A incrível e triste história da posta podre e seu cozinheiro desalmado


Tentativa de homenagem ao escritor Gabriel Garcia Márquez.

Hotel Suíça. Era um verdadeiro 10 estrelas, a arrasar conforto em qualquer lugar do mundo. Fora um projeto desenvolvido de 2003, desenho de um arquiteto reconhecido no exterior, habituado a rabiscar palácios e igrejas monumentais. Suas obras foram concluídas em 2006, porém, bem afastadas do centro da cidade. Não respeitava as regras do plano diretor, pois estava  fora da área reservada à hotelaria, desenho de um famoso urbanista que planejou a cidade.

Resultou um prédio de oito andares, com vista do terraço para o lago e a floresta, de estrutura leve que chegava a pairar no espaço. Era todo envidraçado, cheio de canteiros floridos, com cursos e quedas d’água que circulavam ao seu derredor, sem nunca parar de fluir. Uma obra da engenharia.

Um hotelzinho furreca que lembra o Suíça

Dependência de um hotelzinho furreca que lembra o Suíça

Contudo, a água não era desperdiçada. Apenas circulava, através de um simples sistema de vasos comunicantes, movido pelas bombas silenciosas das quatro piscinas do Suíça. Por sua vez, as piscinas tinham “cascatas nas cabeceiras”, que simulavam enchê-las de forma permanente, sem as transbordarem. Essa operação de mera realimentação do sistema não era percebida pelos frequentadores do hotel, todos boquiabertos.

O prédio era circundado por muro de pedra, com 5 metros de altura. Mesmo assim, podia-se contemplar o hotel de vidro. Porém, por motivos óbvios, apenas o interior dos apartamentos não podia ser visto por transeuntes. Mas, além disso, e sem qualquer explicação razoável, a cozinha não podia ser avistada, nem visitada pelos hóspedes. Em suma, devia ser a forma de resguardar a intimidade dos “clientes” e de seus “amigos”. Inclusive, os gerentes do Suíça divulgavam à boca pequena que a “engenharia da intimidade” era a “reserva da casa”.

No entanto, suas dependências de uso coletivo eram todas visíveis, embora sempre turvadas. Aos curiosos não era possível reconhecer as feições das pessoas que se cumprimentavam no interior do hotel, mas viam todo o movimento interno do Suíça, apenas como se “clientes” e “amigos” fossem fantasmas sem cara, os chamados “descarados”.

Desse modo, era possível ver imagens difusas do belo restaurante, adornado por um bar para soberanos, o salão de jogos de cartas, as máquinas de caça níqueis enfileiradas. Até mesmo sua esplêndida adega era quase translúcida. Era provida de divisórias feitas com cristal importado, que mantinha a temperatura interior regulada e não permitia a entrada de luz e calor que afetassem a qualidade das bebidas. Todas, com raríssimas exceções, importadas dos melhores centros produtores do mundo.

Os clientes do Suíça. Os frequentadores do hotel não moravam na cidade. Provinham de outros estados ou mesmo de vários países. Pouco se sabe a respeito deles, além do fato de que sempre estavam lá a fazer “negócios”. O Suíça tomava todas as precauções para que não fossem identificados por intrometidos.

Em linhas gerais, eram pegos por limusines negras e blindadas, com vidros recobertos por uma película escura que impedia a visão do seu interior. Os “clientes” eram recolhidos na pista do aeroporto internacional, ao lado de seus jatinhos particulares, sempre taxiados ao largo dos terminais. Por isso, no aeroporto era proibido entrar com luneta ou binóculos.

Dessa forma, o máximo que se sabia é que chegara alguém para o hotel, pois via-se uma dessas limusines a trafegar pela cidade, com quatro batedores mascarados, ostensivamente armados. De certa maneira, lembravam os “Black Blocs” de hoje, só que sempre a dirigir potentes motocicletas.

A chegada dos clientes era realizada através de uma via interna lateral, que os desembarcava em um lobby de mármore de Carrara, situado aos fundos do hotel. Porém, essa via era protegida por mais vários seguranças, também armados, que impediam a qualquer curioso aproximar-se e bisbilhotar o “visitante”. Ficou-se a saber, após a extinção do Suíça, em 2009, que seus seguranças eram lutadores de MMA, muito bem treinados e violentos.

Os amigos dos clientes. O procedimento do Suíça para conduzir os “amigos locais” até seus clientes era similar em termos da segurança. De resto era distinto, de forma a não chamar a atenção dos moradores da cidade. Usavam possantes caminhonetes blindadas, de cores variadas, mais o aparato de escurecimento dos vidros.

Todavia, o local em que os “amigos” eram recolhidos variava a cada “encontro de negócios”. E nunca era na instituição em que trabalhavam. Da mesma forma, eram desembarcados no lobby, ao fundo do hotel. Era dessa maneira que o Suíça garantia sigilo absoluto dos “encontros de negócios” que somente se realizavam em suas dependências.

A vizinhança do Suíça. A curiosidade da população da cidade em desvendar esse “segredo urbano” foi de tal ordem, com tal intensidade, que um mês após a inauguração do hotel, começou a nascer uma espécie de vila à sua volta. Primeiro chegaram as barracas de campanha; depois foi sendo construída uma favela de barracos, um oratório, um bar e, por fim, um prostíbulo. Em um ano a população dessa “vila livre” tinha mais de cinco mil moradores e fedia pra dedéu.

Não se sabe bem o porquê, mas alguns partidos políticos da base aliada ficaram preocupados com a invasão das terras públicas. Seus políticos mais eminentes fizeram pronunciamentos agressivos no Congresso Nacional contra o que chamaram de “barbaridade urbana”. Mas, por incrível que pareça, todos a favor da propriedade privada, da suntuosidade do célebre “hotel de negócios”.

Porém, logo em seguida, o poder executivo manifestou-se para a garantir a legitimidade das invasões e, em uma resposta arbitrária (como sempre), fundou dois movimentos, os do “sem-terra” e os do “sem-casa”. Vale ressaltar que, mais tarde, num ataque desenfreado de populismo, esses movimentos tornaram-se o principal programa do governo, embora tenham sido inócuos para os esquemas pretendidos. Tanto é verdade que a “vila livre” permaneceu, cresceu e virou quase cidade, tal como um satélite a orbitar o “hotel de negócios”.

A reação dos negociantes”. De fato, nunca se soube quem eram os proprietários do Hotel Suíça. Sobretudo, por que se tratava de uma sociedade anônima, com algumas evidências de que sua “sede laranja” estaria localizada no paraíso das Ilhas Virgens. O que, afinal, dava-lhe o traço religioso da piedade.

Mesmo assim, piedades à parte, os proprietários estavam furiosos por que perdiam negócios com a existência da favela-satélite que cercava e constrangia o hotel. Ela atuava como uma sucuri gigante a apertar com seus potentes anéis o bolso dos sócios do hotel.

Por outro lado, como os “clientes” estavam a reduzir as “visitas”, seus “amigos” também não mais conseguiam os “negócios fáceis” de sempre, com que se locupletavam.

Assim, houve um enlouquecimento coletivo, até que um “cliente” sugeriu uma reunião de todos os envolvidos: os donos reais do Hotel Suíça, todos os “clientes” e seus respectivos “amigos”. Nesse encontro seria decidido o que fazer com a sucuri gigante, causadora de todos os males por que passavam.

Todos concordaram com a sugestão. Todavia, um gerente do hotel considerou que cuidados especiais deviam ser tomados para que a imprensa não descobrisse aquela reunião histórica. Mas não disse quais seriam esses cuidados. Porém, como o risco de divulgação era elevado, um dos acionistas do Hotel Suíça acabou por firmar a solução final:

─ “Não vamos chamar o evento de reunião ou encontro, mas de ‘Ceia da Assunção’. O hotel abrirá suas portas para todos os clientes e amigos. A ceia terá início às 2:00 da madrugada da próxima segunda-feira, quando a cidade já estará em silêncio, sem imprensa. Nosso chef vai preparar, como prato principal, lindas postas de bacalhau que importei da Noruega. Além disso, a adega estará livre desde a entrada e o primeiro prato. Serviremos um prato leve de salmão norueguês defumado; de entrada, caviar russo, escargot e ostras francesas”.

A Ceia da Assunção. Os jatinhos começaram a aterrissar por volta da uma hora da manhã. Era uma noite escura de quarto-minguante. A iluminação das ruas fora reduzida, pois o país enfrentava mais uma crise de energia. As limusines negras, silenciosamente enfileiradas, sem os batedores, chegaram tranquilas ao hotel. A cidade e a “vila livre” estavam adormecidas.

O hotel não tinha luzes acesas. Um eventual passante curioso não poderia ver nada da rua. Os próprios participantes da “Reunião Sucuri Gigante”, conforme ficou conhecida, acharam estranho. Porém, foram surpreendidos com a existência de mais um elevador no lobby, que nunca haviam visto, dada sua posição afastada dos demais. Entraram no elevador e saíram na mais magnífica e espaçosa cozinha que um hotel poderia ter naquela ocasião.

Tinha cerca de 300 m2 bem aparelhados, inclusive com um sistema de câmeras de segurança que oferecia imagens e áudio do interior do hotel e de sua vizinhança. Continha um espaço de 100 m2 reservado para a guarda do hotel, que fora transformado em sala de reunião para aquela oportunidade. Foram recebidos amistosamente pelos três sócios anônimos, que não conheciam até então, acompanhados pelo chef de cuisine, o francês, monsieur Wagallume de Tonnais.

Sentados à mesa, com espaço para 50 pessoas, os acepipes começaram a ser servidos por vários garçons, todos sorridentes, mas silenciosos. As cabeceiras foram ocupadas por sócios do hotel. Então, o dono da solução levantou-se e dirigiu-se aos presentes:

─ “Sem delongas e rapapés, quando necessário, tratem-me por Ostentor. Para não perdermos tempo, recomendo que não façamos debates sobre o destino que vamos dar à nossa tal vizinhança. Concluo que somente temos duas opções: ou fechamos o hotel e encerramos nossos negócios no país ou demolimos a favela”.

O chef de Tonnais preparava o prato principal, mas aguardava a solução que seria dada pelo grupo. E Ostentor continuou:

─ “Mandei imprimir uma cédula de voto com as duas opções. Os senhores só precisam marcar com um ‘xis’ a que preferem que seja executada. Nada melhor para legitimar uma decisão do que um plebiscito social, não acham?”. E soltou uma breve gargalhada.

O terceiro sócio distribuiu as cédulas a todos os presentes. Em dois minutos a votação estava encerrada. Ostentor pegou a “urna” (uma cesta) e anunciou o resultado da contagem.

─ “Senhores, silêncio. Decidimos por unanimidade demolir a favela! A minha segurança vai executar essa ordem. Estou com fome, vamos às postas de bacalhau norueguês e aqui não se fala mais nisso”.

Todos se levantaram e abraçaram-se. Cumprimentaram com acenos de mão ao Ostentor, que acabara de se tornar líder absoluto daquele esquema de negociantes.

Comeram e beberam a mais não poder. Consumiram o salmão defumado, o escargot, o caviar e as ostras chatas e carnudas da Bretanha. Foi então que o próprio chef veio à mesa e serviu a Ostentor. Os demais foram atendidos pelos garçons, mas continuaram a se fartar.

Em agosto de 2009, amanheceu um dia lindo e ensolarado. Quando a polícia e os legistas chegaram, em resposta a um telefonema anônimo, encontraram todos mortos na cozinha do hotel, inclusive a guarda de segurança e os motoristas. Um dos legistas, o mais experiente, disse que tudo indicava que houvera um envenenamento em massa, pela baba fétida que saía da boca dos defuntos, decerto recém abatidos.

Todavia, do outro lado da rua, impedidos de se aproximarem pela ação da polícia, estavam os aflitos mais curiosos da vizinhança, interessados em saber o que acontecera no hotel impenetrável. Dentre eles, se destacavam o francês e sua mulher, moradora de um barraco na vila. Os dois estavam tranquilos.

Ricardo Kohn, Aprendiz de Escritor.

Erros crassos consagrados


No Brasil de hoje, ‘político’ virou étimo de ignorante”, esta é a visão a que a população chegou após a bandalha de 12 anos, pois quase 40% de votos ainda não estão definidos.

Os dialetos da língua portuguesa, falados e escritos em certas regiões do país, arriscam-se ao criarem jargões desconexos, que acabam por se consolidarem em ambientes incultos, para enlevo e regozijo dos que precisam dominar turbas de ignaros com fins pessoais. Em suma, para servir à manipulação efetuada por políticos corrompidos.

Erros crassos em tudo, mas consagrados

Erros crassos em tudo, mas consagrados

Têm-se vários exemplos dessa fraude, sobretudo movidos por expressões coloquiais dúbias, que constituem erros crassos de gramática e sintaxe. Há pouco mais de uma década, a classe política dominante, sempre em permanente “corrida eleitoral”, escoiceia o vernáculo, a fazer promessas que nunca cumpre.

Agora, para estupefação da sociedade, a mesma classe jura que vai realizar mudanças. Mudanças para o quê, se nada fizeram? De toda a forma, o mais interessante é que mais de 70% dos eleitores querem “mudanças na forma de como o país é governado”. Decerto, com outra equipe de verdadeiros governantes, de estadistas formados.

A despeito disso, ainda há quem ache engraçado o modo das “falações regionais”, fazem piadas, contam causos inverossímeis de arrepiar mulas e jumentos. Mas não há motivo para fazer graça com essas falações, apenas de se sentir vergonha em viver calado sob o regime delas. Na verdade, tornaram-se subdialetos ordinários, coalhados de falas grotescas, embora consagradas por políticos apedeutas.

É desse modo que certos políticos “negociam” entre si e, mesmo a correr perigosos riscos, ainda tentam convencer à sociedade menos letrada que nunca cometeram “malfeitos’ e que continuarão honestos, a perseguir o caminho que escolheram [para se locupletarem na mesa alheia].

Isso é doloroso nos setores que podem ser atendidos por ciências específicas. E é o caso da “política”, uma vez que existe a Ciência Política. Não significa que um Presidente ou Primeiro Ministro de qualquer nação precise dominar esta ciência, longe disso. Apenas, sob nenhuma hipótese, pode ser analfabeto funcional, muito menos associado a pares corruptos semelhantes.

Nação de Chuteiras


Zik-Sênior, o Ermitão.

Zik Sênior

Zik Sênior

Chamou atenção de alguns governantes o tamanho do salário dos jogadores exportados e o valor fixado para seus passes. É impressionante, visto que, com apenas o pagamento mensal dos 11 titulares da seleção que fulecou no futebol, daria para remunerar melhor os professores de 1º e 2º graus de todas as capitais do Norte e Nordeste do Brasil.

Dado o elevado volume de dinheiro que flui no país por obra do futebol, mesmo que os passes dos brasileiros estejam em queda livre, após as “magistrais fulecagens” que cometeram nos jogos de 2014, novas gerações já começam a despontar, com muitas promessas de alto valor comercial.

A imprensa noticiou (com outras palavras) que um dos desmiolados acha que o governo deva fazer uma “intervenção indireta” no comando do futebol brasileiro. Afinal, pensa ele, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ganha dinheiro à larga e só realiza desastres regados a champanhe francês. Mas, digo eu, é bom lembrar que, em passes de mágica, seus diretores ficam milionários.

Porém, mesmo a admitir a hipótese de outra intervenção do Estado em assuntos privados, é importante saber o que entendem por “intervenção indireta” do governo. Até porque, qualquer intervenção de um ator sobre outro, mesmo que seja “bala de ricochete”, é sempre direta.

Então, para objetivar, devo perguntar: trata-se do governo estabelecer as regras para o exercício do futebol no país ou de ser o dono dos passes de todos os jogadores brasileiros?

As alternativas

Caso estabeleça as regras, o país do futebol ficará, mais uma vez, isolado do resto de mundo. No máximo, poderá criar uma coisa particular, que chamo de “Fifa Vermelha”. Dela participariam países que têm recebido “agrados financeiros” do governo brasileiro, como Cuba, Venezuela e Bolívia. No entanto, Equador e Coréia do Norte também seriam aceitos, na qualidade de parceiros da ideologia moderna do futebol estatizado.

As regras seriam estabelecidas aos poucos. Mas a primeira, uma regra instantânea, teria os argumentos típicos da soberana:

─ “O meu povo precisa ver mais gols e eu preciso ver mais votos para me reeleger. Então, o meu governo acabará com a ‘posição de impedimento’, que gera muita discussão. Qualquer jogador poderá fazer gol quando ‘estiver na banheira’. Isso é perfeito pra o meu povo!

Sem dúvida, com base nesta regra, será “perfeito para o povo” assistir ao jogo Alemanha 218 x 4 Brasil. Mas acredito que não há risco de ocorrer esta pelada, pois a Alemanha nunca participará desta “nova Fifa”. Afinal, trata-se de uma potência mundial, com imprensa livre, constituída por opositores violentos e pessimistas contra a falta de trabalho e a corrupção.

Obviamente, a segunda regra estabeleceria a frequência e qual o país poderia ser anfitrião da “Copa Fifa Vermelha”. Pois, a soberana quer que sejam anuais e sempre realizadas nas “doze arenas brasileiras”. A sede da Fifa Vermelha será na Zurique brasileira, enterrada em um bunker blindado no Planalto do centro-oeste, fora dos olhares de jornalistas difamantes.

Caberá ao governo anfitrião pagar, com tributos arrancados de nossos bolsos, a viagem, estadia, alimentação e entretenimentos das comitivas dos cinco “países companheiros”. Será a alegria anual até de corruptos estrangeiros. Teremos a grata oportunidade de assistir à duplicação dos valores da hotelaria, à falsificação de ingressos, à ação das quadrilhas de cambistas e à canibalização de ingressos oficiais.

Todavia, algo misterioso me diz que comercializar passes de todos os jogadores brasileiros é um negócio bem mais proveitoso para as finanças dos envolvidos. Entretanto, os governantes que defendem a “intervenção indireta” terão que esquecer a Copa Fifa Vermelha e as regras exclusivas da soberana. Mas creio que saberão fazer uma boa análise de custo e benefício.

Nesta outra linha comercial, bem mais viável economicamente, vejo que é estratégico para o governo encerrar de vez com a CBF e suas atividades. Não sei como faria isso, mas, com certeza, manter “dois capetas se digladiando sobre a mesma cobiça” é arriscado “pra cacete”. No lugar da CBF pode ser criada outra instituição pública. Quem sabe não será o vital Ministério do Futebol, para reger com garra o futuro da Nação de Chuteiras?

Após vencida a terrível batalha para escolha do partido que indicará o novo Ministro, restará ao governo aparelhar o ministério com seus ideólogos amestrados, a formar mais uma súcia particular. Somente então emanará dois decretos básicos: o do Marco Civil do Futebol e o do Sistema Nacional de Participação Social no Futebol sem Elites Brancas, que é um sistema democrático somente para companheiros, filhotes e apadrinhados.

Dizem os governantes que nesses decretos estará esclarecido (!) como o país procederá a partir do futebol estatizado (!!) e, sobretudo, como pretendem “vender esta proposta” à Fifa (!!!), a qual é bastante magnânima a novos negócios. Caso seja aceita, acredito que o dispêndio será da ordem de dezenas de bilhões de dólares, obviamente retirados de nosso “inesgotável” Tesouro Nacional.

Proposta para 2015

Afora propostas fora de órbita do governo e discursos ociosos da soberana, nada de novo deve ser esperado no ano de 2014, senão patranhas que visem a soergue-la da lama em que submergiu sob vaias e xingamentos.

Caberá ao novo presidente eleito em outubro, iniciar em 2015 os trabalhos de reconstrução da nação, que foi demolida pela escassez de competência em gestão e pela corrupção, que há 12 anos assumiram a posse do Estado brasileiro.

Por este motivo, sugiro que ele determine ao Ministério Público Federal contratar uma empresa auditora de renome para realizar a completa auditoria da CBF, tendo como critério “as melhores práticas internacionais de processos econômicos, financeiros e contábeis em instituições de gestão esportiva”.

O relatório das não-conformidades lavradas não pode ser confidencial. Ao contrário, deverá ser divulgado on-line e off-line, através de pelo menos cinco jornais de grande circulação no país. Seu principal alvo é o povo brasileiro, a ser informado com clareza, de norte a sul.

O ultraje das Copas


Para se nivelar com a infâmia.

Após os espantosos “gastos esportivos” do governo, estimados pela imprensa em cerca de 30 bilhões de dólares, o Brasil é eliminado da Copa da Fifa pela Alemanha, que foi implacável técnica, tática e disciplinarmente. Placar desmoralizante de 7 a 1 !!!

A seleção brasileira, penta campeã mundial de futebol, recebeu uma porrada “nunca vista na história desse país”. Parece piada de mal gosto, mas a nação do futebol encontra-se de luto.

Alemanha 7 x 1 Brasil

Resultado da infâmia: Alemanha 7 x 1 Brasil

O governo federal vendeu descaradamente a Copa da Fifa para o povo brasileiro como o mais “grandioso evento da história esportiva do país”. Seu único objetivo era colher mais votos nas eleições gerais deste ano, de modo a manter a oligarquia que possui no parlamento e reeleger a “criatura” à presidência da República. “Fod&u-s&”.

A Copa da Copas demonstrou, de forma cabal, que o futebol nivelou-se aos mais infames serviços públicos de educação, saúde e segurança que são oferecidos . Porém, agora a dura realidade bate à porta de cada um.

Um brasileiro mais atento enviou essas linhas para um amigo que, graças à capacidade de previsão de desgraças, mudou-se há 12 anos para o Canadá:

─ “Você estava certo quando foi morar em Toronto. Temos um péssimo futebol. Um péssimo técnico. Copa superfaturada. Máfia de ingressos. Trouxas pagando R$ 2.000,00 por um único ingresso. Ausência de legados. Operários mortos. Viadutos feitos ‘nas coxas’ que desabam. Trem bala e metros que sequer saíram das fábricas. Governo corrupto. Doutrinação ideológica. Setenta milhões de bolsas família distribuídas. Política de Cotas. STF loteado. Inflação em alta. R$ 2,2 trilhões de dívida pública. Invasão de médicos cubanos. Porto de Mariel. Petrobras sucateada. Eletrobrás desesperada. Cerca de 50 mil assassinatos por ano. Médicos brasileiros humilhados. Amizade íntima com Venezuela e Cuba. Economia a caminho da ‘argentinização’. Presídios superlotados. Hospitais caindo aos pedaços. Não é possível, o povo deve estar anestesiado. Acorda brasileiro!”.

Faz-se apenas um adendo a este texto. O atento brasileiro esqueceu-se de observar que o Brasil é único país do mundo em que treinadores de futebol são chamados de “Professores” e recebem remunerações astronômicas.

Aguarda-se com muita ansiedade a presença da “soberana” no Maracanã, para  a entrega da taça à seleção campeã do Ultraje das Copas. É ideal que esteja acompanhada por seu “criador e respectiva camarilha”. Com certeza, serão bastante “ovacionados pelas elites brancas”.

Vaias para a Fifa e etc.


Verifica-se a ocorrência de distúrbios e conflitos de valores há muito consagrados no mundo. Isso é fato no Ocidente e no Oriente. Se tal fato é bom ou ruim, não se tem ideia. Porém, é muito provável que a resultante das forças divergentes de antagonismos ideológicos seja capaz de mostrar suas garras. Deve-se esperar um pouco para ver os primeiros acontecimentos da história a porvir.

O ser humano gastou pelo menos 2 milhões de anos para construir um tipo de cultura universal que permitisse, pelo menos, a coexistência instável entre povos de distintas origens. Não foi um trabalho de indivíduos. Foi obra insana e incansável de muitas gerações que, embora incompleta, plena de ensaios e erros, fez com que os humanos conseguissem ser hipócritas quase leais nas suas relações. Vê-se isso entre vizinhos do mesmo prédio, nas ruas, cidades e em Estados nacionais.

Dentre uma infinidade de “doces expressões”, dá-se o nome as essas relações instáveis de saudável convivência ou apenas de“boas maneiras”. Pura mentira hipócrita.

No cenário atual da nação brasileira o quadro é ainda mais grave. As “boas maneiras” foram estraçalhadas e jogadas em lixeiras. Para explicar esse perigoso processo, requer que se identifique os fatos principais que o causam:

  • Ano de eleições presidenciais, com o mesmo partido impondo-se a qualquer custo para continuar por mais quatro anos no poder. É seu desejo permanecer devorando as riquezas do Estado.
  • Economia brasileira em avançado estágio de dissolução: indústria a desfalecer, redução na oferta de empregos, dívida pública próxima de R$ 2,5 trilhões, inflação acorrentada no topo da meta, contabilidade criativa, PIB muito fraco.
  • O dispendioso circo armado pelo governo, por força da Copa da Fifa, isenta pelo governo federal de pagar qualquer tributo.
  • A infinidade de obras superfaturadas, inacabadas, levando a crer em corrupção intensa, com elevada frequência.
  • As torpes declarações de vários membros do partido, sempre em defesa de sua incompetente candidata, a fazer agressões ao povo brasileiro.

Como dito acima – ”a ocorrência de distúrbios e conflitos de valores há muito consagrados no mundo” –, esses fatos simultâneos são a completa inversão de valores humanos seculares. Sendo assim, o que esperar como resposta de um povo enganado, frustrado e atormentado? No mínimo vaias dirigidas à soberana e suas facções.

Em outras nações, com cultura não universal, fatos similares desencadearam guerras civis, golpes de Estado e até mesmo a execução sumária dos estelionatários políticos. Cuba é um caso a ser lembrado, ainda que tenha trocado apenas suas moscas.

Mas por falar em Copa, Fifa, Vaias e Cuba, comemorando os 70 anos de Chico Buarque e seu carinho pela ditadura cubana, em 1977 ele compôs uma música inaudita, com refrão especial para o momento. As vaias nos estádios para a Fifa e outros poderiam ser melhores do que “Joga bosta na Geni !!!”, com berros uníssonos?

Zepelim prateado

Zepelim prateado

Para quem não se recorda da letra e música, basta clicar em “Geni e o Zepelim”. Mas nunca se esqueça da frase do inesquecível Nelson Rodrigues: “No Maracanã, vaia-se até minuto de silêncio e, se quiserem acreditar, vaia-se até mulher nua”.

O ódio é mútuo


A princípio não queríamos entrar nesse tipo de discussão: – Xingar em público o mandatário máximo de um governo nacional é admissível ou constitui uma grave violência?

Porém, não há como calarmos. Entendemos ser necessário refletir com mais profundidade sobre a ocorrência das vaias e xingamentos dirigidos à atual Presidente da República. Acreditamos que a reflexão é uma atitude essencial ao exercício da “cidadania democrática”.

No entanto, focalizando não apenas às extremadas indignações ocorridas na “Arena de São Paulo”, durante jogo de abertura da Copa da Fifa. É importante ir além e considerar o contexto dos últimos quatro anos do governo, fruto exclusivo das ações políticas de seu mentor apedeuta. Afinal, vaias dirigidas à soberana são repetitórias, até mesmo em pronunciamentos televisivos, quando, de forma antecipada e ilegal, chafurda à cata de votos.

Um pouco do contexto histórico

Desde quando o partido pôs suas mãos no comando no Planalto, em 2003, o país foi dividido entre “nós e eles”. Essa foi a principal contribuição ideológica gradativamente imposta ao povo brasileiro: nós, do partido, somos o povo e sempre estamos a seu lado, acreditem; eles, da oposição, são a elite dominadora, corrupta e que nada realizou; só cometeu desgraças para o nosso povo.

Esse tipo de ódio foi insuflado sistematicamente, tanto com difusas “promessas de correção dos rumos do país”, quanto pela cara publicidade chapa-branca em veículos de comunicação. Mas foi assim que o partido conseguiu construir uma sólida muralha de fumaça, capaz de esconder, aos olhos da nação, as ações clandestinas de seus partidários dentro do governo.

E, paradoxalmente, foi por obra de uma ação intestina, realizada em público e mostrada em canais de televisão de todo o mundo, que o esquema do mensalão foi denunciado por um parlamentar da chamada “base aliada” (junho de 2005). O motivo da delação foi o fato de se considerar menos aquinhoado pelas propinas que a quadrilha distribuía com dinheiro público. Ela comprava vários “elementos” do Congresso Nacional para ter seus votos e manter-se eternamente no poder. Ou seria outra coisa?

Após mais de 7 anos, alguns foram julgados pela Alta Corte, apenados e encontram-se presos em penitenciárias. Porém, muitos outros permanecem soltos, atuando nas mesmas práticas que lhes interessam realizar: planejar corrupções futuras e executá-las sob nuvens de fumaça, com o auxílio de quadrilhas privadas. Tudo clandestino, obscuro e furtivo.

Já a partir de 2006, novas plantações de corrupção são efetuadas na calada de escritórios políticos. Começaram a ter frutos mais expressivos em 2013, no reinado da atual soberana. A sequência de escândalos descobertos é fenomenal. Não temos meios de destrincha-los, mas todos já os conhecem ou, pelo menos, ouviram falar deles.

No entanto, o escândalo mais grave apresenta – todos juntos e unidos pela fé – “uma quadrilha de doleiros, ex-presidente e diretores de estatal, parlamentares, assessores e traficantes de drogas”. Mais uma vez, a maior vítima da extorsão foi a Petrobras.

De toda forma, o esquema de propina e lavagem de dinheiro já se encontra evidenciado pelas investigações da Polícia Federal, na “Operação Lava a Jato”. Resta esperarmos sentados, como sempre, que a justiça brasileira cumpra com sua missão: envie os responsáveis e, sobretudo, “seus sócios” para uma penitenciária que seja de segurança máxima. Pois, extorquir o povo brasileiro e a Petrobras é um crime moralmente hediondo!

Contrastes, falhas e mentiras

Antes de abordarmos os apupos e palavrões dirigidos à soberana, é necessário ponderar sobre sua motivação. Em nossa visão, é de ordem social-democrata e fundada nos contrastes dos investimentos do governo, ao longo de pelo menos 10 anos – período 2003-2012.

Em síntese, neste período o governo despendeu mais dinheiro público na África e na América Latina do que em território brasileiro. Em 2012, nossas estradas, ferrovias, aeroportos, portos, eram os mesmos de 2003, apenas deterioradas após 10 anos de uso sem manutenção. Não vamos ser redundantes em falar mais da falta de equipamentos de educação e saúde, bem como da malfadada insegurança pública nacional.

Em compensação, o porto de Cuba é a Joia da Coroa. A unidade da Petrobras, situada em território boliviano, foi desapropriada pelo cocaleiro que lá governa, com forças do exército da Bolívia que a invadiram. Mas o mentor da época ainda foi capaz de remunerar o cocaleiro-mor pela façanha cometida!

Enfim, o descaso do partido à frente do governo, baseado em princípios ideológicos escusos, abatidos desde o século 19, cria contrastes que humilham diariamente a população brasileira. Isso não merece vaias?

As falhas e o superfaturamento das obras da Copa da Fifa – arenas e mobilidade urbana – são mais uma confirmação da corrupção instalada e da incompetência do Planalto. Por quê, então, não mais vaias?

Orientada por seu mentor, desesperada à cata de votos e sem mais tentar gerir o país, a soberana faz pronunciamentos nacionais que são verdadeiras odisseias de mentiras sobre o cenário que turvou o Brasil. Parece que discursa sobre a Noruega, a Alemanha ou a Holanda. Talvez ainda acredite ser capaz de manipular o povo brasileiro sem ser apupada. Mas, por óbvio, crescem as vaias!

Apupos e xingamentos

A imprensa chapa-branca e a soberana afirmam que os apupos e palavrões partiram da área VIP do estádio de futebol, isto é, da elite que a ocupa. Mas se esqueceram de um fato importante:

─ “O que é “elite” e quem forma a “elite brasileira” após 12 anos de poder do mesmo partido?”

Segundo o dicionário Michaelis, elite significa “o escol da sociedade, de um grupo, de uma classe”. Já escol, consultando o mesmo amansa-burro, é “o mais distinto em um grupo”. Por sua vez, distinto significa “elegante, gentil”.

Como se vê, a visão ideológica do que é “elite” está completamente deturpada pelo partido adoentado no poder.

Por outro lado, muitos fatos nos levam a crer que a maioria dos ocupantes da área VIP do estádio era composta, além dos convidados pelo próprio governo, por “doleiros, ex-presidentes e diretores de estatais, parlamentares, assessores e traficantes de drogas”. Essa é a elite que nos restou após os últimos 12 anos.

Somos favoráveis às vaias e apupos, posto que são expressões legítimas da democracia. Caso estivéssemos presentes ao jogo de abertura da Copa, não temos dúvida que vaiaríamos a soberana e seu séquito de estimação. É uma reação normal à força do ódio do partido dirigido aos cidadãos, desde que configurados como oposicionistas.

Por outro lado, ainda que hoje o ódio seja mútuo, não vemos qualquer consequência positiva em gritar palavrões e ofensas pessoais. Entendemos que essa prática deva ser abolida, pois não é a postura típica do cidadão brasileiro, além do fato de que não implicará a retirada dessas facções destruidoras, que tomaram o governo brasileiro de sua sociedade.

Será o voto de outubro que, provavelmente, terá real poder de transformação do ambiente político. Precisamos pratica-lo e fiscalizar os resultados, a despeito das dúvidas sobre a qualidade das “urnas eletrônicas“.

Assinam este texto três articulistas do blog. Somos gratos aos leitores desta catarse. Sem dúvida, consideramos necessário registra-la.

Horário político-eleitoral


Ricardo Kohn, Escritor.

Partidos sem um mínimo de conteúdo, apresentam inúmeros políticos “desconteudados”, a fazer promessas aberrantes. Essa é a prática adotada no Brasil desde que dois “horários nobres” diários, do sistema brasileiro de comunicação (rádio e tv aberta), foram “tomados pelo parlamento“, para obrigar a população a assistir ao “digno horário eleitoral[1]. Contudo, aqueles que podem pagar caro por transmissões via canal a cabo, estão livres dessa tortura diária.

No Brasil o tempo de tv é dividido entre os partidos através de numerosas burocracias, com regras estranhas e até draconianas. Dessa maneira pouco democrática, os políticos da situação sempre têm mais tempo para prometer suas patranhas, já conhecidas de longa data por todos.

O povo e o horário político gratuito

O povo e o horário político gratuito

Mas outros países têm modelo similar ao brasileiro. Por exemplo, África do Sul e Namíbia. No entanto, Dinamarca, França e Grã-Bretanha, embora também possuam “horário eleitoral”, o tempo de tv é igualmente dividido entre todos os “presidenciáveis”.

Acrescente-se um detalhe próprio do modelo dinamarquês. Somente falam na tv os partidos que tiveram destaque na eleição anterior. Esse destaque é dado por um número mínimo de votos. Abaixo dele, o partido fica calado, silenciado, e sequer aparece no horário gratuito. Trata-se de um quadro de tortura política moderada para os espectadores.

Salienta-se que nos Estados Unidos sequer existe horário eleitoral, muito menos gratuito. Quem quiser palanquear na tv, haverá de pagar o preço da publicidade, sempre estipulado pelo dono do canal. Os presidenciáveis precisam falar objetivamente para não terem seus próprios bolsos torturados.

Debates televisionados

A televisão a cores tornou-se comercial em 1954, nos EUA. Por isso, é provável que o primeiro debate televisionado entre presidenciáveis haja acontecido em 1960, entre John Fitzgerald Kennedy e Richard Nixon.

No Brasil o primeiro debate ao vivo quase aconteceu também em 1960. A extinta TV Tupi, tentou promover um debate entre Jânio Quadros, Adhemar de Barros e Henrique Teixeira Lott.  Mas Jânio fugiu para fazer um comício em Recife, na mesma data.

Assim, o primeiro debate televisionado brasileiro somente ocorreu em 1974, no Rio Grande do Sul, transmitido pela então TV Gaúcha. Os debatedores foram dois candidatos ao Senado: o jurista Paulo Brossard e o político Nestor Jost, ligado ao agronegócio.

Agora, em 2014, a expectativa do povo brasileiro é grande para ver Dilma, Aécio e Campos travando fortes contendas. Roga-se que sejam capazes de apresentar programas públicos reais e factíveis, dentro de prazos pré-fixados, sem preços sobrefaturados, capazes de atender às tão sonhadas mudanças que a sociedade brasileira, por fim, exigirá do vencedor. Deve-se salientar que o programa de máxima prioridade é colocar o Brasil de pé, novamente.

Porém, uma coisa é certa. Dilma e seu aparelho já tiveram mais de uma década – longos três mandatos sucessivos – para melhorar o país ou, pelo menos, deixa-lo decente e confiável para os jogos enriquecedores do comércio internacional. E o que fez a “mardita” até agora?

……….

[1] A lei que criou essa façanha data de 15 de julho de 1965. Está na hora de extingui-la. É retrógrada, reacionária e canibaliza a mente dos milhões de brasileiros menos informados.

Mais um circo armado


Simão-pescador, correspondente na Europa.

Simão-Pescador

Simão-Pescador

Durante um mês inteiro é facto que o mundo ficará quase improdutivo para assistir aos jogos mundiais de ludopédio, mais conhecido como football. Dizem ser o esporte das massas. Ou será que nem tanto? Não seria tão-somente o esporte de milhões de espectadores obcecados?

Vejam bem, com a população mundial à beira da casa dos 7,5 bilhões de terráqueos, creio que os “futiboleiros” fanáticos talvez alcancem, no máximo, a 10% dos habitantes da Terra. De toda forma, esses gajos são capazes de parar a produção para ficarem diante de uma telinha, vendo o circo montado. Mas cada um que interrompa seu trabalho cria um vazio implacável na linha de produção. Se 10% deles estacarem, imaginem as consequências disso durante um mês mundial! Façam as contas: durante 30 dias, 8 horas por dia, de 750 milhões de futiboleiros“, com remuneração média de 50 euros a hora. Um valor formidável para salvar qualquer miséria.

Aqui nas Maçãs, dentre os 122 pescadores que trabalham no mar, apenas quatro assistem aos jogos de ludopédio. Nós outros não gostamos deste circo. Até porque, por óbvio, peixes e crustáceos não veem pelejas de qualquer tipo. Assim, mantemos nossa atividade e diariamente levamos os pescados para o mercado do porto.

Que eu saiba, Portugal nunca foi campeão mundial, nem possui equipa preparada para isso. Os jornais dizem que há um lascarinho arrogante e convencido em nosso scratch que se acha insuperável. Mas também trazem notícias de que o bruto vive em cima de grave dúvida: se fica a jogar ludopédio ou se vira modelo de modas. Uma gracinha, o rapaz. Vai gostar de levar bolas na rede

Porém, cá estou a matutar, como se dará essa copa da Fifa no Brasil? Pelo que tenho lido na imprensa francesa, inglesa e norte-americana, mais as impressões que recebo do meu velho Zik Sênior, peço que não, mas creio que há alto risco de ocorrerem muitos disparates e talvez desastres.

Por setor de interesse, fiz uma breve análise das coisas essenciais a um país para receber a copa do mundo e permitir um mínimo de conforto aos visitantes. Mas muitas obras não foram concluídas nas doze ditas cidades-sede. Aeroportos, rodovias, mobilidade urbana e até mesmo vários estádios de ludopédio somente serão completados após os jogos (!).

Aeroportos. O sistema aeroportuário brasileiro sempre foi fraco. Sem planos diretores para planejar a evolução futura de aeródromos, a tarefa de melhorá-los fica complexa. No entanto, com as doze cidades-sede da copa, foi programada às pressas a melhoria de alguns deles. Porém, muitos ainda se encontram com obras inacabadas, outros foram mal dimensionados e ficaram incapazes de atender sequer à demanda interna.

A sinalização vertical e horizontal de acesso e saída dos novos aeródromos ainda não foi feita. Os serviços da receita e da polícia federal também não estão operando em condições normais nos doze equipamentos. O sistema aeroportuário brasileiro continuará extra e ordinário após a copa.

Rodovias. O sistema rodoviário federal é precaríssimo. Dois estados se destacam em termos da qualidade de suas rodovias estaduais – Minas Gerais e São Paulo. Mas graças à política de concessão adotada por seus dirigentes. Não tenho informação sobre melhoria de estradas para o evento mundial de ludopédio. Porém, tudo leva a crer que continuam esburacadas, margeadas por capim alto, sem acostamento, com desastres à vista.

Mobilidade urbana. Neste setor aconteceram as maiores barbaridades urbanas em várias cidades-sede. Houve projetos de toda natureza – metrô, veículo leve sobre trilhos, trem-bala, novas vias urbanas, viadutos, BRT e outros mais. Tudo financiado por bancos públicos, com obras executadas por “empreiteiras selecionadas”. E é óbvio que nem tudo ficou pronto pros jogos. Por sinal, houve projetos que seguiram direto ao lixo! Mesmo assim, a população destas cidades está transtornada com o trânsito imobilizado, com o ruído crescente e a emissão diária de toneladas de poeira, que é obrigada a respirar.

Estádios. Sem estádios – ou Arenas, como queiram – não há ludopédio. Isto é um facto. Como eram doze estádios a serem obrados, aconteceu um verdadeiro festival de inépcia ou de canalhice. O povo brasileiro pagou o triplo do que fora orçado inicialmente para as ditas Arenas. E várias estão incompletas para os jogos, embora já inauguradas com toda pompa. Com um monte de tesourinhas nas mãos, “autoridades”cortam fitas de inauguração, às vezes cantam o hino nacional e, impolutas, amealham sua parte.

O circo subdesenvolvido chegou

O circo subdesenvolvido chegou

Porém, o caso mais aberrante é o da Arena de Brasília. O custo do estádio chega a 1,6 bilhão de reais. Possui 71.000 assentos, numa cidade onde sequer existe ludopédio. Ou melhor, existe sim, mas na 4ª divisão e sem plateia de circo que o pague.

Segundo o jornal Estadão on-line, se o governante distrital enfim decidir fazer as obras de mobilidade previstas, “estimadas em R$ 294 milhões”, o valor da Arena pode atingir à cifra de “1,901 bilhão de reais”. Meus amigos, ao diacho com a cleptocracia implantada!

Esses são os quatro segmentos de obras que considero básicos para o conforto dos visitantes durante os jogos. Entrementes, há alguns aspectos de suma importância a serem salientados, mais exatamente o da segurança pública e dos chamados movimentos sociais. Vamos lá.

Segurança pública. Logo de início, pergunto-me: ─ “Como um partido político, ao assumir o governo central em 2003, poderia sequer pensar em segurança pública, se já praticava os desastres iniciais que redundaram no Mensalão?” Claro que ocorreria a dissidia interna, com algumas cabeças cortadas, pois assumira o poder justamente para cometer atos desse tipo.

Mas no caso da copa mundial de ludopédio tudo ficou diferente. Talvez em homenagem a Fifa, o governo federal investiu a bagatela de 1,5 bilhão de reais, em equipes de policiais treinados (polícias federal, militar e civil), um monte de militares do exército, da marinha e aeronáutica, bem como equipamentos de segurança, que envolvem até tanques de guerra. Fonte: site da CBN.

Zik disse-me ontem que há pouco um jornal da tv mostrou a inauguração de “uma grande central de controle”, destinada a receber todas as matérias produzidas pela mídia internacional e, depois, distribui-las para veículos interessados. Pelo que entendi – posso estar errado –, essa central possui um colosso digital capaz de consolidar o que for produzido pelas equipes mundiais de jornalismo – vídeos, vozes, sons, fotografias e textos.

No entanto, os pesados investimentos em segurança pública estão preocupados em garantir a tranquilidade de brasileiros e estrangeiros presentes aos jogos, contra atos de terrorismo externo e interno. Mas, cá com meus botões, o governo central também não estaria querendo impedir protestos e movimentos sociais ordeiros, espontâneos e democráticos?

Em resposta, creio que sim. Porém, não posso acreditar que o colosso digital da central de controle, ou coisa que o valha, seja usado para “filtrar imagens que danifiquem a cara do Brasil perante o mundo”. Seria um descalabro a vã tentativa de trancafiar a boca da imprensa internacional. Até porque, a Fifa tem direito de imagem dos jogos de ludopédio.

Se há alguém que ganhe dilúvios de dinheiro com “copas de mundo”, estes são a Fifa e seus “sócios locais contratados”, que montam o circo e, no caso específico do Brasil, isentou-a formalmente de pagar impostos. Afirmo que o documento assinado pelo governo brasileiro e a Fifa deve ser entendido como um Contrato Formal de Corrupção.

Em tempo

Fuleco” é um nome extremamente feio e infeliz para o “boneco” que representa a copa da Fifa no Brasil. Isto porque o ato de fulecar só pode ser entendido través de seu significado real na língua portuguesa, qual seja: “Perder, ao jogo, todo o dinheiro que se leva” [1].

Assim, há três interpretações possíveis para o que significam fuleco e fulecar. Ou os cidadãos brasileiros vêm sendo sistematicamente fulecados durante as obras da copa, ou os turistas que chegarem em cada cidade-sede terão larga chance de serem fulecados diariamente. Ou ambas, o que é óbvio.

……….

[1] Cliquem em “Fulecar“, in Dicionário Priberam.

Por sorte, não é o super-homem


Antes de iniciar, devo esclarecer uma coisa: o texto a seguir nada tem a ver com a filosofia de Nietzsche, conforme proposta em sua obra e, sobretudo, em seu livro Assim falou Zaratustra. O Super-Homem aqui lembrado não é melhor, mais importante, nem está acima de qualquer outra espécie do Gênero Homo.

Contudo, é dotado de força descomunal, possui visão que atravessa até paredes de aço, tem corpo a prova de explosivos e exercita incríveis habilidades voadoras. Precisa-se de um que seja invulnerável à kriptonita.

Esse não serve

Esse não serve

Batendo um papo com o velho amigo Reinaldo Azevedo (que, por sinal, é outro), falávamos sobre os disparates diários que ocorrem no país. No entanto, não é possível sequer enumera-los. De toda forma, começamos a conversa com a seguinte visão:

─ “São centenas de milhares deles, que vão desde coisas de elementar civilização, como (i) estacionar caminhonete sobre a calçada enquanto aguarda a namorada e (ii) parar o carro na porta de garagens e ficar à espera do filho do patrão sair da escola, até, subindo na escala, (i) escutar as patranhas descaradas dos políticos e mandatários de ocasião, (ii) saber das “imundas maquiagens econômicas cometidas pelo governo” e depois, em estranha resposta, (iii) assistir aos ataques de silvícolas armados com lanças e flechas contra instituições e inomináveis figuras públicas”.

Isso é o resumo do Brasil de hoje, a mostrar os intestinos para o mundo e certos espécimes encravados no governo que, por sinal, já foram classificados pela Polícia Federal como da espécie homo larapius. Alguns poucos estão em penitenciárias.

É a repetição sistemática de quadros de baderna que angustia o povo brasileiro, pois é quase impossível dominá-los. Diante desses fantasmas, Reinaldo comentou, com o olhar distante:

A sorte deles é que eu não sou o super-homem? …

Pensei um pouco no que significaria ser super-homem naquela situação, mas logo Reinaldo tentou esclarecer:

Os hábitos dos brasileiros ficaram muito estranhos, perdeu-se a capacidade de ver que o outro existe. Por exemplo, volto do trabalho e sempre tem um carro estacionado na calçada do prédio. Um carrinho de compras ou de criança tem que ir pra rua, não há como ninguém passar.

─ “Mas Reina, o que isso tem a ver com super-homem”?

Simples, já pensou em esmigalhar cada carro e fazer lotes de tampas de Coca-Cola? Teria de ser um super-homem.

Dei asas à imaginação. A voar na velocidade da luz, avistei um super-homem carregando um enorme saco de políticos em direção à estratosfera. Largou-os perdidos no cosmos, atracados com bilhões de dólares desviados, se espancando de forma enlouquecida. Sequer notaram que já não mais habitavam o planeta.

Encerro o texto com a afirmação de Friedrich Nietzsche, plena de atualidade: “Um político divide os seres humanos em duas classes: instrumentos e inimigos.

“Nada feito”


Dizem alguns ex-políticos que nunca mais se reelegeram, que o brasileiro não tem qualquer interesse em falar sobre a política instalada no país. Parece-me ser uma dor de cotovelo, justificativa por não terem recebido qualquer crédito através dos votos necessários.

Meu círculo de amizades prova justamente o contrário da moral da fábula de La Fontaine: “É fácil desprezar aquilo que não se pode obter” – A Raposa e as Uvas.

Gostamos muito de assistir a programas de debates políticos, em especial aqueles em que o moderador conhece o tema central a ser discutido, assim como suas eventuais variantes. Tal como milhares de outros brasileiros, assisti há poucos dias a um debate conduzido pelo jornalista William Waack.

O tema inicial foi a provocação formulada pelo jornalista: “Com greves e protestos contra o governo, há uma perda do sentido de ordem no Brasil?”. Óbvio que fiquei interessado em ouvir as exposições dos três debatedores, uma vez que considero a resposta evidente, qual seja, nas minhas palavras:

─ “Mais do que isso, o Estado e o atual Governo brasileiros não perderam nada, pois nunca tiveram o sentido da ordem. Aliás, implantaram com sucesso a extrema desordem”.

Porém, o primeiro a responder pareceu-me ser um tanto infeliz. Fugiu da pergunta e, de forma temerária para quem se crê bom cientista político, generalizou dizendo que “a perda da ordem de governos é um fenômeno mundial”.

Todavia, não há qualquer precisão nesta “afirmação de cientista”. Há inúmeras nações no mundo que não perderam sequer um milímetro do sentido de sua ordem, de sua autoridade policial para conter conflitos de todo tipo.

Bem ao contrário do que ocorre no Brasil, após 12 anos de domínio do Estado por uma corja política ameaçadora. Sendo assim, neste país, até agora, nada feito.

Refinaria de Bacabeira - Além da terraplenagem, Nada Feito

Refinaria de Bacabeira – Além da terraplenagem, com gastos de mais de um bilhão, nada feito

O tema final debatido foi “qual poderá ser o cenário futuro do país com a perda da ordem pública?”. O segundo debatedor ponderou da forma assustadora a esta questão. Demonstrou ser um verdadeiro cientista político, proferindo uma análise objetiva e lógica das tendências políticas no Brasil.

Em suma, pelo que entendi de suas palavras, mostrou o risco de atores oportunistas se instalarem comodamente no Estado com a perda da ordem pública, para aplicar mais intervenções para limitar a liberdade da sociedade civil brasileira. Estaria ele pensando em mais uma ditadura?

De toda forma, isso seria extremamente grave – o desmonte da democracia brasileira –, sobretudo porque as eleições de 2014 já apontam para um segundo turno, com o crescimento dos candidatos da oposição. Aliás, apesar de a máquina pública estar sendo usada de forma ilegal pela candidata que tenta a reeleição, com as mesmas decenais promessas que nunca realizaram. De qualquer modo, tenho muita fé que, mesmo assim, nada feito.

Coitados dos cubanos

Após derrubar o governo do ditador Fulgencio Batista, as forças revolucionárias comandadas por Fidel Castro resolveram instalar naquela pátria uma democracia verdadeira. Em entrevista concedida a CBS Television, Fidel garantiu que todos os direitos cidadãos seriam mantidos, pois era um democrata e mandou executar apenas duas ou três dúzias de criminosos (!).

Basta assistir ao antigo vídeo Fidel Castro: on face the nation que, embora não seja legendado, o inglês macarrônico do grande chefe é fácil de entender. Nessa primeira entrevista concedida após o golpe, Fidel proclama sua pureza revolucionária e faz promessas de carinho para a sociedade cubana.

Promessas, sempre as comezinhas promessas nunca realizadas. De fato, têm-se mais 54 anos de ditadura em Cuba. Nada feito, além da miséria praticamente generalizada.

Estou assustado, você não?


Por Zik-Sênior, o eremita.

Cá estou eu trancado na caverna, de volta à origem. Claro que por iniciativa própria, ninguém me trancou aqui. Não, não tem nada a ver com útero materno, porra!

Eu é que, após viver 105 anos com relativa lucidez, vi-me obrigado a trancafiar-me com pavor da gestão do país. Preciso proteger meu couro e os poucos pertences que me restaram.

Não quero mais ver jornais. Já li todos os periódicos do mundo. Foram úteis no passado. Na pobreza, inclusive, dormi com Amália debaixo deles. Mas na riqueza, pouco me importei com seus recados. Com franqueza, hoje de nada me servem!

Tudo o que amedronta é simples questão de ponto de vista. Se você é “sócio da ameaça”, a usufruir de suas sujas benesses, ou se está fora dela, sofrendo com as ignomínias cometidas. Dado que lutei por mais de um século e consegui vencer – afinal, não fui engolido –, por quê agora deveria agir diferente?

O problema não é da economia, mas da ideologia política imposta aos cidadãos brasileiros. Economia é até simples de ser gerida: ─ “Se o dono da quitanda gasta mais do que recebe, a quitanda fecha”. Isso é verdade em qualquer organização ou país.

O Estado interventor faz a miséria do país, que é uma quitanda governada por 39 ministérios. Em sua maioria, ministros incompetentes nos temas de suas pastas. Outros, além de leigos, são apólogos da impossível “igualdade social”. Odeiam profundamente o que chamam de “classe média” e “elite dominante”. Gostam muito de manipular o que denominam “lumpemproletariado“, ou seja, os que levam vida miserável.

Dito isto, gostaria que me respondessem a poucas perguntas:

─ “Quando no Brasil os bancos privados obtiveram lucros iguais aos que têm hoje”?
 ─ “Por que a indústria brasileira está incapacitada de atender à demanda interna de produtos manufaturados”? ─ “Por que existem associações de políticos com facções criminosas, doleiros e lobistas”?

Quando olho os resultados dessas infâmias, vejo os escândalos da Petrobras, da Eletrobras, bem como os programas eternamente inacabados e superfaturados – “Transposição do São Francisco”, “Ferrovia Transnordestina”, “Refinaria Abreu e Lima”, “Minha Casa, Minha Vida”, sem falar no fantasmagórico Trem-Bala, que sequer saiu do papel, tal como a Refinaria de Bacabeira, no Maranhão, que torrou R$ 1,5 bilhão para nada. Sumiu na poeira, nem um tijolo inaugural foi plantado.

Por outro lado, vamos em frente: Saúde zero, Educação zero, Segurança zero, aeroportos, portos e rodovias iguais a zero! Em alta apenas a inflação decorrente e uma dúzia de Arenas para a Copa!

Mas também vejo, às vésperas das eleições presidenciais, farta distribuição de máquinas e equipamentos para municípios, as deslavadas mentiras de palanque e, sobretudo, as vaias que a candidata da situação recebe quando “comete discursos de promessas” em espaços públicos. Pela primeira vez assisti, pasmem, vídeos não manipulados, onde prédios, condomínios e até cidades vaiavam-na. Quero ver o que acontecerá na Copa. Acho que a senhora vai fazer comprinhas em Portugal

O cenário brasileiro, no percurso dos últimos doze anos, é de assustar a qualquer um. Muito assustado, você não?

Campo minado


Cuidado aonde pisa!!!

Basta ler o noticiário (nacional e internacional) de um dia qualquer, que o desânimo ameaça se instalar em nossos cérebros. Variados artefatos estão plantados no entorno de nossas moradas, prontos para eclodir com violência. Atenção, explosivos!

Kaboom!

Kaboom!

Seguem alguns exemplos de bombas noticiadas recentemente sobre a atual realidade brasileira:

  • Fundos de pensão de servidores públicos aplicaram R$ 23 milhões em empresa de um doleiro”.
  • “Juiz federal de Curitiba manda prender onze acusados na operação Lava-Jato por evasão de divisas, lavagem de dinheiro, exportação de drogas e corrupção”. Maravilha!
  • Presidente do Congresso adia novamente a instalação da CPMI da Petrobras”.
  • “Após terça-feira de caos, cinco empresas de ônibus não operam em São Paulo”.
  • Ministro do STF, Teori Zavascki, suspende inquéritos e concede liberdade a todos os presos da Lava-Jato”. Enlouqueceu…
  • “PT não indica nomes para integrar a CPMI da Petrobrás”.
  • Governador de Mato Grosso [PMDB] é detido pela Polícia Federal”.
  • “Enquadrado na “CPI entre amigos“, Gabrielle poupa Dilma por compra da Refinaria de Pasadena”.
  • Juiz federal de Curitiba alerta sobre risco de fuga dos acusados na Lava-Jato”. Pelo menos um que “pensa sem os bolsos!”
  • “Paralisação de policiais tem adesão de 14 Estados e do DF”.
  • Teori Zavascki revê sua decisão: só será solto o ex-diretor da Petrobras”. Estranho… Soltar logo este!
  • “Médico cubano é investigado por suspeita de abuso de grávidas”.
  • A Rose não precisa falar comigo para chegar no Lula, diz Paulo Okamoto”.
  • “Teori diz que recuou de prisões para evitar ‘decisões precipitadas’ na operação Lava-Jato”.
  • Virada Cultural [SP] acaba com cinco pessoas baleadas e duas esfaqueadas”.
  • “Rosemary Noronha fez chantagem contra governo Dilma”.
  • Metroviários entram em estado de greve e ameaçam parar na próxima semana”.
  • “Haddad chamou movimento dos motoristas de ônibus de guerrilha”. Trata-se de um nanico mental!

Essas são algumas das notícias recolhidas apenas nos últimos três dias. E o mais grave é o fato de que há quem entenda esse estado como “fruto da inteligência estratégica” da situação. Em nossa opinião, trata-se do cenário de “delinquência política”.

Vale lembrar que o próximo presidente da República indicará (nomeará) cinco novos juízes do STF. Vários comentaristas políticos observam a hipótese de reeleição da atual mandatária. E é com muito espanto que, neste caso, avisam acerca da certeira nomeação de mais “cinco estagiários do PT” para as vagas, visando a presentear o Executivo com o domínio absoluto da Alta Corte do Judiciário.

Pasadena versus Abreu e Lima


O poente da petroleira

Cada barril da nova capacidade de refino da Refinaria do Nordeste custará cerca de US$ 87 mil à Petrobras, sete vezes mais do que em Pasadena“, diz o jornalista Jeb Blount, em artigo sobre o caso. Para ler o artigo, publicado em 11/04/2014 pela Reuters Brasil, clique aqui.

Refinaria de Pasadena

Duas coisas, dentre milhares de outras, assustam a sociedade brasileira neste 2014. No mínimo amedrontam sua parcela de cidadãos mais educados e informados. A primeira é a “demolição sumária da maior empresa brasileira”, executada por um partido político com auxílio das forças do Eixo que lhe dão suporte[1].

A segunda, a atitude descarada da quadrilha de oligarcas, fazendo uma “CPI entre amigos” no Senado, enquanto impedem o início da legítima CPMI, com Câmara e Senado presentes, que é direito constitucional irrevogável da oposição.

Mas a corja está atuando além do limite que lhe foi permitido. Começou a injetar temas discrepantes das finalidades previstas para a comissão parlamentar de inquérito. E, afinal de contas, CPI não é lista de compras na feira!

Num ato de completo desrespeito à determinação da mais Alta Corte do país, que lavrou uma CPMI específica a temas vinculados somente à Petrobras – decisões escabrosas, prevaricação, recebimento de propinas, lavagem de dinheiro, etc. –, passou a fingir que investiga o Porto de SUAPE, que opera há décadas em Pernambuco (desde 1983).

Se a ideia dos corrupmentares é buscar estórias do passado para passar o tempo, sugere-se que investiguem a fundo a criação do cubismo por Pablo Picasso, que ocorreu por volta de 1910. É provável que venham a descobrir seus escândalos, para depois se lambuzarem e babarem sobre o Picasso.

De toda forma, a CPMI da Petrobras será instalada, nem que se tenha de aguardar a Copa e mais o mês para “descanso dos patifes do parlamento”. Assim sendo, prevê-se para agosto o início de uma investigação mais profunda dos graves desvios cometidos por agentes secretos do partido e forças do Eixo.

O que deverá ficar claro à nação brasileira, após concluída a CPMI da Petrobrás, é o fato que salienta Jeb Blount em seu artigo: os custos da “burricede Pasadena devem ser muito inferiores aos da corrupção de Abreu e Lima.

……….

[1] Este é o fundamento do dito “presidencialismo de coalizão”ou, escrito na forma expandida, presidencialismo oligárquico, mensaleiro, mensalista, corrupto e fascista.

Meditações liberais


Após pouco mais de dois anos de existência, nosso blog tem 680 artigos publicados, incluindo este. Estimando a média de duas páginas por artigo, redigiu-se um livro sobre Opinião política e Sustentabilidade de 1.360 páginas.

Não é pouco. Sobretudo num país como o nosso, repleto de analfabetos oficiais e uma horda de imitadores particulares. Portanto, é hora de meditar, especular sobre passado, presente e futuro, mas sem necessidade de ter certezas.

Acerca das turbulências sociais nas ruas de várias cidades brasileiras, que se tornaram mais intensas a partir de 2013, indaga-se: ─ “A quem interessa as manifestações mais violentas?

Em junho de 2013, milhões de brasileiros descontentes foram para as ruas denunciar diversas decadências nacionais. De início, poucos foram casos de conflito com forças de segurança. Porém, logo começou uma espécie de infiltração de elementos estranhos. Isso ocorria ao fim dos manifestos da sociedade civilizada (ou quase).

Apareceu uma entidade que se autodenominava “Mídia Ninja”, a dar publicidade em tempo real da violência conflagrada ao final de todos os manifestos. O povo presente foi-se retraindo e desapareceu em julho, após uma passeata das centrais sindicais, realizada em São Paulo.

Foi uma manifestação patética em vários sentidos: poucos participantes, mas quintuplicados na internet por comandos virtuais de “cópia e cola”; tinham a aparência de “soldadinhos de chumbo” mal remunerados; e permitiram a adesão de pequenos grupos do MST e do MTST. O resultado foi o gradativo silêncio que se instalou na sociedade. A quem interessava esse silêncio?

Agora, neste mês de maio, retornam as manifestações classistas em diversos estados, com greve e passeata de professores, greve de policiais militares, greve de motoristas de ônibus, e até a Polícia Federal fazendo greve nos aeroportos[1].

Simultaneamente, ocorreram protestos do MTST e MST, sempre mais ostensivos com queima de pneus, badernas, bandeiras vermelhas e palavras de ordem.

Novamente surgem os vândalos infiltrados em passeatas de grevistas, a destruir o patrimônio e criar violentos confrontos com forças da segurança pública. Isto ocorreu ontem, ao fim da passeata dos professores municipais paulistas, em greve por melhores salários.

Pode-se especular sobre o confuso contexto atual, que envolve passeatas contra esquemas do governo, movimentos classistas, protestos mais localizados e ação de delinquentes a destruir o patrimônio, sobretudo o privado – queima de ônibus, destruição de agências de bancos privados, quebra de vidraças de lojas e furto de produtos. São exemplos claros de elementos que não acreditam em meritocracia e competência para trabalhar. Quando não as possuem, crêem ter o direito de destruir.

Imagem da farsa

Imagem da farsa

Depois de meditar muito e refletir sobre esses acontecimentos, teve-se o pressentimento de que a sociedade civil brasileira foi induzida a diversos erros de interpretação, a mídia foi manipulada (ou comprada) e é bastante provável que haja um agente financiador do clima de violência instaurado no país. Um clima odiento, que cresce dia-a-dia, alimentado de forma infame pelas eleições presidenciais deste ano.

Especula-se por partes

Foi vendido para a sociedade civil que se havia instalado no Brasil um grupo de anarquistas internacionais, com objetivos desconhecidos. O grupo se autodenominava de Black Bloc, bem estridente.

Em seguida, foi jogado na internet o boato que os Black Bloc eram os causadores de todas as violências cometidas em passeatas e manifestos. O tal do Mídia Ninja era seu principal veículo publicitário, dizendo-se apolítico. No entanto, em 2013, publicou-se um artigo sobre esses indivíduos com título bem sugestivo – Mídia Ninja, o MST do jornalismo.

Neste artigo encontra-se o líder-ninja acompanhando um farsante, que hoje atua na política brasileira, embora na qualidade de presidiário na Papuda.

A mídia comprou essa estória, sobretudo sua parcela de “jornalistas progressistas”, por sinal paga pelo agente financiador. No entanto, jornalistas independentes deixaram-se manipular e engoliram as duas farsas: os Black Bloc e os Mídia Ninja.

A partir de então, estes dois seres antediluvianos, bem como suas ações tresloucadas, tornaram-se verdades absolutas, dogmas da democracia interventora implantada no país.

Novamente, indaga-se: ─ “A quem interessa a violência nas manifestações populares?

Ao agente financiador, é óbvio. Comprou um serviço e exige resultado com qualidade! Mas pouco se sabe acerca desse “financista”. Ele opera com poucos amigos na calada da noite. Para sua segurança, usa salas trancadas com blindagem acústica. Sabe-se que é exageradamente falante, trata somente de si próprio e de suas ditas proezas públicas. Tem-se informação de que é exagerado, mentiroso, não possui mérito ou qualquer capacidade de trabalho produtivo. Todavia, gosta de ver o mundo pegar fogo, pois acredita que assim conseguirá mais poder.

Pensam como Marx, governam como Stalin e vivem como Rockfeller

Pensam como Marx, governam como Stalin e vivem como Rockfeller

Há uma frase de Millôr Fernandes que, acredita-se, encerra o perfil do digno financista: ─ “As pessoas que falam muito, mentem sempre, porque acabam esgotando seu estoque de verdades”.

……….

[1] Clama por atenção a greve de oficiais e auxiliares de chancelaria no exterior, que parou por 24 horas inúmeras representações diplomáticas em cerca de 13 países, segundo notícias da imprensa.

Animália


Ricardo Kohn, Escritor.

A violência na sociedade brasileira apresenta tendência de se generalizar. São tantos casos de agressões brutais e gratuitas, que ocorrem diariamente em cidades e campos, que podem se transformar em “comportamentos normais e aceitos”.

Parece tratar-se de outra demonstração empírica da Lei dos Vasos Comunicantes. Diferencia-se apenas por não usar líquidos ou gases (fluidos), mas atitudes tidas como humanas, porém dignas somente dos antigos povos bárbaros, que destruíam a tudo e todos por onde passavam.

Torna-se necessário relembrar como se comportam os vasos comunicantes, com uma breve revisão da Física. Têm-se vários recipientes interligados, cada um com formato e volume diversos. Coloca-se um líquido homogêneo em qualquer um deles e vai se observar que ele se distribui pelos demais. Uma vez estabelecido o equilíbrio físico entre o líquido e seus recipientes, sua altura final será a mesma em todos os recipientes. Esse experimento, realizado pelo físico belga Simon Stevin em laboratório, data do início do século 17, e demonstrou o que ficou chamado Teorema de Stevin.

Imagem dos vasos comunicantes

Imagem dos vasos comunicantes

Isso ocorre porque a pressão exercida pelo líquido no corpo dos recipientes depende apenas da altura da coluna d’água. Os demais fatores de cálculo da pressão (densidade do líquido, pressão atmosférica e aceleração da gravidade) são constantes para casos dessa natureza.

O experimento empírico na Nação

Os recipientes de uma nação são a sociedade civil, suas empresas (públicas e privadas) e o Estado. Em razoável medida funcionam tal como vasos comunicantes, através dos meios e sistemas de comunicação de que dispuserem. O principal fluido que esses meios distribuem aos recipientes da nação é a informação útil, prática e culta, que visa a ampliar a educação de seus cidadãos, de forma a que continuem livres.

Embora essa tese possa ser considerada utópica, há várias nações que sempre caminharam nessa direção. São consideradas as mais desenvolvidas, pela qualidade dos serviços que oferecem às suas populações.

Como é normal de se prever, podem apresentar eventuais quadros de desvio, mas que logo são devidamente sanados pelas instituições formais do Estado. Justo por isso, seus Índices de Desenvolvimento Humano [1] são os mais elevados do mundo.

Porém, o inverso também ocorre. Ou seja, através do recipiente do Estado, o governo derrama fluidos incontroláveis que são expressivos quadros de desvio, no mais das vezes sistemáticos: atos de corrupção, assassinatos políticos, desvios e lavagem de dinheiro, evasão de divisas, associações criminosas, envolvimento com tráfico de drogas, enfim, tudo de ruim que se possa imaginar. Raras são as vezes que o Estado possui condições de impedir que esse fluido imoral nivele-se nos demais recipientes das nações acometidas pela barbárie política. Até porque ele e suas instituições encontram-se aprisionados, asfixiados.

Quando esse fluido se propaga e nivela-se no recipiente da sociedade, a educação deixa de existir, surgem revoltas, motins, vandalismos, linchamentos, insurreições, guerras civis e até “assassinato com latrinada na cabeça”. Os casos políticos que vêem sendo vivenciados pelo mundo são inúmeros. Constituem a confirmação prática dos vasos comunicantes na sua forma mais desastrosa.

A imposição ferrenha de ideologias fundamentalistas e de dogmas quase feudais, visando a locupletação de “parceiros dentro do Estado“, constituem as mais estúpidas agressões que uma sociedade livre pode receber. O cidadão que pensar de forma diversa será duramente punido. Merecerá a forca ou será linchado em praça pública por “agentes do governo”!

……….

[1] Para quem desejar a visão mais detalhada de como foram classificados os países segundo seu IDH de 2013, segue a lista publicada pela ONU. Clique aqui.

Dia da Mentira


Simão-pescador, Praia da Maçãs.

Simão-Pescador

Simão-Pescador

Faltam apenas 9 dias para a chegada de mais um 1º de Abril, dia conhecido pelas mentiras que todos gostam de pregar nos amigos. Nos países de língua inglesa, chamam-no de “Dia de Tolos” – Fools Day. Nós, portugueses, consideramos esse título imbecil. Dia de Idiotas só é perfeito para países do Reino Unido.

Mas, de toda a forma, no mundo ocidental essa data é uma espécie de Interstício da Verdade. A mentira é noticiada seriamente, mas trata-se tão-somente de uma infantil brincadeira. Creio, como é dito no Brasil, que é “só de sacanagem”.

Lembro-me dos tempos de infância quando caía nessas “pegadinhas”. Acreditava em tudo o que me contavam e não passava um Dia da Mentira sem ouvir do coro de vozes dissonantes o estridente refrão:

─ “Caiu no 1º de abril!”.

Era sempre seguido de gargalhadas de colegas e amigos, que me ruborizavam e faziam-me sentir raiva da própria inocência.

Trago na memória estes factos que, decerto associado a fatores genéticos e comportamentais – que sei eu?… –, de alguma forma influenciaram-me a capacidade de crítica. Quase tornei-me desconfiado, não tivesse desde cedo a extrema vontade de ser extrovertido.

Hoje, próximo a completar 98 anos de idade, exatamente em 1º de Abril, saudável e extrovertido, reli os textos que publiquei neste site, com destaque para a “Carta aberta da Estremadura”. Pude verificar coisas curiosas, todas endereçadas “a sua senhoria”. Não vou entrar em detalhes sobre elas, mas, em suma, a longa experiência da vida de um pescador artesanal é suficiente para prever quando “o mar não está para peixes”, ainda que estejam “blindados” por furiosos tubarões de goela larga.

Desta maneira, sua senhoria, continuo a desejar-lhe mais do que extrema sorte, pois é muito provável que “seus tubarões de estimação” estejam a planificar coisas estranhas contra a capacidade do país boiar, levando-a, junto com seu antecessor, à reboque para o fundo de águas escuras. Sua herança política realmente foi maldita, disso não tenho dúvida alguma.

Mas, afinal, a senhora continuou a dar margens a isso durante sua jornada em todos os cargos públicos que ocupou. Sua retórica é desatinada, seus espasmos gramaticais são ininteligíveis. Dão a impressão que, há mais de 11 anos, o calendário anual do Brasil possui 365 dias iguais ao 1º de Abril. Todos dedicados ao exercício da patranha e da corrupção.

Vandalismo nacional


ou Salve-se quem puder!”

Por Zik Sênior, o eremita.

Zik Sênior

Zik Sênior

Visto do espaço, em linhas gerais, o Brasil é um país habitado por beócios de 4ª classe, governados por vândalos de 1ª classe. Esse é o cenário que se descortina ao início do feliz ano novo de 2014: beócios manipulados por vândalos, a troco de nada.

Enquanto isso, os vândalos de 1ª classe têm certeza de que permanecerão no poder por pelo menos mais quatro anos (mas sonham com 4 décadas). Isso se, até lá, o Brasil ainda sobreviver à sua sanha destrutiva, tal hienas esfomeadas diante de um apetitoso bucho apodrecido.

A armadilha montada

Constituem o núcleo duro da 1ª classe ex-dirigentes e alguns dos mensaleiros que cumprem pena em penitenciárias e se auto classificam “consultores”. Para eles basta ter acesso a um telefone para fazer consultorias milionárias.

Membros subalternos, selecionados na caterva, montam a logística que satisfaça à clientela dos consultores. Para isso, possuem gigantescos propinodutos que cortam os subterrâneos do planeta e desaguam com segurança (?) em “instituições financeiras paradisíacas”.

No entanto, os membros da caterva são operacionais, meros cumpridores de ordens. Não têm livre arbítrio e nada decidem. Venderam-se aos consultores em troca de cargos públicos mais elevados e, de vez em quando, percebem benesses em dinheiro e até mesmo a salvação da prisão. Diz a mídia que o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, foi uma maquinação de vários vândalos de 1ª classe, mas coordenado por um caterva especial que foi blindado, função de ter o domínio de informações classificadas sobre objetivos e ações da 1ª classe.

Mas ainda há outra classe de personagens com relativa importância, que nem são consultores ou caterva operacional. Tratam-se dos “espasmos da 1ª classe”. Habitam no seu limbo, na favela moral de sua periferia. São ignorantes, mas responsáveis por realizar as tramas dos consultores.  São sempre temas prontos para criar litígio e dividir as forças que consideram adversárias. Essas tramas visam a gerar discórdia nacional, mas têm forte apelo na mídia. Desta maneira os espasmos dão suporte às ações dos consultores, sempre com posturas populistas, demagógicas e arrogantes.

Em síntese, a atuação dos espasmos se resume em criar conflitos com a opinião pública, com o uso de informação falsa. Todavia, para serem selecionados, precisam possuir traços físicos que convençam aos beócios de 4ª classe que não se tratam de patranheiros, a saber:

  • Cândida expressão facial, próxima a de uma freira;
  • Rosto sem maquiagem quando dão entrevistas;
  • A portar óculos da intelectualidade, que lhes forneça aparência de credibilidade;
  • Olhar fixo no espaço longínquo, a denotar que dominam as complexidades sociais; e
  • E, quando possível, ter corpo bem magro, tal como os milhões de brasileiros que não se alimentam da forma suficiente há pelo menos um mês. Acreditam que isso lhes dá certa empatia com os miseráveis que ganham o bolsa-esmola.

Por tudo isso, no cerimonial da 1ª classe, os espasmos são tratados por “tadinhas”. Embora tenham sonho de crescerem e, algum dia, tornarem-se elementos da caterva, continuam improdutivos. Em algumas situações são promovidos a ministros de estado, mas continuam a “enrolar as massas” e são apenas usados para legitimar as tramas da 1ª classe, nada mais.

Em suma, esse bando organizado – 1ª classe, caterva e espasmos –, acredita piamente que, por longos anos, ainda permanecerá a vandalizar a nação em seu próprio benefício.

Mensaleiros, assessores e mensalistas

Na oportunidade do julgamento da ação penal 470, o juiz relator classificou as quadrilhas envolvidas para facilitar sua argumentação e dar lógica ao raciocínio. Por sua vez, a imprensa brasileira universalizou-as. Chamou a todos os réus simplesmente de “mensaleiros”.

Nesse registro, os réus estão classificadas em três esferas, que são distintas mas complementares, a conformar um único bando de vigaristas:

  • Mensaleiros – aqueles que planejaram e executaram desvios do erário público, por interesses pessoais em obter mais poder para vandalizar o estado;
  • Assessores – “contratados” por mensaleiros, coube-lhes estabelecer a arquitetura dos desvios e os agentes financeiros e publicitários necessários para esconde-los; e
  • Mensalistas – aqueles que se venderam aos desígnios políticos de mensaleiros, porém livres para não aceitar propostas ou denunciá-los, o que, afinal, fez eclodir a maior ação penal da história brasileira.

Se essa classificação estiver correta, os mensaleiros foram a alma de todas as articulações. Porém, assim como os mensalistas, receberam as menores penas de prisão. Coube aos assessores pagarem a maior parte da conta, com penas de até 40 anos em regime fechado. Parece que determinados juízes do Supremo não notaram que eles foram meros acessórios na armadilha montada, algo como mais dois air bags no veículo da corrupção.

Seriam manobras legais?

Chegou-se ao cúmulo de um mensaleiro criar uma página na internet para “recolher doações” visando a pagar a multa determinada pela justiça! A imprensa conta que ele alugou uma casa em Brasília para cumprir sua prisão em regime aberto. E, ao que tudo indica, em dez dias já recebeu de beócios e vândalos menores mais do que o necessário para quitar sua multa (algo em torno de R$ 600 mil). O excedente decerto servirá para pagar as despesas de aluguel e alimentação de sua nova casa. Isso é patético!

Caso a justiça brasileira determinasse que todos os atuais presidiários 1ª classe devolvessem ao Estado o produto do roubo, eles são tão hediondos que é possível que abrissem páginas para captar mais “doações de íntimos beócios brasileiros”.

Mas muito cuidado, senhores beócios! Além de estarem a jogar seu próprio dinheiro na lixeira, o que é uma decisão pessoal, poderão incorrer em crime de cumplicidade, que é uma questão da justiça pública. O prêmio de cadeia em regime fechado do beócio poderá ser o resultado mais óbvio.

Todavia, como uma pronta-resposta da 1ª classe, já há os que pensam em criar “debêntures penitenciários”. Permitirá aos ladrões públicos arrecadarem “fortunas honestas” pela Bolsa de Valores. Afinal, para corruptos políticos, nada melhor do que vender suas cotas de corrupção produtiva, pois não desejam ser os majoritários em uma eventual derrocada nacional.

Mesmo havendo muito mais a narrar, encerro aqui esse registro, sabendo que, desgraçadamente, muita água ainda há de rolar para bolsos escusos.

Todavia, também tenho uma notícia alvissareira: nosso blog vai criar uma página para receber doações de pessoas cultas, honestas, democráticas e politizadas, de forma a continuar com seu trabalho e aumentar a equipe de redatores. Quem sabe se no ano de 3014 já não terá arrecadado a ínfima quantia de SUR$ 1.000,00?  O Surreal, a futura moeda inflacionada a circular em todo Brasil.

All turn to dust


Em ritmo de Copa do Mundo.

Faltam 148 dias, pois em 12 de junho, queiram ou não os brasileiros, terá início a Copa do Mundo de 2014. Com duração de cerca de um mês, nos tempos da bonança seria previsto, pelo menos, um fluxo de 600 mil turistas estrangeiros chegando ao Brasil. Assim mostra a série histórica do público presente neste evento. Obviamente, sem considerar casos extremos de público.

Apenas a considerar hospedagem e café da manhã, os dispêndios desses turistas seriam da ordem de 2,250 bilhões de reais. Uma bela receita para o setor hoteleiro e, na outra mão, farta arrecadação de tributos pelo setor público brasileiro. De novo, a criar outra espécie do “Toma lá dá cá, ssp”. Afinal, o setor precisa pagar seus quase 10 milhões de funcionários públicos.

Entretanto, o cenário mundial que se desenha não é de alegria econômica. Está mais para “alergia econômica”. Segundo depoimentos de “especialistas em Copas do Mundo” – e a imprensa descobre-os para opinar em qualquer assunto –, são esperados para o evento, até 300 mil turistas, entre nacionais e estrangeiros. Se essa conta estiver certa, o cenário nacional de desperdício público, por fim, ficará transparente para a população brasileira.

O país tem doze cidades-sede para a Copa e construiu ou reformou 12 estádios de futebol! Financiou vários bilhões só para as chamadas Arenas. Trata-se de brincadeira de mal gosto, pois esqueceu-se de fazer o mesmo com aeroportos, portos, rodovias, hospitais e segurança.

Há cidades que sequer possuem público e clubes de futebol para ocupar um terço das poltronas e cadeiras dos grandiosos estádios que receberam. São os casos de Manaus, Natal, Cuiabá e Brasília, por exemplo. Segundo o Tribunal de Contas do Distrito Federal, o estádio de Brasília, chamado “Mané Garrincha”, orçado em R$ 696 milhões (2010), atingiu à cifra de R$ 1,788 bilhão.

Mané Garrincha: o governo do Distrito Federal diz que só gastou 1,2 bilhão na reforma

Mané Garrincha: o governo do Distrito Federal diz que só gastou 1,2 bilhão na reforma

Em suma, enquanto as obras dos estádios exigem investimentos ou financiamentos públicos de R$ 7,5 bilhões, os investimentos públicos nas obras que pretensamente compõem o legado da Copa (mobilidade urbana, aeroportos e portos) estão estimados em R$ 6,5 bilhões.

Aeroportos

Nas doze cidades-sede, sete aeroportos não sofreram as reformas esperadas e permanecem com serviços precários até o momento. Esteiras rolantes que param e elevadores que não funcionam são apenas dois exemplos.

Dos aeroportos das 12 cidades-sede (…), oito não têm nem a metade das obras concluídas, segundo a Controladoria Geral da União”, disse o site G1, neste janeiro de 2014. Parece ser o caso (ou o caos?) dos aeroportos de Belo Horizonte, Brasília, Guarulhos, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Salvador.

Novos gastos

Segundo Lauro Jardim (na Veja on-line, em dezembro de 2013) o Comitê “Organizador” Local da Copa terá mais gastos para os próximos meses:

“Cada campo oficial de treinamento poderá ter um investimento de 1,5 milhão de Reais para receber as seleções internacionais [multiplique esse valor por 32, que será a quantidade das seleções presentes na Copa → Total: R$ 48 milhões!]. Além disso, foi gasto 1,2 milhão de Euros com uma empresa de consultoria que ajudará as doze sedes a manter os gramados impecáveis no Mundial”.

Mas faltam investimentos sérios na segurança pública, no treinamento intensivo das polícias e em equipamentos adequados. Do contrário, a manter os atuais níveis de criminalidade no Brasil, muitos turistas vão virar vítimas do Brasil. Basta imaginar o que acontecerá se um turista estrangeiro amanhecer decapitado em uma cidade-sede.

Para finalizar

Talvez um dia, por descuido ou fantasia”, saibamos quanto realmente pagamos por esta Copa 2014. Quem sabe se também neste dia descubramos que “os investimentos realizados” em obras, como insinua o título desse artigo, acabaram de virar pó. Será um belíssimo legado, não acham?…

A continuidade dos tempos


O Brasil deve ser o país com o maior número de feriados e “pontos facultativos” do mundo. Desse mesmo gênero, têm-se eventos nacionais, estaduais e municipais, todos criados por leis específicas, o que é um fato no mínimo estranho.

Afinal, o que é um “ponto facultativo”? Existe algo similar em algum lugar do mundo moderno e civilizado? Se o Estado brasileiro é laico, porque a quantidade de feriados religiosos é tão grande?

Quando feriados ou pontos facultativos (“Paradas”) caem em quartas ou quintas-feiras, o brasileiro “enforca” os dias úteis para “engatar com o fim de semana”. Muitas instituições públicas (e algumas empresas privadas) concordam com essa invenção e a praticam. A vagabundagem legalizada é forte evidência do desejo parlamentar de reduzir ainda mais a produtividade de todos os legislativos do país.

“Paradas” estaduais

Somente Espírito Santo e Goiás não possuem feriados estaduais. Mesmo assim, em Goiás não há expediente nas repartições e serviços públicos nos dias 26 de julho, consagrado à fundação da cidade de Goiás, e 24 de outubro, dia comemorativo do lançamento da pedra fundamental de Goiânia; além, é claro, do dia do funcionário público, que acontece em 28 de outubro. Semana perdida pelos engates

Por outro lado, mostrando ser uma inegável potência produtiva, o Acre criou cinco feriados estaduais:

  • 23 de janeiro, Dia do Evangélico (?).
  • 8 de março, Dia Internacional da Mulher (?).
  • 15 de junho, Aniversário do Acre.
  • 5 de setembro, Dia da Amazônia (?).
  • 17 de novembro, Assinatura do Tratado de Petrópolis (?).

Curiosamente, São Paulo só possui um feriado estadual, referido à sua data magna, conforme prescreve uma lei federal de 1995 [1]. Trata-se do notório dia de 9 de julho, a comemorar a Revolução Constitucionalista de 1932.

“Paradas” nacionais

Em 2013, sem contar com o próximo dia de Natal, o Brasil teve 27 “paradas” nacionais! Para o ano de 2014 o quadro que se anuncia é ainda mais espantoso. O país sofrerá a Copa do Mundo de Futebol (de 12 de junho a 13 de julho) e as eleições para presidente, governadores e parlamentares nacionais. Junte-se a isso o Carnaval (no mínimo 5 dias, embora somente a terça-feira seja feriado oficial) e a Semana Santa (com 5 dias, podendo chegar a 9, com o engate no fim de semana que a sucede).

Trabalhar para quê? Profissionais liberais que se virem! Na melhor das hipóteses, em 2014 é bem provável que o país só tenha 210 dias úteis. Seus demais 155 dias serão inúteis e sem produção e serviços em quase todos os setores econômicos.

Cenário para 2014: sem “rogar praga”

Com o andar das carruagens políticas, tracionadas por mulas e antas há mais de 10 anos, as tendências para o cenário futuro do país podem ser estimadas com alguma precisão. Seguem os principais acontecimentos que têm boa chance de ocorrerem em 2014:

  • As chuvas de janeiro a março poderão causar estragos em inúmeros municípios, com maior ênfase para a cidade do Rio de Janeiro, seus vizinhos metropolitanos e a Região Serrana (redundância).
  • Em muitas oportunidades a Via Binário vai se transformar em “Via Urinário”. E seus novos túneis, em duas “Cloacas Profundas”. Não será fácil a drenagem daquela área, sobretudo quando a maré for de sizígia (maiores marés altas que barram os fluxos de água dos dutos e canais de drenagem, a causar inundações urbanas).
Olha a Via Binário aí, gente!

Olha a Via Binário aí, gente! (reprodução da Agência Globo)

  • Em todo o país haverá uma enorme oferta de vagas de trabalho para o “cargo de militantes aloprados”. A remuneração das diversas “gangues de aloprados” ficará a cargo da sociedade brasileira, através de montagens feitas pelos exímios aparelhos públicos.
  • A corrupção continuará a crescer no Brasil, embora venha a tornar-se quase invisível para pancrácios. Estima-se que já haja políticos da base aliada a pensar no Projeto de Lei Auxílio-Corrupção. Assim, uma vez legalizada, removerá todos os obstáculos que ainda existam.
  • Prevê-se que durante 2014 ocorrerão apenas quatro grandes escândalos, políticos e financeiros.
  • Além da total falta de vergonha no exagero construtivo, não são esperados graves acidentes nos 12 estádios de futebol que servirão a FIFA durante a Copa do Mundo. Afinal, muitas dessas ditas arenas, por falta de uso, tenderão a ser transformadas em suntuosos presídios de luxo, hospitais e escolas públicas.
  • O pibinho brasileiro deverá diminuir ainda mais e ficar no entorno de 1%, para mais ou para menos (desculpem outra redundância). Não há como elevá-lo dispondo de um ano em que 42,7% de seus dias serão inúteis.
  • Deve ser esperada a construção da primeira Fábrica de Dossiês latino-americana. Poderá vir a ser órgão oficial do governo, dada a demanda elevada de alguns partidos e as possibilidades de exportação desse nobre produto para vários países do mundo. Ajudará o pibinho.
  • Para fortalecer este grande êxito industrial, também deve ser aguardada a fundação do primeiro escritório técnico especializado em Formulação de Mentiras e Promessas, sob a sigla ETFMP-Bras. Esse escritório poderá ser transformado mais tarde em outro Ministério do Poder Executivo, junto com o futuro Ministério da Propaganda.
  • Há evidências cada vez mais fortes de que aconteçam desdobramentos da Ação Penal 470, com prováveis descobertas e acusações de novos mensaleiros e mensalistas.

Continuidade dos tempos

Mas o tempo segue incólume, apesar de tudo. Aliás, desconhece o que seja “tudo”, pois nada o afeta. Se a Terra derretesse, o Sol explodisse, a Via Láctea fosse pulverizada, ainda assim o tempo continuaria em sua andança: reto, silencioso e infindável.

Resta ao cidadão brasileiro consciente, no tempo que lhe resta, auxiliar a repor o Ambiente do Brasil em caminhos mais sustentáveis: sinuosos, silenciosos e estabilizados.


[1] A lei nº 9.093, de 12 de setembro de 1995, incluiu entre os feriados civis,  apenas os declarados em lei federal, a data magna do Estado fixada em lei estadual. Todavia alguns estados instituem mais de um feriado, alguns dos quais, de carácter religioso.

Retrospectiva de 2013


Por Simão-pescador, Praia das Maçãs.

Simão-Pescador

Simão-Pescador

De forma distinta da opinião publicada ao fim do ano passado (veja em Retrospectiva de 2012), neste ano ela atem-se apenas ao Império do Brasil. Até porque, a complexidade dos processos políticos e litígios mundiais transcende qualquer capacidade de análise, sobretudo quando se dispõe de pouco espaço para sintetizar a fartura de informações acumuladas no transcorrer de um ano.

Segue uma rápida retrospecção que registra factos peculiares da política praticada em 2013, herança do mesmo partido político no poder desde 2003: o incomparável Perda Total.

O sempre “Brasil do futuro”

Ao longo de 2013, o governo federal alardeou inúmeras vezes que continuava a construir um Brasil mais rico e igualitário, como já o fizera seu antecessor. Por óbvio, essa promessa temerária novamente não se concretizou. E teve dois bons motivos para “fazer água”:

  • O primeiro foi o erro de premissa, pois o antecessor nada fez de útil para a nação como um todo. Limitou-se a assumir condutas populistas e demagógicas, sempre centradas em sua total ignorância como gestor público máximo do Estado Brasileiro.
  • O segundo foi o facto de a Rainha permanecer entalada no mesmo atalho das políticas econômicas e sociais herdadas de seu Criador, atual Conselheiro. É sabido que através delas é impossível realizar o desenvolvimento de qualquer nação do mundo. Basta observar os casos (caos?) de Cuba e Venezuela, plenos de riqueza, igualdade social e democracia, nos quais se pautam os esdrúxulos governos do Perda Total.

Durante este ano, a nação viveu praticamente submissa a desgovernos sincronizados. O ano ainda não findou, mas já é possível falar no passado, pois nada mudará nos poucos dias que faltam para o Feliz Ano Novo.

Essa sincronia pode ser explicada por uma das alternativas: ou a total falta de competência em gerir a nação ou o estrito cumprimento das ordens emanadas pelo Conselheiro, visando a garantir o poder político eterno nas mãos do Perda Total ou então por, no mínimo, mais duas décadas [1].

Economia

Porém, considerando a evolução dos principais indicadores da economia brasileira neste ano pré-eleitoral, o Perda Total poderá ser bastante prejudicado em suas férteis ambições: déficit na balança comercial, pibinho fraco, inflação incrustrada no teto da meta, consumo de bens e serviços em retração, inadimplência em alta e tombo na produção industrial; enfim, tudo muito bem desgovernado e dotado de magnífica sincronia.

Mas restam questões objetivas: ─ Para onde o país seguirá com sua economia a despedaçar-se de forma continua? Continuará a realizar sua ‘contabilidade criativa’? E como ficará a política fiscal com a redução do teto do superávit primário? Agências de risco de crédito que lhes mordam!

Infraestrutura

Todos os itens da infraestrutura urbana e rural brasileira permaneceram abandonados desde 2003. O pouco que foi construído resultou em obras superfaturadas, instrumento para a corrupção passiva e ativa, envolvendo exércitos de executivos públicos e privados.

Em outras palavras, veículos da organização planejada e sistemática de quadrilhas de ladrões e canalhas, que enriquecem com projetos não realizados para educação, saúde, segurança, mobilidade urbana, rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e etc.

Somente nos estertores de 2013 assiste-se a manobras eleitoreiras promovidas pela Rainha, visando a privatizar serviços públicos nunca adequados. É bastante provável que seu Criador e Conselheiro seja o decisor operacional de mais essa patranha nacional. Só resta saber quem realmente está por detrás desse Conselheiro. Tudo leva a crer de que se trata de um amigo íntimo, um eminente vigarista, que hoje talvez esteja a habitar nalgum presídio.

Política

Para fazer uma Política Nacional estável, no mínimo é necessário ter boas maneiras, ser educado e atencioso com as pessoas em geral. Mas, definitivamente, não é o caso da Rainha, pois parece ser muito grosseira e, segundo diz a imprensa, abusa do baixo calão, tanto no varejo quanto no atacado.

Como o sistema político brasileiro começou a caranguejar desde 2003, em 2013 ficou claro que o país anda para trás e se esconde assustado em tocas de areia.

Observa-se que o número de nações amigas foi bastante reduzido pela ideologia que reina no país. Somente é possível abrir os portos brasileiros para Bolívia, Venezuela e Cuba. Até mesmo o Irã, que foi muito bem recebido no governo do Conselheiro, agora está esquecido.

Os países africanos, mais próximos do Brasil por meio de financiamentos públicos – Angola, Moçambique e África do Sul –, tornaram-se propriedade negocial exclusiva do Conselheiro que, segundo o noticiário da imprensa europeia, é vendedor remunerado de obras para algumas empreiteiras.

A relações com a China são comerciais, promovidas basicamente por empresas privadas. O Brasil é, de certa forma, um Estado-colônia do Estado Chinês. Todavia, ainda não foi aventada a hipótese do Imperialismo Capitalista da China sobre o Brasil, que decerto não tarda.

O ponto culminante do isolamento do Brasil aconteceu após as denúncias de espionagem realizadas pela Agência de Segurança Nacional norte-americana. A Rainha sentiu-se pelada diante de um batalhão de sanguinários espiões americanos.

Programas sociais

Bolsa-Família, Luz para Todos, Brasil Alfabetizado e Educação de Jovens e Adultos, Universidade para Todos, Minha Casa Minha Vida e Mais Médicos [cubanos], são alguns dos programas criados e geridos pelo Perda Total nos últimos 10 anos. Decerto, alguns destes estão a ter resultado positivo para miseráveis e analfabetos. O que é um mérito a ser reconhecido.

Mas, não obstante, essa Cordilheira de Ações Sociais pode constituir um Himalaia de corrupção. Falta-lhe controles claros, padronizados e divulgação sistemática para a sociedade. Além disso, seus títulos são pura demagogia e suas justificativas encontram-se em leis que foram aprovadas por uma oligarquia parlamentar [produto do Mensalão], onde os principais beneficiários das ações não têm condição de entende-las a fundo.

Crê-se que o principal programa social para o Brasil ainda não foi sequer pensado pelos governantes do Perda Total. Trata-se de dotar os brasileiros de cultura apropriada ao empreendedorismo, extinguindo todas as burocracias inúteis que mantém o país no terceiro mundo, embora permaneça bastante maquiado.

Para ter uma ideia do que deve ser o teor deste Programa, assista pelo menos em parte ao excelente seminário, promovido pelo IFHC, com ex-alunos do ITA. Clique aqui: “A cultura empreendedora no Brasil: riscos e oportunidades”.

Cultura

Remanesce a ideia de que, nunca na história deste país, houve um conjunto de boçalidades tais, capaz de fazer com que dinheiro público se tornasse capital privado. Dinheiro público para pagar desfiles de modas em Paris. Cerca de 900 mil Euros!

Como diz um artigo publicado nesse blog em agosto deste ano (veja em “Tudo pela cultura”), “existe no Brasil uma tal de Lei Rouanet, que incentiva a ‘renúncia fiscal’ para que empresas e pessoas reduzam seus impostos a pagar, em troca de financiarem a cultura nacional. Mas, me pergunto: desfile de modas é cultura?”.

Desde quando? A sociedade não foi avisada desta visão revolucionária da ministra-sexóloga.

O que resta saber

─ Como transcorrerá o ano de 2014?

Às vezes é triste elaborar cenários, mesmo que com base em factos. Talvez o ano 2014 veja o país quase parando e a sofrer os efeitos danosos de muitos movimentos sociais e grevistas contra as políticas do governo.

Entrementes, deve-se pesar bem as consequências políticas e econômicas adversas dessas manifestações. Por sinal, sempre a recordar os resultados do histórico movimento anarquista italiano: ─ Avanti popolo, facciamo sciopero!

Tiranias fascistas muitas vezes são cunhadas e legitimadas a partir desses acontecimentos. Quem mais sofre é sempre a população desinformada sob o comando de violentos interventores.


[1] A real História Política Brasileira narra processos desastrados bem similares, ocorridos entre 1962 e 1964, que presentearam o país com posteriores “21 Anos de Chumbo”, de 1964 a 1985. Os principais irresponsáveis pela falência democrática do país foram os senhores Leonel Brizola e João Goulart, nesta ordem. Merecem palmas e louvas? De quem?…

Chacina entre ególatras


Ainda não foi dada a largada oficial para as eleições presidenciais de 2014, embora vários jumentos já estejam novamente a desgraçar o Grande Prêmio Brasil.

Atropelaram os portões do grid de largada e jogaram seus jóqueis de marketing no chão duro de areia molhada. Clavículas e braços quebrados foi tudo o que conseguiram até agora. Os eventuais puro-sangue alinhados no grid permaneceram impávidos e, aos poucos, retornaram circunspectos às suas cavalariças.

No Brasil existem hoje cerca de 32 haras certificados [tal como partidos políticos] para participar dessa grande festa, que já possui 191 anos de história. No entanto, a grande maioria desses haras começou a criar somente jumentos, burros, mulas e jegues. Afirmam seus proprietários que, em curto prazo, os jumentos “dão mais dinheiro”.

Nada temos contra esses animais, muito ao contrário. Mas suas espécies são destinadas para outros fins, até mesmo no Oriente Médio. São animais muito fortes, sobrevivem a condições extremas, são inteligentes, porém, não são velozes. São mais usados para puxar carroças ou carregar cargas pesadas. Temos muito dó das condições de trabalho desses animais.

Quando a carga é mais pesada

Quando a carga é mais pesada

Contudo, no Brasil há alguns criadores que promovem e ganham prêmios nas Marchas de Muares. Ao fim desses eventos vendem exemplares especiais por cerca de 15 a 20 mil reais. Não são animais de carga, mas de exposição, demonstração e reprodução. Seu mercado ainda é muito reduzido, pois os poucos compradores são bichos aficionados.

Até o século 20 nunca escutamos falar de jumentos concorrendo ao “Grande Prêmio Brasil“. A velocidade dos cavalos de puro-sangue é fator essencial para participarem desse evento. Ao ser permitida a presença dos muares na competição vê-se um fenômeno social que jamais ocorreu. Os proprietários desses animais, insuflados por seus jóqueis de marketing, querem ganhar a qualquer custo o grande prêmio! Tornaram-se ególatras alucinados e acreditam que vencerão.

E esse quadro está sendo agravado. Um ano antes do “grande prêmio”, pasmem, os donos de jumentos pré-inscritos já ameaçam chacinar puro-sangues e jumentos que considerarem adversários. Merece destaque a atuação do Jumento do Estado, dadas suas características bastardas: é burro, mentiroso, lento, confuso, marcha para trás, só possui um neurônio e não sabe em que raia irá largar. Mas conta com uma tropa de jumentos de choque treinada para não permitir que seja espremido contra a cerca interna.

A propósito

Em texto publicado ontem no Estado de São Paulo (16/10/2013) sob o título “Eleições 2014”, o jurista Almir Pazzianotto [1] observou no primeiro parágrafo:

“Na campanha pela reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014, o Partido dos Trabalhadores gozará de autoridade para reivindicar a paternidade de dez obras, em 12 anos de governo. São elas: mensalão, rompimento dos princípios da ética e da moralidade, insegurança jurídica, desprestígio da diplomacia, compra e venda de legendas, declínio das atividades industriais, exportação de empregos para China e Índia, criação de ministérios inúteis, construção e financiamento de estádios de futebol e oficialização da palavra “presidenta”.”

Mensaleiros pré-aprisionados

Mensaleiros pré-aprisionados

Decerto o jurista entendeu como obras menos relevantes “a falência do ensino e da assistência pública à saúde, o endividamento [público], a alta dos preços, a inflação, o registro de milhares de sindicatos pelegos, a violência, a expansão do tráfico de drogas”.

Muito embora esta crônica seja uma expressão irônica do desgoverno instalado no Estado brasileiro, ousa-se prever que a segurança da nação encontra-se à beira de um colapso, de uma guerra civil: de um lado as organizações delinquentes que promovem o violento tráfico de drogas; de outro, a sociedade espremida entre tiroteios e balas perdidas. No meio, os eternos ladrões, canalhas a dirigir o país rumo ao precipício da imoralidade.


[1] Almir Pazzianotto Pinto, ex-ministro do Trabalho e ex-presidente do Tribunal Superior do Trabalho.

Porrete e porretada


Zik Sênior, o eremita.

Zik Sênior

Zik Sênior

Fiquei espiritualmente abatido após retornar de Portugal, na minha estada com Simão e seus velhos amigos pescadores: Antonino, Nelo, Joaquim e pelo menos uns quatro Manuel.

Por outro lado, aos 104 anos de idade, sinto-me hoje rejuvenescido, pois creio que a mudança da paisagem, a amizade de leais amigos e os assados de peixe à beira da praia me fizeram bem à saúde. Preciso preserva-la com cuidado.

Ah! O mar a amanhecer um pouco cinzento, a brisa leve a pairar em volta de nós e o nascer do sol, são inescrutáveis em boas companhias. Deles resultam a tão sonhada eternidade.

Por fim, e sobretudo, ao ver-me liberto do Brasil, ainda que por pouco tempo, e a poder falar quase o mesmo dialeto de Portugal, a felicidade foi-me dupla. De um lado, fiz-me esquecer da corrupção lulo-petralha que presenciava no Brasil e, ao mesmo tempo, mergulhei no tempo das antigas praias portuguesas. Em verdade, a que me encontrava nem era antiga ou sequer portuguesa. Apenas uma praia do mundo, hoje situada naquele país. Se é que me entendem…

Ao acordar na manhã de retorno

Cheguei de navio ao porto do Rio, despachado como carga. Andei até o ponto de táxi mais próximo. Estava inebriado com a viagem oceânica de retorno e a bela manhã que se descortinava na cidade. Era ante véspera da primavera e o calor já se manifestava a afagar as matas. Foi a melhor recepção de flores futuras que alguém poderia receber.

Ao chegar em casa, minha caverna preferida, a viagem e os acontecidos não me saíam da cabeça. Em especial pela curiosa forma de falar de meus amigos portugueses. Por exemplo, quando queriam se referir ao ato de bater em algum lugar com uma ferramenta, falavam “passa cá o porrete, vou dar uma porretada aqui”.

Desfiz a mala, preparei um café forte e, ato contínuo, liguei a televisão. Sou do tempo da TV Tupi, a primeira do país, iniciada em 1950 e que hoje sequer existe. Naquela época era um meio criado para dar informações às pessoas. Hoje, com centos canais à cabo, é usada, sobretudo, para amestrar idiotas. Deixei-a ligada em fogo brando, mas optei pela pilha de jornais que encontrara à porta.

Folheei alguns e li certas manchetes. Só falavam sobre corrupção e outros crimes hediondos cometidos por políticos brasileiros. Logo me esqueci da Praia das Maçãs e das alegrias que vivi naquelas paragens. Tudo foi-me enfurecendo, a descontinuidade dos caminhos dos governos, os ultrajes da mentira deslavada e a impossibilidade de pegar um navio cargueiro e retornar às origens. Estava novamente aprisionado ao silêncio do fim da vida.

PorreteEscrevi uma carta para Simão, a pedir socorro, e convidei-o a vir ao Brasil. Vou aguardar a resposta. Enquanto isso, seleciono uns pedaços de pau-ferro no terreno dos fundos. Vou dar porrada na cabeça dos que concordam com a miséria em que meu país se transformou.

Tornei-me o justiceiro tardio, se é que me entendem.

Enquete do “mensalão”


Podemos votar com tranquilidade nesta enquete. Nenhum ser vivo do planeta terá acesso aos nomes dos votantes. Está criptografada com chave de 1.024 bits. Exceção feita a Mr. Obama, é claro.

Pela retumbante derrota da ética e da moral, no doloroso julgamento do Mensalão, com vários criminosos políticos e financeiros condenados, mas que serão julgados novamente pelo Supremo Tribunal Federal (Ação Penal 470), escolha a alternativa em que você mais acredita, considerando cinco hipóteses de comportamento da quadrilha.

Vista do Pátio da Penitenciária da Papuda - Crédito: Breno Fortes Breno Fortes/CB/DA Press.

O pátio de recreio da Penitenciária da Papuda ainda é ameaça aos criminosos políticos – Crédito para Breno Fortes /CB/DA Press.

Brasil, seus manifestos foram aviltados


Obituário moral

Dizem alguns que, em janeiro de 2014, a moral brasileira irá completar 11 anos de contínua busca da própria cova no Cemitério Universal dos Princípios Humanos. Esta é a opinião dos “analistas do otimismo”, regiamente remunerados por partidos políticos corruptos e imorais, que alimentam governos e parlamentos no Brasil.

No entanto, os mais atentos à realidade constataram que neste 7 de setembro a moral brasileira se enterrou de vez, na primeira cova rasa que encontrou. Por sinal, uma cova bem ao seu feitio, infestada de vorazes ratos políticos, carniceiros que idolatram cadáveres éticos.

As passeatas civilizadas e espontâneas, que ocorreram em junho deste ano, se tornaram exercícios de barbárie. No início os movimentos pelas ruas reuniram milhões de cidadãos, enquanto neste sábado da independência, não chegaram a 20 mil escroques em todo o Brasil. Vândalos que, literalmente, atacaram a cidadãos, policiais da segurança pública e patrimônios em geral.

Tratou-se da “homenagem de escroques” ao histórico desfile das forças armadas pela data da independência do país. Sem dúvida, é um evento anacrônico. Porém, muitos pais, pelo menos uma vez na vida, levam seus filhos pequenos para verem a Parada Militar, como era chamada no passado.

Imagem dos resultados da ação de vândalos – Rio de Janeiro

Imagem dos resultados da ação de vândalos – Rio de Janeiro

Na capital do Rio Grande do Sul (estado petista), provavelmente em horário próximo, um jovem levava um pequeno cartaz que dizia ser contra a corrupção. “Afinal, todos são contra a corrupção”, acreditava o adolescente. Contudo foi parado e cercado por um grupo que o proibiu de mostrar os dizeres do cartaz. O líder do grupo disse-lhe que os termos do papelão eram de partido da oposição. Disse que era do PSDB.

Esta cena inacreditável e fascista aconteceu, em Porto Alegre, durante o 7 de setembro. O jornal Zero Hora publicou um vídeo desse digno encontro. Veja aqui.

Renascimento da civilidade

A sociedade brasileira precisa pensar em novas maneiras para demonstrar suas insatisfações com a corrupção instalada no país. Não pode permanecer em silêncio ou ter medo dos delinquentes dos Black Bloc e Anonymous. Ficou claro que, daqui para frente, passeatas civilizadas sempre serão invadidas por quadrilhas de vândalos, estimuladas por corruptos.

Fica aqui o nosso registro pelo renascimento da ética e da moral no Brasil.