Censura sistemática


Dicionários em geral oferecem variados significados para o verbete “Censura”. Dentre outros, citam-se os seguintes:

─ “Ato de censurar. Cargo e funções de um censor. Exame crítico de obras literárias ou artísticas. Corporação ou tribunal encarregado de censurar livros, filmes, etc. Instituição, sistema ou prática de censurar obras literárias e notícias escritas. Condenação eclesiástica de certas obras. Crítica visando a corrigir. Admoestação, repreensão. C. Prévia: ato de rever e julgar em instituição competente uma obra antes de ser publicada.”

Como é possível ver, a censura pode ser uma instituição, um indivíduo (o censor), um ato formal, uma condenação dogmática e fruto de uma análise crítica. De toda forma, em nenhuma hipótese significa perseguição, proibição, açoite, prisão ou aniquilação do cidadão a ser censurado.

No entanto, em certos períodos da história republicana brasileira, o conceito da censura foi deformado ao gosto da ditadura instalada. Seu uso, “legalizado a ferro e fogo” serviu a fins nefastos. Não se entra no mérito das causas de então, mas censurar no Brasil já foi sinônimo de raptar, prender, torturar e assassinar. E esses atos foram cometidos por ambas as partes em litígio, apenas com vistas à troca de ditadores. Ninguém lutava em favor da Democracia. Os que hoje afirmam isso são patranheiros, peteiros e mentirosos.

Censura

Mesmo com o significado correto, a censura é tida por muitos como uma proposta descabida e perigosa em si mesma. Trata-se da máquina oficial ceifadora da crítica às ideias e projetos que o país necessita para erguer-se do atoleiro. Porém, o que se dirá do “uso legalizado” da censura, imposta por um governo que, ao que tudo indica, ambiciona se tornar uma ditadura socialista?

Ressalte-se, governo que por hora parece encontrar-se em estágio final de equilíbrio instável. Forjado em mentiras sem censura que promove por todo o país, através de práticas populistas que aplica sobre o povo desguarnecido. Não se trata de uma brincadeira, pois são quase doze anos com o povo a suportar mentiras e blindagens oficiais. Doze anos gastos para amestrar a prática da autocensura com o tal do “politicamente correto”. Esse tipo de ato descarado – censura – é usado em tudo e de forma sistemática.

Algumas reflexões

A Censura imposta por força de desgoverno possui diversos meios para eliminar a liberdade cidadã. Um deles é a própria lei e suas “medidas provisórias”; outro, a ameaça de plebiscito para processos complexos que são, na falta de outro termo, “impebliscitáveis”. E juram que é melhor assim, com a sociedade civil a “participar das decisões do governo”. Participar uma ova, submeter-se calada, gostando ou não!

Somente hoje a imprensa conseguiu divulgar informações macroeconômicas que o Planalto manteve trancafiadas por longo período. Segue parte da notícia veiculada pelo economista Rodrigo Constantino:

─ “O Tesouro Nacional informou hoje que o Governo Central registrou um déficit primário de R$ 20,399 bilhões no mês de setembro; é o pior resultado da série histórica, quinto resultado mensal negativo consecutivo em 2014”.

De fato, essa notícia não poderia ser pública antes da votação do 2º turno. Fora censurada. Os motivos do atraso na divulgação dos dados no período eleitoral envolviam a omissão eleitoreira e a blindagem da informação macroeconômica, que todo brasileiro possui o direito de saber, no exato período em que ocorre. Sem essas informações não há como gerir empresas e negócios legais.

O estágio de equilíbrio instável de um governo pode acarretar decisões insanas por parte dos governantes. Sugere-se que adotem decisão similar à da “cobra peçonhenta”. Ao cabo de um ano, é possível que não lhes restem alternativas sadias.