central. Foi desse modo que políticos ardilosos consumiram 129 anos de vida da população, a produzir medos e incertezas, além de aumentar o poder do Estado, visto pelo comportamento de seus governos centrais que empobreceram a nação em proveito próprio.

Todavia, ainda existem no Brasil inúmeros cidadãos otimistas, embora sejam minoria. No entanto, a depender do resultado das eleições gerais deste ano, acredita-se que poderá amanhecer um 4º tempo (janeiro de 2019). Será o tempo que a população estará capaz de reverter o cenário fatal em que vive, embora sequer admita. Mesmo que ainda se encontre na exata direção para onde o país caminha, a passos largos: o cenário de sua falência moral e econômica. Não há dúvida que este quadro ficou mais grave após os terremotos do corrupto 3º tempo, quando a sociedade se submeteu ao populismo e perdeu-se à deriva, alheia à própria vida.

Dessa forma, torna-se inadiável desratizar o Estado, ainda que sem envenenar ratos de qualquer espécie. Pode parecer uma visão amadora, mas os votos focados nas próximas eleições são suficientes para higienizar a nação.

De início, o foco dos eleitores deve basear-se no programa de governo anunciado pelos bons candidatos, ou seja, aqueles que não respondam a processos criminais, nem possuam “folha corrida” na Polícia Federal ou no Ministério Público. De fato, responder apenas a esse requisito básico, reduzirá bastante a lista de pretensos candidatos ao poder central.

Quanto ao Programa de Governo, espera-se que cinco abordagens estejam na visão de algum candidato que mereça receber o voto direto:

  • Acreditar na economia de livre mercado, pois chega de ditadura, populismo e socialdemocracia;
  • Tornar a Justiça Federal mais célere e efetiva, com vistas a garantir a segurança nacional;
  • Descentralizar o poder central para os governos estaduais e municipais;
  • Desratizar o Estado e enxugar seus cargos, funções e benesses espúrias, tais como: salários exagerados, lotes de assessores comissionados, carros com motorista, viagens ao exterior, auxílios especiais e empáfias similares;
  • Privatizar empresas, bancos e autarquias públicas, pois todas, além de estimular a corrupção pública, impedem o cumprimento da missão do Estado: garantir Educação, Saúde e Segurança a seus cidadãos.

Salienta-se que, sob a gestão do monarca Pedro II (1.840-1.889), o Império do Brasil era uma potência mundial, bem mais rico e consolidado que o Brasil de hoje.

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[1] Desde meados do século XIX, o historiador britânico John Dalberg-Acton [1834–1902] já ponderava com sua lógica cartesiana: ─ “O poder tende a corromper, e o poder absoluto corrompe absolutamente”.
[2] Hoje é notório que se trata da “Terra da Corrupção”, o sítio de onde se alastram quadrilhas com dois focos fundamentais: manter a incompetência instalada no poder central e socializar a corrupção pública, ou seja, determinar que qualquer “companheiro” tem direito a fundar sua própria quadrilha. Porém, desde que 2% do que arrecadarem sejam desviados para os cofres da “Quadrilha Central”.
[3] Realça-se que alguns políticos sabiam que Jango mantinha estreitas relações com dois partidos de esquerda, à época: o PCB (Partido Comunista Brasileiro, extinto) e o PSD (Partido Socialista Brasileiro), que há poucos anos se tornou populista, a praticar o impraticável “socialismo democrático”; que nada mais é do que “socialismo light”, sem “lutas de classe”.
[4] Arnon de Melo, pai de Collor, foi governador de Alagoas, deputado federal, três vezes senador, mas também notório assassino. No plenário do Senado, diante de muitos colegas, matou a tiros um senador do Acre, José Kairala, enquanto mirava no seu odiado senador, o alagoano Silvestre Péricles. Arnon nunca foi julgado. Foi, decerto, exemplo de virilidade para seu filho.

Só restou a filosofia


Ricardo Kohn, Aprendiz de Filósofo.

Desde há pelo menos duas décadas, a imprensa em geral centra seu noticiário em fatos da delinquência: tráfico de drogas, pedofilia, estupros, latrocínios, assassinatos em massa e, sobretudo, corrupção descarada. Veículos da imprensa se esmeram em narrar os detalhes dos crimes cometidos, assim como o sofrimento de familiares [dos executados, estuprados e drogados]. Em síntese, para as grandes empresas de comunicação, mostrar “o sangue alheio” tornou-se negócio lucrativo. Sólida mesmo, só restou a filosofia.

Porém, aqueles sapiens que se submetem a receber essa avalanche diária de crimes sofrem efeitos danosos em suas reflexões. Os veículos mais poderosos reformatam rapidamente seu noticiário, função da decadência da sociedade a que fingem informar. É óbvio que, com muita destreza e eficiência, contribuem fortemente para o ocaso desta mesma sociedade. Afinal, possuem redes mundiais de repórteres e comentaristas, sempre a trazer “em primeira mão” as notícias mais repugnantes. É insuportável o clima criado pela imprensa. A ser assim, apenas restou a filosofia.

Não há dúvida que os mais perigosos veículos da imprensa são canais de televisão. Muitas vezes mostram imagens da “realidade concreta” que não passam de “realidades imaginadas”. Em poucas horas de um dia criam, recriam, dizem e desdizem a transmissão das ditas realidades concretas. Causam uma enorme confusão de informes, sempre em busca de serem “em primeira mão”, a “darem o furo” pelas reportagens… É com base nessa “incitação de manadas” que é calculado o preço para seus patrocinadores e publicidades. Como realidade concreta, somente restou a filosofia.

Nasci no sul, em 1948, embora more no Rio há 64 anos. Com certeza, na segunda metade do século 20 não existia a fúria atual do tráfico de drogas, da pedofilia, dos estupros, dos latrocínios e da corrupção em massa. Naquela época ainda havia alguma filosofia na imprensa.

É espantoso, destarte, o cenário de conflito que a imprensa proporcionou, com a invenção do “nós contra eles”. Nasce no século 21, quando políticos corruptos, ávidos por poder, ganham espaço em veículos da imprensa, a divulgarem as mentiras de seu populismo. A eterna desculpa da imprensa é a tal da “imparcialidade”. Por isso, oferece seus meios para que os repugnantes se justifiquem diante do povo a que odeiam, pois só precisam do nosso voto para continuarem na ladroagem organizada. De fato, só nos resta a filosofia.

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Procurador ou Encontrador?


Por Zik-Sênior, o Ermitão.

Zik Sênior, o eremita

Zik Sênior

Com base em minha experiência de vida, que afinal não é pequena [mais de um século], sinto-me à vontade para afirmar que o Brasil perdeu as pernas para caminhar. Foram decepadas pela ação solerte da corja instalada no poder.

A sociedade civil está perplexa: financia, a pagar taxa de juros escorchantes, as práticas de um abominável setor público. Sabe que esse cenário foi causado pela corrupção continuada em autarquias, estatais e bancos públicos. Enfim, tem absoluta consciência que esse teatro de horrores foi montado por súcias associadas aos três poderes da República: “independentes, mas harmoniosos na ladroagem”.

Em síntese, uma previsão: graças ao decano desgoverno instalado há 12 anos, a estrutura do Estado foi saqueada de tal forma, que é razoável estarmos ancorados sobre uma pré-revolução civil[1]. A meu ver, este é o estado de ânimo de 200 milhões de brasileiros. Com essa intensidade, como arrotava o ladrão-apedeuta, “nunca na história desse país” ocorreu roubo similar.

Aos perdedores, a desonra e a cabeça

Aos perdedores, a desonra e a cabeça cortada em público

Através da “Operação Lava-Jato” [iniciada em março de 2014], a Polícia Federal investiga o ataque frontal aos cofres da Petrobras e órgãos financiadores. Decerto, quer iluminar os meandros tortuosos seguidos pelas quadrilhas. Até por que, numa parceria público-privada, afanaram somas astronômicas.

Muito embora não tenha como estimar até onde chegaram esses criminosos, meu chute é que o roubo do Tesouro Nacional foi da ordem de 80 bilhões de dólares, no mínimo. Ao que tudo indica, não ocorreu somente na Petrobras. É bem provável que Eletrobras, BNDES, Fundos de Pensão, Caixa Econômica e Banco do Brasil, hajam sido saqueados pelas mesmas quadrilhas público-privadas.

Creio que no Ministério Público haja um grande número de procuradores, muito bem pagos com o nosso dinheiro. Procuram bastante em pilhas de papel, mas nada acham. Então, faço aqui uma proposta: mudem esse cargo para “encontradores” e soltem-nos nas ruas como cães de ataque.

Do contrário, as quadrilhas continuarão a saquear, inaugurar obras superfaturadas e sorrir descaradamente para fotos.

……….

[1] Conflitos dessa ordem no país sempre receberam apelido de movimento social, rebelião de massa ou mesmo títulos estranhos, como Balaiada, Cabanagem, Sabinada e Guerra Paulista, que nada significam para os ignorantes em história. Todavia, de fato, todas foram revoluções civis, sempre funestíssimas para os derrotados. Mas a propósito, será que a sociedade brasileira será mais uma vez derrotada?

Crime e penalidade


Zik-Sênior, o Ermitão.

Zik Sênior

Zik Sênior

Trato neste artigo de temas relacionados que são polêmicos: crime, penalidade e maioridade penal. Por ter opinião formada sobre eles, apresento meus argumentos. Em síntese, mostro que as penas da justiça nada devem ter a ver com a idade do criminoso, mas com a gravidade do crime cometido.

Crimes hediondos – aqueles que requerem do autor alta perversidade e demência – não são cometidos por crianças.  “Menino de 3 anos estrupa vizinha após degolá-la” não é manchete que se leia em jornal. Nem mesmo nos países sem qualquer arremedo de segurança pública, como o Brasil.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), instituído no governo Collor (o demente) – Lei No 8069, de 13 de junho de 1990 – clama por ser desmontado e reconfigurado com rigor. É um fato que mistura no mesmo caldeirão de fogo dois grupos muito distintos, tanto em atitude, quanto na conduta. Crianças são inofensivas e, como se assiste diariamente, adolescentes têm-se mostrado sanguinários.

ECA é uma sigla infeliz. Não faz muito tempo que se exclamava “eca” quando se via ou tocava em coisa nojenta; era gíria de meleca. E esse estatuto retrógrado tornou-se nojento, “eca!”, nocivo à sociedade brasileira. Embora haja governantes e políticos sórdidos que o manipulam de forma sistemática, a confundir os reais direitos humanos com a obrigação do cumprimento de penas adequadas.

Afinal, criminoso no Brasil recebe “bolsa-presidiário”, em média maior que o salário-mínimo do trabalhador. Isto sem esquecer do dito ex-ministro que recebeu 39 milhões de reais (em propina), por “consultoria internacional prestada de dentro da penitenciária”. No meu entender, esse é crime bárbaro, estupro da sociedade.

─ “Tudo pelos direitos humanos! Então, como fica o direito das vítimas, seu calhorda populista”?!

Não concordo que haja maioridade penal para qualquer crime cometido. A meu ver, as penas precisam ser as mesmas para todos, sem depender da idade do autor. Todavia, repito: crianças de até 12 anos são inofensivas, não cometem crimes hediondos por iniciativa própria, nem devem ser penalizáveis pela justiça. Precisam receber educação gratuita de qualidade.

Pornografia online


Por Ricardo Kohn, Escritor.

Era só o que faltava: “vírus pornográfico” ataca milhões de usuários de uma certa rede social. Alastrou-se pelo mundo inteiro, tal “jato hipersônico”, próximo à velocidade da luz. Essa troça de mal gosto ficou, durante cerca de 15 horas, a multiplicar-se de forma exponencial. Enfim, viveu-se horas de “terror internacional”.

De fato, os usuários mais pesados (heavy users), muito viciados em computador pessoal, logo perceberam que o vírus não estava em seus equipamentos, mas na própria rede em que fora “instalado”. Assim, o ataque era irreal, apenas função das “imagens virais” que afetavam a moral religiosa e pudica de usuários da rede.

A equipe técnica da empresa responsável pela rede, como era previsto, solucionou o problema: eliminou todas as “imagens perniciosas” durante a noite. Dessa forma, hoje tudo voltou ao normal. As páginas de usuários em pânico amanheceram “limpas”, sem as visíveis “ofertas sexuais”, que tanto constrangem cidadãos hipócritas e cínicos.

Ontem, minha página foi “invadida” apenas uma vez. Quando percebi, limpei-a. No entanto, recebi incontáveis mensagens de seres desesperados, a pedir coisas estranhas: ─ “Formate o HD de seu laptop!”. Cansado, acabei por responder: “Com certeza, farei essa estupidez”. Afinal, diria o quê?

O chamado “vírus de computador” é um código criado por delinquentes (hackers), que se instala na máquina e os permitem “roubar documentos pessoais”, “movimentar a conta bancária de terceiros”, “apagar softwares e arquivos”, dentre outras façanhas. Contudo, os prejuízos das vítimas de hackers são limitados e, via de regra, resolvidos sem grandes perdas.

Vírus bêbadoEntretanto, há o “vírus da sociedade” que é implacável e mais poderoso que os criados pelos hackers. Embora ainda não se saiba quem o identificou, recebeu o nome científico “Cleptocratas ssp”. Porém, é mais conhecido pelo nome vulgar: Corrupto.

Sem dúvida, as ações do “Cleptocratas ssp” são depravações de princípios. E é fato que delas derivam torturas, assassinatos, latrocínios, peculatos, desvios do erário público, lavagens de dinheiro, evasão de divisas, enriquecimento ilícito dos companheiros e, por fim, a miséria dos povos que dominam. Treinaram várias quadrilhas especializadas deCleptocratas”, visando a cumprir com essas metas.

De toda forma, concluo que criaram cenários de pornografia social, pois copulam sem parar com a vida dos cidadãos; levam-nos a quadros lamentáveis após as sevícias que sofrem.

Mas, de toda forma, é muito curiosa a atitude dos usuários das redes sociais. Pelo menos no Brasil, partilham com amigos fotos e vídeos com diversos “Cleptocratas brasiliensis”. Fazem críticas a esses seres elementares, acossam-nos sem parar, mas se esquecem que isso ilustra a própria disposição em aceitar a “pornografia admitida”.

A propósito, alguém tem ideia de quem seriam os hackers e crackers que inoculam vírus em redes de computadores? Isso é essencial para puni-los, trancafia-los em penitenciárias.

Paradoxalmente, muito embora todos os “Cleptocratas brasiliensis” sejam mundialmente conhecidos como ladrões públicos, perambulam livres pelas ruas, acima de qualquer punição e, pasmem, fazem planos para o futuro!

Retorno do Chupa-cabra


Simão-pescador, Praia das Maçãs.

Simão-pescador

Simão-pescador

Lembro-me que surgiu nos Estados Unidos a estória do Pé-Grande ou Sasquatch, tido como parente próximo do “Abominável Homem das Neves”, o Ieti, “estoriado” na China e no Tibete. Esses dois paquidermes lideram a lista de bichos estranhos que, supostamente, vivem entre nós, em áreas frias recobertas por arremedos de floresta: as pobres matas de coníferas, sem meios para prover de alimentos os grandes omnívoros.

Porém, há outros animais que merecem atenção. Destaco o “Símio-de-Bondo”, que dizem ser encontrado na República do Congo. Os que o avistaram afirmam que é produto da cruza entre gorila e chimpanzé. Curioso, mas que eu saiba essas duas espécies de primatas não têm o hábito de acasalarem entre si. Mesmo assim, se o fizeram alguma vez, pergunto: como seus netos se reproduziriam até formarem uma nova espécie? Claro que nasceriam aleijados pela intensa consanguinidade e, obviamente, extintos pela fatalidade genética.

Mas também há o esdrúxulo Chupa-cabras. Possui porte raquítico, com cara de cão sarnento e raivoso. Dizem que chupa todo o sangue de cabras, galinhas e outros animais domésticos. Porém, é deveras instigador o facto que o bicho marca sua presença apenas em certos países do terceiro mundo. Tanto é assim, que seus inventores afirmam tê-lo visto somente na República Dominicana, Costa Rica, em Honduras, El Salvador, Nicarágua, Panamá, Bolívia, no Brasil e Argentina.

Uma breve digressão: acredito que em Cuba e na Venezuela os “Chupa-cabra” foram extintos. Decerto, foram assados para remediar a fome daqueles povos, que sobrevivem sem alimentos, em estado de miséria.

De toda sorte, há tempos que não vejo no noticiário mundial novos informes sobre a presença desses animais inventados. Nem dos primatas gigantes – Sasquatch e Ieti –, divulgados como habitantes das maiores potências mundiais, nem do Chupa-cabra raquítico, sugador oficial depescoço de galinha”, considerado um “esperto” no terceiro mundo.

Movido por uma curiosidade matreira, própria dos velhos pescadores, passei a analisar com mais acuro as notícias provindas da América Latina. Até por que, desejava descobrir que fim levara o tal Chupa-cabra oficial. Será que ele se metamorfoseara em outro sugador, agora de terno e gravata, com aparência doméstica e inofensiva?

Flagrante do Chefe dos Chupa-Cabra, em plena metamorfose no Planalto

Flagrante do Chefe dos Chupa-cabra, em plena metamorfose no Planalto

Recortei notícias de jornais e revistas que poderiam ter conexão com “sugadores” em geral. Fiquei com uma montanha de informação inútil sobre “colibris”, “abelhas” e “borboletas”. Mas Quincas (meu neto postiço) salvou no seu computador fotos e vídeos encontrados na internet, quando pesquisava por “Chupa-cabra” e “sugador”.

Foi assim que encontramos os “Sanguessuga”, tanto os da fauna silvestre em países tropicais, quanto os da política latino-americana. Estes últimos, sem dúvida, são Chupa-Cabras do Tesouro Nacional, de cofres públicos e das contas bancárias do povo.

Tenho quase duas toneladas de recortes de jornal que provam essa incontida situação imoral. Quincas fez um banco de dados para montarmos o Ranking Latino-Americano do Chupa-cabra. O Brasil ganhou disparado a Medalha de Ouro, como proprietário da Maior Alcateia de Sugadores Oficiais Ativos da América Latina, quiça do mundo!

O populismo é selvagem


Equipe Sobre o Ambiente’.

Todo líder populista é sórdido e mentiroso. De cima dos palanques, ajoelha-se e jura à nação que, caso eleito, satisfará a todos os direitos do cidadão. Às vezes, até consegue demonstrar à plateia amestrada suas inumeráveis falácias. Diz ele, a gritar com gestos largos: “educação, saúde e segurança são os direitos básicos domeu povo”; no meu governo, essas coisas vão ser as melhores em toda a história deste país!”

Calhorda! Estas são necessidades primárias e essenciais de qualquer cidadão, em todas as nações civilizadas do ocidente. Tratam-se, portanto, de dever do Estado Democrata atende-las com máxima universalidade. Caso contrário, não havendo justas explicações públicas, os dirigentes precisam ser alijados do poder de forma sumária, posto que, ou são incompetentes ou líderes da corrupção instalada no governo.

O único direito adquirido pelo povo carente: ser pedinte.

O único direito adquirido pelo povo carente: ser pedinte.

Direitos inalienáveis do cidadão são a própria vida, a liberdade e a propriedade que consegue construir, através de seu trabalho. Estes são os três pilares básicos a que o Estado Democrata precisa garantir de forma objetiva, sem apologia desonesta.

Populismo latino-americano

Na história recente das repúblicas latino-americanas, o populismo floresceu no Brasil, durante a década de 1930. Teve como pai o advogado Getúlio Dornelles Vargas, durante a primeira fase dos seus primeiros 15 anos de governo[1], de 1934 a 1937. Vale frisar que, sob acusações de corrupção, provindas da imprensa e de parte da sociedade, suicidou-se em 1954, segundo conta a história divulgada pela claque dominante.

Por outro lado, houve um espelho político de Getúlio na Argentina, com imagens nítidas nos 11 anos dos governos de Juan Domingo Perón e de seus lastimáveis imitadores. Pela ordem: Isabelita Perón, Carlos Menem, Néstor Kirchner e, por fim, a inconsequente Cristina Kirchner, que até hoje arrasa o país que diz governar.

Têm-se a sensação de que líderes populistas, que nunca aderem a qualquer ideologia (para eles tanto faz), são primos-irmãos de ditadores. Seus sonhos na vida pública consistem na janela que abrem para fazer “doações de agrados ao povo”. Querem ser reeleitos pela eternidade e adquirir o controle total de todos os poderes do Estado.

De certa forma, Fidel Castro, em Cuba, é um caso clássico de tirano ditador, com fortes veias populistas: exímio mentiroso, assassino contumaz e sórdido corrupto.

No passado, Fidel foi entrevistado por um dito frei brasileiro, justo para mostrar ao continente americano a “paixão que o povo cubano” possuía pelo líder da ditadura comunista, instalada na ilha desde 1959.

Inclusive, há um filme que foi gravado para eternizar essa entrevista, onde o dito frei, decerto louvado por seu deus, esqueceu-se de mostrar fuzilamentos e torturas cometidas pelas forças castristas contra parte de seu povo. Mas, sem dúvida, houve genocídio em Cuba. Se muitas centenas de cidadãos cubanos foram executados, milhares deles fugiram aterrorizados da ilha, em canoas improvisadas, rumo aos EUA.

Ao fim, graças ao “sucesso de Fidel Castro e seus ilibados terroristas vermelhos”, na cabeça de certos políticos da América Central acenderam-se centelhas do poder. Todos queriam ser “revolucionários como Fidel“: donos da força, líderes do partido único; e, obviamente, trocar a distribuição de alguma “bolsa-esmola para miseráveis” pelo próprio direito a levar vida de nababo, com a produção de filmes biográficos e estátuas. Várias nações centro-americanas sofreram com esse delírio. Destacam-se a Nicarágua, o Panamá e a Guatemala.

O criminoso fenômeno castrista também se irradiou pela América do Sul. Teve a liderança de populistas chilenos, venezuelanos, equatorianos, bolivianos e brasileiros, dentre outros. Em especial, na Venezuela, Equador, Bolívia e Brasil o “terrorismo revolucionário” sobrevive. Ora sob a forma da agressão ditatorial ao povo (Hugo Chávez e Maduro), ora através da ação de descarada de governantes analfabetos (os líderes desses países, à exceção do Equador, que tem no comando um alucinado temerário, sem norte).

Populismo brasileiro

Há cientistas políticos que teorizam o populismo como “o conjunto de práticas ordinárias, no mais das vezes expressas pelo discurso apátrida, que deseja estabelecer relações diretas entre o líder e a massa popular“. Visa assim a obter apoio às suas iniciativas políticas, sem ser intermediado por instituições públicas, partidos ou sindicatos.

Na prática brasileira, essa teoria é assim objetivada: “líder populista é o vigarista carismático que consegue imprimir suas mentiras na mente dos que julga serem seu povo”.

No Brasil eles foram e são muitos[2]. Não querem a democracia representativa, a menos que seja apenas a de seu único partido político. A ideia que tiveram e têm em comum é implantar a falaciosa “democracia participativa”, pois, além de liderarem “organizações de impostores sociais”, sempre se acreditam capazes de manipular importantes lideranças da sociedade. Não se tem dúvida, na verdade, trata-se de implantar a “democracia de quadrilhas companheiras”.

O alvo tático dos populistas brasileiros pode ser assim formulado: ou se tornam os ditadores da nação ou serão seus interventores. Em ambos os casos, enquanto receberem apupos do povo, promovem o desmanche das instituições públicas e da economia nacional.

Muito embora seja uma tática de alto risco, até mesmo nos “eternos países do futuro” – Brasil e seus pares interventores sul-americanos –, os líderes populistas mais arrogantes lutam para implanta-la a todo custo. E o que os motiva é factual: corromper ad infinitum as instituições públicas e derramar o erário público nas próprias contas bancárias.

Este é o cenário de torpeza e imundície política a que o Brasil está submetido. Chegou-se a um nível tão baixo, que cidadãos comuns sentem asco e náuseas. De toda forma – se possível dentro da lei – precisa ser logo erradicado da nação, pois se encontra em estágio avançado, rumo a rupturas federativas. Que se saiba, nenhum brasileiro quer rachar a nação em “dois Brasis”. Sobretudo, se um deles reúna os atributos para ser completamente vil e corruto!

Impactos do populismo

Sabe-se que a corrupção é considerada comum no Brasil, desde a Proclamação da República (15 de novembro de 1889). Porém, o fato de ser comum não significa que seja natural e aceitável, ao contrário. Precisa ser eliminada, senão totalmente, pelo menos no setor público, que lidera os maiores investimentos dos brasileiros.

No entanto, após mais de um século de Brasil República – 126 anos –, verifica-se que esse torpe fenômeno social tem evoluído, com mais destaque nos governos de “populistas”. Violam direitos primários dos cidadãos e não atendem suas necessidades básicas, tal como juraram pelos palanques do Brasil afora, para serem eleitos e reeleitos.

Porém, foram além, organizaram uma espécie de Ministério da Corrupção, um instituto partidário no lugar do Estado. A nação teve até bem pouco um sistema corruptivo sistemático e permanente, que operou a pleno vapor por cerca de uma década.

Em trova, hoje o povo não possui acesso a uma estrutura de saúde pública decente, por que ela sequer existe. Dezenas de milhares de pessoas são assassinadas anualmente no país, sobretudo, pela ausência da segurança pública. Porém, mais grave que tudo, é a falta de qualidade na educação pública oferecida em escolas e universidades.

A ser assim, o povo doente, deseducado e sob risco de morte, simplesmente não sabe como votar. Sem adquirir competência para trabalhar, torna-se um escravo anômico das bateladas de bolsa-esmola distribuídas pelo governo.

E é disso que mais se aproveitam os governantes populistas! Enquanto uma parcela expressiva da população brasileira luta para sobreviver com as esmolas recebidas, sem qualquer ideia de como será sua própria vida amanhã, líderes populistas dão-se os direitos de enriquecerem com a corrupção que coordenam, levarem a boa vida de vagabundos ricos, possuírem segurança treinada, terem liberdade para propalar asneiras e acumularem volumosas riquezas com a propina desviada dos cofres públicos.

Diante deste quadro, recomenda-se que sigam à risca as ordens dos protestos civis de milhões de brasileiros: Fora PT! Fora Dilma! Fora Lula!

Isso mesmo, extingam-se com rapidez para não serem extintos pela razão das ruas. Decerto, será menos doloroso para todos.

……….

[1] O primeiro período do governo Getúlio Vargas foi de 15 anos, de 1930 até 1945. Dividiu-se em 3 etapas: (i) de 1930 a 1934, como chefe do “Governo Provisório“; (ii) de 1934 a 1937, como presidente da república do “Governo Constitucional”, tendo sido eleito presidente da república por uma Assembleia Nacional Constituinte; e, por fim, (iii) de 1937 a 1945, como ditador brasileiro, no que ficou chamado de “Estado Novo”, implantado após um golpe de Estado. No segundo período, em que pela primeira vez foi eleito pelo voto direto, Getúlio governou o Brasil por 3 anos e meio: de janeiro de 1951 a agosto de 1954, quando se suicidou (?). Foi “vítima de calúnias da oposição”, segundo as facções armadas que o protegiam.

[2] Após o caudilho Getúlio Vargas, os populistas mais expressivos foram Jânio Quadros e Leonel Brizola, todos já falecidos; porém, têm-se ainda os “vivos” José Sarney, Fernando Collor, Luís Inácio da Silva e Dilma Rousseff, no gozo de relativa saúde física. Mental, bem…, têm-se dúvidas.

Guinchar o estorvo


Por Ricardo Kohn, Escritor.

Ricardo KohnEis que surgiu o desastrado “caminhão ideológico”, muito espaçoso e mal dirigido, a impedir a trânsito nas vias urbanas em que trafegava. Era enorme, com três eixos no cavalo mecânico e mais cinco na monumental caçamba. Estimo que tivesse entre 25 a 30 m de comprimento.

Ninguém sabia dizer de que fábrica haveria saído aquela geringonça, a impedir a todos o direito de ir e vir. Assim, apelidei-o de “vermelhão”, dada sua cor sanguínea e molesta.

Na cabine dupla, com quase cinco metros de altura, por detrás de vidros negros, via-se o vulto de dois elementos: o motorista e seu acompanhante. Logo formou-se na sua traseira uma grande fila de carros, vans e caminhonetes, a buzinar com estridência. E o vermelhão às vezes respondia agressivo, com seu estrondoso sistema de cornetas a ar. Em meu pequeno carro, encontrava-me bem atrás daquela montanha metálica.

Após atravessar a cidade, previ que o vermelhão dirigia-se ao hipermercado. Apesar dele ser mais alto que o umbral de entrada do estacionamento, não sei como, o motorista fez aparecer dois braços metálicos à frente do caminhão ideológico: assim, demoliu o umbral, e continuou a rodar a 120 km por hora. Entrei logo em seguida no pátio e dobrei à direita, para manter-me a uma distância segura.

Havia dezenas de veículos de passeio estacionados no pátio, mas o motorista do vermelhão ideológico sequer tomou conhecimento deles: passou de caminhão por cima de todos que estavam em sua reta rumo ao mercado, esmigalhou-os, e estacionou o vermelhão junto ao prédio, a ocupar todas as “vagas para deficiente físico”.

Já escutava a sirene da polícia de choque há algum tempo, mas depois também avistei um helicóptero da força a sobrevoar o pátio destruído. A ser assim, vários camburões cercaram o vermelhão. Queriam conter a fúria vermelha de seus ocupantes.

O comandante da tropa de choque pediu calma a seus soldados e, portando um fuzil, dirigiu-se à janela do motorista. A janela abriu-se e aconteceu um rápido diálogo. Não pude ouvir o que falaram, mas, em seguida, a polícia retirou-se com “rabo entre as pernas”.

Cessaram as sirenes; o helicóptero sumiu. Para mim, acontecia um patético desastre. Sentia-me incapaz de realizar qualquer ação contra o destruidor vermelhão. Precisava haver uma multidão agindo nesta mesma direção.

Por uns 10 minutos, o silêncio se instalou naquela área da cidade. Foi igual a uma eternidade, até que, de repente, a caçamba colossal abriu-se suave e desceram dezenas de fanáticos vermelhinhos, a cercar de forma festiva a cabine do caminhão ideológico.

Ao descerem da cabine sob aplausos, o motorista e seu acompanhante, talvez para não serem reconhecidos, usavam máscaras negras. Contudo, um fato chamou-me a atenção: o motorista trajava vestido-tubo vermelho; tratava-se, pois, de uma mulher mal nascida.

Encolhido no carro, com calma pude notar que havia outras mulheres no bando, algumas até com pose de “intelectual burguesa”. Porém, outro fato me alarmou demais: todos traziam armas – de foices e machados, a fuzis de repetição – e alguns portavam bandeira de guerra!

Senti um arrepio a arder sobre o corpo: estava a presenciar o início de uma invasão vermelha à minha pátria? Seriam guerrilheiros ou milicianos contratados na Venezuela?!

Não há dúvida que todos eram nocivos à sociedade. Mas, para minha tranquilidade, tratavam-se apenas de legítimos idiotas brasileiros. E isso ficou inegável quando invadiram com violência o mercado, a quebrar caixas registradoras, roubar dinheiro, destruir patrimônio privado e gritar de forma desbocada:

─ “Estamos com fome, caralho!”. Quão nobres e singelas são as bestas em fúria…

Foi assim que perguntei a mim mesmo: ─ “João Gustavo, o que você deve fazer agora?”[1]

Vermelho a ser guinchado

Vermelho a ser guinchado

Em curtíssimo prazo, precisava decidir se voltava para casa ou permaneceria no pátio, dentro do carro. Optei por dormir no carro, pois o “exército do vermelhão” deixara sentinelas armados para inspecionar e fuzilar qualquer movimento no entorno do mercado.

Para o médio prazo, precisava resolver o seguinte: como “guinchar o estorvo vermelho” embutido no caminhão da ideologia e eliminá-lo do país. Uma das hipóteses que levantei foi solicitar auxílio das Instituições de Estado responsáveis pela Segurança Nacional.

Creio ser a melhor alternativa para realizar “guinchadas definitivas” de estorvos vermelhos, do gênero impeachment pela força. Não se trata de uma questão política, econômica ou social. Trata-se de questão básica da ética e da moral, pautada nos princípios elementares de qualquer nação civilizada.

Por fim, não fiz previsões para o longo prazo. Exausto, adormeci antes de começar a pensar.

A propósito, no dia seguinte, a própria população da cidade cercou o hipermercado e guinchou “a motorista-poste e seu mentor“, de forma definitiva. Foram extraditados para a Indonésia, acusados por tráfico de drogas pesadas. O caminhão foi higienizado, pintado de branco e doado a uma escola pública.

……….

[1] Uso a prática de “falar sozinho” por orientação de especialistas em neurolinguística. Afirmam que “coloca a pessoa do lado de fora do problema e a ajuda a equaciona-lo com mais objetividade”.

Vagabundos invadem o Rio


Ricardo Kohn e Cláudia Reis, a quatro mãos.

Ontem, 1º de março de 2015, tivemos um bom domingo, até com temperatura amena. Coincidiu com mais um aniversário da cidade do Rio de Janeiro, que completou 450 anos. Parabéns à cidade que, por pura incompetência pública, vem sendo destruída [prostituída] por suas sucessivas prefeituras há 46 anos, desde 1969.

Porém, vamos ao assunto. Não sabemos por que a soberana veio ao Rio para as “festas da cidade“. Mas acreditamos que chegou cercada por carros blindados e escolta de policiais em motocicletas pesadas, com a sirene aberta. Tal como foi hábito de seu criador, o apedeuta.

Porém, em frente ao prédio onde moramos, foi estacionado um ônibus, com vidros negros e opacos. Era parte do pelotão municipal encarregado de dar segurança à matrona oficial. Seu motorista, com o veículo em ponto morto, pisava no acelerador sem parar, a roncar o motor, cada vez mais alto. Os ruídos infernais invadiram todos os prédios próximos.

Quartel da força de segurança, com "clima de montanha"

Quartel da força de segurança da soberana: “clima de montanha”

Vários moradores dos prédios severamente impactados pelo barulho começaram a gritar para que o motorista deligasse o ônibus. Mas nada aconteceu. Durante cerca de 15 minutos os apartamentos foram invadidos por roncos alienígenas. O ônibus parecia uma nave intrusa estacionada, múmia marciana a bufar agressiva como delinquente ameaçadora.

Cláudia, que é uma pessoa calma e equilibrada, diante dessa agressão, ficou possessa com o ruído incessante na rua tranquila. Foi assim que decidiu enviar uma mensagem para a rede social de que participa o “esperto prefeito“. Todo esse desconforto, sentido por diversas famílias, era em troca da “segurança à soberana de republiqueta”, em visita ao Palácio da Cidade. Afinal, o quê a atemoriza tanto? Tem pavor de quem? Por quais motivos?

Para este artigo, redigi destaques em azul, acerca de como penso que deva ser tratado o desacreditado “esperto prefeito” e sua “proba soberana“. Dessa forma, segue a mensagem enviada por Cláudia:

Prefeito Eduardo Paes

“Nada contra as comemorações natalícias da cidade, na qual infelizmente nasci. Digo assim, pois não aguento mais tanta anarquia e baderna na rua em que vivo, em função das festas que você realiza no Palácio da Cidade. Mais parece a boate em que se tornou a sua prefeitura! [Penso eu: uma provável casa de massagens negociais].

“Hoje, em especial, a prefeitura resolveu tomar a Rua da Matriz e, neste exato momento, há um ônibus lotado de guardas municipais. Sou obrigada a sentir o cheiro de óleo queimado e um barulho infernal. Na porta do meu prédio, de frente para as janelas do apartamento, o veículo está com motor ligado todo o tempo. Faz um ronco enorme para que esses “trabalhadores” descansem em ambiente fresco pelo ar condicionado. [Penso eu: Prefeito, uma pergunta rápida, até a sua guarda também gosta de frescura?].

“Já pedi com educação para desligarem o ônibus, mas não adiantou. Mandaram-me falar com o prefeito. Isso é total absurdo. Eu, na minha casa, pagando impostos, é que tenho que ficar com as janelas fechadas? [Penso eu: por que, caríssimo prefeito, você próprio não dirige esse ônibus de esterco para a frente do Batalhão de Polícia, que fica na porta de seu Palácio? Devo dizer-lhe, faz tempo que você esgotou a paciência da cidade!].

“Peço que você tome as devidas providências, imediatamente. O Rio em que nasci morreu há tempos, por força de tantos desmandos e pela total falta de respeito a seus cidadãos.

“Vivo em uma rua residencial, que já sofre bastante durante a semana com o movimento da Escola Britânica, para a qual nunca deveria ter sido autorizado o acesso por essa via. Hoje é domingo, prefeito [estúpido]. Idosos e crianças moram aqui. Cadê seu respeito à lei e seu mínimo instinto de civilidade?!

“A sua “Presidenta” não deveria causar transtornos aos moradores de Botafogo. [Penso eu: para ter uma garantia mais efetiva de sua já ameaçada segurança pessoal, após cumprir 4 anoscomo poste de seus apaniguados‘, a soberana somente deveria chegar ao Palácio de helicóptero, camuflado e blindado!].

“Vou continuar insistindo com você, prefeito [excelência de merda, penso eu]. Tire esse ônibus da frente de meu prédio ou mande trabalhar quem está no ar condicionado. Não existe outro espaço para esse povo ficar? Lugar de polícia municipal é na rua, a patrulhar, e não a se refrigerar dentro de ônibus. Ainda por cima, você está poluindo o ar que respiramos!

“Aliás, prefeito, por que sua guarda não “bicicleteia” pela cidade. Essa não é a sua campanha favorita? [Penso eu: pintar as mais equivocadas e estúpidas ciclovias do Brasil, sem respeito ao trânsito e aos idosos]. Vamos poluir menos, sem distúrbios sonoros e contaminação do ar! [Penso eu: afinal, somos ou não a tão proclamadacidade verde”?].

“Programar essa farsa [hipócrita e cínica, penso eu], no dia do aniversário da cidade é uma lástima! Vê-se que o Rio encontra-se à mercê de políticos incompetentes e não da cultura de seus habitantes – como sempre foi em seus tempos áureos. Isso é muito triste; é apavorante ver nossa cidade invadida por ignorantes.”

Resultado

Após cerca de 20 minutos de tortura cidadã“, proporcionada pela emissão de gases e ruídos do ônibus, o motorista foi autorizado a desligar a máquina da segurança. Enquanto isso, por óbvio, o “poste soberano” era vaiado pelo povo na entrada do Palácio da Cidade: “Fora Dilma! Fora PT!”. Até quando este estado de coisas vai durar?…

Lula decidiu ser padre


Por Ricardo Kohn, Escritor.

Ricardo KohnSeu nome era Luiz Luciano Alvorada mas, desde o nascimento, foi apelidado de Lulu, por obra de sua mãe, a arrogante Dona Lana [1].  Todos nós, antigos amigos de Lulu, detestávamos aquela megera, sempre a portar sua cabeleira negra, encorpada pelo laquê. Com ódio a brilhar em sua face, parecia usar o hediondo capacete da Gestapo. Não há dúvida, tínhamos uma enorme má vontade com ela.

Porém, ao fim, a pobre coitada morreu careca. O laquê especial que dizia importar da França era ácido, de tal forma que, com o passar do tempo, dissolveu suas melenas. Mas retorno ao assunto que mais interessa:

─ “Como Lulu transformou-se em Lula”?

No início da educação formal, todos fomos matriculados na mesma escola do bairro. Lulu só entrou para a escola no 3º ano primário. Nele havia duas turmas, cada uma com 60 alunos infernais. O grupo de amigos de Lulu, não chegava a dez crianças. Os demais não conhecíamos, nem de vista. Mas, como era de se esperar, já na primeira semana brincávamos no recreio como “velhos amigos de infância”.

No entanto, Lulu, talvez por ser o mais velho das turmas, não participava dos folguedos infantis matinais. Era estranho, mas aos 11 anos de idade, ele ficava a andar sozinho no pátio de recreio e a roer suas unhas. Parecia-me estar aflito com alguma coisa, talvez o fato de não ter conhecido o pai ou pior: tal como a mãe, sequer saber quem ele foi. Lulu seguiu assim até o dia que o inspetor-chefe da escola chamou-o, pelo microfone, para conversar:

─ “Lulu! Lulu, vamos conversar na minha sala!” A chamada ecoou pelos alto-falantes do pátio.

A partir de então muitas crianças atentaram para um possível teor de seu apelido e passaram a debochar dele. Diziam-lhe que Lulu era melhor como apelido para “cachorro de madame”. Hoje não tenho dúvida que foi a pose asquerosa de sua mãe, a viúva negra, que disparou a maldade inata daqueles meninos.

Após a conversa reservada com o inspetor, passaram-se cerca de dois anos sem que Lulu saísse da sala de aulas no horário do recreio. Mesmo nos intervalos entre as aulas, não conversava com colegas. Basta dizer que quase ninguém se lembrava mais do timbre de sua voz.

Entretanto, percebi que ainda roía as unhas, mas agora até sangrar o sabugo. Uma expressão diabólica parecia se formar em sua face. Confesso que fiquei assustado, sem saber se deveria dar algum tipo de apoio a ele. Mas, afinal, deveria fazer o quê?!, eu que tinha apenas 7 anos.

Foi então que meus pais foram convidados para uma “Reunião de Pais e Mestres”, num dia de sábado. Ao retornarem, papai me disse que o material de alunos estava a ser furtado nas salas de aula: coisas como lapiseira, régua, esquadro e até o caro compasso importado. Fiquei calado, mas confesso que cheguei a pensar nas pessoas humildes, que faziam os serviços da limpeza. Vejam que preconceito estúpido fui capaz de cometer, mesmo que em pensamento.

Com essa dúvida que atormentava, juntei-me a dois amigos, todos com “mania de detetive”, e resolvemos espreitar nas janelas da escola durante os intervalos do recreio. Queríamos descobrir quem furtava, pois não era o pessoal da limpeza, que trabalhava somente a noite.

A escola fora instalada num antigo casarão de dois andares, construído ao centro de um amplo terreno. O pátio de recreio ficava em sua área frontal. Dessa forma, assim que tocava a sineta, enquanto a criançada corria para brincar durante 15 minutos, nós três seguíamos silenciosos, pé ante pé, para investigar pelas vidraças laterais da escola o que acontecia nas salas do curso primário.

Não descobríamos coisa alguma. Até por que, após 10 minutos na espreita, sentíamos bater a fome e íamos direto para o refeitório, aos do fundo do casarão. Aos poucos, os corações desaceleravam e “sanduíche com suco de uva” tornava-se quitute, a ser devorado de forma rápida, “pouco educada”.

No entanto, notei que causávamos espanto aos alunos semi-internos, que almoçavam com calma na escola, pois tinham intervalo para almoço de 45 minutos. Dentre eles, sentado sozinho em mesa à parte, sempre estava Lulu, abatendo um prato de caminhoneiro. Seu olhar ficara esgazeado e atemorizava bastante aos mais jovens, inclusive a mim.

Três anos mais tarde, após o enterro de sua mãe, o comportamento de Lulu se agravou mais. Já cursávamos o início do ginásio e nele, no mais velho, cresciam manchas isoladas de barba, que deixava crescerem feito matagal. Era bem espessa para sua idade. Assim, o inspetor-chefe, sem qualquer educação, chamou sua atenção em público, a dizer-lhe bem alto:

─ “A partir de amanhã, você vai chegar aqui com esta cara limpa! Entendeu bem, Lulu?!”

No dia seguinte, Lulu chegou atrasado, porém com a barba feita. Observei que não trocara de roupa. Nem meias, sapatos e, quiçá, a cueca. E assim foi durante mais de duas semanas, até que sua calça e camisa já apresentavam nódoas de suor, sujeira e cheiro muito ruim.

Por outro lado, os furtos de material de desenho que haviam parado, voltaram a acontecer e com mais intensidade. Era provável que o gatuno precisasse “fazer dinheiro fácil”, pois em um único mês sumiram 113 compassos importados, a maioria cedida aos alunos pela própria escola.

Nos idos da década de 1950, quando esses furtos ocorreram, essa “besteira de material para educação” valia centenas de milhares de moedas, o suficiente para adquirir um bom carro de passeio. Não havia outro jeito, a diretora da escola acionou a polícia local. O chefe da delegacia era advogado, nascera no bairro e sua filha estudava na escola. As crianças em geral achavam graça, por ele ser um senhor baixinho, gorducho e tratado por Dr. Pombo, embora não voasse nem cagasse nos carros.

Numa segunda-feira, durante o recreio, duas caminhonetes da polícia estacionaram no portão de entrada da escola. A diretora, um tanto constrangida, foi receber o delegado Pombo e duas investigadoras, vestidas à paisana. Ainda estava aflita, sem saber como atender àquela situação, quando um jovem estranho adentrou ao pátio da escola. Estava trajado com rara elegância, sapatos de cromo alemão e usava óculos escuros.

Foi então que nós três, “detetives da escola”, exclamamos em uníssono: ­─ “É o Lulu!” Ele dirigiu-se a nós e corrigiu-nos com pouca delicadeza: ─ “Daqui pra frente me chamem de Lula!”.

Ficamos muito confusos, devo dizer. Várias coisas não tinham nexo. Se Lulu não trabalhava, nem tinha parentes vivos, como poderia estar tão bem vestido, com cabelos bem aparados e limpo? A mudança de nome foi para se livrar das nossas chacotas ou ele teria outros motivos? E o mais assustador: por que, já pela manhã, exalava cheiro forte de cachaça?

Nossa diretora assistia a tudo estupefata. Porém, o experiente delegado enviou “suas meninas” para acompanhar Lulu até o carro policial. Ou Lula, que seja! O recreio acabou mais cedo, cessou a alegria e as aulas do dia foram prejudicadas.

Hoje sabemos que as investigações da polícia provaram que Lulu era o ladrão da escola. E ele próprio confessou, disse “é um impulso natural, maior que eu“. Naquela época, foi recolhido em uma instituição para menores infratores – a Funabem – e lá deveria ter sido “reeducado” durante 4 anos. No entanto, agredia com violência física a todos que não aceitavam chamá-lo de Lula.

Como prêmio à sua boçalidade, Lula morreu enforcado pelos próprios “amigos”, justo quando jurava para os “psiquiatras da Funabem” que decidira tornar-se “padre”.

……….

[1] Em Portugal é usada a expressão “lana-caprina”. Significa “coisa de pouca importância, insignificante”.

Nós, o Povo


Por Ricardo Kohn, Escritor.

Seguir “do Caos à Ordem” é a visão oposta à de uma organização secreta secular, fundada na Europa pré-renascentista. Seus crentes beócios eram atemorizados por “sábios ancestrais” para crer, piamente, que o Universo caminhava “da Ordem ao Caos”. Em outras palavras, sempre rumo ao holocausto.

Para imprimir esta “filosofia” no cérebro baldio de seus seguidores, a entidade secreta realizava frequentes sessões retóricas, onde discorria sobre o alto risco de retorno à “idade das trevas” e a volta da “peste negra”. Seus castelos e templos ficavam lotados de beócios que, embora divididos em estratos sociais, carregavam a esperança de, algum dia, ouvirem os “segredos da salvação”. Mas isso nunca aconteceu.

A peste negra

Entretanto, os crentes apresentavam um traço psicológico comum: ansiavam tanto para serem aterrorizados que, ou pagavam quantias exorbitantes para receber as palavras dos “sábios oradores”, ou tornavam-se submissos àquela entidade secreta.

De fato, tornavam-se nobres escravos, pois doavam seus bens, as próprias economias e, sob as ordens de “áulicos sedentos”, erigiam grandes construções desnecessárias, sem receber em troca qualquer pagamento.

Poucos analistas de antanho deixaram à posteridade escritos sobre esse satânico fenômeno social. Por sinal, foram quase unânimes em concluir que se tratava do domínio opressivo da Igreja, um mero efeito da religiosidade italiana.

Embora não se tenha meios e documentos formais para duvidar de quem viveu àquela época, é importante ver seu cenário por outro prisma. Por exemplo, dizer que a causa do domínio do povo era um “efeito da religiosidade italiana” parece ser uma grave heresia.

Dominar um povo, sobretudo, analfabeto e ignorante, através de “práticas satânicas” do medo, era causado, sim, pela ganância e poder de soberanos. É célebre a frase atribuída a Luís XIV, o Rei Sol da França, “L’État c’est moi“. Após o período da Inquisição, a Igreja, para se manter rica e não vulnerável, ficou encarregada apenas do asqueroso “Teatro de Ameaça e Medo”. Era o “politicamente correto” da época.

Na era contemporânea, há evidências que o vírus das práticas satânicas e do L’État c’est moi evoluiu bastante e tornou-se uma ameaça pandêmica. Afinal, não parece haver dúvida que o Brasil está a viver na “idade da treva política” e bem enfraquecido, a sofrer “derrames cerebrais” por força da “peste negra da corrupção” que tem elegido.

Precisa-se fundar com urgência uma “fraternidade aberta”, a que se propõe chamar “Nós, o Povo”, mas sem qualquer participação de crentes e igrejas. Sua meta é um desafio: enfrentar a treva, a peste, além de extirpar o Caos implantado na nação brasileira, ainda em 2015.

Somente assim haverá chances de elevar o Brasil a um estágio de Ordem palpável, que seja visível a todos os cidadãos brasileiros. Portanto, o grito desta fraternidade, será uníssono e revolucionário: “Do Caos à Ordem!”.

Há limite para comandar!


Por Simão-pescador, da Praia das Maçãs.

Simão-pescador

Simão-pescador

Quando jovem, de 1935 a 1939 estudei numa escola de Administração Pública. Vem daí minha afinidade com Ricardo Kohn. Não pensava em me tornar pescador, pois queria seguir rumo a Lisboa, trabalhar em uma Instituição do Estado. Para isso, fui aluno dedicado e, como diziam no Brasil, de facto um “cu-de-ferro”. Aliás, expressão curiosa, essa dos brasileiros.

Aprendi com o Professor Reis Vieira [1], do qual guardo os ótimos ensinamentos recebidos, que a direção de uma organização complexa deve ser descentralizada. Significa dizer que o diretor presidente da organização precisa delegar sua autoridade formal para os diretores que comanda. É prioritário que ele trabalhe nas relações externas da organização, mas deixe a cargo dos demais diretores a gestão interna dos processos, imprescindíveis para alcançar sua missão social.

Por que falo em processos imprescindíveis? Por óbvio, uma Instituição de Estado precisa ser econômica no gasto dos tributos pagos pelos cidadãos. Afinal, eles são seus sócios exclusivos. Assim, a estrutura organizacional há que ser seca e limpa ou, como chamam alhures, há que ser “enxuta”. Este é primeiro fator (critério) para que o número de diretores de qualquer Instituição de Estado seja reduzido a um mínimo.

Mas há outro fator essencial. Trata-se da capacidade física do gestor em dirigir seus subordinados. A experiência demonstra que o limite de comando é de, no máximo, 8 subordinados. Mais do que isso e o gestor precisaria de dias com 30 horas. Somente a gerir até oito comandados ele terá meios para garantir eficiência, efetividade e eficácia [2] dos processos imprescindíveis.

Também aprendi com Reis Vieira que o terceiro fator é a competência intelectual e técnica do gestor que dirige a instituição pública. Por analogia, só comando meu barco por que sei navegar, conheço bem as correntes marítimas, as variações dos ventos, as posições da vela, as espécies de peixe, aonde encontra-las e quais artes devo utilizar – rede, caniço, linha e anzol, linha longa com anzóis, etc. Consigo isso por que até hoje, aos 96 anos, estudo os processos da profissão que exerço: pescador artesanal.

Agora, para variar, sigo para o Brasil e seu aberrante “novo governo”. Pela quarta vez a nação brasileira vai sofrer o desgoverno do mesmo partido político que se apossou do Estado. O povo que se dane, é inimigo infeliz, tem que pagar tributos, precisa permanecer submisso e calado.

Mais de 60 dias após reeleita, a “gestora soberana” mal consegue escolher seus ministros. Mas há um motivo bem razoável para isso: serão 39 ou mais, quase todos políticos incompetentes!

Delegar autoridade formal para um bando de políticos, além de impossível, é surreal. Não há como dirigir aloprados ativos. Na verdade, são os partidos da “base incrustada no poder” que escolhem as pastas ministeriais desejadas e quais políticos irão ocupa-las, sempre em função de seu doce orçamento. Assim diz a imprensa, por meio de certos “analistas políticos”, que contam ao povo como se dá este processo, considerado absolutamente normal: “todos os estadistas do mundo fazem assim“…

Não tenho dúvida que isso não é a decisão de um estadista a “formar sua equipe”. Até porque há um elevado risco de a “eminente soberana” estar nomeando, na qualidade de Ministros de Estado, novamente, vários “chefes de quadrilha”.

……….

[1] Professor Reis Vieira, Ph.D. em Administração Pública, com tese defendida na Universidade do Sul da Califórnia. Sinto, mas não recordo seu prenome.

[2] Eficiência = fazer bem feito; Efetividade = fazer bem feito, conforme o planejado; Eficácia = fazer bem feito, conforme o planejado, e com baixos custos.

Tem um grande potencial


Zik-Sênior, o Ermitão.

Zik Sênior, o eremita

Zik Sênior

Em 1916, na hora da saída do colégio, uma professora disse a meus pais: “esse menino tem um grande potencial”. Eles ficaram tão felizes, que fizeram uma festinha em casa para eu convidar três amigos. Foi servida uma torta de chocolate, regada a Coca-Cola bem gelada. Vale recordar, naquela época existia Coca-Cola em garrafa pequena, feita de vidro verde claro matizado.

A festa foi muito boa, brincamos o dia inteiro: lançamos peão na roda, jogamos mata-a-mata com bola de gude no chão de terra, fizemos várias guerras de carambola e, a partir do meio da tarde, empinamos pipa e papagaio de cima da laje. Foi memorável, ficamos imundos.

De toda feita, levei alguns anos para entender o que seria ‘ter um grande potencial’. Era ainda pequeno e, afinal de contas, a professora parecia meio assanhada para o lado de papai. Podia haver alguma outra intenção dela, sei lá. Quem sabe imaginava que o pai tinha um ‘potencial enorme’?

Porém, foi em 1920, já com 12 anos, que ouvi pela primeira vez a frase que ficou notória: “o Brasil é o país do futuro”. Foi dita numa aula, pelo então professor de História, por motivo que não lembro. Mas recordo-me muito bem que, para ver se entendera suas palavras, insinuei: “O senhor quer dizer que o Brasil tem um grande potencial?”. Ele confirmou. Foi assim que, pela lógica intuitiva, associei tudo o que se dizia ser potencial a algo que ocorreria no futuro.

Hoje, após longas experiências da vida, compreendo que o substantivo potencial refere-se a um conjunto de fatores, próprios de uma pessoa, empresa ou país, que em algum momento do futuro, pode tropeçar em ventos favoráveis à sua evolução.

A meu ver, potencial não é sinônimo de dúvida, longe disso. Mas sempre será, digamos, uma promessa de vento futuro. E promessas só são válidas se forem bem executadas, úteis às pessoas que rogam por verdadeiras mudanças. Não são simples trocas de ‘seis por meia dúzia’.

Um século mais tarde, na faina diária, trajando meu surrado macacão de brim, ainda escuto falarem que o ‘Brasil é o país do futuro, com grande potencial’. Parece que não se mancam! Entram e saem alcateias de canalhas do governo e a safadeza política segue a ser usada para amestrar a população ignorante. É incrível, mas a sociedade brasileira já acreditou em cem anos de promessas ao vento, sobretudo, nos últimos 12 anos, quando essa prática recrudesceu.

Restou um fato: a qualidade da vida futura tem sido uma miragem perturbadora para a maioria dos trabalhadores. Isso sem falar dos inúmeros aposentados, dependentes e idosos que, mesmo a viver em situação precária, pensam ser capazes de conter a ação da quadrilha hospedada no planalto central. É lá que fica instalada a sede do Bordel do Poder. Tola esta pretensão: nós, idosos e assemelhados, não somos ameaça alguma à corja que depreda o Estado e a Nação.

Mesmo diante de cenários políticos e econômicos ruins, não tão desgovernado quanto o atual, durante 98 anos eu dormi muito bem. Cinco horas por dia sempre foram reparadoras para prosseguir com o amanhã. Nunca tive insônia ou pesadelo, nem mesmo durante o julgamento da Ação Penal 470 (Mensalão).

Não há dúvida, até fiquei excitado com a condenação de poucos membros a quadrilha, mas a pressão arterial não subiu. Sempre, às 11 horas da noite, punha a cabeça no travesseiro; em segundos estava relaxado e adormecia pesado. Com certeza devo minha senioridade em parte a isso.

Porém, com os primeiros sinais de ‘ensaio político’ para o ‘apocalipse pela corrupção’, iniciado a meus olhos pelo ‘chefe do Bordel’ em 2009, comecei a perceber que meu sono já não era mais o mesmo. Meu corpo precisava de mais uma hora de descanso diário. Passei a acordar mais tarde, às 5 da manhã, mas pronto para outra jornada de trabalho [1].

Por isso, não dei a devida atenção ao pesadelo renitente que passara a ter. Em síntese, descrevo-o assim: “havia um grande felino que, ameaçadora e esfomeadamente [igual ao chefe do Bordel], cercava a casa durante todas as noites; eu o avistava através das janelas e portas. Em noites de lua cheia, lá estava ele a rosnar e babar, olho no olho, a querer me devorar”.

Mas de súbito, em março de 2010, antes das campanhas eleitorais se iniciarem, o seriado de pesadelos encerrou. Porém, óbvio, não me sentia tranquilo após quase um ano de tortura. Procurei meu velho amigo Hélio, notório psicanalista, mas soube que falecera fazia tempo. Dessa maneira, conforme aprendera, eu mesmo tentei esclarecer as causas do seriado.

De acordo com minha ignorância na matéria, inventei um método a que chamei ‘análise por exclusão’. Primeiro retirei as causas que julgava serem inconcebíveis, por exemplo: minha família, amigos remanescentes, o quintal com mata nativa, a casa, o quarto de dormir, a alimentação e até mesmo a qualidade do colchão.

Porém, foi na identificação das causas do pesadelo que me encalacrei. Permaneci acordado durante cinco dias seguidos, rabiscando teorias no papel, mas nada me pareceu razoável. Ao fim, exausto, tomei uma ducha fria e dormi prostrado. Então, tive um sonho esclarecedor, uma resposta (exata?) do autor em pessoa: meu inconsciente. Disse-me ele algo assim:

“Desde que você nasceu, já estava gravado em seu Arquivo de Esperanças que ‘o Brasil é o país do futuro’. O pesadelo decorreu das milhões de regravações que você tem feito nos últimos 12 anos. Mostram sua falta de apreço às práticas dos Chefes de Bordel eleitos, bem como de suas inomináveis quadrilhas. Não me cabe interpreta-las ou discuti-las; apenas regravá-las. Todavia, há graves conflitos com outra gravação, também original – ‘o Brasil tem um grande potencial’ –, registrada no mesmo Arquivo. Você acredita nisso há 106 anos, mas, ao contrário, assiste pasmado ao país ser mutilado por seus dirigentes, empobrecer de forma assustadora, e caminhar solene para a completa devassidão moral. Dessa forma, nasceu o felino corrupto que, de maneira ostensiva, ameaçava seu consciente durante as noites de descanso. Afinal, já que você optara por lutar contra o apocalipse pela corrupção, teria de ‘matar‘ o felino“.

Ao acordar redigi o sonho, da forma acima transcrita. Era o que recordava. Mal sabia eu que ainda haveria de enfrentar, por pelo menos mais 4 anos, a colheita de frutos desse apocalipse, podres e sem qualquer potencial. Mas aguardo confiante que seja deflagrada uma nova Ação Penal. Que dessa vez ela seja fulminante!

________
[1] A propósito, sou ferreiro-escultor, formado pela prática de meus avós. Forjo estruturas delicadas de ferro, uso madeira antiga, e monto camas, mesas com tampos com pedras de mármore colorido, armários, estantes, cadeiras e coisas do gênero. Tudo é rústico e, modéstia à parte, com bom acabamento.

Assuntos controversos


Dizem que, em geral, indivíduos de origem latina gostam de debates, qualquer que seja o tema que se apresente, entendam do assunto ou não. Porém, de fato, creio que preferem as intensas discussões: vozes elevadas, socos na mesa e dedos na cara.

Todavia, a experiência mostra que quando encerram o duelo, têm-se dois contendores moídos pela discórdia, no entanto, a andar juntos pela rua, amigos à cata de um bar para trocar as novidades.

Pode parecer paradoxal para quem os presencie nessa situação. Mas, no século passado, houve um caso no Rio, o do cidadão que achava testemunhar o início de uma briga feroz. Ligou aflito para polícia, a implorar urgência na intervenção! Terminou autuado. Processado por ‘denúncia falsa’ e ‘distúrbio da ordem’. Vá entender a controvérsia.

Assuntos discutíveis sempre existirão, interpretações em choque também. Na verdade, o que mudou, e de forma flagrante, foi o ambiente em que ocorrem os debates. Hoje, à exceção de filhos, tudo mais é feito à distância. Perdeu-se o calor humano da pancadaria presencial.

Mas veja o fenômeno das redes sociais. De graça, elas nos levam a todos. Em troca, nos trazem de tudo: desde agressões gratuitas, passando por incontáveis asnices, até chegar a preces de agradecimento a milagre de santas. Pergunto, você gastaria um telefonema para ouvir essas coisas de um ‘amigo’?

Fiz uma análise superficial dos benefícios e custos das redes (na verdade, uma análise de ‘artifício e pé-no-saco’). Acabei por concluir, um pouco a contragosto, que ainda são boas para divulgar artigos, sátiras e crônicas. Afinal, são razoáveis artifícios de comunicação e quase indolores.

Por outro lado, não parece haver dúvida que o grande tema criador de discussões ferrenhas é a Política. É fato em todo o mundo, com ênfase para casos de corrupção e quadrilhas de corruptos.

Todavia, no Brasil dos últimos 4 anos, a decadência política do governo central progrediu muito! A corrupção atingiu a níveis “nunca dantes navegados” na História republicana. E, óbvio, tomou conta dos principais veículos de comunicação: revistas e jornais impressos, bem como todo o aparato da internet – periódicos ponto.com e blogs, não falam de outra coisa.

Stop

De toda forma, voltam a se destacar as redes sociais, pois para elas convergem os veículos com melhor argumentação de seus colunistas, quer sejam críticos aos ‘esquemas do governo’ ou atuem em seu favor.

Por sinal, há uma estranha sensação no ar. Sente-se um cheiro putrefato a indicar que foi criada a quadragésima pasta ministerial. Sua finalidade é gerir a agricultura de notícias do governo, com plantação de monoculturas de informes na mídia. O solo é muito fértil, em se plantando tudo seca.

A propósito, há uma estória recém noticiada, talvez por causa do ‘Assunto do Petrolhão’. Conta que alunos de uma escola pública foram arguidos pela professora municipal para darem exemplos de derivados do petróleo. O resultado ficou assim:

  • Um nerd de 10 anos respondeu de bate-pronto: Gasolina!”.
  • O heterodoxo, mais velho, com cerca de 13 anos, empatou: Naftalina!”.
  • Por fim, Joãozinho, com quase 7 anos, marcou o gol da vitória nas ventas da professora militante: Propina!”.

Ministério da Corrupção


Simão-pescador, Praia das Maçãs.

Simão-pescador

Simão-pescador

Estava eu a ler um bom estudo sobre a Idade Média [1], publicado recentemente, e a fazer minhas anotações. Buscava informação sobre a chamada Idade das Trevas, que decorreu do declínio do Império Romano e quase arruinou o continente europeu. Os reinos daquela época eram comandados por imperadores e sua trupe de ministros, digamos assim.

Entretanto, as “Trevas” impuseram-lhes duas condições para nomearem seus ministros. A primeira, sem dúvida a mais importante, era a existência no reino da coisa a ser administrada. Por exemplo, como não existiam processos de geração de energia na Idade Média, não caberia ter um ministro para gerir eletricidade e petróleo. Além de ser uma ótima economia nas trevas.

A outra, era secundária. Consistia no ato da Seleção Imperial entre os vassalos disponíveis. “Sem ofício nem benefício”, eles levavam a vida em festas, a se locupletarem à custa dos burgueses que produziam, mantidos sob regime similar à escravidão. Obviamente, cada imperador de reino escolhia para ministros os vassalos que lhe prometiam mais riquezas, obscura que fossem suas origens.

Esta condição continua a viger até hoje em vários países, sobretudo na América do Sul, suportada por dinastias de presidentes totalitários e omissos.

É facto que alguns países sul-americanos encontram-se sob a égide desta pobre condição. Venezuela, Argentina, Equador e Bolívia são os mais degradados, econômica e socialmente. Mas é uma questão de parecença, dado que não acompanho em detalhes suas tragédias governistas.

Doutra feita, sigo de perto o cenário do Brasil e o considero bastante grave. Trata-se de um paradoxo, pois precisa de tantas e incontáveis reformas, com custos estruturais de elevada ordem, que será mais fácil demoli-lo e projetar outro país. Necessita de um novo arquitecto, diverso da “doutora” que acaba de ser reeleita, uma vez que só fez sujidade ao longo de seu mandato, deixando para si própria um descomunal legado de lodo in natura.

Estive a analisar as reformas que soem ser imprescindíveis ao Estado Brasileiro: reforma política, burocrática, econômica, fiscal, monetária, ministerial e outras de que não recordo agora. Mas logo conclui que não há como realiza-las em sincronia, pelo menos se contar com as facções de “técnicos populistas” aparelhados pelo governo.

Como a maioria das reformas deverá ser aprovada pelo Congresso Nacional, sugiro que a “doutora” faça somente o que está ao alcance das mãos: a reforma dos ministérios, com todas as economias que dela advirão. Afinal, trinta e nove equipas ministeriais é um escândalo para qualquer gestor público. Dispense os vassalos, doutora!

De toda forma, só espero que a “exímia gestora” não siga a mesma política da Idade das Trevas: nomear uma trupe de ministros para ministrar apenas coisas que já existam. Dessa maneira, o país ficaria sem qualquer regente público para Educação, Saúde, Infraestrutura, Segurança e Economia. Seria o desespero do povo. Mas vale lembrar que, em troca, ganharia um espaçoso Ministério da Corrupção.

Futura sede do Ministério da Corrupção

Futura sede do Ministério da Corrupção

……….

[1] Epstein, S. A. An Economic and Social History of Later Medieval Europe, 1000-1500. Cambridge: Cambridge University Press, 2009.

Censura sistemática


Dicionários em geral oferecem variados significados para o verbete “Censura”. Dentre outros, citam-se os seguintes:

─ “Ato de censurar. Cargo e funções de um censor. Exame crítico de obras literárias ou artísticas. Corporação ou tribunal encarregado de censurar livros, filmes, etc. Instituição, sistema ou prática de censurar obras literárias e notícias escritas. Condenação eclesiástica de certas obras. Crítica visando a corrigir. Admoestação, repreensão. C. Prévia: ato de rever e julgar em instituição competente uma obra antes de ser publicada.”

Como é possível ver, a censura pode ser uma instituição, um indivíduo (o censor), um ato formal, uma condenação dogmática e fruto de uma análise crítica. De toda forma, em nenhuma hipótese significa perseguição, proibição, açoite, prisão ou aniquilação do cidadão a ser censurado.

No entanto, em certos períodos da história republicana brasileira, o conceito da censura foi deformado ao gosto da ditadura instalada. Seu uso, “legalizado a ferro e fogo” serviu a fins nefastos. Não se entra no mérito das causas de então, mas censurar no Brasil já foi sinônimo de raptar, prender, torturar e assassinar. E esses atos foram cometidos por ambas as partes em litígio, apenas com vistas à troca de ditadores. Ninguém lutava em favor da Democracia. Os que hoje afirmam isso são patranheiros, peteiros e mentirosos.

Censura

Mesmo com o significado correto, a censura é tida por muitos como uma proposta descabida e perigosa em si mesma. Trata-se da máquina oficial ceifadora da crítica às ideias e projetos que o país necessita para erguer-se do atoleiro. Porém, o que se dirá do “uso legalizado” da censura, imposta por um governo que, ao que tudo indica, ambiciona se tornar uma ditadura socialista?

Ressalte-se, governo que por hora parece encontrar-se em estágio final de equilíbrio instável. Forjado em mentiras sem censura que promove por todo o país, através de práticas populistas que aplica sobre o povo desguarnecido. Não se trata de uma brincadeira, pois são quase doze anos com o povo a suportar mentiras e blindagens oficiais. Doze anos gastos para amestrar a prática da autocensura com o tal do “politicamente correto”. Esse tipo de ato descarado – censura – é usado em tudo e de forma sistemática.

Algumas reflexões

A Censura imposta por força de desgoverno possui diversos meios para eliminar a liberdade cidadã. Um deles é a própria lei e suas “medidas provisórias”; outro, a ameaça de plebiscito para processos complexos que são, na falta de outro termo, “impebliscitáveis”. E juram que é melhor assim, com a sociedade civil a “participar das decisões do governo”. Participar uma ova, submeter-se calada, gostando ou não!

Somente hoje a imprensa conseguiu divulgar informações macroeconômicas que o Planalto manteve trancafiadas por longo período. Segue parte da notícia veiculada pelo economista Rodrigo Constantino:

─ “O Tesouro Nacional informou hoje que o Governo Central registrou um déficit primário de R$ 20,399 bilhões no mês de setembro; é o pior resultado da série histórica, quinto resultado mensal negativo consecutivo em 2014”.

De fato, essa notícia não poderia ser pública antes da votação do 2º turno. Fora censurada. Os motivos do atraso na divulgação dos dados no período eleitoral envolviam a omissão eleitoreira e a blindagem da informação macroeconômica, que todo brasileiro possui o direito de saber, no exato período em que ocorre. Sem essas informações não há como gerir empresas e negócios legais.

O estágio de equilíbrio instável de um governo pode acarretar decisões insanas por parte dos governantes. Sugere-se que adotem decisão similar à da “cobra peçonhenta”. Ao cabo de um ano, é possível que não lhes restem alternativas sadias.

Livre mercado ou comunismo


Ricardo Kohn, Escritor.

Para explicar a falácia dos combates entre “direita e esquerda”, sempre utilizada por “políticos de palanque” no Brasil de hoje, é necessário retornar ao período de 1990 a 1991. Garantem vários historiadores que, entre janeiro de 1990 e dezembro de 1991, aconteceu a extinção da União Soviética, sob o governo de Mikhail Gorbachev.

Nesse período, as repúblicas até então dominadas pelos “ferros da Rússia Stalinista” firmaram sua independência daquele regime totalitário. Em síntese, a superpotência militar da União Soviética dissolvera-se de forma inapelável, tal como bosta rala em corredeiras.

Acontece que essa nova realidade foi proporcionada pelo próprio Gorbachev. À época, diante do caos econômico vivido pelo povo soviético, realizou duas reformas significativas e até então impensáveis por governantes ditos comunistas:

  • A reestruturação econômica do Estado soviético, a notória perestroika; e
  • Implantação da política de transparência no governo, a conhecida glasnost que, por sinal, teria sido muito relevante para o Brasil dos últimos doze anos.

Na visão “sonhática” de Gorbachev o sistema econômico poderia ser qualquer um, mas o Estado haveria de ser humanizado. É óbvio que enfrentou graves ameaças, inclusive tentativa de golpe de Estado. No entanto, na maioria das nações que estiveram amarradas a este bloco, aprisionadas pela farsa do comunismo, essas reformas vigem até hoje, mas sob a regência da economia de livre mercado.

Dois sistemas que não cabem no mesmo espaço!

Esta bandeira jamais será a brasileira!

Em verdade, o comunismo jamais existiu na face da Terra. Se o marxismo já era obra de um filósofo enfermo da cabeça, o que se dirá das doutrinas sanguinárias dele decorrentes, como stalinismo, leninismo, castrismo e outros ‘ismos‘. As ideologias do domínio imposto foram regidas por ditadores, capazes de atos inimagináveis para se manterem no poder, verdadeiros sangue-sugas da nação.

Dessa forma, ditadores da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas precisavam ter bases para a dominação: a população domada, a viver alienada na miséria; e “camaradas“, guardiões do partido, a ficarem cada vez mais bilionários com suas locomotivas da corrupção.

De toda forma, esse cenário se esgotou, evaporou-se há mais de duas décadas. Os casos isolados de ditaduras comunistas no planeta asseveram a fragilidade das republiquetas que as impõem. Nelas há um estado permanente de “pé de guerra”, de ódio e discriminação, de fome, subjugação do outro e miséria. É quase certo que seus dias estejam contados.

Ensaio sobre a demência


Ricardo Kohn, Escritor.

A primogênita, depois de implantar, com sucesso, o Programa de Aceleração de Cuba (PAC), mesmo com o enorme esforço realizado pelos aparelhos do partido, após haverem agredido, violentado e maculado a moral de seus oponentes, perdeu a desgraça da eleição. Perdeu poder e aleijou seu séquito de vassalos partidários.

Foi dessa forma que se alevantou a grande tsunami de ódio e desespero dos áulicos que a cercavam. Afinal, haviam planejado uma infinidade de “novos negócios” para os próximos anos, previram ganhar “fortunas hediondas”, mas tudo ruiu por terra com a derrota acachapante.

Só de pensar como ficara o fluxo de caixa do partido, eles sentiram desvarios. Um dos áulicos enfurecidos, enquanto lhe esfregava promissórias ao nariz, disse-lhe:

─ “Olhe bem o que você fez, sua tapada! Estourou nossa conta de Propinas a pagar’. Destruiu doze anos de trabalho, idiota, imprestável!”

Assim teve início a tempestade colossal, que se formou no seio do aparelho central do partido, seguindo em direção do povo, com ventos de 450 km/hora. Um tornado classe F5, destruidor de famílias, empregos, salários, enfim, tudo o que se encontrava em sua trilha, estimada pelo medieval da economia com 500 quilômetros de largura. Uma hecatombe nacional.

Abateu-se sobre o país um terror jamais narrado na história. A primogênita insultada, ordenou que seu motorista a levasse rápido para a residência oficial, na granja. Apavorada estava com o F5, mas tinha que “organizar seus badulaques”. Coisas como escovas de cabelo, perfumes, “desencravador” de unhas, bolsas de cromo alemão que comprara em Paris e 150 mil dólares.

Por precaução, a primogênita idiota sempre manteve um dinheirinho em casa, para arcar com eventuais despesas de sua família. “Afinal, nunca se sabe como será o F5 de amanhã”.

Vale recordar que seu antecessor, quando se afastou de seu ninho, na mesma granja, teve uma frota de caminhões blindados à sua disposição para levar coisas, que jurava serem legítima propriedade de sua família. Até mesmo objetos recebidos na granja há mais de duas décadas. Comparando-se os dois, conclui-se que a primogênita cometeu bobagens insignificantes. Talvez apenas os “dólares sob o colchão”.

Mas o F5 continuava a se propagar por cidades e campos. Era tão furioso, que criava filhotes gigantes e zangados em todas as direções. Seu rugido era audível a centenas de quilômetros. Por esse fato, as pessoas que estavam fora de sua trilha, não sabiam aonde deviam se abrigar da eminente destruição. Parecia que a fúria dos elementos se abatia sobre o povo.

A primogênita subiu ao poleiro mais alto da granja para admirar o que acontecia. Descortinou a completa destruição de tudo nas redondezas. Sentiu-se culpada por ter perdido as eleições. Tal como uma soberana desastrada, considerava-se a Majestade Real das desgraças que se acometeram a seu povo. Talvez em parte estivesse certa.

Stop corruption!

Stop corruption!

Foi então que, ainda refastelada sobre o poleiro, lembrou das promissórias esfregadas em sua face. Ficou desorientada, perdeu o rumo, sem saber como resolveriam a conta de “Propinas a pagar”. Mas concluiu que precisava assinar decretos para exonerar os 40 medievais de seu governo. E assim foi feito. Com essa decisão executada, decerto se pouparia de enfrentar mais escândalos, pensava a primogênita desmiolada.

Contudo, foi nesse momento de extrema solidão, que lembrou haver uma série de atos de corrupção ainda não descobertos. Apavorou-se e ficou em pânico: se de um lado serviriam para zerar as “Propinas a pagar”, de outro, após comprovados, provocariam outro F5 ainda mais infernal. Foi assim que enlouqueceu no poleiro. Suas penas desobedientes começaram a voar para a liberdade, por assim dizer.

Em seguida, recebeu um telefonema de sua assessoria, comunicando que o aparelho central do partido acabara de ser destruído pela caterva inimiga. A tremer, feder demais, a primogênita demente viu de seu poleiro que hordas de povo já cercavam a granja. Notou que tinham atitude ameaçadora. “Para que tantas foices e martelos“, pensou…

Precisava fugir, mas fugir para aonde, estava cercada no meio do nada! Foi então que, num último lampejo, lembrou-se do apartamento de luxo que uma “empreiteira camarada construíra no subsolo da granja. Claro que sob suas ordens e a seu gosto. Pois, alçou voo naquela direção. Lá ficou, com delírios de derrotada, por três dias a se aculturar: via novelas e assistia jornais amigos da televisão.

Depois, já trajando sua normal atitude autoritária e arrogante, a primogênita decidiu que permaneceria a viver no subsolo do novo governo. Conhecera “subsolos” na juventude. Não se afastaria do poder. Afinal, de acordo com seu vício, descobrira como roubar alimentos no galinheiro da granja e nunca ser descoberta.

Sobre o futuro? Ah!, pensaria depois, como sempre fez na vida.

Institutos de pesquisa eleitoral


Quem possui certeza que os resultados das pesquisas de intenção de voto estão corretos? Esta é a questão básica que a nação precisa responder com rapidez.

Mas, por opção pessoal, crê-se que ninguém. É tão grande a teia de percentuais díspares a que chegam os institutos, que se torna impossível todos estarem próximos da realidade final, a ser concluída somente em 5 de outubro.

Pesquisa da corrupção

Até parece que se especializaram em “torturar levantamentos de opinião”. E a tortura de dados é conhecida no país há tempos, até mesmo por leigos em pesquisas e suas ferramentas. Os dados chegam ao ponto de “confessarem” o que o “companheiro” precisa que seja publicado.

Por outro lado, o número de empresas-instituto que atuam no Brasil é muito maior do que se imagina. Os mais conhecidos são Datafolha, Ibope, Sensus e Vox Populi. Mas há outros que sequer têm seus resultados divulgados pela imprensa – BrVox, Data Vox, Exata, IPBR, IPMN, MDA, Veritas e Zaytec são alguns exemplos.

Embora a Ciência da Estatística seja uma só, suas metodologias e técnicas podem variar. A começar pela definição da amostra do universo com que pretendem trabalhar. Mas a imprensa não as divulga, pois as empresas-instituto não pagam por isso. Apenas diz o número de entrevistados, a margem de erro bem explicadinha e que a pesquisa encontra-se registrada no TSE. E é com base nesse “nada de informação” que tagarelas desandam a distribuir suas certezas pelo mundo.

Conclui-se que o emaranhado de dúvidas que resulta para o público, e constitui a certeza de certos companheiros, serve apenas para manipular o voto nacional ao gosto do freguês. Assim sendo, em tempo, faz-se uma sugestão: eleição não é “briga de galo“. Nunca aposte na “barbada“.

Reflexões abismais


Através da leitura diária de jornais e periódicos publicados no mundo, verifica-se que o noticiário que mais chama atenção das pessoas está associado a decisões das Nações Unidas, de governos de grandes potências e até de corporações de porte.

É possível notar que muitas das decisões tomadas por essas instituições são apenas tentativas pífias de “sugar com canudinho o explosivo derramado ao solo”. Meras reações à poeira dos desastres sociais que há muito eram previsíveis.

Gentileza póstuma a uma floresta tropical

Gentileza póstuma a uma floresta tropical

Hoje são poucas as nações do mundo que se encontram sob a governança de verdadeiros estadistas. Estadistas que tenham capacidade para escolher suas equipes e proagir, visando a impedir que se desenrolem cenários indesejáveis. Em verdade, esses cenários sequer chegam próximos aos saguões de entrada dos Estados que dirigem. Afinal, cenários estáveis de ordem política, econômica e social são passíveis de serem humanamente construídos. Basta estabelecer e perseguir alvos de longo prazo bem definidos.

No entanto, crê-se que as “ditas explosões democráticas” de líderes mundiais , hoje comuns no dia-a-dia, podem sair pela culatra, a bater na testa de seus povos, não raro atordoados diante de antigas formulações ideológicas, há muito empalhadas em estantes de museus.

Certos governantes dizem ser capazes de fazerem de tudo para revive-las, embora não falem que somente a seu próprio serviço. Conduzem seus rebanhos a quadros próximos da miséria, com o argumento iníquo de que toda a distribuição de riqueza de uma nação precisa ser equânime e igualitária.

Entretanto, esquecem-se que, por mera distração, ficaram bilionários enquanto pregavam descalços este “ato da cristandade”. E  pregam sempre para seus companheiros mais próximos que, por sua vez, conduzem grupos de ovelhas amestradas, sem necessitar do chicote. Dessa forma, estão convictos que serão eternos donos do poder.

Mas, ao encerrar as reflexões à beira do abismo, deve-se salientar que também existem ovelhas críticas e bem informadas. Contra elas, de modo a silencia-las, costumam tentar “gentilezas póstumas”. Porém, isso nunca dá certo.

Ano patético-eleitoral


Ricardo Kohn

Ricardo Kohn

Ricardo Kohn, Escritor.

Sequer sei por onde começar esse artigo. São tantas as inverdades que vejo na gandaia política, que me sinto incapaz de ordená-las segundo qualquer critério.

Alguém que não conheça meus hábitos poderá dizer, aborrecido:

─ “Ora essa, então não liga a merda da televisão!”.

Acontece que, desde criança, assistia aos telejornais da noite. Na verdade, gostava de ver Tom & Jerry e Super Mouse. Depois, por mera curiosidade, seguia a acompanhar o noticiário.

Desta forma, hoje é terrível ligar o aparelhinho na hora dos jornais noturnos e dar de cara com um analfabeto ou um safado a fazer promessas que nunca poderá cumprir. Com um só não, com dezenas deles!

Porém, mais grave é o quadro dos principais presidenciáveis. De diversas formas, comportam-se de maneira nefasta, em choque com princípios básicos da Humanidade: ética e disciplina. E posso explicar por quê.

A candidata à reeleição não tem nada para mostrar ou dizer. Basta olhar os indicadores da economia e ver o que ela conseguiu realizar, ou seja, piorar a desgraça que herdou de seu criador apedeuta. Antes que seja envolvida pelos descalabros cometidos na Petrobras, que começam a aparecer claramente, devia calar a boca, tirar seu time de campo.

Proponho que se mude para a Venezuela ou Cuba, com armas e bagagens, onde financiou obras com o dinheiro do povo brasileiro e permanece sem dar qualquer esclarecimento. Mas, com esta mudança, talvez fique feliz. Pois, enfim, a nação brasileira irá aplaudi-la de pé, com veemência, pela primeira vez na história.

O candidato mineiro, que representa a principal oposição ao governo atual, parece que prefere acariciar ao invés de bater nas teclas que lhes são favoráveis. Falta-lhe carisma e iniciativa para a pancadaria política. Mas sacos de pancada não lhe faltam. O que não possui é disciplina para o debate político, na altura que suas duas oponentes merecem e precisam. Por quê apanha quase calado? Por que não revida? Falta-lhe o ímpeto do estadista seguro.

Por fim, surge a candidata acriana que desceu dos céus e, segundo ela, acompanhada pelo Divino. Não governou sequer 1 cm2 de terra deste país, que possui  8.515.767 km2. Mas nega-se a declarar quem fará parte de sua equipe de governo. E sem uma excelente equipe sequer terá como entender o Brasil, que dirá governa-lo meio ao caos que será deixado.

Orientada pelo Divino, esta senhora é autoritária e sonsa. É imponderável em seu programa de governo, pois muda-o a toda hora, sempre ao sabor de interesses desconhecidos. De concreto mesmo, diz que fará a “nova política”. Contudo, nada mais estranho do que as “relações de amizade” que, segundo ela, garantem a continuidade sua campanha. Pelo que consegui aprender, banqueiros e empreiteiros não são base para qualquer “nova política”.

Quanto aos demais candidatos à presidência pouco tenho a falar. No entanto, a candidata gaúcha merece algum destaque, dado que mais parece uma piada. Sua retórica faz-me lembrar a 1ª Internacional Socialista, ocorrida no século 19. A jovem parece que está sempre a implorar o auxílio de Karl Max, a seguir sua crença que se desfez no ar, qual um traque.

Conclusão

Defendo a proposta de acabar com a presença na televisão de qualquer “ilustre candidato” a cargo eletivo. Na minha cabeça, estão todos definitivamente proibidos de aparecer na tv, nem que paguem pelo tempo da propaganda. Que dirá de graça! Meu ouvido não é penico e o lugar de boaparte deles é na cadeia, aboletados em jaulas confortáveis.

Prefiro assistir às dolorosas notícias das guerras travadas pelo mundo, na Ucrânia, na Síria e no Iraque; dos milhares de cruéis assassinatos, estupros, raptos e assaltos que acontecem diariamente no Brasil. Isto porque, péssimo mesmo é assistir a esses canalhas-de-cara-lavada a contar patranhas para a sociedade.

Fazem malabarismos com suas mentiras disparatadas e, por incrível que pareça, “convencem certos intelectuais”. O que se dirá então dos milhões de analfabetos brasileiros, que os assistem encantados pela destreza que possuem para mentir?

Muitos deles dão aulas práticas de como roubar sem tocar as mãos nos cofres públicos. São santinhos de altar. “Não vi, nunca escutei e ninguém me disse nada”. Por isso, estamos a presenciar o ano patético-eleitoral. “Nada nessa mão, nada nessa também, mas sumi com todo o seu dinheiro”.

2015: Ano da Guerra


Zik-Sênior, o Ermitão.

Zik Sênior, o eremita

Zik Sênior

Tenho acompanhado a evolução dos candidatos que desejam a Presidência da República. Mas, como tenho 106 anos e não preciso votar, sinto-me à vontade para opinar sobre o que pressinto que pode acontecer em breve.

Até o momento, tudo aponta para, finalmente, a desejada derrota do PT nessa disputa. Um sinal evidente dessa tendência está explícito na fala de petistas boçais, mais extremados. Ameaçam criar sucessivos empecilhos para que o candidato eleito não consiga governar o país, e o povo que se dane! Ameaçam, até mesmo, com o uso da violência.

Um tal de João Stédile, que se diz líder de um “Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra” (o que é um enigma para mim, pois, se não possuem terra, não são trabalhadores rurais), em entrevista concedida a Rodrigo Viana, da Revista Fórum, afirmou a seguinte pérola:

─ “A questão agrária no Brasil só virá num futuro próximo (sic) quando houver a retomada das manifestações de massa, que vão pautar um projeto de país. […] Ganhe quem ganhe (sic) continuará tudo igual. Só espero que não ganhe o Aécio, porque aí seria uma guerra (sic). […]” [1].

Em minha completa ignorância acerca desse tipo de babaca, deduzo que se trata de um gajo agressivo, mal alfabetizado, presunçoso e ainda a querer instalar o comunismo no Brasil. De forma bem pejorativa, trata-se de um estafermo avariado, um terrorista de calcinhas bordadas. Contudo, ainda que tente cumprir o que prometeu, “dará com os burros n’água“. Quer dizer, “vai nadar muito e morrer na praia”.

Que haverá uma grande guerra, não tenho dúvida. Mas será bem outra. Não importa se o novo presidente venha a ser o Aécio ou a Marina, que são as únicas opções que ainda existem. Qualquer um deles terá de higienizar a máquina pública, o que demandará um esforço descomunal de sua equipe de governo.

Sanear ministérios, secretarias, empresas estatais e agências públicas da sujeira humana instalada pelo PT e sua “base ‘de corrupção’ aliada”, não tem preço! Será guerra para durar um mandato inteiro e ainda vai deixar bastante fumaça tóxica na atmosfera do planeta.

A ser assim, o novo governo será acusado pelo IPCC de ser o maior contribuinte de gases para o aquecimento global. Deverá ser severamente punido na ONU, pela queima descontrolada de elementos orgânicos, nocivos e perigosos. Meno male, será sinal que a limpeza obteve algum sucesso!

Grato pela atenção e até a próxima…

……….

[1] Fonte: Folha Política. Na matéria intitulada “Líder do MST promete ‘guerra’ se Aécio ganhar”.

Horário eleitoral gratuito


Recebemos um texto para campanha política de um candidato às eleições de 2014. Ele pede que o publiquemos no blog, função do tal do “horário do político gratuito” ou qualquer coisa que o valha. Seu advogado disse-nos, por sinal de forma um tanto grosseira, que essas publicações são obrigatórias e precisam ser gratuitas. Afirmou ainda que todos os veículos de comunicação do país têm a obrigação de divulgá-las, querendo ou não, pois consta da lei.

Após algumas discussões internas de nossa equipe, decidimos postar a “marquetagem” para nos livrarmos de eventuais vendetas. Nunca se sabe quais podem ser as consequências das ações desses prodígios. Mas, mesmo assim, ainda insistimos em pensamento:

─ “Trata-se de uma coisa muito estranha, uma propaganda política refogada com lixo”.

De toda forma, conforme determina a lei, segue o ‘comício eleitoral’ do político Geisonilsuam da Silva, o Fiofó.

……….

Comício público de Geisonilsuam ‘Fiofó’ da Silva

─ Atenção meu povo, vamos à luta para vencer! Para presidente, vote 00, vote no Fiofó!

─ Tudo o que Fiofó promete, Fiofó faz com exatidão. Afinal, se Fiofó dá tudo por você, então não perca seu Fiofó de graça.

─ Para presidente, crave seu voto no Fiofó! Faça negócios e ganhe muito dinheiro com Fiofó. Realize “relações eleitorais” com o seu Fiofó!

─ Mas saiba de um fato que nos multiplica: nosso Fiofó será todo seu, assim como o seu Fiofó será todo nosso. Vamos, juntos, compartilhar o Fiofó!

─ Meu povo, nestas eleições para presidente, vote em Fiofó! Crave 00 no Fiofó!

O analfabeto político do século 21 - Fiofó da Silva

O analfabeto político do século 21 – Fiofó da Silva

A urna eletrônica brasileira deve auxiliar bastante a eleição de milhares de Fiofós. Vota-se no Tonico Trombeta e um Fiofó, devidamente programado, recebe o voto! Na qualidade de eleitores, temos de nos sujeitar a isso. Não existe escapatória, sobretudo da maneira como essa vergonha está legalizada pelo voto obrigatório. Desculpem, mas desse jeito, obrigatório, trata-se de uma violação grave, não de uma “cantada”.

São milhares, talvez milhões de Fiofós, zanzando pelas ruas e escritórios do país, sobretudo durante as milionárias campanhas políticas que realizam. Nunca se sabe o que pensam, o que planejam, de onde vieram e em que lugar desejam se aboletar no futuro próximo.

Não há qualquer dúvida que querem ser políticos, mas, com certeza, não é pelo salário mais as benesses que percebem. Até porquê, tudo indica que gastam muito mais do que ganham para fazer muito pouco ou fazer nada.

Há quem diga que o Fiofó acima transcrito ficou milionário com “restos de campanha”. Haja restos. É como ser um minguado faquir desde a origem e, num dia, com restos de comida colhidos nas lixeiras, engordar rápido para, logo em seguida, sagrar-se campeão mundial de sumô. Há algo inexplicável nessa trama.

Quem assiste aos programas políticos, televisionados duas vezes por dia, ou procura ocupar o tempo com comicidades ou está prestes a enlouquecer. Confessamos que, por curiosidade de ver se o nível havia melhorado, assistimos ao primeiro programa desse ano. Claro que nem todos os Fiofós estavam presentes, pois não há tempo disponível para tantos. Mas o que vimos e ouvimos foi dantesco. A menos de um único candidato, para todos os cargos eletivos destas eleições só compareceram Fiofós!

Assim, considerando o cenário trágico em que fomos enrolados nestes últimos anos, ficamos a pensar como ficará o país com a nova geração de Fiofó que vai invadir aos coices o Congresso Nacional e as Câmaras estaduais.

E mais lamentável ainda, quais são os riscos que a sociedade brasileira correrá se o Palácio do Planalto for dominado por mais um Fiofó, a comandar sua tropa de “ditadores democráticos”.