Tecendo a floresta e a engenharia


 Tecendo a floresta e a engenharia

Dentre os aracnídeos, as aranhas que fazem teias precisam ser consideradas à parte. Elas possuem capacidades extremamente especiais, dentre elas a de produzir fios de seda de elevada resistência. A ciência já a estuda há muito e, quando encontra as primeiras respostas, restam o dobro de novas interrogações.

Tecendo a floresta, por José Francisco Abreu

Afirmam vários cientistas especializados que “uma complexa mistura de materiais, com comportamentos seletivos e engenharia, explicaria a resistência das teias das aranhas, que superam até mesmo o que seria de se esperar da incrível resistência de sua seda”.

Ao tecer sozinha sua teia a aranha está buscando definir seu espaço domiciliar. Ela viverá, procriará e alimentar-se-á nesta teia. Algumas são menores, mas há outras que podem ser gigantes, envolvendo grandes árvores.

Teia cobrindo uma árvore no Paquistão

Segue o artigo publicado por Inovação Tecnológica, com link neste blog: Engenharia das aranhas é tão importante quanto a resistência da seda, publicado em 07/02/2012.

Uma complexa mistura de materiais com comportamentos seletivos e engenharia explica a resistência das teias das aranhas, que supera até mesmo o que seria de se esperar da incrível resistência de sua seda.

Cargas extremas

Só uma coisa tem impressionado mais os biólogos e os cientistas dos materiais do que a incrível resistência da seda das aranhas: a resistência das teias das aranhas. Todas as medições indicam que uma combinação de resistência e ductilidade extremas dão à seda das aranhas uma resistência à tensão superior à dos melhores aços. Isso, obviamente, comparando os dois materiais com a mesma espessura, o que torna os fios de seda muito seguros para sustentar a aranha ou suas presas. Mas não seria suficiente para explicar como as teias de aranha resistem a cargas extremas, como os ventos produzidos por tornados e furacões.

Uma equipe de pesquisadores da Itália e dos Estados Unidos acredita ter encontrado uma resposta para isso. E, segundo eles, suas conclusões poderão ser úteis para ajudar os engenheiros civis a projetar estruturas mais robustas e mais resistentes às tempestades, terremotos e outros acidentes.

Integridade

Markus Buehler e seus colegas, que já haviam demonstrado uma inusitada conexão entre a música e uma teia de aranha, estabeleceram uma relação entre as propriedades em nano escala da seda, com a integridade em larga escala das teias de aranha.

A seda de aranha é feita de proteínas básicas, incluindo algumas que formam cristais planares muito finos, chamados folhas beta. Quando o fio de seda é submetido a um estresse mecânico, essas folhas deslizam umas em relação às outras, suportando a carga. Se a carga for muito grande, as folhas beta chegam umas ao fim das outras, e o fio se rompe. Mas a coisa é bem mais complicada quando se leva em conta não um fio isolado, mas a teia como um todo.

Sacrifício

Os pesquisadores descobriram que a rigidez da seda varia de uma forma não linear. Enquanto, sob uma carga leve, todo o material responde uniformemente, quando a carga começa a aumentar a seda se torna mais rígida próximo à carga, mantendo sua estrutura flexível no restante da fibra.

Isto é essencial para a manutenção da integridade da teia porque o fio só se romperá no ponto onde a carga foi aplicada, mantendo sua total integridade ao longo do restante do seu comprimento. Desta forma, a teia sacrifica uma pequena seção, que poderá ser rapidamente reparada pela aranha.

A sensibilidade da teia como um todo é mantida pela interconexão dos filamentos radiais e espirais, o que é essencial para que o animal detecte quando uma presa caiu na armadilha. Mas esses filamentos desempenham papéis diferentes na atenuação do movimento. Assim, quando o estresse é particularmente elevado, algumas seções são sacrificadas, de forma que a teia inteira sobreviva.

Prédio e carros

Essa técnica de sacrificar pequenas porções do material é muito diferente do que ocorre em outros materiais biológicos, como os ossos, por exemplo, que distribui uniformemente a carga. Os pesquisadores afirmam que essa técnica poderá ser adotada por engenheiros de várias especialidades.

Estruturas inteligentes assim poderão ser úteis para a construção de estruturas metálicas mais resistentes, para a construção de muros de proteção, prédios e até carros, que sejam capazes de dissipar melhor a carga ao longo da carroceria no caso de um impacto.

Chauna torquata, conhecida como Anhuma


Nomes populares: Anhuma e Tachã.

Nome científico: Chauna torquata.

Perfil de uma Tachã

A Tachã é uma habitante de áreas de brejo, apresentando formato e características únicas. O corpo, pernas e pés são enormes em relação à cabeça, que é pequena e com um penacho na nuca. Em voo, mostra uma grande área branca sob a asa. Possui um esporão vermelho no cotovelo da asa, visível quando está pousada ou voando. Apesar do aspecto agressivo, não é usado como arma de ataque, servindo para comunicação com outras tachãs.

Destaca-se pelo chamado alto, feito por um indivíduo ou pelo casal, em dueto. Pode gritar a qualquer momento do dia, avisando sobre sua presença ou de intrusos, causando a ira dos caçadores, ao espantar a presa. Esse chamado é mais grave no macho do que na fêmea. Esta é mais esganiçada e é interpretada como dizendo “tachã” (chamada por “tarrã”, no Rio Grande do Sul).

O nome Anhuma é pantaneiro, sendo também usado para uma outra espécie da mesma família, habitante da mata amazônica e matas densas do centro-oeste (nunca foi detectada no interior do Pantanal, mas ocorre no alto rio Paraguai).

Par de anhumas em área alagada

Alimenta-se principalmente de folhas de plantas aquáticas, apanhadas enquanto caminha pelo brejo ou nas margens. Pousa nas praias ou nas árvores da mata ribeirinha. Constrói um enorme ninho de folhas emaranhadas sobre um arbusto ou árvore pequena, sempre sobre a água. Coloca de 2 a 7 ovos, chocados durante cerca de 45 dias. Os filhotes saem do ninho logo depois de nascerem ou no dia seguinte, cobertos com penugem semelhante a dos filhotes de patos. Caminham com os pais, ficando imóveis e escondidos na vegetação ao primeiro grito de alerta.

Ocorrência na região do Pantanal Mato-grossense

Durante o período reprodutivo são territoriais, afastando as demais tachãs. Depois, chegam a formar grupos de até 20 tachãs. Podem ser observados ao longo do rio Cuiabá, Riozinho e em corixos da parte sudoeste (corixos são canais que ligam as águas de baías, lagoas e alagados com os rios próximos, ou seja, são pequenos rios que se formam em épocas de chuva que vêm desaguar em rios maiores). Muitas vezes, seus ninhos são construídos nos brejos conectados aos rios e é possível observar as tachãs chocando a poucos metros da calha do rio, sobretudo durante as épocas mais secas, ocasionando a baixa das águas.

Reflexões e Resultados da Conferência


Em todos os grandes eventos de impacto mundial, anunciados largamente pela mídia internacional, as expectativas dos otimistas sempre são grandes, às vezes até desmesuradas. E é ótimo que seja assim. São estas as pessoas que sempre carregaram o mundo nas costas, em silêncio e anônimas; humildes, fazendo pequenas coisas, mas sempre alertas. Feito escoteiros dedicados num mundo que vive certo pânico.

Replantando

Antes mesmo de terem início os trabalhos nestes eventos, uma série de formadores de opinião antecipam suas propostas e desejos, acreditando que poderão aumentar a qualidade dos temas discutidos e, consequentemente, de seus resultados promulgados, ainda que, de início, somente em folhas de papel.

Esperança

No momento, estamos assistindo aos atos finais da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a denominada Rio+20. Os humildes otimistas (nós nos consideramos um grupo deles) permanecem acreditando que algo de útil e efetivo há de ser acordado. Mesmo que o G7 esteja representado apenas pelo estadista da França. Os outros seis ficaram em casa.

Encastelados

Mas, afinal, o que significa a ausência e o silêncio de alguns chefes de estado se a ONU congrega 193 Estados-Nação? Não deve ser considerada pelos presentes a importância dos que faltaram e sim dos que vieram. Decerto os ausentes encontrarão desculpas relevantes para não fazerem parte dos debates.

Fechando as portas

Os trabalhos tiveram início com os chanceleres discutindo o que é chamado de “Rascunho Zero” do evento. Foi noticiado pela mídia que este documento continha 200 parágrafos, que haveriam de ser debatidos, ajustados e consensuados pelos representantes de governo presentes. Tudo indica que o documento final será fraco, que criará um Protesto Final do público e nada além.

Outonando

Algumas delegações já retornaram a seus países. Com certeza do dever não cumprido. A partir de amanhã nossos aeroportos assistirão a uma revoada de estadistas e diplomatas. Alguns poucos estarão cientes que gastaram dinheiro público de seus países, conheceram pessoas novas, fizeram compras, mas, de positivo, fizeram absolutamente nada.

Retornando

Inúmeras pessoas, detentoras de notório saber, normalmente economistas, partindo das “profecias” da hipótese do aquecimento global, enfocam apenas aspectos econômicos da questão ambiental planetária. Decoraram todos os números, percentuais, estatísticas e conceitos difusos com que alimentam seus raciocínios (meramente econômicos).

O grave problema de seus discursos é o fato de que misturam temas, como produção agrícola, conduta dos fumantes, obesidade, “economia tem que crescer”, geração de empregos, pegada ecológica, produção de agrotóxicos, níveis elevados e concentrados de consumo, riscos desconhecidos da exploração do petróleo, setor automobilístico, crise do clima, dentre outros. Trata-se de um gigantesco guarda-chuva de variáveis não elementares e complexas para serem compostas em uma política pública de qualquer Estado.

É quase impossível entender acerca do que estão falando. Esquecem-se, no entanto, que o retrato atual do planeta foi construído por eles próprios, notórios economistas.

De todas as suas retóricas, concordamos com a afirmação de que a crise mundial que estamos tentando ultrapassar é uma crise de excessos e que a chamada economia verde resume-se nas transições das fontes de energia, no uso racional de nossa biodiversidade e na maior eficiência do uso dos recursos naturais, reduzindo suas perdas, desperdícios e a quantidade de sua apropriação.

Todas as fotografias deste artigo foram retiradas da página Wallpaper Colection, de Valmir F. Machado, a quem agradecemos pela qualidade de suas publicações fotográficas.