Ano patético-eleitoral


Ricardo Kohn

Ricardo Kohn

Ricardo Kohn, Escritor.

Sequer sei por onde começar esse artigo. São tantas as inverdades que vejo na gandaia política, que me sinto incapaz de ordená-las segundo qualquer critério.

Alguém que não conheça meus hábitos poderá dizer, aborrecido:

─ “Ora essa, então não liga a merda da televisão!”.

Acontece que, desde criança, assistia aos telejornais da noite. Na verdade, gostava de ver Tom & Jerry e Super Mouse. Depois, por mera curiosidade, seguia a acompanhar o noticiário.

Desta forma, hoje é terrível ligar o aparelhinho na hora dos jornais noturnos e dar de cara com um analfabeto ou um safado a fazer promessas que nunca poderá cumprir. Com um só não, com dezenas deles!

Porém, mais grave é o quadro dos principais presidenciáveis. De diversas formas, comportam-se de maneira nefasta, em choque com princípios básicos da Humanidade: ética e disciplina. E posso explicar por quê.

A candidata à reeleição não tem nada para mostrar ou dizer. Basta olhar os indicadores da economia e ver o que ela conseguiu realizar, ou seja, piorar a desgraça que herdou de seu criador apedeuta. Antes que seja envolvida pelos descalabros cometidos na Petrobras, que começam a aparecer claramente, devia calar a boca, tirar seu time de campo.

Proponho que se mude para a Venezuela ou Cuba, com armas e bagagens, onde financiou obras com o dinheiro do povo brasileiro e permanece sem dar qualquer esclarecimento. Mas, com esta mudança, talvez fique feliz. Pois, enfim, a nação brasileira irá aplaudi-la de pé, com veemência, pela primeira vez na história.

O candidato mineiro, que representa a principal oposição ao governo atual, parece que prefere acariciar ao invés de bater nas teclas que lhes são favoráveis. Falta-lhe carisma e iniciativa para a pancadaria política. Mas sacos de pancada não lhe faltam. O que não possui é disciplina para o debate político, na altura que suas duas oponentes merecem e precisam. Por quê apanha quase calado? Por que não revida? Falta-lhe o ímpeto do estadista seguro.

Por fim, surge a candidata acriana que desceu dos céus e, segundo ela, acompanhada pelo Divino. Não governou sequer 1 cm2 de terra deste país, que possui  8.515.767 km2. Mas nega-se a declarar quem fará parte de sua equipe de governo. E sem uma excelente equipe sequer terá como entender o Brasil, que dirá governa-lo meio ao caos que será deixado.

Orientada pelo Divino, esta senhora é autoritária e sonsa. É imponderável em seu programa de governo, pois muda-o a toda hora, sempre ao sabor de interesses desconhecidos. De concreto mesmo, diz que fará a “nova política”. Contudo, nada mais estranho do que as “relações de amizade” que, segundo ela, garantem a continuidade sua campanha. Pelo que consegui aprender, banqueiros e empreiteiros não são base para qualquer “nova política”.

Quanto aos demais candidatos à presidência pouco tenho a falar. No entanto, a candidata gaúcha merece algum destaque, dado que mais parece uma piada. Sua retórica faz-me lembrar a 1ª Internacional Socialista, ocorrida no século 19. A jovem parece que está sempre a implorar o auxílio de Karl Max, a seguir sua crença que se desfez no ar, qual um traque.

Conclusão

Defendo a proposta de acabar com a presença na televisão de qualquer “ilustre candidato” a cargo eletivo. Na minha cabeça, estão todos definitivamente proibidos de aparecer na tv, nem que paguem pelo tempo da propaganda. Que dirá de graça! Meu ouvido não é penico e o lugar de boaparte deles é na cadeia, aboletados em jaulas confortáveis.

Prefiro assistir às dolorosas notícias das guerras travadas pelo mundo, na Ucrânia, na Síria e no Iraque; dos milhares de cruéis assassinatos, estupros, raptos e assaltos que acontecem diariamente no Brasil. Isto porque, péssimo mesmo é assistir a esses canalhas-de-cara-lavada a contar patranhas para a sociedade.

Fazem malabarismos com suas mentiras disparatadas e, por incrível que pareça, “convencem certos intelectuais”. O que se dirá então dos milhões de analfabetos brasileiros, que os assistem encantados pela destreza que possuem para mentir?

Muitos deles dão aulas práticas de como roubar sem tocar as mãos nos cofres públicos. São santinhos de altar. “Não vi, nunca escutei e ninguém me disse nada”. Por isso, estamos a presenciar o ano patético-eleitoral. “Nada nessa mão, nada nessa também, mas sumi com todo o seu dinheiro”.

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