Cidades sustentáveis, Cidades inteligentes


Lançamento do livro
Cidades sustentáveis, Cidades inteligentes. Desenvolvimento sustentável num planeta urbano“.

Prefácio de Jaime Lerner e apresentação de Brian McGrath , Elisabete França, Enrique Peñalosa e Saskia Sassen.

Lançamento dia 11 de junho, 19:00 horas, na Livraria da Vila, Alameda Lorena, São Paulo, SP. O lançamento do livro será realizado junto com uma mesa-redonda, da qual farão parte, além do autor, Elisabete França (SEHAB), Raul Juste Lores (Folha de S.Paulo) e Ricardo Young (Instituto Ethos).

ATENÇÃO aos seguidores do “Sobre o Ambiente”


ATENÇÃO aos seguidores do “Sobre o Ambiente”!

Informamos que não interrompemos as postagens no blogue, apenas estamos dedicados, em horário integral, na última revisão do livro A Arte da Sustentabilidade em suas 737 páginas.

Para consultas rápidas…

Como vocês sabem, nossa equipe é pequena e, portanto, tivemos que adiar um pouco a publicação de novos artigos e notícias. Contudo, como se isso não bastasse, um parceiro revisor deu a ideia de introduzir no livro mais duas metodologias referentes a:

1. Análise e Gestão de Riscos Ambientais.

        • 2. Plano para Gestão da Sustentabilidade Municipal.

Considerando as próximas eleições municipais e a grande quantidade de obras de porte em andamento no Brasil, estamos tentando estabelecer um consenso. Até porque o livro passaria a ter quase 880 páginas!

Tratar-se-á de um Tratado da Teoria Geral da Sustentabilidade !!!

Nossa sorte foi que optamos pelo livro digital, que pode ser carregado em tabletes e notebooks. Ficará mais fácil de manusear, ler e fazer consultas.

OPORTUNIDADE E IDEIA !!!


DESEJAMOS COMUNICAR AOS NOSSOS SEGUIDORES QUE, NESTE DOMINGO (27/05/2012), acabamos de fechar uma excelente parceria para publicar o E-BOOK “A ARTE DA SUSTENTABILIDADE”. Esta é a primeira meta de nosso projeto que está sendo atingida.

A árvore de ideias

Em cerca de dois meses informaremos detalhes sobre a  editora do e-book, nossos parceiros investidores, a data e local do lançamento, bem como o endereço do site para aquisição do livro.

Temos absoluta certeza, que todos vão gostar de conhecer as mais modernas práticas da Sustentabilidade! Estamos felizes.

Ou a lei ou a Ciência do Ambiente


Brasil, onde a Lei transgride a Ciência.

Observamos diariamente, em diferenciados meios da mídia, sobretudo a brasileira, várias notícias, entrevistas e debates acerca de novas “leis ambientais”, equivocadamente criadas por legisladores, com a pretensão de obrigar ao Ambiente a proceder de acordo com o que, doravante, fica estabelecido no diário oficial.

Uma vez promulgadas, é dever legal de todos os sistemas ecológicos, de todos os biomas, se adequarem automaticamente a elas. Do contrário, correrão riscos de sofrerem sanções e penas violentas que, no limite, chegam à “pena de morte”, como é o caso do novo código florestal, conforme sancionado pelo executivo.

Mas, não fomos pegos de surpresa pela aprovação do dito código, com vetos e mudanças em alguns parágrafos e alíneas que, em parte, facultavam o direito ao cometimento de crimes ambientais. Na verdade, ficamos muito assustados porque as ciências que explicam o ambiente não foram consultadas em momento algum ao longo desse processo, que vem desde a ideia de “atualizar” o código de 1965, em 2009, já adversamente alterado, até a sua última aprovação pelo congresso, em 2012.

Florestas sem o “auxílio de códigos legais”

Dizem os políticos que isso é fruto da democracia, servida “a la brasileira”. No entanto, nós acreditamos que isso é fruto da estultice, da falta de conhecimentos e da incapacidade de enxergar seus efeitos danosos, em médio e longo prazos, sobretudo para a agricultura.

Não desejamos continuar polemizando, mas apenas marcar claramente nossa posição. Até porque muitos brasileiros acreditam que o país possui a melhor legislação ambiental do planeta (!). Ainda assim, alguns a veem, como nós, uma gigantesca teia emaranhada de controvérsias e de ameaças civis e criminais, por sinal, muitas vezes relegadas a segundo plano pelos próprios legisladores. Quem sabe, em proveito próprio.

Riscos para “Florestas com Códigos Legais” mal feitos

Estudos de Impacto Ambiental, a polêmica


Estudos de Impacto Ambiental, a eterna polêmica entre empresas, órgãos públicos e judiciárioOuQuando o Ambiente é o último a saber“.

O processo de licenciamento ambiental requer estudos específicos que têm por finalidade prever e beneficiar as relações que serão mantidas entre um futuro empreendimento e a região em que ele será implantado e operado. Destas relações – que podem ser de cunho físico, químico, biológico, tecnológico, econômico, social, político e cultural – sempre resultam vários efeitos de ordem ambiental. Estes efeitos são denominados impactos ambientais, podendo ser benéficos ou adversos, tanto para o ambiente de sua área de influência, quanto para o próprio empreendimento e sua vizinhança imediata.

Muitos empreendimentos, em função do potencial de impactos adversos que os estudos lhes conferem, são convidados a utilizar tecnologias distintas das inicialmente projetadas e a desenvolver sistemas adicionais para melhoria da qualidade do ambiente, interno e externo.

Os Estudos de Impacto Ambiental – EIA, segundo a abordagem aqui preconizada, procuram adotar processos, procedimentos e tecnologias de gestão capazes de garantir e conservar relações ambientais que mantenham o ambiente e o empreendimento compatíveis com suas funções e finalidades.

Estudos com essa natureza precisam possuir várias capacidades de previsão, avaliação e gestão, dentre as quais destacamos:

  • A capacidade de caracterização ambiental do empreendimento e do território em que será implantado, considerando suas etapas de projetos, obras e operação;
  • A capacidade de prever e caracterizar futuros impactos decorrentes das relações ambientais que serão mantidas;
  • A capacidade de formular cenários ambientais futuros e identificar o que são impactos benéficos e impactos adversos, considerados através do processo de avaliação de impactos ambientais adequado para a tomada de decisão;
  • A capacidade de priorizar esses impactos futuros, benéficos e adversos;
  • A capacidade de avaliar os efeitos dos impactos nos cenários formulados;
  • A capacidade de realizar a planificação ambiental necessária ao empreendimento e ao ambiente, de sorte a minimizar impactos negativos e maximizar impactos positivos.

Embora esses estudos ainda venham sendo associados apenas à burocracia dos processos de licenciamento, quando realizados com mais acuro e objetividade, constituem a base do processo da gestão ambiental de organizações produtivas durante seu ciclo de vida, envolvendo seu projeto, suas obras, sua operação e eventuais ampliações.

Realizados desta forma, esses estudos são instrumentos adequados para o planejamento ambiental: trabalham sobre premissas e geram hipóteses de impactos ambientais, as quais deverão ser testadas e ajustadas ao longo da vida das organizações.

Desta maneira, sua atualização permanente é básica e desejada. Deixam de ser o simples EIA para o processo de licenciamento e passam a ser material essencial à gestão ambiental das obras dos novos empreendimentos e das organizações em que se transformam.

Elementos dos Estudos de Impacto Ambiental

Para desenvolver os EIA dois elementos devem ser devidamente considerados ao início dos trabalhos:

  • Os aspectos legais associados ao empreendimento e à sua futura área de influência; e
  • Os Termos de Referência (TdR) em que se basearão os estudos.

1. Aspectos Legais

Há uma grande quantidade de normas federais que orientam como realizar os EIA, tanto de forma geral, quanto de forma específica. São leis, decretos, resoluções, portarias e instruções normativas, emanadas por diversos órgãos públicos federais, a exemplo: Ministério do Meio Ambiente, CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente, IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis, CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear, DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral e ANP – Agência Nacional do Petróleo.

Há outros órgãos federais que também normalizam sobre o licenciamento ambiental de projetos de empreendimentos. No entanto, o fazem segundo seus preceitos específicos e suas missões institucionais, às vezes em conflito legal com as entidades públicas a quem efetivamente cabe esta normalização.

Há ainda diplomas legais de âmbito estadual e municipal, que devem ser sempre ajustados aos termos dos diplomas federais, embora possam ser mais restritivos, em função de peculiaridades dos territórios locais.

É importante observar, contudo, que somente às agências ambientais responsáveis cabe fornecer o Termo de Referência (escopo) adequado para cada EIA que aconteça em território sob sua jurisdição. Ele deve ser entendido pelo empreendedor que busca um licenciamento ambiental como a expressão legítima da lei vigente para o seu caso específico.

Especificamente para empresas de consultoria que elaboram EIA, é importante observar quando uma organização, pública ou privada, realiza uma licitação e define em seu edital que o EIA “deverá ser elaborado, no mínimo, em conformidade com a Resolução No 01/86 do CONAMA”. E isso é insuficiente. É essencial que o empreendedor e a empresa de consultoria negociem o termo de referência detalhado com a agência ambiental licenciadora.

2. Negociação do Termo de Referência (TdR)

Para os casos de TdR referentes aos EIA, quando são mais genéricos e menos detalhados, do gênero “de acordo com a lei ambiental vigente”, sugerimos que na sua negociação a empresa consultora possua uma minuta de termo de referência para o EIA específico do empreendimento, aprovado previamente pelo empreendedor. Será a partir deste documento que poderá negociar com a agência licenciadora os detalhamentos e a profundidade técnica dos estudos.

Conforme já afirmamos anteriormente, os EIA, quando bem realizados, constituem a base de todo o processo de gestão ambiental de organizações. E este é o melhor argumento para a negociação: a organização proprietária do projeto não possui arquivo morto ambiental, mas possui informação e conhecimento ambientais ativos. Todos os trabalhos do EIA, destinados ao licenciamento de novos empreendimentos, poderão ser atualizados de forma sistemática, para efeito da sua permanente gestão e de sua área de influência.

Será ótimo se, como resultado desta negociação, o relatório do EIA para licenciamento coincidir com o relatório do EIA para a função ambiental da futura organização produtiva. Desta forma, valerá à pena investir em um estudo completo e bem feito.

3. Identificação do Empreendedor

O empreendedor é o proprietário do empreendimento, ou seja, da organização produtiva em projeto que espera receber as licenças ambientais. Pode ser um investidor, um fundo de investimentos, um banco de desenvolvimento, um consórcio empresarial, etc. Mas, seja quem for, é o proprietário do futuro empreendimento.

A identificação do empreendedor é efetuada formalmente: razão social, CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), endereço completo da matriz, nome e endereço completo do contato representante do empreendedor, telefones e e-mail comercial.

Esta identificação é suficiente. No entanto, sugerimos mais dois elementos que podem complementar a identificação. São eles:

  • A data de fundação da organização proprietária do empreendimento, acompanhada de um breve histórico da organização, não mais do que um parágrafo, contendo suas áreas de atuação, os principais produtos e/ou serviços disponibilizados para o mercado; e
  • O endereço de seu website.

4. Identificação da Empresa de Consultoria

A identificação da empresa de consultoria é similar: razão social, CNPJ, endereço completo da matriz, nome do gerente ou coordenador do EIA, telefones comerciais e e-mail para contato.

Também sugerimos a introdução outras informações complementares: (i) a data de fundação da empresa; (ii) um breve histórico dos principais trabalhos realizados; (iii) outras áreas de atuação; e (iv) o endereço de seu website.

5. Caracterização ambiental do empreendimento

Sugere-se que esta caracterização seja realizada em seis etapas, fornecendo informações sobre os seguintes elementos:

  • Finalidades, produção, mercados atendidos, localização de sua planta e suas unidades produtivas;
  • Informações de Projeto;
  • Informações das Obras;
  • Informações da Operação;
  • Informações de descomissionamento; e
  • Ameaças e Oportunidades Ambientais potenciais.

5.1. Finalidades e localização

As finalidades, produção e/ou serviços e mercados atendidos constituem apenas informações básicas e descritivas. Fornecem o início da apresentação: “o empreendimento em projeto fará isto e aquilo, oferecerá tais produtos e serviços e pretende atender a tais mercados”.

A localização da planta e de suas unidades componentes também constituem informações descritivas. A esta altura dos estudos são apenas informadas as coordenadas geográficas pretendidas e suas prováveis vizinhanças. Deve ser elaborada uma planta baixa ou um desenho em escala adequada para visualização contendo a localização pretendida. A análise das possíveis consequências da localização do empreendimento é realizada em item próprio.

Empreendimento em operação – Imagem aérea da UHE Tucuruí

5.2. Informações de projeto

A segunda etapa consiste na identificação dos futuros processos ambientais potenciais associados ao empreendimento. O projeto, na qualidade de antevisão detalhada das obras do empreendimento, é descrito por intermédio de suas apropriações de recursos ambientais e de seus descartes ou contribuições ao ambiente, considerados no tempo. Com elementos previstos pelo projeto, a caracterização do projeto do empreendimento deve abordar os seguintes itens:

  • A visão geral do empreendimento e de suas unidades produtivas constituintes, sob a forma de um desenho geral;
  • A descrição das unidades permanentes e temporárias constituintes do empreendimento, com desenho e/ou documentação visual. Essas unidades constituem as intervenções ambientais componentes do empreendimento;
  • A localização geográfica das unidades em desenho, com base no desenho do layout geral apresentado;
  • O cronograma executivo previsto para as obras de engenharia;
  • A caracterização do canteiro de obras, com localização, unidades constituintes e desenho do canteiro vinculado ao desenho geral do empreendimento;
  • A identificação das máquinas e equipamentos necessários à consecução das obras;
  • A caracterização dos sistemas de melhoria do desempenho ambiental associados às obras e à operação do futuro empreendimento;
  • O cronograma preliminar de alocação de mão de obra, por nível de formação e locação, se em escritório ou no campo (canteiro de obras, escritório de gestão das obras e nas vilas residencial e operária);
  • A caracterização das vilas residencial e operária, com os quantitativos das unidades constituintes, unidades de abastecimento de água, de tratamento de esgotos sanitários e de drenagem, com destaque no desenho geral;
  • A caracterização das estradas de acesso e caminhos de serviços projetados, com destaque no desenho geral;
  • A caracterização das necessidades de desmatamento, com identificação da vegetação e locação das áreas a serem desmatadas, em desenho específico;
  • A caracterização das necessidades de terraplenagem, de corte, aterro e de desmontes, com identificação expedita do solo e locação em desenho específico;
  • A caracterização de possíveis interferências com infraestrutura existente e/ou projetada, com quantitativos e desenhos em escala adequada para visualização;
  • Tabelas com estimativas de insumos construtivos (areia, pedra, brita, madeira, ferragens concreto e materiais de acabamento), contendo identificação, quantidades estimadas, estados fornecedores, fornecedores mais prováveis e possíveis meios de transporte;
  • A caracterização e localização de jazidas e áreas de empréstimo ou definição das jazidas e áreas mais prováveis de serem utilizadas, com locação em desenho específico e distância do canteiro de obras;
  • A caracterização e localização das áreas de botafora ou definição das áreas mais prováveis de serem utilizadas, com locação em desenho e distância do canteiro de obras;
  • Tabelas com estimativas da geração prevista em projeto de resíduos sólidos, contendo fontes da geração, classificação do resíduo, geração média diária prevista, tipo de acondicionamento e armazenagem local, tipo de tratamento local, coleta e transporte do resíduo gerado, e destinação;
  • Tabelas com estimativas da geração prevista em projeto de efluentes líquidos, contendo fontes da geração, classificação do efluente, geração média diária prevista, tipo de acondicionamento e armazenagem local, tipo de tratamento local, coleta e transporte do efluente gerado, e destinação;
  • Tabelas com estimativas da geração de efluentes gasosos, contendo fontes da geração, classificação do efluente, geração média diária prevista e tipo de tratamento.

5.2. Informações das obras

A terceira etapa de caracterização do projeto envolve os processos de obras em execução. A estrutura das informações é a mesma da fase de projeto, diferenciando-se apenas pelo fato de que naquela fase as informações representam previsões e, na fase de obras, constituem as realizações do projeto através das obras. As informações das obras do empreendimento devem abordar os seguintes itens:

  • Vistas do empreendimento em construção e construído e de suas unidades operacionais constituintes, através de registros fotográficos e/ou de vídeo;
  • A localização geográfica precisa do empreendimento e das suas unidades constituintes;
  • A documentação das unidades construídas do empreendimento (fotografia) e respectivas capacidades operacionais;
  • O acompanhamento do cronograma de obras em realização;
  • A documentação visual atualizada do canteiro de obras e unidades constituintes, com sua localização precisa;
  • A operação dos sistemas de melhoria do desempenho ambiental implantados;
  • Os quantitativos e documentação visual das máquinas e equipamentos utilizados nas obras;
  • A mão de obra alocada às obras, por nível de formação;
  • A documentação visual das vilas residencial e operária construídas, com quantitativos de suas unidades constituintes, unidades de abastecimento de água, de tratamento de esgotos sanitários, de drenagem e de gestão de resíduos sólidos;
  • A documentação visual e localização precisa das estradas de acesso e caminhos de serviços;
  • A documentação visual e localização precisa das áreas desmatadas e limpezas de terrenos realizadas, com identificação da vegetação retirada;
  • Os quantitativos de terraplenagem, de corte, aterro e de desmontes realizados, com localização precisa das áreas envolvidas;
  • A documentação visual e localização precisa das interferências com infraestrutura existente e/ou projetada e medidas de superação adotadas;
  • Tabelas com o uso efetivo de insumos construtivos (areia, pedra, brita, madeira, ferragens concreto e materiais de acabamento), contendo identificação, quantidades realizadas, estados fornecedores, fornecedores e meios de transporte utilizados;
  • A documentação visual e localização precisa das jazidas e áreas de empréstimo utilizadas e distância do canteiro de obras;
  • A documentação visual e localização precisa das áreas de botafora e distância do canteiro de obras;
  • Tabelas com a produção de resíduos sólidos, contendo fontes da geração, classificação do resíduo, geração média diária, tipo de acondicionamento e armazenagem local, tipo de tratamento local, coleta e transporte do resíduo gerado, tratamento e destinação;
  • Tabelas com a produção de efluentes líquidos, contendo fontes da geração, classificação do efluente, geração média diária, tipo de acondicionamento e armazenagem local, tipo de tratamento local, coleta e transporte do efluente gerado, tratamento e destinação;
  • Tabelas com a produção efetiva de efluentes gasosos, contendo fontes da geração, classificação do efluente, geração média diária e tipo de tratamento adotado.
  • Outras informações de interesse para a gestão ambiental das obras e de suas áreas de impacto.

É importante observar que todas estas informações das obras somente ocorrem após o EIA haver sido aprovado. Logo, evidentemente, elas não constam do EIA, conforme ele é definido pela legislação. Mas constam de um banco de conhecimentos ambientais do empreendedor, ao qual o EIA tradicional também pertence, destinado à gestão do empreendimento. Esta medida terá como principal consequência maior rapidez na licença de operação e agilidade em eventuais processos de auditoria para renovação de licenças.

5.3. Informações da operação

A quarta etapa de caracterização do empreendimento refere-se à sua operação. Todas as informações são previstas e realizadas. As previstas devem constar do EIA tradicional. As realizadas destinam-se à gestão da organização já construída. Todas essas informações são classificadas, a menos de interesses específicos da diretoria da organização. As informações da operação devem abordar os seguintes itens:

  • A caracterização expedita de suas variáveis de mercado, envolvendo, (i) oferta de vagas de emprego, por nível de escolaridade, (ii) produção (produtos e/ou serviços) prevista no tempo (ano), (iii) tributação prevista (tributos a pagar e respectivos %) e (iv) previsão do orçamento de receita anual;
  • A previsão da alocação de recursos humanos, por nível de formação, período previsto para atingir a plena operação da organização e quantidade de recursos humanos na sua plena operação;
  • Tabela de insumos gerenciais, operacionais, produtivos e matérias primas da organização, contendo a identificação de cada insumo, as quantidades estimadas, os estados fornecedores, fornecedores e meios de transporte;
  • Tabelas de geração de resíduos sólidos contendo fontes da geração, classificação do resíduo, geração média diária, tipo de acondicionamento e armazenagem local, tipo de tratamento local, coleta e transporte do resíduo gerado, tratamento e destinação;
  • Tabelas de geração de efluentes líquidos contendo fontes da geração, classificação do efluente, geração média diária, tipo de acondicionamento e armazenagem local, tipo de tratamento local, coleta e transporte do efluente gerado, tratamento e destinação;
  • Tabelas de geração de efluentes gasosos contendo fontes da geração, classificação do efluente, geração média diária e tipo de tratamento local;
  • Outras informações relevantes ao entendimento da operação que auxiliem na gestão da organização.

5.4. Informações do descomissionamento

A quinta etapa refere-se ao descomissionamento, no todo ou em parte, de uma organização produtiva. Este é um assunto que não se encontra completamente tratado pela legislação ambiental. No Brasil não sabemos de dispositivos legais ambientais federais que normalizem os procedimentos ambientais a serem realizados em casos de descomissionamentos de empresas. Contudo, quando uma empresa encerra o seu ciclo de vida, em que se transformarão suas estruturas físicas? Talvez a resposta seja simples: em milhões de toneladas de equipamentos e materiais inoperantes. Mas, certamente, o que fazer com estes equipamentos e materiais são uma questão ambiental complexa.

Para reforçar essa imagem extrema, imaginemos o ano de 2.100. Os poços de petróleo do Golfo do México (e talvez do resto do mundo) foram todos desativados; o petróleo acabou. Como serão descomissionadas as 4.000 plataformas hoje[1] operando no golfo?

Em conversas sobre o tema, com profissionais de diversas áreas, as respostas foram variadas: afunda, dissolve, transforma em latinhas de refrigerante, deixa todas as plataformas como estão, aguarda que os tufões realizem o trabalho e assim por diante.

Não há dúvida que todas as repostas foram fórmulas particulares de descomissionamento. No entanto, nenhuma considerou os desgastes dos materiais e suas consequências sobre o ambiente marinho. Nenhuma considerou a desvalorização de uma área nobre como o Golfo do México transformada em cardumes de plataformas inoperantes. Mas não precisamos ir tão longe. Basta visitarmos uma área que tenha sido de uso industrial e verificar que em suas estradas, ruas e travessas existem galpões abandonados, estruturas produtivas inoperantes e montanhas de escórias em que se transformam com o tempo. Talvez sejam minoria, mas existem e geram efeitos ambientais adversos e significativos.

Há, contudo, um aspecto positivo: todas possuem responsáveis legalmente estabelecidos. Muito embora as informações para a futura gestão ambiental do descomissionamento de organizações produtivas não constem dos estudos de impacto ambiental, nem mesmo deste modelo, chamamos a atenção para este elemento que poderá gerar elevados ônus financeiros para organizações não devidamente descomissionadas sob o aspecto ambiental.

O usuário poderá customizar esta proposta. Assim sendo, oferecemos contribuições para a estrutura de informações e processos necessários a essa etapa do ciclo de vida de muitas empresas:

  • Descomissionamento total ou parcial da organização, definindo se toda a organização será descomissionada ou quais de suas unidades o serão;
  • Formas de aproveitamento das unidades a serem descomissionadas, ou seja, venda de unidades e equipamentos, comercialização de sucatas, reciclagem de materiais, reuso de materiais e outras;
  • Negociação do processo de descomissionamento com a agência ambiental responsável em sua jurisdição.

O detalhamento destas informações e seus respectivos processos devem ser realizados no Plano Corporativo Ambiental da organização, através da execução de projeto específico para esta finalidade.

5.5. Ameaças e oportunidades potenciais

A sexta e última etapa apresenta os elementos conclusivos da caracterização ambiental do empreendimento. Referem-se à identificação das ameaças e oportunidades ambientais potenciais, decorrentes de todas as etapas do ciclo de vida da organização produtiva.

Para efeito do EIA para licenciamento ambiental as informações oferecidas são as previstas, projetadas e estimadas. Para efeito de estudos ambientais mais amplos, dedicados à gestão da organização produtiva, as informações oferecidas são as previstas e realizadas.

A listagem das ameaças e das oportunidades ambientais potenciais pressupõe que todas as informações prestadas a respeito do projeto do empreendimento sejam verídicas, embora devam ser revistas e atualizadas ao longo da vida da organização. É importante ter em mente, no entanto, que ameaças e oportunidades ambientais não constituem impactos ambientais, mas aspectos do empreendimento que podem causar efeitos negativos e benéficos, respectivamente.

Para identificar as ameaças ambientais basta listar as presenças, reais ou potenciais, de vetores de adversidades de qualquer gênero, associadas ao ciclo de vida do empreendimento. Por exemplo, (i) geração de resíduos sólidos tóxicos e/ou perigosos; (ii) uso concorrente de água tratada em área urbanizada não totalmente atendida; (iii) exposição de solo nas áreas das intervenções de engenharia; (iv) possibilidades de inundação de terras; (v) indução da ocupação humana não ordenada; (vi) geração de efluentes gasosos com lançamento na atmosfera em área próxima a regiões habitadas.

O enunciado das ameaças ambientais deve ter algumas características básicas:

  • Evitar o uso de adjetivos e quantificações no título de uma ameaça;
  • Buscar, sempre que possível, a representação geográfica das ameaças, de modo a lançar cada uma delas em planta ou documentá-las através fotografias;
  • Caracterizar sucintamente o que precisa ocorrer na região para que cada ameaça potencial possa produzir impactos ambientais adversos.

A forma de identificar as oportunidades ambientais potenciais é quase a mesma. A diferença é o fato de que estaremos buscando benefícios potenciais. Para exemplo, seguem algumas oportunidades ambientais derivadas do projeto de um empreendimento:

  • Reflorestamentos na área previstos pelo projeto;
  • Reabilitações territoriais previstas pelo projeto;
  • Produto ou serviço previsto, associado a um mercado específico a que pretende atender;
  • Empregos diretos e indiretos gerados;
  • Pagamento de tributos; e
  • Atendimento a demandas reprimidas.

As recomendações quanto à forma de redação das oportunidades ambientais potenciais são as mesmas: sem adjetivos, se possível localizadas geograficamente e contendo a identificação de seus respectivos processos geradores.

6. Caracterização da Área de Influência

Três tarefas são necessárias para realizar a caracterização expedita da área de influência de um empreendimento. A primeira é possuir uma visão preliminar das possíveis ocorrências de impactos, benéficos e adversos, decorrentes da presença do empreendimento, em todo o seu ciclo de vida. A segunda é efetuar sua primeira delimitação geográfica. A terceira é identificar os segmentos ambientais necessários à caracterização de seu ambiente.

A delimitação geográfica da área de influência é realizada gradativamente. De início, delimita-se a área de forma intuitiva, de modo a estabelecermos o espaço territorial de interesse para a coleta de dados primários e de informações secundárias.

Com base no conhecimento do projeto do empreendimento, e apoiado em suas ameaças e oportunidades potenciais, inicia-se o processo de identificação e caracterização preliminar dos impactos potenciais. Torna-se possível estimar com razoável acerto as áreas em que cada impacto poderá se manifestar. Ao fim desta caracterização, então com todos os prováveis impactos benéficos e adversos pré-identificados, a linha envoltória das áreas geográficas de manifestação dos impactos é uma fórmula bastante lógica para exprimir a área de influência considerada para o empreendimento.

Conclui-se que a delimitação final da área de influência somente ocorrerá após a localização de todas as manifestações dos impactos ambientais identificados. Em outras palavras, a área de influência do projeto do empreendimento somente será finalizada com a conclusão dos trabalhos de diagnóstico ambiental. Trata-se, assim, de um processo sistemático de atualização.

Sugerimos que os temas básicos para caracterização expedita da área de influência sejam mais resumidos e em menor quantidade do que os temas que são considerados para as atividades de campo e a elaboração do diagnóstico ambiental. Os temas básicos são os seguintes: climatologia e hidrologia, feições geomorfológicas e relevo, aspectos vegetacionais, sítios populacionais, aspectos demográficos, atividades econômicas e infraestrutura existente.

Com o tratamento expedito dos temas supracitados já será possível termos uma ideia preliminar razoável da configuração física, biótica e antropogênica da área a ser considerada. Desta forma, as atividades de caracterização da área de influência, mesmo em ambientes urbanos, sempre com base em dados secundários, serão as seguintes:

  • Delimitação das subbacias hidrográficas que pertencem à área de influência preliminar considerada. No Brasil, somente em raros casos existem bacias de drenagem completas no interior da área de influência de um projeto de engenharia;
  • Caracterização expedita da climatologia e hidrologia regionais;
  • Caracterização expedita das feições geomorfológicas predominantes e do relevo;
  • Caracterização expedita dos aspectos vegetacionais e florísticos predominantes;
  • Caracterização expedita dos principais sítios populacionais;
  • Caracterização expedita dos aspectos demográficos;
  • Caracterização expedita das atividades econômicas de maior destaque.

Algumas normas e diretrizes ambientais estabelecem subdivisões para organizar e diferenciar a área de influência de um empreendimento. Contudo, permitem que as agências ambientais efetuem estas subdivisões da forma que julgarem mais conveniente. É usual a subdivisão em dois segmentos: área de influência direta (impactos diretos) e área de influência indireta (impactos indiretos)[2]. Sugerimos que seja levada em consideração, de forma diferenciada, a área em que serão realizadas as obras de engenharia e as áreas das alterações do ambiente decorrentes das obras (por exemplo, áreas de desmatamentos, com movimentos de terra e de drenagens).

Este modelo de EIA as denomina de áreas de intervenção. Durante as obras, são nestas áreas em que provavelmente ocorrerão os mais intensos impactos adversos. Por este motivo, o tratamento específico das áreas de intervenção é bastante desejável.

7. Planos, programas e projetos colocalizados

A legislação ambiental brasileira determina a análise de planos, programas e projetos localizados na área de influência considerada do empreendimento.

A análise da viabilidade ambiental de um projeto em estudo precisa considerar todos os outros empreendimentos que se localizem na mesma área de influência. É um procedimento legalmente estabelecido em muitos países, inclusive no Brasil. Mas, acima de tudo, constitui uma correta preocupação gerencial. Considerar todos os empreendimentos que estejam na mesma área de influência é medida relevante, mesmo quando a lei assim não exija.

Os motivos desta análise são variados. O primeiro deles é o de escalonar todos os planos, programas e projetos colocalizados em função do cronograma de suas obras, quando podem ter início os principais impactos ambientais. A análise da cronologia de obras de todos os empreendimentos colocalizados, bem como de sua duração, permitirá identificar quais os processos ambientais de quais empreendimentos em obras têm maior poder de causação de impactos quando os mesmos começarem a se manifestar.

O segundo motivo, decorrente do primeiro, é a possibilidade de propor um relacionamento institucional entre todos os empreendedores colocalizados, de forma a estabelecer um plano integrado de ações visando à otimização dos impactos, ocorrentes e previstos. A partir desta proação, é possível estabelecer a conformidade ambiental da convivência de todos os projetos e empreendimentos colocalizados. Estas informações e análises devem constar do EIA destinado ao licenciamento ambiental. Mas, para a continuidade do processo de gestão ambiental do empreendimento em pauta, todos os empreendimentos devem monitorar em conjunto o andamento da transformação ambiental proporcionada e ocorrente na região.

Sugerimos que, em especial para os casos de grandes empreendimentos, seja criada uma entidade jurídica que reúna legalmente todos os colocalizados e que seja responsável pela monitoração dos quadros de transformação ambiental a que estará sujeita a área de influência total.

8. Alternativas Tecnológicas e Locacionais

Todos os anteprojetos de novos empreendimentos efetuam a discussão e seleção de suas alternativas tecnológicas e locacionais. Nos estudos de impactos ambientais este capítulo é sumário e de natureza justificativa. Justificam-se ambas as variáveis – localização e tecnologias associadas, em função do retorno sobre os investimentos previstos. Os EIA, complementarmente, têm por objetivo associar a variável ambiental à gestão da alternativa já selecionada. Trata-se de um processo de compatibilização, onde o ambiente participa como variável de reforço, confirmando e garantindo, se possível, a seleção técnica, econômica e financeira já realizada.

No entanto, há casos de projetos de empreendimentos em que a tecnologia associada foi ajustada por força das restrições ambientais apontadas pelo EIA. Todavia, não temos conhecimento de localizações de empreendimentos industriais radicalmente modificadas por força da variável ambiental. Sempre pode ser desenvolvido um plano ambiental que viabilize as localizações projetadas, que por sua vez foram efetuadas em função de variáveis como aspectos tributários, proximidade do empreendimento e suas fontes de matéria prima, acesso aos principais mercados a serem atendidos.

No entanto, empreendimentos lineares como rodovias, ferrovias, linhas de transmissão e dutovias, realizam estudos ambientais para otimizar as diretrizes de lineamento projetadas, com base na otimização das perdas ambientais (físicas, bióticas e antropogênicas) que podem causar.

9. Conformidade Legal

A análise da conformidade legal de um empreendimento projetado tem por objetivo revelar e demonstrar, de forma cabal, sua adequação ao teor da legislação vigente. É trabalho para ser executado por advogado experiente e especializado na área ambiental. Caso a organização proprietária do empreendimento não tenha em seus quadros um profissional desta natureza, deverá contratar um especialista para esta finalidade.

Sendo encontrada alguma inconformidade, ações imediatas devem ser realizadas de forma a ajustar o projeto do empreendimento ao quadro legal vigente. Estes ajustamentos podem envolvem todas as etapas de seu ciclo de vida.

Para efeito de sua gestão ambiental durante as obras e sua operação é necessária atenção sobre a conformidade legal de qualquer alteração de processos, de tecnologias, de sistemas de desempenho ambiental e de ampliações físicas de suas unidades produtivas. Relatórios de conformidade legal de todos esses elementos devem ser produzidos.

10. Diagnósticos Ambientais

Os diagnósticos ambientais devem ser realizados enfocando os recursos e fatores ambientais que possam ser afetados pela presença do empreendimento, assim como aqueles com que se relacionam e dependem para garantir a estabilidade dos ecossistemas de que participam.

10.1. Aspectos básicos do diagnóstico ambiental

O trabalho de diagnóstico ambiental tem por finalidade realizar o conhecimento da qualidade ambiental ocorrente na área de influência prevista. Este conhecimento é básico para que sejam identificados e caracterizados os impactos potenciais que poderão ocorrer na área, considerando a presença do empreendimento. É obtido a partir da análise dos espaços físico, biótico e antropogênico, bem como do comportamento dos segmentos e fatores ambientais. Não se trata de um trabalho apenas descritivo, mas da narrativa da dinâmica e da qualidade ambiental da área de interesse, com informações que infiram seu grau de estabilidade e de sustentabilidade.

As primeiras atividades para a realização dos diagnósticos ambientais envolvem a coleta de dados secundários. Há cerca de duas décadas, as equipes do diagnóstico eram obrigadas e realizar visitas a uma série de instituições para obter informações. Hoje é possível realizar boa parte do inventário de dados e informações, assim como de suas fontes, através da internet. A partir da análise dos dados e informações obtidos passa-se à segunda etapa dos diagnósticos, qual seja, estabelecer as necessidades das atividades a serem realizadas em campo, as quais podem ser (i) visitas a campo, (ii) inspeções de campo, (iii) campanhas de campo. Depende da qualidade e atualização dos dados levantados. De qualquer forma, pelo menos uma visita a campo deve ser realizada.

Para garantir objetividade aos diagnósticos, devem ser evitados textos repletos de citações acadêmicas. Embora exprimam conhecimentos fundamentais que os consultores envolvidos precisam possuir, devem ser minimizados em troca da natureza específica dos relatórios de apoio à decisão: objetividade e clareza.

Os diagnósticos de uma região precisam permitir a compreensão do funcionamento concreto do ambiente diagnosticado e não as teorias que podem ser aplicadas neste ou em qualquer outro território que disponha de ecossistemas similares.

10.2. Estrutura dos diagnósticos temáticos

A estrutura temática selecionada para o diagnóstico ambiental será decorrente da natureza do empreendimento, de suas dimensões, bem como das sensibilidades da área territorial em que será implantado o empreendimento. Apresentamos uma estrutura que pode servir de base para a definição dos temas ou segmentos ambientais a serem caracterizados:

  • Temas físicos: climatologia, hidrologia, hidrografia, geomorfologia, geologia, geotecnia, hidrogeologia, pedologia, espeleologia e qualidade físico-química da água.
  • Temas bióticos: limnologia, vegetação, botânica, fitossociologia, mastofauna, avifauna, primatofauna, ictiofauna, herpetofauna, aracnofauna, entomofauna, malacofauna e anurofauna.
  • Temas antropogênicos: demografia, economia regional, uso e ocupação do solo, antropologia, arqueologia, organização social, infraestrutura e serviços sociais básicos.

Reunindo todos os conhecimentos temáticos torna-se possível realizar um bom diagnóstico da área de influência considerada.

Outra sugestão refere-se à estrutura de cada diagnóstico temático. Tanto quanto possível, os elementos componentes de cada diagnóstico devem ser organizados de forma homogênea, qual seja:

  • Carta temática padronizada da área territorial diagnosticada;
  • Descrição da área territorial segundo o segmento abordado. Trata-se de um depoimento técnico-descritivo elaborado pela equipe de diagnóstico;
  • Identificação das áreas dotadas das maiores sensibilidades ambientais, segundo o segmento, sobretudo face à implantação do projeto do empreendimento;
  • Hipóteses atuais para o comportamento das sensibilidades ambientais encontradas e possíveis consequências sobre outros segmentos ambientais;
  • Impactos ambientais ocorrentes, apresentando seus fatos motivadores por segmento diagnosticado;
  • Qualidade ambiental da área diagnosticada, segundo o segmento;
  • Documentação visual para suporte e constatação dos aspectos de interesse ambiental para o segmento trabalhado.

10.3. Síntese da qualidade ambiental

Os trabalhos da síntese da qualidade ambiental da área de influência de um empreendimento devem ser realizados em quatro etapas: qualidade física da área diagnosticada; qualidade biótica da área diagnosticada; qualidade antropogênica da área diagnosticada; e qualidade ambiental integrada da área diagnosticada.

Os textos das sínteses de qualidade ambiental devem se basear em fatos documentados acerca de impactos ocorrentes. A qualidade ambiental de uma região é realizada pela análise qualitativa de sua estabilidade.

Desta forma, para os quatro itens acima, devem ser observados os seguintes elementos:

  • Os impactos ambientais ocorrentes e seus fatos e eventos motivadores. Tendências de comportamento dos fatores ambientais impactados podem ser consideradas, desde que apoiadas em fatos;
  • A análise dos efeitos fenomenológicos sobre a estabilidade da área diagnosticada.

11. Prognóstico Ambiental

11.1. Aspectos básicos do Prognóstico Ambiental

Os trabalhos de prognósticos ambientais têm por finalidade efetuar previsões e estimativas dos impactos ambientais passíveis de ocorrência na área de influência, com e sem a presença do empreendimento. Não existem certezas ao realizarmos prognósticos ambientais. Todavia, na ausência deles a gestão ambiental e da sustentabilidade ficará prejudicada.

Se durante as atividades de diagnóstico houver sido desenvolvida a Matriz de Impactos Ambientais em sua versão final, a equipe já possuirá, ao início dos prognósticos, os cenários da transformação ambiental futura, com a presença do empreendimento. O que os diferencia não são seus eventos constituintes, mas a intensidade de seus impactos em cada cenário.

Um aspecto a observar: a equipe do desenvolvimento e consolidação dos prognósticos precisa ser a mesma equipe dos diagnósticos. Em outras palavras, para antecipar prazos e reduzir os custos do desenvolvimento dos prognósticos ambientais, os diagnósticos devem ter sido estruturados de acordo com os conceitos e processos estabelecidos para a identificação da transformação ambiental.

O processo para elaboração de prognósticos ambientais está apresentado na figura abaixo.

Prognósticos Ambientais

11.2. Prognósticos ambientais temáticos

A primeira atividade para a realização dos prognósticos temáticos envolve a leitura e análise dos diagnósticos temáticos, por toda a equipe envolvida. Certamente todos os especialistas já possuem uma razoável quantidade de informações, até porque já elaboraram e atualizaram diversas hipóteses deste cenário prognosticado ao longo dos trabalhos de diagnóstico. Ainda assim, este nivelamento é necessário e os trabalhos prosseguem em mesas de debates, acurando os cenários prognosticados.

Com base nas informações de caracterização do empreendimento e dos diagnósticos temáticos elaborados, os elementos componentes de cada prognóstico temático devem ser organizados de forma homogênea. Segue a listagem dos elementos constituintes, por tema prognosticado.

  • Descrição das tendências da funcionalidade e do comportamento previsto para os fatores ambientais da área de influência considerada, contendo suas respectivas justificativas;
  • Utilizando a última versão da HGSI, realizar a descrição e análise das alterações e fenômenos ambientais previstos na área de influência, indicando seus prováveis processos futuros, seus efeitos, suas áreas de manifestação e seus eventos motivadores;
  • Previsão das hipóteses do comportamento das sensibilidades ambientais encontradas e possíveis consequências sobre outros segmentos ambientais;
  • Previsão da qualidade ambiental resultante na área dos estudos;
  • Documentação fotográfica e/ou de vídeo, para suporte e constatação dos aspectos de interesse ambiental para o tema trabalhado.

11.3. Estrutura do prognóstico consolidado

O prognóstico consolidado é mais sucinto do que os temáticos. Possui a mesma estrutura, mas deve ressaltar os elementos considerados mais relevantes neste momento dos estudos. Segue sua estrutura.

  • Descrição das tendências da funcionalidade e do comportamento previsto para a área de influência considerada, contendo suas respectivas justificativas;
  • Descrição e análise das alterações e fenômenos ambientais previstos na área de influência, indicando seus prováveis processos futuros, seus efeitos, suas áreas de manifestação e seus eventos motivadores;
  • Previsão das hipóteses para o comportamento das sensibilidades ambientais encontradas e possíveis consequências sobre outros segmentos ambientais;
  • Previsão da qualidade ambiental resultante na área dos estudos.

No relatório final dos prognósticos ambientais consolidados devem constar duas matrizes de impactos ambientais, referidas às situações da área de influência considerada, com e sem a presença do empreendimento. Segue o exemplo de parte de uma matriz, elaborada para uma hidrelétrica (hipotética).

Exemplo parcial de Matriz de Impactos Ambientais

11.4. Síntese da qualidade ambiental prognosticada

Os trabalhos de síntese da qualidade ambiental prognosticada para a área de influência devem ser realizados em quatro etapas:

  • Qualidade física esperada proveniente das relações entre o empreendimento e a área de influência considerada;
  • Qualidade biótica esperada proveniente das relações entre o empreendimento e a área de influência considerada;
  • Qualidade antropogênica esperada proveniente das relações entre o empreendimento e a área de influência considerada;
  • Qualidade ambiental integrada proveniente das relações entre o empreendimento e a área de influência considerada.

Para os quatro itens acima, devem ser abordadas as tendências dos impactos ambientais ocorrentes e previstos e seus fatos motivadores.

12. Avaliação de Impactos Ambientais – AIA

Genericamente, o ato de avaliar pressupõe a existência de três etapas essenciais:

  • A definição de um padrão de medida, que funcionará como a régua da avaliação;
  • A mensuração do objeto a ser avaliado segundo esse padrão; e
  • Uma nota, que represente o desvio relativo entre o valor apropriado ao objeto e o padrão estabelecido.

A avaliação de impactos ambientais deve seguir o mesmo processo:

  • Analisar e aferir a qualidade ambiental da área em estudo, diagnosticando a situação existente, a qual é assumida como padrão básico de desempenho;
  • Efetuar prognósticos ambientais dos eventos de transformação da região do estudo, com e sem a presença do empreendimento; e, por fim,
  • Mensurar e analisar os desvios entre esses prognósticos.

Desta forma, para realizar o processo de AIA é necessário que alguns elementos estejam disponíveis:

  • A caracterização ambiental do empreendimento, ajustada à etapa do seu ciclo de vida;
  • O diagnóstico ambiental da área de influência do empreendimento;
  • O prognóstico ambiental da mesma área, sem a presença do empreendimento; e
  • O prognóstico ambiental da mesma área, com a presença do empreendimento.

Diagnósticos e prognósticos representam cenários ambientais no presente e no futuro. No mínimo, para simplificar a nomenclatura utilizada, teremos:

  • O diagnóstico ambiental é o mesmo que cenário atual da área de influência considerada;
  • O prognóstico ambiental sem a presença do empreendimento é o mesmo que cenário tendencial da área de influência considerada, pois exprime as tendências espontâneas da transformação ambiental da área de estudo; e
  • O prognóstico ambiental com a presença do empreendimento é o mesmo que cenário de sucessão da área de influência considerada, pois exprime a sucessão induzida dos ecossistemas da área em estudo, face à presença do empreendimento.

12.1. Cenários ambientais

De uma forma geral, um cenário exprime a imagem modelada de um objeto em uma dada ambiência, a partir dos elementos conceituais utilizados e do conhecimento específico desta ambiência. Os cenários devem conter os seguintes elementos: (i) a estrutura do objeto em estudo; (ii) a descrição e análise de seus elementos constituintes; (iii) as relações que mantém entre si; (iv) as variações de comportamento que lhes são típicas; e (v) dados quantitativos que exprimam, no tempo, essas variações.

Seguem os conceitos dos cenários ambientais utilizados.

  • Cenário Atual – refere-se ao quadro ambiental diagnosticado na área de influência da organização.
  • Cenário Tendencial – refere-se ao prognóstico do cenário atual, sem considerar a presença do empreendimento, mas apenas as transformações a que a região estará propensa, função da própria evolução de seus ecossistemas constituintes e de interferências ambientais provenientes de outros empreendimentos nela existentes.
  • Cenário de Sucessão – refere-se ao prognóstico do comportamento da área de influência de um empreendimento, considerando sua implantação e operação, sem que sejam aplicadas quaisquer medidas ambientais, a menos das medidas já constantes do seu projeto.

A figura a seguir apresenta a sequencia das atividades de avaliação de impactos.

Visão lógica do processo de AIA

Recomendamos que a organização realize periodicamente o processo de AIA, através da metodologia de cálculo disponível. Isto porque a dinâmica ambiental da área de influência é transformada sistematicamente, em função de variáveis que estão sob o domínio da organização produtiva (variáveis endógenas), assim como de variáveis que estão fora de seu controle (variáveis exógenas), para as quais cabem medidas e ações proativas.

13. Plano Ambiental

Podem existir diversos tipos e alcances para planos ambientais de organizações produtivas. E o leitor deve estar imaginando que certamente também existem diversos tipos de custos para o desenvolvimento, implantação e atualização desses planos.

Pois acreditem, ambas as afirmações são verdadeiras. Existem planos ambientais que são destinados aos processos de licenciamento ambiental. Normalmente, são chamados de “Medidas Mitigadoras”[3] e “Programas de Monitoramento”. São justos perante a legislação e são mais baratos em curto prazo.

Mas também existem planos mais completos, que são destinados à gestão ambiental permanente das organizações produtivas. Também são justos e objetivos perante a lei e atendem aos processos de licenciamento. Em médio e longo prazo são menos onerosos, dado que são atualizados periodicamente e são ferramentas gerenciais utilizadas em todo o ciclo de vida das organizações.

Sugerimos que a estrutura dos planos ambientais seja assim estabelecida pelo menos com esses níveis e elementos:

Estrutura para o Plano Ambiental

Esta estrutura pode ser customizada por seus usuários.

14. Conclusão dos Estudos

Para efeito dos processos de licenciamento, recomendamos que os EIA apresentem as conclusões da equipe envolvida em sua elaboração. Para tanto, recomendamos que algumas atenções sejam observadas:

  • Faça uma narrativa apresentando os principais benefícios ambientais (físicos, bióticos e antropogênicos) que podem ser criados em função do empreendimento, associados às potencialidades ambientais de sua área de influência;
  • Faça uma narrativa apresentando as principais ameaças ambientais (físicas, bióticas e antropogênicas) induzidas pelo empreendimento, associadas às vulnerabilidades ambientais de sua área de influência;
  • Conclua assegurando (ou não) a viabilidade ambiental do empreendimento, sempre se, e somente se, o plano ambiental for devidamente implantado e gerenciado.

[1] Nota do autor: texto redigido no ano de 2007.

[2] Não concordamos com esta subdivisão e desconhecemos seus motivos técnicos. Até porque um mesmo fenômeno ambiental poderá se manifestar em ambas as áreas – direta e indireta. O consultor que estiver desenvolvendo o EIA terá dificuldades em saber como categorizá-lo, ou seja, se possui um impacto direto ou indireto ou ainda, se ‘identifica’ dois impactos com o mesmo título.

[3] Parece que para a lei brasileira somente acontecem impactos negativos. Impactos positivos não devem ser mitigados, ao contrário, devem ser diversificados e ampliados, quando possível.

Visitante da Via Láctea


Visitante da Via Láctea

Na linha paralela ao arco da Via Láctea ( ao centro), vê-se possivelmente um meteoro (ou até mesmo um satélite) refletindo raios de sol, sobre Cagnes-sur-mer, a sudeste da França.

Meteoro rasgando o céu em segundos

Meteoros são, em sua maior parte, formados por grãos de areia do tamanho de partículas que entram na atmosfera da Terra em alta velocidade, queimando e superaquecendo o ar em torno deles, o que cria as características de raios de luz de curta duração.

Imagem apresentada em17 maio, pela National Geographic, feita por Jerome Cassou.

Quando o próprio Ambiente assina!


Ele assina estabilizado, sem quaisquer controles externos, transformando-se em crescente evolução involuntária, que pode ser permanente.

A bela enseada na costa do Rio Grande Norte

Mesmo quando usado por pessoas que dele retiram sua subsistência, como mostra a imagem do pequeno grupo de pescadores à beira do mar, puxando sua rede.

O conceito de ‘assinatura ambiental’


Após a realização do processo de avaliação da sustentabilidade de um território ocupado e afetado por organizações produtivas é possível identificar, aferir e analisar os efeitos físicos, bióticos e antropogênicos que a operação das mesmas deixou no ambiente de sua área de influência, resultantes das alterações proporcionadas e dos fenômenos ambientais delas derivados.

Para cada natureza de atividade produtiva é possível associar um conjunto de efeitos ambientais mais ou menos específico, ou seja, sua assinatura ambiental. Por exemplo:

  • As empresas de mineração possuem efeitos visíveis específicos, no ar e no solo.
  • As empresas de siderurgia e metalurgia também podem ser identificadas através de seus efeitos no ar e no solo.
  • Empresas de exploração de óleo & gás são caracterizadas por suas assinaturas ambientais[1] no ar, no solo e na água.

Esta sequencia de exemplos pode ser longa, pois empresas agrícolas, empresas de exploração de madeira, empresas de vestuário e acessórios, de papel e celulose, de reciclagem, todas possuem suas respectivas assinaturas ambientais visíveis. Ao vermos uma imagem da área de produção de qualquer dessas empresas muitas vezes somos capazes de identificar que atividade produtiva encontra-se instalada.

Observe a foto a seguir e tente descobrir qual atividade esta empresa realiza.

Baku, Azerbaijão – foto cedida pelo Prof. Erich Gundlach

Podemos afirmar que quanto mais ameaçadora é a atividade produtiva realizada e quanto mais frágil for sua ferramenta de gestão, maiores serão os riscos da assinatura ambiental da organização ser danosa e transformar-se em graves passivos ambientais.

Acidentes também possuem assinatura ambiental. O acidente com o petroleiro Exxon Valdez no Golfo do Alaska, ocorrido em março de 1989, deixou uma gigantesca assinatura ambiental em uma vasta região, envolvendo muitos quilômetros da costa e praias do Alaska. Hoje, 20 anos depois de sua ocorrência, graças às atividades de remediação dos efeitos do desastre, sua assinatura ambiental ainda existe em áreas de solo arenoso, embora esteja bastante reduzida. Os ecossistemas afetados levarão muito tempo para retornarem a estados similares aos primitivos. Em síntese, podemos afirmar que o tamanho da assinatura ambiental de qualquer organização está diretamente associado ao PCA por ela aplicado. Quanto melhor for desenvolvido e gerenciado o plano, menores serão suas chances de “assinar o ambiente”, melhor será sua imagem corporativa e as inevitáveis reações dos mercados que consomem seus produtos. Veja a imagem do acidente com o petroleiro Exxon Valdez no Golfo do Alaska. Sua assinatura é nítida, típica e óbvia.

Imagem do derramamento de óleo do Exxon Valdez

A propósito, pense e analise as assinaturas dos últimos acidentes de grandes petroleiras mundiais. Comece pelo acidente da plataforma da British Petroleum, no Golfo do México. A British Petroleum possui e aplica um Plano Corporativo Ambiental?


[1] Não confundir a Assinatura Ambiental de uma organização com o conceito de Pegada Ecológica, criado por Mathis Wackernagel e William Rees, descrito no livro Our Ecological Footprint, 1998.


Serão estes os sonhos da Rio +20?… Se não forem, devemos orientar para que sejam!

Sobre o Ambiente

Ricardo Kohn, Gestor do Ambiente.

Embora o uso do termo ‘sustentabilidade’ seja relativamente recente no Brasil, diversas universidades ensinam a seu respeito utilizando conceitos diferenciados. De forma ainda mais nítida e algumas vezes equivocada, muitos agentes da mídia fazem uso indiscriminado do conceito da sustentabilidade, aplicando o conceito para adjetivar processos que de forma alguma são sustentáveis ou deles resulta sustentabilidade.

Para esclarecer o significado deste conceito precisamos entender (i) em que espaço ele deve ser considerado, (ii) o que o motiva, (iii) quais são os elementos envolvidos na sua realização, e (iv) quais são os benefícios decorrentes de sua existência. Enfim, em que cenários tratamos esse processo, que foi denominado pelos humanos por Sustentabilidade Ambiental ou simplesmente Sustentabilidade, indicando que é uma propriedade essencial do Ambiente.

Conceito de Sustentabilidade: Consiste na capacidade dos ecossistemas constituintes do ambiente em realizar, manter e desenvolver as relações…

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Cuidado com as Tarântulas…


Ciclo de vida

As tarântulas têm um ciclo de vida longo e levam de 2 a 5 anos para atingir a maturidade sexual. Os machos morrem normalmente após o acasalamento, alcançando 5 a 7 anos de vida. Antes de se tornarem adultas, as tarântulas têm de comer diariamente, exceto no período de sua troca de pele, quando há um jejum de, em média, dez dias antes e de sete dias depois. Quando já são adultas podem passar por longos períodos sem comer. Foram registrados casos de longevidade de fêmeas em cativeiro com até 25 anos.

Tarântula Azul

Hábitos

As tarântulas são animais solitários e noctívagos. Alimentam-se de pequenos animais, que nas espécies maiores podem incluir pequenos pássaros, roedores ou anfíbios. Todas as espécies de tarântulas apresentam canibalismo.

Habitat

A maioria das tarântulas não se afasta de sua toca, nem mesmo para se alimentar, pois sentem a presença das presas pela vibração do solo. O macho normalmente é quem faz as viagens mais longas para encontrar as fêmeas.

As tocas são normalmente subterrâneas, geralmente aproveitadas de outras aranhas ou roedores. São forradas com sua teia formando uma seda, o que arrefece o esconderijo. Geralmente ficam próximas a raízes de árvores e pedras, e podem chegar até um metro de profundidade.

Existem espécies que também são arbóreas — não necessitam ir ao solo durante toda sua vida, e fazem tocas em buracos nas árvores.

Reprodução

O acasalamento das tarântulas é como o da maioria das aranhas. Uma diferença é que o macho tem ganchos para prender as presas das fêmeas no ato sexual. Os machos têm seus pedipalpos (par de garras ou apêndices articulado, situados à frente do corpo) modificados para a cópula. Normalmente o macho foge logo após o ato, antes que a fêmea recubra seu apetite, e morre poucos meses depois, devido a seu curto ciclo de vida. A fêmea armazena o esperma vivo num órgão especial, até chegar a época de botar os ovos.

As fêmeas depositam entre 50 a 200 ovos num saco de seda que incubam por cerca de 6 semanas. Os ovos são bem grandes, e o saco pode chegar a ficar do tamanho de um limão. Os filhotes já nascem com um bom tamanho. Após o nascimento as pequenas tarântulas não recebem cuidados parentais, ficam pouco tempo na toca e logo depois se dispersam.

Outra espécie de Tarântula: a Aranha-Golias

A Aranha-Golias, é considerada o maior aracnídeo do mundo. Endêmica do norte da Amazônia brasileira, é também encontrada na Guiana, no Suriname e na Venezuela.

A Aranha-Golias, o gigante dos aracnídeos

É bastante conhecida por criadores de aranhas, chamando-lhes a atenção pelo seu tamanho (que chega a incríveis 30 centímetros ou até um pouco mais). Ainda que não seja peçonhenta, é uma espécie que só deve ser manipulada por pessoas com experiência, pois apresenta um comportamento muito agressivo. É uma das aranhas que possui órgãos que permitem gerar chiados quando ameaçada.

Seus pelos abdominais são extremamente urticantes e sua picada é muito dolorida devido ao tamanho de seus apêndices situados ao lado da boca (podem passar de 2 cm de comprimento) que usam para capturar suas presas. Esses animais podem viver mais de dez anos.

Cheia atinge mais de 70 mil famílias no Amazonas


Em todo o Amazonas, 39 municípios decretaram situação de emergência. Estado já gastou R$ 850 mil em ajuda a nove municípios.

A cheia dos rios no estado do Amazonas já afeta mais de 70 mil famílias em todo o estado. De acordo com dados da Defesa Civil do Estado, o número de cidades em situação de emergência subiu para 39, nas calhas dos rios Juruá, Madeira e Solimões. O órgão informou que mais cidades devem decretar emergência nos próximos dias.

Sobrevoo no município do Amazonas, distrito de Iranduma

O município de Alvarães, a 531 km a Oeste de Manaus, o último a decretar situação de emergência, também enfrenta problemas com a cheia.  A situação é alarmante na cidade de Anamã, a 16 km da capital, onde 100% das ruas estão inundadas. Em Careiro da Várzea, a 25 km, as águas do rio Solimões inundaram nove cemitérios do município. Apenas um não foi submerso pelas águas do rio. De acordo com a prefeitura do município, 90% da cidade foi atingida pela cheia. A capital Manaus também encontra-se na lista de emergência, desde o dia 27 de abril.

Um dos 9 cemitérios submersos

O Estado já gastou R$ 850 mil em ajuda a nove municípios do Amazonas. O valor de R$ 100 mil foi repassado a cada um dos sete municípios do Juruá (Envira, Eirunepé, Guajará, Ipixuna, Carauari, Itamarati, Juruá) e R$ 150 mil para Boca do Acre, no Purus.

O Cartão Amazonas Solidário, que faz parte da primeira etapa do recurso de R$10,5 milhões repassado pelo Governo Federal às vítimas da cheia no estado, já foi enviado aos afetados, segundo a Defesa Civil. Moradores das cidades de Envira, Eirunepé, Guajará, Ipixuna, Carauari, Itamarati, Juruá e Boca do Acre receberam o auxílio de R$ 400 mil. No total, 11.180 famílias foram beneficiadas nas duas regiões.

Alagamento no bairro da Raiz, em Manaus

Até o momento, 26 cidades já receberam ajuda humanitária com o envio de kits com cestas básicas, kits de higiene pessoal, kits de limpeza, medicamentos, kits dormitório, além de filtros microbiológicos, hipoclorito de sódio. Os municípios de Borba, Tonantins, Amaturá, Tapauá, Nhamundá, Urucará, Japurá, Manaquiri, Fonte Boa, Coari, Barreirinha, além de Manaus e Alvarães, devem receber auxílio nos próximos dias.

Microrregiões afetadas em todo o estado. O quadro geral é caótico e as verbas disponíveis são insuficientes.

Microrregiões afetadas pelas cheias no estado do Amazonas

Fonte: G1 AM.

Petroleira anuncia grande descoberta de petróleo no Brasil


A Repsol, petroleira espanhola recentemente “expulsa” da Argentina, anunciou nesta quinta-feira que a nova jazida de óleo e gás encontrada recentemente na costa do Brasil é “uma das maiores descobertas do mundo neste ano“, com reservas de mais de 700 milhões de barris de petróleo. A jazida conta também com três trilhões de metros cúbicos de gás, “o que equivale a 545 milhões de barris de petróleo“.

“Estes números confirmam o alto potencial do bloco BM-C-33, na Bacia de Campos, onde se encontram as recentes descobertas de Seat, Gávea e Pão de Açúcar”, acrescentou a Repsol. O anúncio disparou as ações da companhia na Bolsa de Madri, e às 10h53 GMT (7h53 de Brasília) o título da Repsol disparou 3%, a 13,745 euros, em um mercado em alta de 1,75%.

A Repsol precisa ampliar suas explorações na costa brasileira

A Repsol, no âmbito da concessão com a empresa chinesa Sinopec, participa com 35% no consórcio que explora a jazida, junto ao norueguês Statoil (35%) e à Petrobras (30%). Esta descoberta confirma que o offshore do Brasil “é uma das áreas com maior crescimento em reservas de hidrocarbonetos do mundo”, destacou a Repsol.

O grupo espanhol considera o Brasil um dos eixos mais importantes de sua estratégia, com uma forte implantação na costa brasileira, onde as descobertas em águas profundas se multiplicaram recentemente. A Repsol Sinopec Brasil é uma das principais companhias energéticas em exploração e produção do Brasil e trabalha nas bacias de Santos, Campos e Espírito Santo.

A companhia foi criada no fim de 2010 para desenvolver de forma conjunta projetos de exploração e produção no País. É 60% propriedade da Repsol e 40% da companhia chinesa Sinopec. Atualmente suas reservas provadas chegam a 35,6 Mbep (milhões de barris equivalentes de petróleo).
Fonte: Terra

Popocatépetl lança cinzas…


O vulcão Popocatépetl, localizado próximo à Cidade do México, lançou uma grande quantidade de cinzas e material incandesente nesta quinta-feira (19), informou o Centro Nacional de Prevenção de Desastres.

As autoridades federais, encarregadas de monitorar o comportamento do vulcão, mantêm o alerta em nível “amarelo”, declarado na noite de segunda-feira. Esta é a etapa anterior à fase “vermelha”, mais crítica, quando é efetuada a retirada voluntária dos moradores.

Vulcão Popocatépetl ameaçando mais uma erupção

Vulcanólogos afirmam que não é descartada sua expulsão de lava e explosões de crescente intensidade.

Conhecido como “El Popo”, o vulcão teve em 18 de dezembro de 2000 sua erupção mais violenta em 1.200 anos, forçando a saída de milhares de moradores de sua vizinhança. Vale lembrar que o vulcão está em erupção intermitente desde dezembro de 1994. O seu cume atinge a 5.482 metros de altitude e é o segundo mais alto do México.

Popocatéptl em seu estado atual – Foto da Associated Press

Furacão “Bud”


A tempestade tropical “Bud” transformou-se em furacão e continua a ganhar força em frente à costa mexicana do Pacífico, informou nesta quinta-feira (23) o Serviço Meteorológico Nacional do México.

Em um boletim emitido às 3 horas da manhã, o Serviço afirmou que Bud, agora um furacão de categoria 1 na escala Saffir-Simpson, que vai até cinco, está a 620 km a sudoeste de Manzanillo, no estado de Colima, e se desloca rumo ao norte a 9 km/h.

A tempestade, a segunda da temporada de furacões no Pacífico, registra ventos sustentados de 110 km/h, com sequências de 140 km/h, e estima-se que manterá sua velocidade rumo ao norte, com leve redução de deslocamento sobre as águas do Pacífico.

O Serviço Meteorológico do México prevê cerca de 13 ciclones para a atual temporada no Pacífico, que começou no dia 15 de maio e termina 30 de novembro.

Imagem de satélite divulgada pela Nasa mostra o furacão Bud na madrugada desta quinta-feira (24)

Sobre Flores, Aves e Pássaros


Há cerca de 30 anos era comum escutar: “os profissionais do setor ambiental somente se interessam por florzinha e bichinho, quando deveriam estar preocupados em elaborar projetos para desenvolver o ambiente”. Muitos já ouviram coisas desse gênero e até se assustaram na primeira vez que escutaram. Hoje, sentem pena das pessoas que ainda permanecem dissociadas da realidade.

Fizemos um breve levantamento das profissões que estão diretamente associadas ao ambiente e às suas atividades. Pois, ficamos surpresos: são 27 (vinte e sete) profissões de nível superior! E, curiosamente, algumas delas trabalham com a flora e a fauna, ou seja, com “florzinha e bichinho”.

Porém, uma coisa é certa: até mesmo os engenheiros que atuam no setor ambiental, com seriedade, nunca pensaram em “desenvolver o ambiente”, posto que, para eles, isto ainda não parece ser possível.

São conhecidas diversas naturezas de ações destinadas a promover desenvolvimento: ‘ações de desenvolvimento econômico’, ‘de desenvolvimento social’, ‘de desenvolvimento educacional’, ‘de desenvolvimento industrial’, ‘de desenvolvimento comercial’, ‘de desenvolvimento científico’, ‘de desenvolvimento tecnológico’ e tantas outras realizadas pelo homem. Ou seja, todas as naturezas dos atos de desenvolvimento são de base antropogênica, feitos pelo homem e para o homem. No entanto, não são empregados termos como ‘desenvolvimento de montanhas’, ‘desenvolvimento de cursos d’água’ ou ‘desenvolvimento de solos’. Isto porque o homem ainda não conseguiu fazer com que montanhas, rios e solos sejam capazes de serem construídos e tenham competência para crescer por força da sua habilidade maternal. Ainda não construímos uma fábrica de montanhas, de rios ou de solos primitivos.

Isto posto, vamos ao tema principal deste artigo: Flores, Aves e Pássaros.

Vasculhando a internet descobrimos alguns websites e páginas de redes sociais que apresentam este tema. Os principais têm link neste blog.

As cinco fotos de Flores que destacamos são de autoria de Hans Miller, que possui página no facebook (H Hugh Miller). Fotografa com alta qualidade tudo o que considera mais sensível e inusitado. Surpreende!

Seguem as fotos selecionadas de flores. Não temos informação para sua caracterização taxonômica, pois Hans é um excelente profissional da fotografia e não um cientista da botânica. Mas, caso algum leitor queira fornecer esta informação, certamente a acrescentaremos.

por H. Hugh Miller

por H. Hugh Miller

por H. Hugh Miller

por H. Hugh Miller

por H. Hugh Miller

Para Aves e Pássaros selecionamos seis fotografias publicadas pelo Professor Nunes D’Acosta Nunes, que vive em Goiânia, GO, e possui extremo cuidado em informar acerca da avifauna (urbana e rural) ocorrente na região centro-oeste. Embora o professor use nome vulgar e científico de cada espécie, descrevendo seus hábitos e outros detalhes, optamos por apresentar apenas o nome vulgar adotado na região.

Choquinha Pintada

Arara Azul

Falcão de Coleira

Urutau, e seu mimetismo defensivo

Soldadinho

Sentimos não publicar as dezenas de fotos de aves e pássaros do Professor Nunes. Ele próprio as realiza em viagens ao campo. Chama-nos a atenção a forma com que se dedica à sua atividade educacional e as peripécias que realiza para captar e publicar boas imagens. Vejam como o professor se camufla para passar desapercebido pela avifauna.

Essa tomada fotográfica não foi o próprio quem fez…

Voltando para o interior…


“Sirenes ligadas com ondas de som máximas, muitas buzinas, rolos de fumaça emitidos por ônibus e caminhões, apitos de guardas, muito barulho; gritos, assaltos, crimes, calçamento esburacado nas ruas, engarrafamentos, batida de vários carros, obras que não têm fim. Em suma, tudo o que ninguém gosta de enfrentar diariamente quando sai para o trabalho ou volta para casa. Sem falar das passeatas inesperadas que param o trânsito, justo na hora do rush”.

Engarrafamento e seus filhotes ruidosos e mal cheirosos

Essa foi a palavra de bem-vindo que a cidade do Rio, em 1986, deu a três novos profissionais que chegavam do interior de Minas Gerais, já contratados por uma empresa de projetos de engenharia. Seus apelidos eram Ita, Tu e Xande. E, acredito, são os mesmos ainda hoje.

Casa do interior (Foto de H Hugh Miller)

A missão deles era participar de uma equipe de estudos ambientais para o licenciamento ambiental de duas usinas hidrelétricas, situadas na região amazônica. O processo das licenças ambientais estava iniciando formalmente no Brasil naquele ano – 1986. Este fato criou um bom mercado de trabalho, sobretudo para os graduados em áreas que tinham menor visibilidade em atividades da consultoria e produtiva. Mas não era o caso desses três recém graduados: um engenheiro florestal, um oceanógrafo e um engenheiro agrônomo.

Os primeiros impasses nos trabalhos foram sendo “resolvidos” pela equipe, sob o comando de um engenheiro civil e sanitarista, pós-graduado em oceanografia, bem mais experiente e, desde então, muito sensível com o que procurava resolver com a engenharia ambiental. Chamamos-lhe por “Botafoguinho”, mas também ganhou apelido: Put Fire, pois Botafogo é seu sobrenome. Abaixo, uma antiga foto das “meninas” da equipe, durante uma festa de seu aniversário realizada na empresa.

Welcome Put Fire!

Ao fim de um ano a equipe, iniciada com cerca doze pessoas, já contava com mais de sessenta profissionais, sem considerar o bom número de consultores externos que tiveram seus serviços contratados. Já eram especialistas nacionalmente notórios em suas áreas de atuação e muito auxiliaram à equipe com seus trabalhos. De curioso foi o fato que ganhamos mais uma série de mineiros, de várias cidades, inclusive BH. Ao fim, parecíamos uma pequena empresa mineira vivendo em uma espécie de simbiose com uma grande empresa de engenharia carioca.

Deixei a empresa após vencermos uma licitação de estudos ambientais para mais outra usina hidrelétrica. Achava que a equipe ambiental não atingiria o estágio de “mutualismo” com a sua empresa mãe. Estava enganado, pelo menos em parte. A divisão atuou por mais uns três anos. Aos poucos alguns receberam convites para outras empresa (eu mesmo fiz alguns) e verificamos que não havia simbiose nem mutualismo. Outros, como Tu e Xande, seguiram seus estudos e hoje são doutores em suas áreas de conhecimento (Ecologia da Evolução e Engenharia Agronômica), trabalhando e vivendo em cidades do interior. Ita montou sua própria empresa e vive em Prados, nas Minas Gerais.

Até hoje boa parte da equipe criada em 1986, por Botafogo, mantém contato e alguns têm trabalhado juntos em vários estudos e projetos. Todos estamos mais velhos (é óbvio), mais experientes e com sensibilidade para retornarmos ao tempo de jovens graduados. Isto por que nossas pontes são antigas, mas não desabam.

Ponte velha, mas de pedra! (Foto de Jorge Sousa, Portugal)

Primeira nave espacial privada


O foguete Falcon 9, de propriedade da empresa Space X, foi lançado hoje, com sucesso, rumo a Estação Espacial Internacional. Trata-se da primeira nave espacial privada a visitar a estação espacial. Esse evento cria as condições para promover uma elevada economia da sociedade norte-americana.

Lançamento do Falcon 9, da Space X

O foguete decolou nesta madrugada de cabo Canaveral, na Flórida, levando uma cápsula espacial não tripulada. O nome dado a cápsula  é Dragon, que fará duas órbitas de teste em torno da Terra, antes de ser acoplada à estação espacial.

Sua finalidade é a de trazer de volta todos as materiais usados na Estação, envolvendo roupas, luvas e calçados dos astronautas, bem como restos de suprimentos. Além disso, a Dragon poderá levar e trazer pessoas no “trecho” Cabo Canaveral-Estação Espacial.

Embora tenhamos opinião de que os maiores investimentos deveriam ser realizados nas “descobertas do Planeta Terra”, especialmente nos mares e oceanos, não podemos deixar de aplaudir o desenvolvimento tecnológico espantoso que permite missões desta natureza.

Papua-Nova Guiné, rumo ao desconhecido


Papua-Nova Guiné é um país da Oceania que ocupa a metade oriental da ilha da Nova Guiné e uma série de ilhas e arquipélagos, a leste e a nordeste. A única fronteira terrestre que possui é com a Indonésia, a oeste. Mas ao norte tem fronteiras marítimas com Palau e os Estados Federados da Micronésia, a sudeste, com as Ilhas Salomão, e ao sul com a Austrália, através do Mar de Coral, Estreito de Torres e Mar de Arafura. Sua capital é Port Moresby.

A ilha foi descoberta por navegadores portugueses em 1511, que lhe deram o nome de Nova Guiné. Nos anos seguintes muitos exploradores desembarcaram na ilha, que acabou dividida em três partes: a norte ficou com a Alemanha, a ocidental com a Holanda e a do sul com a Grã-Bretanha. Vencida na Primeira Guerra Mundial, a Alemanha perdeu sua parte, que passou para administração australiana. A parte da Grã-Bretanha foi entregue a Austrália, em 1906. As partes norte e sul fundiram-se numa só após a Segunda Guerra Mundial e constituíram o novo país, chamado Papua-Nova Guiné, a partir de 1971.

As características ambientais da ilha são de interesse de pesquisadores e turistas. Na foto abaixo tem-se uma caverna com chão de corredeiras, formada por águas ácidas e quentes que brotam do subsolo que, combinadas com a drenagem de chuvas intensas, cavaram este labirinto de túneis e câmaras nas estruturas de calcário.

Na foto vemos dois pesquisadores diante de uma situação crítica. O líder do grupo, visto ao fundo, após um “pequeno problema”, desligou-se dos demais e encontra-se impedido de atravessar as corredeiras. Trata-se de um quadro desagradável de falta de segurança operacional da equipe.

Caverna Ora, em Papua-Nova Guiné, foto de Stephen Alvarez.

Há espaços do ambiente de toda a Oceania ainda não conhecidos e pesquisados. Somente em Papua-Nova Guiné, existem mais de 700 tribos indígenas.

O domicílio de uma das tribos de Papua-Nova Guiné

Tucano-Grande-de-Papo-Branco


Tucano-Grande-de-Papo-Branco, Ramphastus tucanus

Habitat: Praticamente todas as matas amazônicas. Comum na copa de florestas úmidas, bordas de florestas e capoeiras altas.

Característica: Tem a base do bico dividida entre azul e amarelo, além de um contorno azul nos olhos. O resto do bico é marrom escuro e o corpo preto, com exceção do papo branco. Mede até 58 cm.

Comportamento: Vive em pequenos grupos e se alimenta de frutos, insetos, lagartos e cobras, além de ovos e filhotes de outras aves.

Nossa esperança é a redução do uso de recursos naturais


Redução do consumo dos Bens da Natureza

Recursos naturais são todos os elementos que compõem o ambiente terrestre. O próprio homem é um recurso natural. No entanto, se apropria de boa parte dos demais recursos para construir, transformar e produzir, fazendo com que os resultados desse processo possuam valores monetários, estabelecidos pelos mercados de negócios. Desta forma, há diversas classificações de recursos naturais em função das necessidades humanas. Contudo, para o ambiente, os recursos naturais não possuem valor monetário, mas apenas o valor de sua existência, de modo a garantir a estabilidade dos ecossistemas que o compõem. Em outras palavras, possuem o valor de sua qualidade ambiental, a qual pode ser quantificada e monitorada, tal como se fosse uma moeda.

A forma inadequada do uso de recursos naturais

O homem estabeleceu, em decorrência de utilidades antropogênicas, que existem recursos naturais estratégicos, os quais normalmente são não-renováveis e, portanto, limitados em seus estoques [até prova em contrário]. O melhor exemplo de recurso não-renovável é o petróleo, cujos estoques estão concentrados em alguns países. Seus governos recebem tributos ou royalties em troca da concessão a empresas petroleiras para sua pesquisa, exploração, produção, refino e comercialização. Outro exemplo são vários tipos de minerais considerados estratégicos, de elevado interesse industrial, os quais são tratados de maneira similar ao petróleo.

No entanto, para o Ambiente todos os recursos devem ser vistos como estratégicos, pois deles depende a qualidade ambiental de seus ecossistemas constituintes. Desta forma, é possível observar um conflito de uso e apropriação dos recursos naturais. De um lado, o homem apropriando-se destes recursos para a produção de riqueza e renda. De outro, o Ambiente, dependendo dos mesmos recursos para sua existência.

Quando o homem se antepõe ao Ambiente, como se vivesse fora dele, sempre gera graves ameaças ambientais. A concentração desnecessária da exploração e posse dos recursos naturais possui cada vez menos tempo para ser resolvida. Somente uma coisa é certa e óbvia: sem o Ambiente estável o Homem não existirá nas condições em que hoje habita o planeta.

Uma relevante indutora do consumo de recursos naturais é a mídia em geral. Jornais, revistas, canais de televisão e sites da internet apresentam anúncios e publicidades de empresas “consumidoras do ambiente“, tanto se apropriando de recursos renováveis, quanto de seus recursos ditos estratégicos. E é óbvio que assim aconteça, pois são anúncios e publicidades que viabilizam economicamente a maior parte mídia mundial.

Ao mesmo tempo em que apresenta artigos e reportagens para “ proteção e defesa do ambiente”, até mesmo em canais de televisão dedicados a questões ambientais, a mídia financia-se através da venda de espaço e tempo para empresas que se apropriam em larga escala dos recursos próprios do ambiente. E essa apropriação é o fundamento de suas existências.

Sem dúvida, ainda não temos tecnologia disponível para que todos os setores industriais envolvidos possam reduzir em escala o uso de recursos naturais, embora alguns segmentos já demonstrem que podem reduzir sua apropriação. Desta forma, cremos que a prática da gestão da sustentabilidade é uma boa forma de compatibilizar os interesses do homem com as necessidades do ambiente, do qual é parte integrante.

Para entendimento desta gestão, seguem dois conceitos básicos:

Gestão ambiental

É o processo gerencial necessário, mas não suficiente, para garantir que a introdução de um sistema humano organizado (empresa) em qualquer sistema ecológico (primitivo, alterado ou urbano) tenha como resultado um novo sistema humano organizado. Sua finalidade é a gestão do desempenho ambiental das empresas.

Gestão da Sustentabilidade

É o processo gerencial onde são avaliados, planejados e monitorados (i) os processos da transformação ambiental promovidos por uma empresa (gestão ambiental); (ii) os resultados destes processos; e (iii) as respostas do ambiente a estes resultados, beneficiadas através de um bom plano ambiental. Sua finalidade é a garantia da estabilidade dos ecossistemas afetados pela empresa.

Integração Empresa e Ambiente

A sociedade de consumo e do descartável


Pedro Guilherme Andrade, publicado no Facebook.

Na fila do supermercado, o caixa diz a uma senhora idosa:

─ A senhora deveria trazer suas próprias sacolas para as compras, uma vez que sacos de plástico não são amigáveis ao “meio ambiente”.

A senhora pediu desculpas e disse:

─ Não havia essa onda verde no meu tempo.

O empregado respondeu:

─ Esse é exatamente o nosso problema hoje, minha senhora. Sua geração não se preocupou o suficiente com nosso “meio ambiente”.

─ Você está certo – responde a velha senhora – nossa geração não se preocupou adequadamente com o “meio ambiente”. Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram devolvidos à loja. A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada reuso, e eles, os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes.

Milhões de toneladas de pet produzidas diariamente

Realmente não nos preocupamos com o “meio ambiente” no nosso tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro de 300 cavalos de potência a cada vez que precisamos ir a dois quarteirões.

Mas você está certo. Nós não nos preocupávamos com o “meio ambiente”. Até então, as fraldas de bebês eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis.

Fraldas de pano: duravam e não poluíam

Roupas secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas.

Mas é verdade: não havia preocupação com o “meio ambiente”, naqueles dias. Naquela época só tínhamos somente uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto. E a TV tinha uma tela do tamanho de um lenço, não um telão do tamanho de um estádio; que depois será descartado como?

Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia máquinas elétricas, que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usamos jornal amassado para protegê-lo, não plástico bolha ou pellets de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar. Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a grama, era utilizado um cortador de grama que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não precisava ir a uma academia e usar esteiras que também funcionam a eletricidade.

Mas você tem razão: não havia naquela época preocupação com o “meio ambiente”. Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora lotam os oceanos.

Canetas: recarregávamos com tinta umas tantas vezes ao invés de comprar uma outra. Abandonamos as navalhas, ao invés de jogar fora todos os aparelhos ‘descartáveis‘ e poluentes só porque a lâmina ficou sem corte.

Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas tomavam o bonde ou ônibus e os meninos iam em suas bicicletas ou a pé para a escola, ao invés de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima.

Então, não é risível que a atual geração fale tanto em “meio ambiente”, mas não quer abrir mão de nada e não pensa em viver um pouco como na minha época?

Carros movidos a ar, ainda em 2012!


Carros movidos a ar, ainda em 2012!

Será a próxima maravilha da tecnologia? A Tata Motors, montadora da Índia, acredita que sim. Seu novo modelo, o Air Car, “movido a ar”, está programado para rodar nas ruas indianas por volta de agosto de 2012.

Air Car de dois lugares – protótipo em teste

Possui um motor de automóvel que funciona através de compressores de ar. Somente ar, sem gasolina, gás, álcool, biodiesel ou eletricidade, apenas o ar que nos rodeia.

O Air Car foi desenvolvido por um ex-engenheiro da Fórmula Um e utiliza ar comprimido para empurrar os pistões de seu motor e fazer com que o carro se mova. Chamado de “Mini CAT” pode custar em torno de US$ 8.177.

É um carro simples, urbano, ligeiro, com um chassis tubular e um corpo de fibra de vidro. Possui um microprocessador para controlar todas as funções eléctricas do automóvel. Um pequeno rádio transmissor envia instruções às luzes e sinais a qualquer outro dispositivo elétrico do carro que, por sinal, não são muitos.

Air Car de quatro lugares

A temperatura do ar (limpo) expulso pelo tubo de escape estará entre 0 e 15 graus abaixo de zero, o que o torna apto ao uso do sistema de ar condicionado, sem necessidade de gases, nem perda de potência.

Não há chaves, só um cartão de acesso que pode ser lido pelo carro, mesmo encontrando-se no bolso do usuário. Segundo os projetistas, o custo é de menos de US$ 1.12 por cada 100 km, que é aproximadamente um décimo do custo de um automóvel que funciona com gasolina.

A quilometragem é quase o dobro do carro elétrico mais avançado, um fator que o faz uma opção perfeita para os automobilistas de cidades. O carro atinge a uma velocidade máxima de 105 km por hora. Recarregar o Air Car necessitará de cabos em estações de serviço adaptadas com compressores especiais de ar. O abastecimento é realizado em dois a três minutos e custará cerca de US$ 2,25. Ao fim, o carro estará pronto para rodar mais 300 quilômetros.

Como não há motor de combustão, a mudança de 1 (hum) litro de óleo vegetal só é necessária a cada 50.000 km. Devido à sua simplicidade, é muito pouca a manutenção que se realiza neste carro.