Águia Real [Aquila chrysaetos]


A Águia Real representa o poder e a força em diversas culturas do hemisfério norte, sendo quase sempre apresentada como símbolo de soberania e bravura. Após a ocorrência registrada de algum declínio de sua população, parece que esta tendência está a ser invertida, tanto por força do acaso dos ecossistemas em que vive, como pela consciência do ser humano em manter viva esta espécie.

Expressão da Águia Real

Características gerais

Trata-se de ave predadora de grandes dimensões, apresentando envergadura de asas entre 2,05 e 2,20 m, comprimento de 0,66 a 1,00 m e peso variando de 2,5 a 12 quilos. Como em todas as aves de rapina, as fêmeas são um pouco maiores que os machos. A uma distância de observação superior a 500 metros, as aves adultas parecem ser uniformemente escuras, contudo, quando observadas de perto é visível uma banda de cor mais clara na base da asa e na cauda. Na parte superior, destaca-se uma faixa mais clara nas plumagens das asas. Os juvenis e os imaturos apresentam uma banda de cor branca nas asas e na cauda, tanto no lado superior como no inferior. Todos os indivíduos desta espécie apresentam a nuca e a coroa mais claras, variando do amarelo até ao castanho mais claro.

Distribuição geográfica

A Águia Real é uma ave de hábitos diurnos, da família Accipitridae. Habita parte do Hemisfério Norte: Europa Ocidental, Norte da África e América do Norte.

Reprodução

A época de reprodução inicia-se em meados de janeiro e prolonga-se até maio-setembro, podendo variar de acordo com a zona geográfica de ocorrência. Cada casal pode ter até 10 ninhos, mas só 2 ou 3 são usados em rotação. Alguns casais usam o mesmo ninho cada ano, enquanto outros alternam os anos. O mesmo ninho pode ser utilizado por gerações. O ninho é normalmente construído num precipício alto.

Entretanto, podem ser utilizadas árvores quando não há paredões de rocha disponíveis (habitat rupícola). O local de nidificação preferido é onde a presa pode ser avistada facilmente. O ninho pode atingir dimensões enormes, se o local o permitir. Alguns ninhos de precipício medem 2,5 a 3 m de diâmetro por 1 a 1,20 m de espessura. O ninho é volumoso e composto de varas, ramos, raízes, ervas daninhas e mato em geral.

A fêmea é responsável pela maior parte do período de incubação, embora o macho ajude frequentemente. A postura pode ser de 1 a 4 ovos; no entanto, é mais comum ser de dois ovos. A cor dos ovos é branco sujo, com manchas castanhas ou castanho-avermelhadas. A incubação dura de 35 a 45 dias. As crias que nascem primeiro são mais fortes e, frequentemente, matam os irmãos menores e mais fracos, sem que os pais interfiram. O filhote é dependente dos pais durante 30 dias ou um pouco mais.

Comportamento

Formam casais permanentes. Um casal precisa de um círculo com raio de até 55 km de território para caçar (área de alimentação). A velocidade comum durante o voo é de 45 a 50 km/h. Mas já foram registados mergulhos de caça que variam de 240 km/h a 320 km/h.

Águia Real perscrutando a caça…

No Alasca e no Canadá, os espécimes da Águia Real viajam, na maioria, para o sul durante o outono, quando as presas começam a faltar no norte. Mas nem todos migram; alguns permanecem no Alasca, no Canadá meridional e no norte dos EUA.

Alimentação

Alimenta-se de mamíferos, aves e répteis de porte médio, podendo recorrer de igual modo a animais mortos (carniças). Na maior parte das situações, as principais presas consumidas são coelhos, lebres e várias espécies de galiformes. Captura com alguma frequência outras espécies de predadores, tais como raposas e similares.

Geralmente, captura suas presas no solo, caçando de preferência em áreas abertas ou de campos sujos, evitando áreas mais arborizadas.

Trágico, brutal, absurdo!


O bonde que descarrilou no bairro de Santa Teresa (27/08/11), Cidade Maravilhosa do Rio de Janeiro, tirando a vida de 6 pessoas e levando cerca de 57 para o hospital, é um dos muitos desastres que já estavam previstos há cerca de pelo menos três décadas. Não se tratava de saber se este desastre poderia acontecer, mas sim quando aconteceria e quantas vezes ainda tornará a ocorrer, caso nenhuma ação pública séria e cuidadosa seja realizada.

Bonde descarrila em Santa Teresa, por Felipe-Hanower

Os “bondinhos de Santa Teresa”, são assim chamados desde sua criação, há cerca de 115 anos. Tornaram-se uma espécie de patrimônio do bairro, em especial quando os dos demais bairros do Rio deixaram de circular pela cidade.

Lembro-me, quando criança e já entrando na adolescência, que qualquer morador do bairro podia acertar seu relógio pelo ruído da passagem do bonde. No caminho de Paula Mattos, os bondes passavam britanicamente de 15 em 15 minutos (7:05, 7:20, 7: 35…) e assim era em todo o bairro, em todos os demais caminhos com trilhos – Largo do França e Silvestre, onde os turistas apeavam no ponto final e seguiam até o Cristo, no Bondinho do Corcovado.

Naquela época os bondes eram compostos por dois carros: tinha o elétrico e o reboque. Algo como o dobro do tamanho das composições de hoje. Trafegavam com bem mais passageiros e eram mais pesados. No entanto, entre décadas de 50 a 70, posso garantir que nenhum bonde descarrilou no bairro. Mesmo assim, houve acidentes. Em 1962, não morri por pouco, num choque contra um bonde. Exatamente na Joaquim Murtinho, em frente à escadaria da Rua Muratori. Mas, foram apenas 168 pontos na cabeça e três dias descansando no CTI do Hospital Central dos Acidentados. Fui tratado pelo saudoso ortopedista Dr. Hervé. Concluindo: todos os acidentes nos bondes do bairro foram causados pela imprudência dos hospitalizados, nunca pela falta de manutenção de trilhos ou equipamentos. Bons tempos…

Não estou bem certo da data, mas creio que foi no final da década de 70 ou no início dos 80. Aconteceu uma inesperada deturpação do patrimônio público. Os bondes foram parados durante um longo tempo para sofrerem reparos. Os trilhos foram retirados e recolocados. Foram gastos muitos milhões de dólares naquela ocasião, mais de 20 milhões. O bairro tornou-se uma verdadeira catástrofe em termos de qualidade de vida. Ônibus passaram a circular, mesmo nas ruas estreitas e mal calçadas de Santa Teresa. Havia ainda o transporte ilegal de Kombi para a cidade, que somente foi encerrado quando uma Kombi lotada desgovernou-se (?) e bateu em uma murada de pedra. Pegou fogo, na Rua Almirante Alexandrino, pouco antes do Largo do Curvelo. Morreram oito pessoas do bairro.

Quando os bondes voltaram a operar estavam mais bonitos, pintados de amarelo. Contudo, das duas dezenas ou mais dos bondes que existiam, apenas cerca de oito entraram em operação. É muito provável, probabilíssimo, que algum político escondeu algum dinheirinho no bolso de seu próprio paletó. Os novos bondes perderam seus reboques e seus horários. Tornou-se possível andar nos estribos sem pagar nada aos trocadores. O sistema ferroviário de Santa Teresa tornou-se economicamente inviável.

Continuo a frequentar o bairro. Meus pais ainda moram lá e antigos moradores reúnem-se todas as quartas na Adega do Pimenta para tomar um chope e contar estórias do passado. Na quarta passada assisti a uma conversa rápida entre um “funcionário dos bondes” e um conhecido do passado. Guardei esta frase dita pelo funcionário:

Nós vamos entrar em greve até que façam a manutenção dos carros e nos paguem de forma decente…”

O volátil cenário do ambiente urbano


Ricardo Kohn, Escritor.

Vários municípios brasileiros possuem cultura e singularidades territoriais e humanas, que destacam sua capacidade de produzir “à sua moda”, partilhando suas experiências e serem hospitaleiros. Diríamos que os estados da região sul e, especificamente, Minas Gerais, na região sudeste, apresentam municípios com estas características. Mas, nesse breve artigo optamos por falar um pouco sobre o município de Morretes e o município do Rio de Janeiro.

Vista atual do município de Morretes

Morretes está situado próximo ao litoral paranaense, junto da encosta da Serra do Mar e a cerca de 35 km do oceano Atlântico. Trata-se de uma povoação antiga que data do século XVI, quando era território dos índios Carijós. A partir de 1646, com a descoberta de jazidas de ouro, a região passou a ser ocupada por mineradores e aventureiros colonizadores, provenientes de outras regiões da colônia. Em 1721, foi fundado oficialmente o povoado de Porto dos Morretes. Em 1841 foi elevado à categoria de município.

Em 1869, Morretes teve sua denominação alterada para Nhundiaquara, mas já no ano seguinte voltou a denominar-se Morretes. Imaginem esta curiosa barafunda colonial, que talvez espelhe nossa barafunda nacional do século XXI.

Com a chegada dos trilhos de aço da Estrada de Ferro Paraná ao litoral, cujo tráfego iniciou-se em 1885 (ligando as cidades de Curitiba e Paranaguá), Morretes decaiu vertiginosamente. Seu comércio foi altamente prejudicado, parando os engenhos de erva-mate e afetando toda a estrutura socioeconômica do município. A partir de então, operou-se uma reação, com o município reconquistando sua importância no contexto do estado do Paraná.

Um dos acessos a Morretes

Hoje tem uma cidade-sede famosa pelo turismo ambiental. Mas, também possui casarões antigos conservados. Entendemos que esses fatos são uma prova da sustentabilidade de seu território: inúmeros monumentos da natureza, praticamente intocados em sua essência e função, convivendo de forma estável com atividades produtivas.

Sua economia baseia-se no turismo e em serviços a ele associados, como hotelaria, restaurantes, culinária, artesanato, lojas de antiguidades, lojas de arte, espaços culturais e esportes ao ar livre (alguns tidos como radicais).

Rio, corredeiras e montanhas em Morretes

A gastronomia sempre foi o cartão postal da cidade, principalmente pelo seu prato típico, o famoso “Barreado”. Mas, Morretes tem restaurantes para todos os gostos, que vão dos mais variados frutos do mar aos churrascos.

Além disso, é o lar da famosa “Cachaça Morretense”. Produzida até hoje em velhos alambiques e com elevada qualidade. O Município de Morretes foi o principal exportador de gengibre do país!

Dentre seus eventos destaca-se a Festa Feira Agrícola e Artesanal de Morretes, já em sua vigésima nona edição. Contou com a presença de mais de 150 mil pessoas, durante os nove dias do evento. Expositores e produtores participantes desta edição, bem como demais comerciantes locais de diversos segmentos, terminaram o período da feira com resultados saudáveis e positivos, o que os unem mais a cada ano.

Na cerimônia de encerramento foi feita a premiação dos “barraqueiros” que se destacaram. Essa é a cultura morretense de produzir partilhando alegria, qualidade e humildade. Trata-se de uma cidade estabilizada, mas relativamente pobre se comparada a muitas outras. Porém, a totalidade de seus habitantes desconhece o significado da palavra “crime”.

O Município do Rio de Janeiro teve a cidade-sede da capital brasileira até a fundação de Brasília (21 de abril de 1960[1]). Também dispõe de monumentos naturais de monta, que levam a muitos afirmar que é a cidade mais bela do mundo. Contudo, como diz o ditado “beleza não põe mesa”, apresenta graves problemas sociais e culturais que foram sendo intensificados em uma década após perder o poder de ser a capital da nação.

Vista atual da Cidade do Rio de Janeiro

Fundado como povoado pelos colonizadores, em 1º de março de 1565, com o nome de “São Sebastião do Rio de Janeiro”, no território dos índios Tupinambás, tornou-se a segunda maior metrópole brasileira, superada somente pela cidade de São Paulo.

A importância econômica de São Sebastião do Rio ficou maior com a exploração de jazidas de ouro em Minas Gerais, no século XVIII. A sua proximidade com as minas das Gerais levou a sua consolidação como cidade e proeminente centro portuário e econômico para os colonizadores. Sendo assim, em 1763, o ministro português, Marquês de Pombal, transferiu a sede da colônia, de Salvador para o Rio de Janeiro.

Vamos pular quase 200 anos de história e chegar ao Estado da Guanabara. Este foi o período mais proeminente da cidade. E o nome que consideramos relevante foi o de Carlos Frederico Werneck de Lacerda (jornalista Carlos Lacerda).

Com a transferência da capital para Brasília, candidatou-se ao governo do recém-criado Estado da Guanabara. Seu governo destacou-se pela construção de obras prioritárias, e demostraram suas habilidades de administrador, consolidando a simpatia da classe-média. Seu Secretário de Viação e Obras foi o eminente engenheiro civil e sanitarista Enaldo Cravo Peixoto. Enaldo construiu a unidade de captação e a estação de tratamento de água do Guandu, bem como o sistema de distribuição de água potável (que basicamente é o mesmo até hoje). Juntos esses sistemas resolveram um centenário problema de abastecimento. A falta de água era crônica e até inspirava marchinhas de carnaval cheias de deboche. Fez o mesmo com a coleta, tratamento e destinação de esgotos do Estado da Guanabara. Foram deitados sob o solo de sua área urbana cerca de 800 km de tubulação para água e esgotos! E sempre dizia, reclamando de sua sorte, com sotaque alagoano:

─ “Obras enterradas o cidadão não vê e por isso não geram votos; mas são necessárias e inadiáveis, tivemos que fazer”.

Cravo Peixoto também construiu túneis importantes para o trânsito, como o Santa Bárbara e o Rebouças, ligando a Zona Norte à Zona Sul da cidade. Terminou a grande parte da construção e reurbanização do aterro do Flamengo. Removeu favelas de bairros da zona sul e Maracanã, criando o parque da Catacumba, o campus da UEG (atual UERJ), e instalando seus antigos habitantes em conjuntos habitacionais afastados como Cidade de Deus e Vila Kennedy. Construiu inúmeras escolas e manteve um alto padrão de qualidade dos hospitais públicos.

Lacerda foi um dos líderes civis do movimento militar de 1964, porém voltou-se contra ele em 1966, com a prorrogação do mandato do presidente Castelo Branco. Segundo Lacerda, a prorrogação do mandato do militar levaria à consolidação do governo revolucionário numa ditadura permanente no Brasil, o que realmente aconteceu. Confiava no sucesso do governo que realizara no Estado da Guanabara para enfrentar o candidato de oposição na disputa pelo governo federal, que era Juscelino Kubitschek.

Ainda pelo voto direto, seu sucessor no governo do estado foi o mineiro Francisco Negrão de Lima que, apesar de ser da oposição, concluiu as obras que Lacerda e Enaldo não terminaram.

A partir dessa época, o Estado da Guanabara iniciou sua longa caminhada para uma era de escuridão política. Foi integrado à Niterói e juntos passaram a constituir o Estado do Rio de Janeiro. Desde então, a Baía de Guanabara apodrece pela falta de saneamento básico, com vários pontos de lançamento de esgotos in natura em suas águas. Governadores do estado e prefeitos da cidade do Rio preferiram executar obras sem qualquer prioridade, mantendo o seus territórios cada vez mais carentes do que é básico e primário à população em qualquer cidade: educação, saúde, segurança e habitação. As favelas cresceram de forma descomunal e com elas suas demandas por serviços sociais básicos. Em suma, governadores e prefeitos desta era nefasta deixaram de cumprir as obrigações mínimas de dirigentes públicos pouco sérios.

Já há dois anos que assistimos e somos atravancados na cidade do Rio pela execução de uma série de obras públicas com o dito apoio da iniciativa privada. São obras que visam aos eventos esportivos internacionais previstos para ocorrerem em 2013, 2014 e 2016. Especificamente contemplados por estas obras estão os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, que pretendem ser realizados exclusivamente na cidade do Rio.

Contratamos um fotógrafo especialista que jurou ser capaz de registrar o interior do buraco da fechadura de cofres públicos a dois mil metros de distância. O que dirá de quem os abre e quem recebe o dinheirinho…

Para fotografar as obras do Rio

Escrevemos este artigo (desculpem-nos o tamanho) numa tentativa de mostrar a volatilidade dos ambientes urbanos e da mentalidade de seus gestores públicos. Por isso, em certa medida, comparamos a inocência da cidade de Morretes com a falta dela mesma na cidade do Rio.


[1]Deste Planalto Central, desta solidão em que breve se transformará em cérebro das mais altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã do meu país e antevejo esta alvorada, com uma fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande destino“. Retórica prematura, temerária e arriscada do Presidente Juscelino Kubistchek, em seu discurso na fundação de Brasília. Decerto, não tinha a menor ideia da podridão dos cérebros e das decisões pessoais e baixas dos políticos que dominam os destinos da nação.

O desastre anunciado


O BRT, ligando a Barra da Tijuca até Santa Cruz, começou a operar no dia 6 deste mês. Damos parabéns a seus usuários, nossas condolências aos primeiros acidentados e votos de repúdio às “autoridades públicas” envolvidas.

Em apenas duas semanas de uso, o “Transoeste” já causou dois atropelamentos e acidentes com veículos. As pistas da Av. das Américas, que já eram estreitas para o volume crescente do tráfego de veículo, foram reduzidas em 1/3 para a implantação das vias seletivas do BRT. Os engarrafamentos vão aumentar, não resta dúvida.

O desastre anunciado no Transoeste

Observando a foto acima é fácil verificar que a única separação entre a via rápida do BRT e as pistas antigas é uma fileira frágil dos chamados “gelos baianos”. Os BRT não trafegam em trilhos, dependem da habilidade de seus motoristas. Existe a possibilidade de, por algum motivo indesejado, invadirem as pistas de veículos. Ou, ao contrário, um veículo entrar na pista deste “Ligeirão“. Não seria mais um simples acidente e sim uma chacina automotora.

Os Ligeirões cariocas apresentam outra característica de elevado risco: atravessam pistas para cruzamento de veículos. A reconhecida imprudência dos motoristas brasileiros, demonstrada pelo elevado número de acidentes (com ou sem mortes) não foi reduzida pelo projeto do BRT. Os cruzamentos no mesmo nível teriam sido evitados se o projeto previsse passagens subterrâneas ou elevadas para os veículos.

Rogamos ao acaso para que não imponha situações dramáticas às pessoas nos eixos dos Ligeirões previstos. E lamentamos, profundamente, que as autoridades públicas da cidade e do estado do Rio tenham aprovado e implantado um projeto incompleto. Lamentamos também, com grande ênfase, o uso degenerado deste monstrinho para o marketing político.