A Rosa de Brasília


Em 1954, Vinicius de Moraes escreveu a poesia “Rosa de Hiroshima”. Uma inequívoca verdade dedicada à reflexão dos cidadãos do mundo:

A Rosa Genocida

“Pensem nas crianças
Mudas telepáticas.
Pensem nas meninas
Cegas inexatas.
Pensem nas mulheres,
Rotas alteradas.
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas.
Mas, oh! Não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica.
Sem cor sem perfume
Sem rosa, sem nada”.

Ouça a música Rosa de Hiroshima!

Há poucos dias, após os 65 anos da poesia, o médico Carlos Eduardo Leão, atento às safadezas dos três poderes, publicou uma crônica que precisa ser entendida pela sociedade brasileira. Intitulou-a Rosa de Brasília. Eis seu magnífico texto.

A Rosa de hoje foi uma Rosa radioativa, estúpida e inválida. Foi a típica Rosa com cirrose. Uma anti-Rosa atômica, sem cor, sem perfume, sem Rosa, sem nada. Rosa traidora com a pequena esperança de uma nação. Rosa do voto confuso, de retórica rebuscada, juridicamente tendencioso, proferido sem vergonha. Rosa que não pensou no povo, mudo e telepático. Rosa que não honrou as bravas mulheres brasileiras rotas e alteradas pelo descompromisso da justiça. Rosa que não pensou nas crianças, cegas e inexatas pela desesperança. Rosa que não pensou nas feridas dos hospitais públicos, do desemprego, do sofrimento. Rosa que só pensou nos canalhas detratores da pátria. A Rosa de hoje não foi a Rosa Cálida. Foi a Rosa hereditária de uma genética ruim.

A Rosa de Brasília, sem cor, sem perfume, não é de toda estúpida e inválida. Há um lado positivo no seu voto perverso. Nesse julgamento fica tácito que o sistema político brasileiro está podre pela necrose ética que corrói deputados, senadores e outros funcionários públicos que lesam impiedosamente sob a proteção espúria do terceiro poder.

A Rosa de Brasília, não tenho dúvida, engrossa o coro dos críticos da indumentária presidencial na cerimônia de entronização de Sua Majestade, o imperador japonês. O presidente, único líder americano presente, resgatou as ordens honoríficas brasileiras, usadas junto a um fraque longo impecável, sendo a Ordem Nacional do Mérito instituída em 1946 por decreto do presidente Dutra, uma reedição da Ordem da Rosa de origem imperial. Que fique claro que a Ordem da Rosa é um símbolo pátrio, diferente da Rosa em questão, um símbolo nefasto do oportunismo jurídico contra as ações heroicas da Lava-Jato. O presidente estava elegante, iluminado, carismático e competente com as ações políticas desenvolvidas para choro copioso da esquerda podre.

Engrossa também o coro dos que criticam Bolsonaro por ter levado o seu indefectível Miojo para as horas em que a culinária local não o agrada tanto. Os críticos, invariavelmente a esquerdalha caviar e a extrema imprensa, fingem não se lembrar que o presidiário de Curitiba, a alma mais honesta do mundo, em situação semelhante, frequentava os mais caros restaurantes do mundo cujas iguarias eram regadas a Don Perignon, Petrus e Mouton Rothschild que, horas depois, o faziam urinar nas calças, escornado num canto qualquer, para delírio e aplausos frenéticos de seus asseclas, admiradores e seguidores. A sua substituta, não deixava por menos. A única diferença é que não foi flagrada molhada.

Estou na dúvida com os destinos do Brasil com tanta indignação acumulada e hoje culminada com o voto de Rosa. A Rosa de Hiroshima nasceu de uma bomba atômica lançada sobre inocentes indefesos. A Rosa de Brasília, mutatis mutandis, também. Será que é hora de caminhoneiros ligarem seus motores? Será que é o momento para quebra-quebra e caos? Talvez seja tudo que queira a esquerda ardilosa numa tentativa orquestrada pelo Foro de São Paulo, apoiado por dois dos três poderes da República, para desestabilizar a recente aprovação da Nova Previdência, da competente atuação do presidente na Ásia e do sucesso econômico que se descortina para 2020.

É hora de pensar, esfriar a cabeça e agir”.

Parabéns, DrCarlos Eduardo Leão!

Soluções Ambientais


Por Equipe deSobre o Ambiente”.

Criou-se essa página para oferecer aos leitores soluções ambientais inteligentes, já realizadas por organizações de projetos feitos para atender ao ambiente. Ou seja, soluções de projeto que visam a finalidades produtivas e comerciais, mas, antes de tudo, à qualidade do ar, da água, do solo, bem como, à qualidade de vida da flora, da fauna e do homem.

Tenciona-se apresentar estudos e projetos inovadores já realizados, dos quais resultaram relações ambientais estáveis, mantidas entre um investidor e o ambiente que transformou. Na qualidade de principais agentes da transformação dos espaços físico e biótico da natureza, investidores responsáveis devem saber como construir em áreas adequadas. Por outro lado, precisam ser capazes de garantir a qualidade do ambiente onde implantam seus negócios.

Área alagada a ser trabalhada, mas somente por meio de um projeto inovador

Área alagada a ser trabalhada, mas somente por meio de um projeto inovador

Dentre os negócios mais comuns destacam-se turismo, hotelaria, indústria, construção civil, geração de energia, agropecuária, condomínios habitacionais, shopping centers e outros mais, todos a causar impactos sobre o ambiente.

Em suma, todas as atividades transformadoras promovidas pelo desenvolvimento precisam possuir desempenho ambiental adequado. Trata-se de um desempenho produtivo de tal ordem, que o ambiente para o qual são projetadas seja capaz de manter a sustentabilidade que lhe é inerente, a permitir a evolução espontânea e dinâmica de seus ecossistemas.

Visão de um resort projetado para uma área de ambiente nativo

Visão de um resort projetado para uma área de ambiente nativo

Equipes inovadoras

As organizações que projetam e implantam soluções ambientais – empresas de consultoria, fundações, institutos e associações –, precisam possuir gestores de alta qualidade, que hajam obtido notórios resultados em projetos inteligentes, desenvolvidos e executados.

Todavia, não basta tê-los em seus quadros técnicos. Eles precisam, sobretudo, de coordenar equipes inovadoras, nos trabalhos de escritório e campo. Apenas assim obtém resultados criativos, quase sempre requerendo investimentos menores. Além disso, mais efetivos no alcance das metas dos clientes[1].

Equipes técnicas inovadoras e criativas são cada vez mais complexas de serem montadas. Requerem dos empresários uma boa visão – de médio a longo prazo – de seus negócios e a aplicação de dois critérios na seleção de novos consultores: a personalidade e a competência profissional dos candidatos a futuro consultor.

Para identificar a personalidade profissional há um site que dispõe de ferramenta para essa finalidade. Muitas empresas de vanguarda o utilizam. É gratuito e não requer que se faça cadastro. Sugere-se realizar um teste clicando em 16Personalities. Gasta-se menos de 12 minutos e os resultados são atraentes. Quem o fizer, será surpreendido.

Quanto à competência técnica, precisa ser analisada em relação à da equipe já existente. Isto ocorre por que projetos de cunho ambiental demandam equipes de profissionais com distintas formações e óticas diferenciadas do que é o Ambiente.

Entretanto, com base nos dados e informações que dispõem, todas as equipes precisam se comunicar através da mesma linguagem conceitual: a da Teoria do Ambiente. Equipes de ecólogos, geólogos, arquitetos, de várias engenharias, climatólogos, botânicos, agrônomos, biólogos, hidrólogos, economistas e arqueólogos, dentre outras especialidades, além de seus conhecimentos específicos, precisam usar a teoria que é própria do ambiente.

A depender do ambiente que estão a tratar[2], essas equipes podem ser numerosas, o que amplia a dificuldade da comunicação multidisciplinar. A ser assim, a qualidade da solução ambiental identificada pode ser prejudicada em seu desenvolvimento, perder em inteligência e criatividade.Imagem de divulgação

Para integrar a competência multidisciplinar de equipes técnicas, sugere-se a aquisição de uma obra recém-publicada. Clique em LTC Editora e leia acerca do conteúdo deste livro de Engenharia Ambiental: “Ambiente e Sustentabilidade – Metodologias para Gestão”. Contém abordagens que permitem a qualquer profissional falar a linguagem da Teoria do Ambiente, necessária para criar, desenvolver e implantar soluções ambientais inteligentes.

Casos de soluções realizadas

Está-se pesquisando casos que mereçam ser divulgados neste espaço. As publicações envolvem a organização que projetou a solução, a razão social do cliente, o problema a resolver e a solução encontrada.

Aguardam-se contribuições enviadas para o e-mail ricardo.kohn@gmail.com.

……….

[1] Esta introdução de “Soluções Ambientais” pode parecer humanamente utópica. Mas, de fato, não é por dois aspectos: (i) o ambiente a realiza de forma espontânea e aleatória; (ii) perseguir esta utopia não é perda de tempo, ao contrário. Trata-se da melhor provocação para a evolução humana.

[2] Uma solução ambiental criativa para usina hidrelétrica localizada na Amazônia decerto é bem mais complexa do que a solução para uma indústria farmacêutica situada na capital São Paulo.

Gestão através do ambiente


Por Ricardo Kohn, Especialista em Gestão.

Após o artigo de Simão-pescador, “Conversas com o ambiente”, onde ele narra a visão de seu pai, o melhor “ambientalista” que conhecera na vida, decidi esboçar este ensaio. Nele tento iluminar um pouco uma questão conhecida, embora bastante sombria:

─ Dada a finitude dos bens naturais do planeta, será essencial a mudança nas atitudes das instituições produtivas? Continuarão a ser geridas com vistas a aumentar seu desempenho econômico-financeiro ou buscarão garantir a qualidade de seu desempenho ambiental?

Em tese, é fato que essa “dúvida” foi iniciada no século 18, a partir da Revolução Industrial. Desde então, amplia-se por diversos fatores, em especial quando governos e empresários adotam em suas organizações as ditas “tecnologias de ponta”, que surgem no mercado. No mais das vezes, usam tecnologia apenas por ser a nova tecnologia, sem prever vantagens específicas.

No entanto, em especial no sistema público, dizem que dessa forma aumentam a produtividade do trabalho. Porém, esquecem-se que as organizações precisam se apropriar de insumos para produzir, os quais são bens ambientais do planeta. Quando esses insumos não são renováveis, têm seu estoque limitado; quando se reproduzem de alguma forma, ainda assim são escassos. Sobretudo, em cenários produtivos que requerem mão-de-obra especializada (insumo produtivo limitado e escasso).

O “esquecimento” destes investidores foi ampliado com a ideia do “desenvolvimento sustentável”. Transformaram-na em mera retórica redundante. Se há desenvolvimento, precisa ser sustentável, por óbvio; caso contrário, é apenas crescimento. Aliás, insustentável é o crescimento pífio de empresas e a recessão de países desgovernados, tais como Brasil, Venezuela, Argentina e Grécia.

Todavia, assiste-se a nações social e economicamente desenvolvidas, cujos governos buscam consolidar e sustentar a qualidade de vida alcançada, sem a preocupação de aumentarem o PIB. Alemanha, Noruega, França, Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Japão, por exemplo, investem para manter o cenário em que a qualidade de vida do seu cidadão é a meta básica. O crescimento do PIB, ou não, é fato secundário.

Paris, na pintura do impressionista Jean Béraud - Belle Époque

Paris, na pintura do impressionista Jean Béraud – Belle Époque

Essas são nações que se encontram na vanguarda do desenvolvimento. Possuem cultura sólida, educação incomparável, criam e aplicam tecnologias que reduzam o consumo dos bens ambientais, buscam eliminar “lixos no ambiente”, enfim, executam a gestão através de seu próprio ambiente estabilizado.

Afinal, o Ambiente precisa ser estável para manter sua Sustentabilidade original, de modo a garantir as condições de sobrevivência a todos os seres vivos do planeta.

Ambientologia para educação básica


Ricardo Kohn, Mentor em Gestão do Ambiente.

Observa-se que há entre os cursos do ensino básico brasileiro – Fundamental [1 e 2] e Ensino Médio – um hiato de conteúdo educacional, sobretudo, entre o Fundamental 2 e o ensino Médio.

Verifica-se que os módulos do ensino fundamental relacionados ao tema “Ciências”, embora oportunos, são superficiais e estanques entre si. Não formam o substrato educacional mínimo para capacitar os alunos às demandas do ensino Médio e Superior. Falta-lhes integração com a forma de raciocinar, a incitar ações subsequentes úteis e tangíveis. Informam, mas não motivam os alunos a desejarem mais conhecimento.

Por sinal, cansam-nos com textos dispersos para decorar e, em vários casos, acabam por “aumentar a evasão das escolas”, tal o desinteresse que proporcionam aos alunos.

Infere-se a partir das premissas acima, que é possível preencher o hiato existente e, por exemplo, integrar os cerca de 30 temas da cadeira de “Ciências”, através de um único tema: a Filosofia do Ambiente, doravante chamada “Ambientologia[1]”.

Finalidades do projeto

Essa proposta de projeto possui quatro finalidades concretas e realizáveis, a saber:

  • Ampliar nos alunos do ensino básico o interesse pelo aprendizado diferenciado das práticas ortodoxas, há muito adotadas sem os efeitos satisfatórios.
  • Reduzir a evasão escolar, em especial a que ocorre no ensino Fundamental 2.
  • Internalizar na mente dos alunos, a partir da visão do ambiente, a importância dos trabalhos em equipe, com o aumento da produtividade escolar de cada um.
  • Por fim, além de conferir o título de “Técnico em Ambientologia” aos alunos que concluírem o ensino médio, prepara-los para se superarem no ensino superior, caso desejem realiza-lo.

Foco do projeto

  • Estimular jovens a refletirem sobre as relações ambientais de causa, efeito, ações de pronta resposta, considerando-as no tempo e no espaço. Todas essas relações são vividas diariamente por jovens, embora nem sempre sejam consideradas, o que pode acarretar perdas de oportunidades e riscos em geral.
  • Além disso, ampliar a visão espacial e temporal dos eventos que ocorrem no Ambiente, como decorrência direta de ações humanas. O pacote educacional proposto deve capacitar alunos do ensino fundamental e médio a formar opinião sobre a importância do ambiente em suas vidas, decerto mais amplo do que as engenharias e obras que o transformam a cada instante, não raro de forma danosa a seus sistemas ecológicos.
  • Por fim, demonstrar aos jovens uma premissa básica da atualidade no mundo ocidental: “o ambiente finito do planeta, quando estabilizado com consumo adequado de seus bens ambientais (ar, água, solo, flora, fauna e homem), constitui o pilar essencial para a evolução dos seres vivos (flora, fauna e homem), desde que com a manutenção da dinâmica de seu substrato físico (ar, água e solo) ”.

Descrição do projeto

Para situar os leitores mais velhos desta proposta, o curso Fundamental 1 equivale aos antigos Pré-primário e Primário. O Fundamental 2, é similar ao antigo Ginásio. Por último, o curso Médio equivale aos cursos Científico e Clássico, como denominados no passado.

Salienta-se que, nessa etapa da educação de jovens, a Ambientologia será uma cadeira que possui como base pedagógica as respostas do ambiente ao resultado de ações praticadas pelo Homem, nem sempre inteligentes sob a ótica ambiental.

─ Curso de nível Fundamental [1]

Destinado a jovens de 6 a 10 anos, o projeto propõe-se a desenvolver 5 (cinco) cartilhas ambientais, a narrar histórias do dia-a-dia que os jovens dessa idade tenham interesse em descobrir e conhecer. O teor das cartilhas visa a motivar crianças Vista escolar da Ambientologiapelas descobertas.

Exemplo de temas para as cartilhas: i. Assim são plantadas as hortas comunitárias; ii. Mude o ambiente de seu bairro: plante flores nas praças; iii. Hortas na cobertura e flores na fachada dos prédios; iv. A alegria da Primavera é contagiante; v. Folhas e flores trazem borboletas e beija-flores para dentro das casas; vi. Sem flores não existem as frutas que adoramos; vii. Podemos lhe ajudar nessa tarefa?

Evidente que as cartilhas ambientais precisam de personagens que “conversam” com as crianças. A exemplo, podem ser duas famílias com filhos em aprendizado inicial.

No Fundamental [1] os módulos de aprendizado são três: Alfabetização em Português, Aritmética, Introdução à Ambientologia e, por opção do aluno, Inglês básico.

─ Curso de nível Fundamental [2]

Destinado a jovens de 11 a 14 anos, o projeto propõe-se a elaborar 4 (quatro) livros didáticos, específicos para o Fundamental 2. Os livros devem ter cunho evolucionista, a começar pelo roteiro educacional que apresentam para a Ambientologia, a qual precisa ser dinâmica: a evoluir do livro 1 até o livro 4.

O tema central também é o ambiente, em todas as suas proporções e narrativas, por exemplo: como fazer e gerir um simples canteiro de plantas, passando por jardins, sítios e fazendas; perceber as ameaças dos processos de desmatamento, das erosões intensas, que resultam em áreas desertificadas; apresentar as características dos ecossistemas primitivos e sua capacidade de evolução aleatória; até chegar ao maior desafio, que seria algo tal como o ambiente primitivo: sem poluição do ar, sem contaminação hídrica, com solos férteis, rios e lagos de água pura, um povoado integrado à floresta e sua fauna silvestre.

Através de narrativas muito bem sequenciadas, amplamente documentadas por fotos e desenhos, a Teoria do Ambiente vai sendo gradativamente transferida aos alunos, como essencial à filosofia de suas vidas, sem ter que falar em Teoria ou Ciência.

A linguagem dos livros será simples e coloquial. Sua narrativa fará menções à linha do tempo da existência do sapiens no planeta, ou seja, do paleolítico até os dias atuais: do antigo caçador-coletor ao atual “caçador-extrator”. Trata-se de oferecer para análise dos alunos uma visão histórica e geográfica do Homo sapiens, bem como sua evolução no ambiente planetário.

No entanto, subentenderá questões ambientais práticas, que estimulem aos alunos perspicazes a encontrar soluções próprias, tanto para o momento em que vivem, quanto para seus futuros de maior prazo.

As coleções de cartilhas e livros serão impressos em papel reciclado. Porém, o projeto também prevê oferecer os livros também em formato digital (e-book).

Para finalizar, o projeto Ambientologia deverá atender à prática moderna da juventude, através de aplicativos para celular, tablets e computadores pessoais. Constituem jogos que demandam a decisão dos alunos diante das questões ambientais formuladas pela coleção de livros – “environmental games”. Jogos inteligentes estimulam o aprendizado.

No Fundamental [2] os módulos de aprendizado seriam os seguintes: Português e Redação, Matemática, Ambientologia, História, Geografia e Inglês. Por escolha do aluno, ele pode selecionar aulas de Espanhol ou Francês.

─ Curso de nível Médio

Destinado a jovens de 15 a 17 anos, o projeto adotará práticas constantes em “Ambiente e Sustentabilidade – Metodologias para Gestão”, obra já publicada, dedicada ao ensino de nível superior.

No curso Médio os módulos de aprendizado seriam os seguintes: Redação e Literatura, Matemática avançada, Física, Química, Ambientologia, Inglês, Espanhol, Francês e, no último ano, Ambientologia avançada.

Benefícios do Projeto Ambientologia

A relevância de qualquer projeto se assenta na capacidade de responder às demandas de seu público-alvo, sejam elas explícitas ou não. Desse atributo derivam os benefícios que o projeto oferece à sociedade, que podem ser de variadas ordens.

No caso do ‘Ambientologia’, tratam-se de benefícios educacionais, dos quais deságuam efeitos positivos de ordem social, econômica e motivacional, pelo menos. Destacam-se cinco deles, a saber:

  • Internalização no raciocínio dos jovens da dinâmica do ambiente, às vezes imprevisível, bem como de seu trato adequado, através do uso dos meios que estejam disponíveis, sejam os acatados pela ciência ou criados por eles próprios.
  • Demonstração aos alunos que as atividades dos ecossistemas humanos precisam possuir desempenho ambiental, visando a garantir a sustentabilidade dos ecossistemas primitivos, ou seja, manter o ambiente estabilizado.
  • Ampliação da capacidade da lógica dedutiva na formação do conhecimento, com efeitos expressivos na autoestima dos jovens “alunos descobridores”.
  • Aumento da capacidade de antevisão de problemas de causas variadas, com estímulo à inventiva pessoal dos alunos em solucioná-los, no tempo e no espaço.
  • Introdução da variável ambiental na vida dos jovens, através da visão de seus espaços físico, biótico e antropogênico, como fundamento para a tomada de decisão em todas as suas futuras profissões.

Procura-se um investidor-parceiro para melhorar a educação dos jovens brasileiros.

……….

[1] Após 42 anos de consultoria em estudos e projetos, descobriu-se que a Ambientologia não seria propriamente uma ciência. Mas uma base filosófica, que facilita a orientação e coordenação da aplicação simultânea das inúmeras ciências que explicam o ambiente.

Ambientologia


Ricardo Kohn, Gestor do Ambiente.

Há algumas décadas é observado o aumento das preocupações do homem com o destino da Terra. Não por força de agentes cósmicos, externos ao planeta; mas pela ação desastrada de atores internos. Mesmo o “homem comum” – aquele que não adquiriu conhecimento sobre a dinâmica do ambiente da Terra –, com ímpetos de solidariedade ao próximo, arrisca palpites e soluções caseiras, que chama de “sustentáveis”.

A dinâmica da Terra resulta de sua estrutura física e de sensibilidades nela identificadas por diversas ciências. Sobre essa dinâmica já foram publicadas toneladas de literatura científica e analítica. Contudo, todas são obras específicas; seus autores tratam o ambiente através dos espaços e segmentos que conhecem. Por exemplo:

  • No espaço físico tratam da climatologia [meteorologia], hidrologia, oceanologia, geomorfologia, geologia [vulcanologia], geotecnia, pedologia, qualidade físico-química da água, etc;
  • No biótico abordam a ecologia, a qualidade biológica da água, vegetação, botânica, fitossociologia, mais as várias classificações da fauna silvestre [mastofauna, avifauna, primatofauna, herpetofauna, ictiofauna, entomofauna, anurofauna, malacofauna, etc];
  • No antropogênico discorrem sobre a demografia, economia, educação, saúde, uso e ocupação do solo, infraestrutura logística, infra de transporte, segurança, arqueologia, cultura, sociologia e antropologia, dentre outros.

Cada profissional dessas áreas oferece uma explicação um tanto limitada para a dinâmica do ambiente. Mas não há dúvida que a ênfase dessa explicação resulta da formação acadêmica que cada autor recebeu, bem como do tempo de experiência que dispendeu em trabalhos específicos.

Adoto um conceito para Ambiente[1] (nota de rodapé) que mostra o que é necessário para entender e prever o comportamento da Terra ou de qualquer de suas áreas e regiões.

Dessa forma, com base em experiências pregressas na execução de trabalhos ambientais, creio ser complexo produzir uma boa visão global da dinâmica aleatória do ambiente. Ou seja, diagnosticar os processos que nele ocorrem, bem como ressaltar seus aspectos essenciais.

Ao longo dos últimos 30 anos, o melhor relatório-produto que pude ler nesta matéria, foi obra de uma rara equipe técnica, composta por 40 consultores. Por sinal, muito bem gerida pelo saudoso e memorável engenheiro, o também oceanógrafo, Fernando Penna Botafogo Gonçalves, a partir de 1986.

Nossa equipe, por definição, teria de ultrapassar sérios obstáculos para obter os resultados esperados pela chefia, tais como:

  • O estudo a ser realizado era para o projeto executivo[2] de uma Usina Hidrelétrica, a ser construída na Amazônia;
  • Nenhum de seus membros havia participado antes da elaboração de qualquer estudo ambiental, inclusive o mestre Botafogo, chefe da Divisão;
  • Apenas três dos 40 profissionais contratados conheciam-se entre si. Os demais eram desconhecidos, estranhos no ninho;
  • A maioria da equipe era recém graduada, sem experiência de trabalho na consultoria. Contudo, quatro dos inexperientes tinham curso de pós-graduação completo.

Em tese, minha função era assessorar a Botafogo: na programação das tarefas da equipe; na gestão dos trabalhos de campo; na análise dos resultados obtidos; e na integração dos relatórios produzidos pelas chefias dos setores físico, biótico e antropogênico.

Digo, em tese, por que isso não ocorreu “conforme combinado”. Posso explicar. Com calma e competência, Fernando arregaçou as mangas e assumiu a liderança direta dos trabalhos. Foi a campo aprender como deveriam ser realizadas as campanhas na mata amazônica e quais seriam as fórmulas para diagnosticar a dinâmica daquele ambiente. Por fim, delegou várias missões a cada membro de sua equipe.

Fazenda Boa Vista, tomada da Pousada

Com essa delegação, realizada à vera, a equipe foi obrigada a compartilhar conhecimentos; todos passaram a se auxiliar mutuamente, ou seja, a trabalhar juntos. Assim, em apenas três meses, os desconhecidos tornaram-se uma família de trabalho.

Entretanto, quando tudo entrava nos eixos, o Engo. Botafogo mudou minhas atribuições no trabalho. Disse-me que, dado meu interesse em elaborar metodologias e modelos, gostaria que eu trabalhasse no desenho de um Modelo para Avaliação e Gestão de Impactos Ambientais, desde que produzisse resultados consistentes.

Após quase dois anos de desenvolvimento, o modelo foi consolidado e ganhou o apelido de ‘MAGIA’. Funciona até hoje, tendo recebido ajustes e vários adendos. Por fim, tornou-se um livro técnico, a ser lançado em 30 de junho deste ano. Falo sobre isso ao final deste artigo.

Mas não criamos a Ambientologia

Trabalhei com Fernando Botafogo na consultoria de projetos, em várias empresas, desde 1972. Junto com nossas famílias, pudemos construir uma sólida amizade. A meu ver, tornou-se o irmão mais velho, dono de criatividade profissional que a todos impressionava.

Por volta de 1990, estava em sua casa de pescador, na lagoa de Araruama, quando iniciamos uma conversa sobre as inúmeras “logias” que os estudos ambientais requerem para serem elaborados, tais como: climatologia, hidrologia, geologia, geomorfologia, pedologia, ecologia, limnologia, fitossociologia, sociologia, arqueologia e assim por diante.

Sem assumir compromissos, nossa ideia era pensar sobre a possibilidade de existir uma ciência que fosse capaz de reunir o conhecimento de todas as Ciências do Ambiente. E foi entre areia, sal e as conchas secas da lagoa, que Botafogo encerrou a conversa:

─ “Ricardo, haveria de ser uma ciência imensa. Raciocine comigo: para uma equipe de 40 pessoas, só no curso da graduação os alunos teriam de estudar durante 160 anos! De toda forma, sugiro que tenha como títuloAmbientologia’. É justo para que essa inteligência tão desejada seja elaborada um dia. Todavia, preste atenção: que eu saiba, ainda não é possível desenvolve-la”.

Pensei nessas palavras durante mais de uma década. Concordei que 40 cursos de graduação demandariam, no mínimo, 160 anos para serem concluídos. Além disso, sem considerar o tempo de vida médio do ser humano (estimado em 79 anos), creio que são raros aqueles dotados de capacidade cognitiva para absorver tanta ciência. E mais raros ainda, se é que existam, os que conseguiriam integra-las em uma única ciência ambiental.

Até onde consegui chegar

De toda forma, segui a trabalhar no desenvolvimento de metodologias para aplicação no setor ambiental. Desejava oferecer a meus clientes novas soluções práticas, de preferência menos custosas e mais rápidas em gerar resultados.

Mas somente em 2012 notei que já houvera elaborado uma boa quantidade de abordagens teóricas e as aplicara com sucesso no mercado consultivo (Brasil, Chile, EUA, Espanha e Itália). Entendi que podia ser boa hora para publicá-las em um livro.

Assim, perguntei a Antônio Carlos Beaumord, um velho amigo dos anos 80 – então com título de “Doctor of Philosophy in Ecology, Evolution and Marine Biology” –, o que deveria fazer para conseguir uma editora que publicasse meu livro. A obra tinha 737 páginas de papel A4, organizadas em 18 capítulos.

A princípio, Beaumord me disse que seria mais fácil verter o livro para o inglês e publica-lo na Califórnia! Lá ele tinha diversos parceiros acadêmicos, que conhecera durante o doutorado. Nos Estados Unidos é normal que um professor se disponha a auxiliar na 1ª edição de bons livros técnicos, disse-me ele.

Porém, após ler os manuscritos, concluiu que tanto a envergadura do trabalho, a profundidade da narrativa, o nível de detalhes no tratamento das metodologias, os estudos de caso reais apresentados, bem como a qualidade pedagógica, dotavam o livro do mérito necessário para ser publicado:

─ “Sem dúvida, trata-se de trabalho que pode se tornar livro texto em cursos superiores sobre a Gestão do Ambiente e da Sustentabilidade. Atende aos preceitos da Academia, seja a brasileira ou a norte-americana”, ponderou o Professor Beaumord.

Edição e publicação do livro

Mas foi através da iniciativa do Professor Padilha, então membro do Centro de Conhecimento em Exatas e Engenharias da UESA, que a possível edição de meu livro teve início em 7 de novembro de 2013. A Editora LTC – Livros Técnicos e Científicos, a pedido do “Mestre Padilha”, recebeu-me para uma conversa acerca das finalidades de meu manuscrito.

A Diretora Editorial da LTC, Professora Carla Nery, conduziu a reunião. Recordo-me que me foi solicitado responder ao “Formulário para Proposição de Obra“. Conforme acordado, junto com o formulário preenchido, enviei informações complementares: meu currículo profissional, a visão do mercado potencial do livro, a análise de pontos fortes e fracos da obra, das ameaças e oportunidades potenciais previsíveis, as formas de solução, etc.

Em 28 de janeiro de 2014 recebi a grata notícia de ter meu trabalho aprovado para publicação pela Editora LTC. Surpreendeu-me. Sim, por que nunca passara por um processo editorial analítico daquela qualidade, com tantas exigências. Por fim, pelo fato de editar e publicar no Brasil, com elevado padrão de excelência, sem arcar com qualquer custo.

Enviei à editora os originais do livro ao longo do mês de março de 2014. Cumpri com todos os padrões e a sequência editorial por ela estabelecidos: caderno-zero; 18 capítulos; e caderno pós-texto. Desde então mantenho contato com as coordenações que trabalham no processo de produção do livro. A primeira previsão de lançamento da obra ficou para trás, em setembro de 2014. A segunda, não aconteceu como prevista, em março passado. A terceira, que deve finalmente ser cumprida, soube que está garantida para 30 de junho de 2015!

E este será meu próximo livro: “Ambiente e Sustentabilidade – Metodologias para Gestão”. Rio de Janeiro, RJ, Editora LTC – Livros Técnicos e Científicos. 650 pg. 1ª Edição”.

Após 42 anos de trabalho na consultoria de estudos e projetos, enfim descobri que a Ambientologia, como apelidada por Fernando Botafogo, não é uma ciência ambiental em si, tal as demais. Mas é uma sólida teoria, capaz de gerir a aplicação simultânea de todas as Ciências do Ambiente. Quatro anos de estudo dedicado são mais do que suficientes para seu pleno aprendizado.

……….

[1] Ambiente é qualquer porção da biosfera que resulta de relações físicas, químicas, biológicas, sociais, econômicas e culturais, catalisadas pela energia solar, mantidas pelos fatores ambientais que a constituem (ar, água, solo, flora, fauna e homem). Todas as porções da biosfera são compostas por distintos ecossistemas, que podem ser aéreos, aquáticos e terrestres, bem como devem ser analisados segundo seus fatores físicos [ar, água e solo], bióticos [flora e fauna] e antropogênicos [homem e suas atividades].

[2] Quero destacar um fato que considero de expressiva importância. Nos idos dos anos 60, 70, 80 e 90, século passado, projetos executivos eram desenvolvidos por empresas de engenharia consultiva. As empreiteiras se limitavam a construir e não “obravam” sem eles. O Brasil ainda operava como os países mais preparados para o desenvolvimento da “engenharia de precisão”.

Gestão da Sustentabilidade de Fazendas – 1ª parte


Por Ricardo Kohn, Cláudia Reis e Marcus Sampaio.

Economia somente se desenvolve quando em simbiose com o Ambiente. Constitui um processo de tal dependência que, caso o degrade, extinguirá a si própria.”

1. Introdução

Sabe-se que é um assunto pouco discutido: a sustentabilidade de fazendas produtivas. Sobretudo, é polêmico segundo a ótica das perturbações que uma propriedade rural pode promover no ambiente em que se encontra e também nas propriedades vizinhas.

É ideal que a gestão de uma área rural seja feita de maneira a que as práticas e meios de produção utilizados não promovam rupturas ambientais nos ecossistemas existentes em seu terreno, sejam primitivos ou alterados.

No mais das vezes, a prioridade do pequeno fazendeiro é produzir para alimentar a família e, para isso, investe em ferramentas de trabalho mais eficientes. O mais dedicado também tem um certo orgulho em possuir um pequeno imóvel urbano e um veículo de tração 4 x 4, que o permita trafegar no campo e na cidade. Isso é justo e normal. Mas, acima disso, está sempre interessado em saber um pouco mais sobre como manter a qualidade do ambiente de sua fazenda.

No entanto, há proprietários rurais que são bem curiosos. Têm como única preocupação com o ambiente de suas terras a simples contemplação, são ‘voyeurs ambientais‘. Nos fins de tarde, gostam de se sentar na varanda da casa, situada na cumeeira de um morro, e deslumbrar o visitante urbano a seu lado com a imensidão de seu terreno.

Não há dúvida de que se trata de uma vista maravilhosa. É óbvio que qualquer fazendeiro, produtivo ou não, dá sua vida para sentir isso. Resta saber se o terreno que se está a admirar possui condições espontâneas de manter seus cursos d’água, sua vegetação nativa e a fauna silvestre associada. Além de produzir economicamente, é claro.

Teve-se a oportunidade de conhecer espaços ambientais belíssimos nessas mesmas condições: da varanda numa cumeeira de morro. No entanto, acompanhando a um fazendeiro consciente, sabedor que suas terras perdem a capacidade de produção se não forem muito bem geridas ambientalmente. Esse fazendeiro é Lino Matheus, a quem se dedica este artigo [1].

Uma vista panorâmica da Serra da Mantiqueira

Uma vista panorâmica da Serra da Mantiqueira

2. Artigos correlatos de interesse

Já se publicou artigos que tratam de temas essenciais para a devida compreensão de como se faz a Gestão da Sustentabilidade de Fazendas. Sua leitura não é obrigatória, mas uma sugestão que facilitará bastante ao leitor interessado em se dedicar a essa prática.

Nestes artigos encontram-se conceitos e processos detalhados que fornecem as bases para a Gestão da Sustentabilidade de Fazendas e o plano ambiental que lhe dá suporte. Basta clicar nos links grafados em vermelho:

3. Elementos para o Plano Ambiental

A primeira tarefa para subsidiar a elaboração de um bom plano é realizar o diagnóstico ambiental da fazenda, que será o foco da gestão. Mas que fique claro, desde já: sem um plano não se pode fazer gestão; e sem gestão de boa qualidade, não há produção que mantenha a sustentabilidade do ambiente da fazenda.

Todavia, não se dispõe de uma fazenda concreta para diagnosticar. Sendo assim, seja uma fazenda hipotética, com terreno de 10 hectares (seu ambiente), assim ocupado: 6 ha de mata primitiva; 2 ha de mata alterada, conjugada com campo sujo; 1,5 ha de solo exposto; 0,3 ha de pasto; e 0,2 ha de área construída – casa da fazenda, galpão de suprimentos, pequeno estábulo, via interna de acesso à casa e área para manobrar veículos.

O diagnóstico ambiental precisa prever quais são as ameaças e oportunidades potenciais [2] que o ambiente externo pode impor à fazenda. No caso específico, há uma variável de extrema criticidade que precisa ter monitoração permanente: o clima da região em que se encontra a fazenda. A dinâmica do clima é aleatória, portanto, capaz de definir o sucesso ou a falência do fazendeiro.

Todavia, também precisa identificar quais as potencialidades e vulnerabilidades ambientais da fazenda [3]. Para isso, analisa sua disponibilidade de água, seu relevo, a qualidade dos solos, sua cobertura vegetal, a fauna que lhe é associada e, sobretudo, as expectativas de produção do fazendeiro e seus familiares. Todos esses fatores ambientais, sem exceção, comportam-se em função das variações do clima regional.

Em síntese, o plano para gestão da sustentabilidade precisa ser capaz de impedir que uma ameaça ambiental externa se relacione com vulnerabilidades do ambiente da fazenda. Além disso, precisa ser capaz de propiciar que as potencialidades do ambiente da fazenda sejam utilizadas na consecução das oportunidades ambientais externas.

Essas oportunidades são oferecidas pelo ambiente externo à fazenda, mas poucos são os fazendeiros que as identificam, a tempo e a hora. São rápidas ‘janelas de oportunidade’, que requerem decisões objetivas, mas nunca precipitadas.

3.1. Informações básicas da fazenda

São informações de ordem ambiental que todo fazendeiro precisa conhecer muito bem. No caso hipotético considerado, destacam-se os seguintes fatos e variáveis:

  • Relevo: De plano a suavemente ondulado, em 40% do terreno. Em sua extremidade, a nordeste, há uma cadeia de montanhas, com altitude máxima de 1.800 metros. O relevo é um fato, um dado do problema, pelo menos no tempo gerencial previsto por um plano ambiental.
Vista da cadeia de montanhas

Vista da cadeia de montanhas

  • Disponibilidade de água: Há dois cursos d’água (e seus afluentes) que atravessam a fazenda. Suas nascentes encontram-se na cadeia de montanhas. Logo abaixo do sopé das montanhas, forma-se um pequeno lago com boa vazão. A disponibilidade de água é variável e, se bem monitorada e controlada, constitui uma potencialidade ambiental.
  • Qualidade dos solos: Em 65% da parte plana a suavemente ondulada do terreno, os solos possuem qualidade para culturas agrícolas diversificadas. A qualidade dos solos é variável e, no momento, constitui uma potencialidade ambiental.
  • Cobertura vegetal: A mata primitiva está concentrada na cadeia de montanhas e seus arredores, tendo continuidade nas terras vizinhas. Faz parte do bioma Mata Atlântica. Trata-se da principal potencialidade ambiental da fazenda. Mesmo constituindo uma variável, mantê-la intocada é decisão tomada pelo fazendeiro e seu vizinho imediato.

A área de mata alterada e campo sujo ocupa 2 hectares, 20% do ambiente da fazenda. É uma variável que constitui grave vulnerabilidade ambiental da fazenda. Necessita sofrer intervenções ambientais bem planejadas, de forma a integrar-se ao vetor da sustentabilidade do terreno da fazenda.

  • Fauna associada: A fauna silvestre é abundante e diversificada, sobretudo na área de mata primitiva. Possui espécies raras e endêmicas da ornitofauna. No entanto, na área de mata alterada e campo sujo, ocorrem espécies de hábitos peridomiciliares, que são nocivas, podendo causar acidentes com peçonha e transmitir zoonoses: cobras, aranhas, várias espécies de mosquitos, ratos, carrapatos, etc.

Destaca-se ainda a invasão de espécie exótica à região (javalis e javalis mestiços). Os fazendeiros da região encontram-se prejudicados em suas culturas, ameaçados com a presença dos javalis. Portanto, devem tomar medidas integradas, visando a impedir sua proliferação e “retirá-los” de seus terrenos.

Este é um exemplo do sumário de informações requeridas para elaborar um plano de gestão da sustentabilidade. Mostra o que está adequado e o que necessita ser refeito, ambientalmente reabilitado.

4. Introdução ao Plano de Gestão

Para elaborar um plano que seja capaz de realizar, manter e beneficiar a sustentabilidade do ambiente de uma fazenda é necessário efetuar as seguintes atividades:

  • Identificar as vocações físicas e bióticas do ambiente da fazenda;
  • Identificar as vocações sociais e econômicas da região de inserção da fazenda;
  • Efetuar o levantamento da infraestrutura de acesso à região e à fazenda;
  • Efetuar o levantamento das atividades econômicas ocorrentes e potenciais na região;
  • Estabelecer metas de sustentabilidade para a fazenda;
  • Formular projetos para a sustentabilidade do ambiente da fazenda;
  • Monitorar, avaliar o desempenho e, se necessário, reprogramar os projetos implantados.

Na segunda parte deste artigo, essas atividades serão apresentadas em mais detalhes. De toda forma, convida-se aos leitores interessados a pensar acerca do que a descrição de cada uma dessas sete tarefas deverá conter.

……….

[1] Os registros fotográficos publicados neste texto foram tomados na Fazenda Boa Vista, de propriedade de Lino e Nívea, situada em Bocaina da Minas, MG.
[2] Tecnicamente, são denominadas “Variáveis Ambientais Críticas Externas”.
[3] Tecnicamente, são denominadas “Variáveis Ambientais Críticas Internas”.

Esperança para 2015


No calendário ocidental (o Gregoriano), um século possui 36.525 dias. Por conseguinte, um milênio, tem 36.525.000 dias. Assim, adotando para início dessa contagem a data da morte de Jesus, na chamada “Era Cristã” [1], do dia 01 de janeiro de 0001 até hoje, passaram-se 36.529.935 dias.

Trinta e seis milhões de dias é um período de tempo razoável, sobretudo se o medirmos em horas. Façam os cálculos, são mais de 876 milhões de horas “consumidas” por todas as nações do planeta. Isto se deve ao fato do calendário Gregoriano ser formalmente adotado em todo o mundo. Tornou-se uma medida universal do tempo, que visa a facilitar as imprescindíveis boas relações entre os povos.

Fico a pensar se existiria um historiador no planeta capaz de narrar todos os acontecimentos ocorridos em 36.529.935 dias, contar a História Universal desta Era. Creio que não, seria quase impossível. Mas para isso existem milhões de historiadores interessados em escrever diariamente partes da história que assistem acontecer. Ainda assim, segundo suas visões, mesmo que com base nas mesmas informações obtidas pela leitura do noticiário e por entrevistas com testemunhas oculares.

Uma imagem da difícil esperança

Uma imagem da difícil esperança

A narrativa do futuro

A História é a narrativa do passado. Mas há também a previsão do futuro, que constitui o que chamo de narrativa do futuro. Esta permite a estimativa dos possíveis cenários futuros da vida de uma dada coletividade.

Desde o século 20, a narrativa do futuro tornou-se prática trivial adotada por executivos de empresas produtivas. É ela quem aponta as tendências do comportamento das variáveis críticas do mercado e permite a identificação de oportunidades para que a empresa possa evoluir na economia de livre mercado.

Por sua vez, essa economia foi desenhada pelo filósofo e economista escocês, Adam Smith, no século 18. Teve a expressiva relevância de constituir uma grave ameaça necessária aos direitos feudais remanescentes, os quais acabou por extinguir.

Porém, na visão atual de certos “políticos ditos progressistas”, o desenho de Adam Smith, criado com ênfase em valores morais e éticos, é uma ameaça às relações humanas na nação que pretendem que seja estável. Por isso, chamam a qualquer de seus usos derivados de “capitalismo selvagem”.

Todavia, políticos brasileiros desse gênero, embora sejam realmente selvagens, também fazem a previsão de cenários futuros. Quando estão operando no interior do sistema público do país, consideram como constantes tudo o que acreditam ser capazes de garantir por força de seu poder. Para eles, variáveis livres de mercado simplesmente não existem. Justo por isso, as previsões que fazem são profecias manipuladas, que tratam somente de seus esquemas particulares.

Para finalizar esta parte, devo fazer uma breve comparação. Enquanto o sistema de livre mercado, em tese, é regido por práticas democráticas, honestas, e liberais, o “sistema progressista brasileiro” é monocrático, corrupto e quer seguir rumo à ditadura. Seu bando de defensores pretende que seja implantado um socialismo cubano ou bolivariano ou “coisa” que o valha. Já conseguiram um Capitalismo Interventor de Estado, que se esfarela diariamente, quando se vê diante da economia de mercado.

Esperança para o dia seguinte

Não fosse a óbvia necessidade de os Estados Nacionais estabelecerem boas relações diplomáticas e comerciais entre si, não haveria meses, anos, décadas, séculos e milênios. Não teria sido inventado qualquer calendário. Só existiriam os dias corridos: os passados, o atual e os futuros. Por exemplo, hoje seria o 36.529.935º dia da Era Cristã.

É difícil recordar como se faz a redação ordinal desse número, mas vou tentar: “trinta e seis milionésimos, quingentésimo vigésimo nono milésimo, noningentésimo trigésimo quinto” dia da Era Cristã. Acho que está correto ou bem próximo.

Assim, a principal esperança que evoco refere-se à atuação do estadista que governará o Brasil a partir de 1º de janeiro de 2015, pois há doze anos que a nação não sabe o que é ter um estadista. Então, usando uma analogia, que o estadista eleito “reabra os portos às nações amigas”. Que estabeleça boas relações diplomáticas com todas as nações realmente democráticas. Que cumpra rigorosamente o calendário de suas propostas de campanha. Que seja um R$ gestor público na escolha do seu mínimo e eficiente ministério. Por fim, mas não por último, que permita a legítima regência da “mão invisível” de Adam Smith na formação dos preços do mercado.

Por quê Esperança para 2015? Simples, é um fato: 2014 já acabou sem sequer ter começado.

……….

[1] O Judaísmo e o Islamismo possuem Eras próprias, com escalas distintas de tempo. Para o Judaísmo está-se a viver no ano 5.773, contado a partir da data de nascimento de Adão. Para o Islamismo, no ano 1.435, contado a partir da fuga de Maomé, de Meca para Medina.

Salvação do colibri


Há uma bela poesia humana no ato garantir a vida de um filhote de ave silvestre. Até por que precisa haver muito sentimento humano e longa dedicação. O pequeno pássaro ficará dependente de seu salvador. Talvez para o resto de sua vida.

Recebi esse vídeo de um grande amigo, Homero Dias. Conhecemo-nos em 1964, cursando o científico no Liceu Franco-Brasileiro. Achei as imagens emocionantes por que conta uma pequena história de vida, tanto do frágil beija-flor, quanto do pré-adolescente que não conheço. Nunca nos vimos. De toda forma, rendo-lhe uma homenagem por sua atitude.

Espero que gostem de assistir a esse renascimento do humanismo. É a primeira vez que Sobre o Ambiente publica um vídeo nesse formato aberto.

A edição do vídeo ficou muito boa, com alegre música de fundo, própria para filhotes de pássaros e pré-adolescentes que não admitem destruir.

Clínica do ambiente


O termo Clínica sempre esteve associado à Medicina, representando o estabelecimento onde médicos de várias especialidades fazem e cobram consultas a seus pacientes. Pela essência da atividade que praticam, muitas vezes associada ao ato de salvar uma vida, parecia haver um acordo tácito que somente médicos podiam cobrar pelas consultas.

Porém, isto foi modificado faz algum tempo. Não há como precisar a data em que ocorreu a mudança, mas as consultas de hoje são extensivas a profissionais liberais de outras áreas. Engenheiros, por exemplo, são profissionais que devem cobrar pelas consultas. Até porque, projetam bem, calculam melhor, e garantem a existência de inúmeras vidas.

No dicionário Michaelis um dos significados de “consulta” generaliza o seguinte: “atendimento que médico, advogado ou técnico dá a clientes que os consultam”. Significa dizer que deve ser natural que qualquer profissional competente cobre por uma consulta que lhe é solicitada.

Inclusive, na prática atual do mercado, verifica-se que profissionais liberais, que são técnicos em áreas específicas, passaram a cobrar para aplicar sua experiência e conhecimentos nas soluções desejadas por clientes corporativos, sejam privados ou públicos.

Como está o mercado da consultoria

Tanto na consultoria de projetos de engenharia, quanto na de estudos ambientais, o mercado brasileiro encontra-se bastante enfraquecido. Projetos de engenharia vem sendo elaborados por empreiteiras, o que é um desastre para a inteligência do setor. Estudos ambientais, por sua vez, tornaram-se “reserva de mercado” para poucas empresas consultoras, com destaque para os estudos relativos aos maiores empreendimentos projetados (por empreiteiras).

Durante mais de uma década acompanha-se as circunvoluções negativas desse mercado. Em inúmeras conversas mantidas com sócios de empresas consultoras ouviu-se reclamações sobre atraso de pagamentos, falta de novos contratos e perda da perspectiva de um mercado efetivo, mais investidor.

Tendo em vista que a quantidade de profissionais atuantes é grande, atingindo a casa de centenas de milhares, com o estado alarmante a que chegou este mercado, há uma forte tendência de desemprego para técnicos com nível superior (especialistas e consultores).

Decerto, dada sua formação e longa experiência, somente em situações extremas aceitarão o emprego de balconista em lojas do varejo. Nada contra balconistas, mas tudo contra jogar no lixo os custos de uma boa formação e de experiências de trabalho que não têm preço!

Um novo e bom negócio

Mas, nem tudo está perdido no mercado ambiental. Visando a prosseguir atuando no mercado da consultoria, um bom time de profissionais iniciou a implantação da “CLIMA – Clínica do ambiente”, mas sem relação com a prática da Medicina, Psicologia e áreas afins.

Já definiu algumas linhas de ação e, por ora, debate sobre o melhor modelo de negócios a ser seguido. No entanto, já demarcou o que fazer, para quem fazer e quais instrumentos devem ser utilizados, ou seja, definiu sua missão corporativa.

Missão da CLIMA

Sua missão está formulada através de dois Alvos Estratégicos que visam a resultados práticos com eficiência e objetividade.

AE-01: “Criar e formalizar uma rede nacional de especialistas para atuar na CLIMA, bem como auxiliar às empresas consultoras cadastradas na conquista de novos contratos ambientais”.

Grande parte da rede de especialistas já possui extensas relações profissionais com membros fundadores da CLIMA. A rede tende a crescer com relativa facilidade, inclusive estimulando o cadastro de empresas consultoras. Afinal, é o processo de compartilhamento de negócios que está em pauta.

AE-02: “Atender prontamente e a baixo custo às demandas de ordem ambiental formuladas por um cliente perdido.

Dois aspectos desse alvo precisam ser esclarecidos: atender prontamente e cliente perdido.

Atender prontamente significa fornecer esclarecimentos a uma pessoa, que representa uma entidade pública ou privada, para que ela possa realizar de forma segura um projeto, cumprindo com os requerimentos técnicos ambientais estabelecidos no país. Esses esclarecimentos são oferecidos em um relatório objetivo, do qual conta o diagnóstico do problema ambiental a ser solucionado e uma receita de solução. Assim sendo, trata-se de uma consulta técnica.

Cliente perdido é todo indivíduo que possui o problema ambiental, mas não sabe a quem recorrer e como deve solucioná-lo. Sempre representa uma entidade pública ou privada. Assim, um profissional da CLIMA, oferece as ações que deverá realizar, as fórmulas alternativas de realização, bem como eventual necessidade de contratação de estudos ambientais, desde que com qualidade e a custos mais baixos.

Espaço ótimo para as futuras instalações da Clínica do Ambiente

Espaço ótimo para as futuras instalações da Clínica do Ambiente

Conclusões da CLIMA

Como é possível verificar por esta apresentação, está-se a iniciar um processo de trabalho inovador. Ele tenciona aproveitar a excelência dos profissionais que já atuam ou desejam atuar no mercado consultivo e compartilhar seus resultados ambientais e monetários.

Todos os participantes devem estar interessados em garantir o Desempenho Ambiental otimizado das corporações produtivas que operam no Brasil e a consequente Sustentabilidade de seu território.

Aguarda-se seu eventual  interesse em ser participante ativo da CLIMA Network.

O fim do ciclo de vida de uma empresa


Quais são as consequências de ordem ambiental

No Brasil ainda não sabemos de dispositivos legais ambientais federais que normalizem os procedimentos a serem realizados para o descomissionamento de empresas produtivas. Contudo, quando uma empresa, por motivos diferenciados, encerra o seu ciclo de vida, em que se transformarão suas estruturas físicas?

Talvez a resposta seja simples, embora com elevada complexidade logística: em milhões de toneladas de equipamentos e materiais inoperantes. O que fazer com estes equipamentos e materiais também é uma questão ambiental complexa.

Para reforçar essa imagem, imaginemos o ano de 2.107. Os poços de petróleo do Golfo do México (e talvez do resto do mundo) foram todos desativados; o petróleo acabou. Como serão descomissionadas as quase 4.000 plataformas hoje [1] instaladas no Golfo?

Plataformas ativas no Golfo do México

Plataformas ativas no Golfo do México

Em conversa com profissionais de diversas especialidades, acerca desse tema no Golfo, as respostas foram variadas:

  • Afunda todas;
    Dissolve-as em ácido sulfúrico, concentrado e quente;
    Corta cada uma para fabricar latinhas de refrigerante;
    Deixa todas as plataformas como estão ou reboca para um galpão em terra;
    Aguarda que os furacões realizem o trabalho, e assim por diante.

Não há dúvida que todas as repostas foram fórmulas particulares de descomissionamento. No entanto, nenhuma considerou os desgastes dos materiais e suas consequências sobre o ambiente marinho. Nenhuma considerou a desvalorização de uma área nobre como o Golfo do México, transformada em habitat para cardumes de plataformas enferrujadas e inoperantes.

Mas não precisamos ir tão longe. Basta visitarmos uma área que tenha sido de uso industrial e verificar que em suas estradas, ruas e travessas existem galpões abandonados, estruturas produtivas inoperantes e montanhas de escórias em que se transformam com o tempo. Talvez sejam minoria, mas existem e geram impactos ambientais adversos e significativos.

Enfim, o descomissionamento total ou parcial de empresas ou de atividades produtivas é um processo que precisa ser analisado, caso a caso. Afora as instalações nucleares e os equipamentos e estruturas para exploração de petróleo, localizados em ambiente marinho, ainda não temos conhecimento de normas ou diplomas legais, de âmbito federal, que regulem, em geral, o descomissionamento ambiental de empresas produtivas.

Entretanto, segundo advogados do setor ambiental, há diversas sanções que podem ser aplicadas em casos de descomissionamentos de organizações que sejam considerados inadequados ao ambiente. Mesmo sendo verdadeira esta afirmação – a sanção legal –, com perdas econômicas para a empresa, decerto ainda não é o melhor caminho para conter inúmeros efeitos ambientais adversos que podem ocorrer e que não têm preço.

Em empresas cujas atividades possuem riscos ambientais de pequena monta, o processo de descomissionamento tem sido a sua simples parada. Algo como ‘o último a sair apaga a luz’. Não há um processo efetivo e programado de descomissionamento.

Os resultados deste comportamento gerencial são inúmeros prédios fechados e improdutivos. São ruas, áreas industriais e até mesmo cidades que falecem economicamente, com várias perdas ambientais associadas [2]. Isto porque o coração desses territórios bate em sintonia com o ritmo econômico de suas principais empresas.

Há exemplos espalhados pelo mundo de povoados que nasceram e cresceram em função de suas atividades de mineração, sobretudo de ouro e pedras preciosas, e que, com o fim do garimpo, ou tornaram-se balneários turísticos, com menor renda e recursos, muitas delas com dificuldades de manutenção de áreas de seu patrimônio histórico, ou transformaram-se em povoados ou cidades fantasmas.

Muito embora o conceito formal do descomissionamento de atividades produtivas seja relativamente novo, no Brasil os processos de rupturas ambientais de parcelas de territórios, causadas pela ausência de descomissionamentos adequados, são seculares. Nos dias atuais há empresas no Brasil que realizam descomissionamentos de atividades e ativos, mas apenas com a visão econômica do processo, sem considerarem os impactos ambientais adversos decorrentes, a menos que estejam associados a sanções legais que impliquem expressivas perdas econômicas.

Assim sendo, oferecemos sugestões que, de certa forma, predefinem um comportamento gerencial espontâneo de empresas produtivas face ao eventual descomissionamento de suas atividades. Estamos considerando nessa sugestão um processo de descomissionamento total de uma organização.

Para organizar as informações para planificar processos de descomissionamento use um formulário em papel ou uma interface informatizada (recomendada), do tipo a seguir apresentado.

Informações para o descomissionamento

<Razão social da empresa ou nome através do qual é conhecida>.

Localização da empresa

<Endereço completo, endereço na internet e localização da planta, em mapa ou carta geográfica. Devem constar desenhos em perspectiva e fotos da empresa e de sua vizinhança, com notação gráfica e em escala adequada para sua visualização>.

Mercados

<Descreve e dimensiona os mercados a que atendia>.

Gestão ambiental

<Nome do gestor ambiental da empresa e informações completas para contato, envolvendo endereço, telefones e e-mail, bem como outros meios de comunicação via internet>.

Remanescentes do canteiro de obras

<Discrimina eventuais unidades construtivas remanescentes do canteiro de obras, indicando as que serão descomissionadas. Anexar planta baixa atualizada, de seus elementos remanescentes com fotos datadas e legendadas>.

Unidade produtiva

<Discrimina e descreve as unidades produtivas a serem descomissionadas. Devem constar tomadas fotográficas datadas e legendadas de cada unidade>.

Sistemas de melhoria do desempenho ambiental

<Discrimina e descreve os sistemas de melhoria do desempenho ambiental existentes na empresa, indicando o seu status de operação>.

Projetos de reabilitação ambiental

<Discrimina as áreas alteradas que não se encontram reabilitadas, sobretudo as relativas a áreas desmatadas, caminhos de serviços, áreas de desmontes, áreas com relevos alterados, margens de corpos d’água, interferências realizadas pelas obras e pela operação>.

Insumo produtivo

<Discrimina (i) a natureza dos insumos produtivos utilizados pela empresa; (ii) as quantidades estocadas de cada insumo; (iii) o consumo anual de energia na operação; (iv) as fontes públicas de energia utilizadas; (v) as fontes próprias de energia utilizadas; (vi) as perdas de energia; (vii) o consumo anual de água na operação; (viii) os fornecedores de água utilizados; (ix) as perdas de água>

Itens de escória e descarte

<Discrimina, dimensiona e localiza os itens de escórias e descartes estocados na empresa>.

Resíduo sólido

<Discrimina (i) o volume anual de resíduos sólidos industriais produzidos; (ii) o volume total anual de resíduos de escritório produzidos; (iii) a caracterização e composição dos resíduos sólidos gerados; (iv) o sistema implantado na empresa para coleta dos resíduos sólidos gerados; (iv) o volume de resíduos sólidos comercializáveis; (v) a destinação dos resíduos gerados, envolvendo localização, distância e meio de transporte utilizado>.

Impacto ambiental

<Discrimina e descreve (i) as alterações e os fenômenos ambientais ocorrentes; (ii) as medidas associadas para controlar seus impactos adversos; (iii) os resultados alcançados; (iv) o orçamento estimado para a gestão ambiental anual da empresa>.

Passivo ambiental

<Discrimina e descreve (i) os itens de passivo ambiental ocorrentes; (ii) as medidas associadas para controlá-los; (iii) os resultados alcançados; (iv) o orçamento estimado para a remediação do passivo ambiental da empresa>.

Esta não é a melhor fórmula de descomissionamento empresarial

Esta não é a melhor fórmula de descomissionamento empresarial

Com a caracterização de uma empresa para o caso de seu descomissionamento, efetuada através do expediente acima, verifica-se que sua alta administração possuirá, a qualquer momento, o orçamento estimado para a completa remediação de suas atividades, o que lhe permite, ao invés de lacrar a empresa, negociá-la com terceiros interessados.


[1] Nota do autor: texto redigido no ano de 2007.

[2] Perdas e impactos ambientais adversos: desvalorização imobiliária, uso e ocupação desordenada do solo, quedas na arrecadação tributária, desemprego, perda de condições de segurança, redução de serviços públicos essenciais, pilhagens, falta de manutenção das instalações existentes, enfim, uma série de eventos ambientais adversos sobressai nessas situações. Na sua maioria são eventos de ordem antropogênica, muito embora haja casos com eventos físicos e bióticos associados.

Sobretudo, para quem gosta do Ambiente


Útil a todos que seguem Sobre o Ambiente”.

A empresa que concede espaço personalizado para nosso blog, acaba de oferecer mais uma facilidade gratuita, tanto para os responsáveis pelo site mas, sobretudo, para quem gosta de debates sobre Ciências do Ambiente, Política, Análise Crítica, Literatura e Filosofia que, afinal, são as linhas mestras de conteúdo que têm conduzido este espaço, desde maio de 2012 até agora.

Para os seguidores do blog a facilidade é simples de ser encontrada, mas complexa para ser produzida, em especial considerando os milhares ou milhões de blogs que residem em computadores desta empresa e estão disponíveis para o mundo, 24 horas por dia.

Trata-se do seguinte

Ao clicar no título de qualquer postagem do blog, o leitor encontra ao final do texto três outras postagens, relacionadas ao mesmo tema. Como já temos 908 textos postados, esta facilidade permite aos mais interessados a leitura de todos os artigos de “Sobre o Ambiente”.

A novidade para ler melhor o blog

A novidade para ler melhor o blog

Como estamos envolvidos em mais dois novos projetos editorias acadêmicos sobre Sustentabilidade do Ambiente, em breve poderemos informar a todos acerca de seu conteúdo.

Como se deu a transformação desse ambiente?

Como se deu a transformação desse ambiente?

Ensaio sobre oportunidades


Surgiu uma oportunidade de negócio. O que faço com ela?

Uma boa ideia é sempre um livro difícil de ser redigido. Seus autores devem ter muito cuidado quando começarem a trata-la, de modo a transforma-la em um “bom projeto preliminar”.

─ Mas o que é um “projeto preliminar”?

Consiste em redigir a ideia de forma clara e concisa. Visa a consolidar a ideia dos próprios autores, bem como a permitir sua apresentação a potenciais interessados em viabilizá-la, sejam investidores ou não. No entanto, ainda sem especificar seus custos de investimento, processos necessários à sua realização e outros elementos retratem como executá-la. Isso é feito através de um Modelo de Negócio, completado com a Análise SWOT (Pontos Fortes e Fracos do projeto e Oportunidades e Ameaças ao projeto).

1. Modelo de Negócio

Trata-se do documento básico que deve conter dez elementos capazes de explicar as linhas iniciais da viabilidade técnica-econômica de qualquer ideia. Segue a estrutura e conteúdo deste documento:

  • Alvos do projeto

Denomina o projeto e apresenta quais as atividades produtivas a serem realizadas, bem como seus resultados esperados em termos de serviços/produtos.

  • Mercado potencial

Discrimina setores econômicos atendidos pelo projeto, bem como os prováveis maiores consumidores de seus serviços/produtos, arrolando as pessoas físicas e jurídicas que se destacam.

  • Competências estratégicas

Descreve as propostas de valorização já embutidas no projeto, que o destacam de ações similares. Ou seja, os fatores que potencializam seu sucesso, como exclusividade no mercado, redução de custos, inovação tecnológica, etc.

  • Canais de distribuição

Discrimina os meios e as formas de comunicação com que o projeto chegará e se manterá no mercado – website, e-mail marketing, associação de marcas famosas, etc.

  • Relação com clientes

Discrimina e descreve as formas pretendidas pelo projeto para o estabelecimento das relações com sua clientela – ouvidoria, auxílio pessoal, canais de voz, etc.

  • Linhas de receita

Discrimina e descreve os serviços/produtos previstos no projeto que gerarão receita e que serão comercializados em seu mercado potencial.

  • Recursos-chave

Discrimina os recursos necessários para elaborar o projeto final da ideia e implantá-lo. Tratam-se dos recursos humanos, técnicos e logísticos requeridos, sem dimensionar seus custos e despesas – equipe técnica, instrumentos de informática, oficina de trabalho, etc.

  • Parceiros-chave

Discriminar quais são as organizações que valorizarão o projeto, uma vez estabelecidas parcerias e convênios formalmente documentados. Devem ser considerados os alvos do projeto, seu mercado potencial e suas linhas de receita.

  • Atividades-chave

Discriminar por nível de prioridade e descrever as atividades principais a serem realizadas para garantir a sequência de vida do projeto. Não se trata de elaborar um cronograma, mas das ações e processos a serem realizados para a evolução do projeto. Considerar os parceiros-chave estabelecidos.

  • Estrutura de custos

Discriminar todos os itens de custo do projeto, em especial aqueles relativos aos canais de distribuição e aos recursos-chave – implantação e manutenção da oficina de trabalho, equipamentos, website, etc.

2. Análise SWOT

Análise SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats) significa, em português, a análise de Pontos Fortes e Fracos do projeto, bem como das Oportunidades que atende no mercado consumidor e das Ameaças que o mercado concorrente oferece ao projeto.

Modelo para Análise SWOT

Modelo para Análise SWOT

Para o cenário futuro interno do projeto a análise é feita com base em questões formuladas para identificar seus Pontos Forte e Fracos, envolvendo suas Variáveis Ambientais Críticas Internas:

  • Qual a capacidade e tempo de resposta previstos para o projeto atender às orientações e determinações legais vigentes?
  • Qual estrutura da gestão é prevista no projeto?
  • Quais são os padrões de desempenho autoimpostos previstos pelo projeto?
  • Quais são as tecnologias dedicadas à gestão previstas pelo projeto?

Já para o cenário externo ao projeto, a análise trabalha com as Variáveis Ambientais Críticas Externas, capazes de identificar as principais Oportunidades e Ameaças que afetam ao desempenho do projeto. As questões básicas a serem respondidas são:

  • Quais as expectativas das agências públicas, do mercado consumidor e da sociedade organizada quanto às propostas de projetos para o mesmo setor?
  • Quais projetos são considerados concorrentes do projeto e quais são suas respectivas posturas e desempenhos?
  • Quais são as tecnologias consagradas disponíveis no mercado brasileiro, capazes de beneficiar o desempenho comercial do projeto?
  • Quais organizações lideram o desempenho econômico-financeiro do setor do projeto no Brasil e quais são suas posições relativas em um ranking nacional?

3. Potenciais interessados

De posse do Modelo de Negócio e da Análise SWOT do projeto, seus autores vão selecionar ou consolidar os atores do mercado que serão contatados para viabilizar o projeto.

Há pelo menos três grupos que podem ter interesses distintos: (i) investidores, que financiarão o desenvolvimento do projeto; (ii) negociadores, que abrirão espaços institucionais para a realização e evolução do projeto (não confundir com “lobistas”); e (iii) consultores, que terão interesse em atuar no desenvolvimento do projeto e serão necessários – sobretudo, mentores e advogados.

Importante ressaltar que um mesmo ator poderá participar nos três níveis: investe, negocia e dá mentoria ou presta consultoria.

4. Apresentação do projeto

Chega-se à etapa final do tratamento de uma boa ideia: sua apresentação aos potenciais interessados. Toda a documentação que foi produzida deverá receber um tratamento de alta qualidade em termos de comunicação para os investidores potenciais selecionados. Estes serão os únicos que terão conhecimento completo do Modelo de Negócio e da Análise SWOT.

Negociadores e consultores terão apresentações específicas, próprias às suas necessidades de atuação.

Um hipocampo macho a parir


Para registrar esta maravilha!

As imagens que seguem no vídeo abaixo foram tomadas dentro de um aquário. Elas mostram um macho de cavalo marinho – Hippocampus kuda – dando à luz a cerca de 1800 filhotes.

Casal de Hippocampus kuda

Casal de Hippocampus kuda

Os técnicos e cientistas do Departamento de Aquariofilia de um laboratório nos EUA ficaram abismados com diversos aspectos intrigantes desse momento: as nítidas mudanças de comportamento do casal com a iminência do nascimento, a aceleração da respiração, o início e o aumento das contrações e o esforço de um macho a parir.

Veja aqui este belo registro.

O inesquecível Raul Seixas


Seja através da luta pela sobrevivência,
Seja pela eminência de mais descalabros políticos,
Temos que estar sempre atentos e responder à altura.Houve momentos ditatoriais do passado quando
Poetas de vários estados cantaram suas angústiasE temores em contralto.

Vejamos o Baiano Raul Seixas, interpretando “Sapato 36.

A ditadura estava em sua casa“, lacrando seus pés
A cada passo uma dor, em cada dor um silêncio maior.

Rauzito, falecido em 1989

Raulzito, falecido em 1989

Mas a resignação tem limites claros e a sociedade não silencia para sempre. Raul, ainda assim ironizava com “Cowboy fora da lei”.

Saudades do nosso “Maluco Beleza“,  que hoje já teria 72 anos de genialidade. Decerto faria mais músicas a narrar os 100 Anos de Solidão do Brasil“.

Enfim, saiu “A Arte da Sustentabilidade”!


E-book, em formato digital: técnico, fundamentado, útil para o aprendizado de metodologias ambientais, fácil de ser aplicado e com preço baixo no lançamento.

Precisei de três anos para redigir este livro. Desejava que fosse uma espécie de Romance para a Educação Técnica, acessível a universitários que desejam ingressar na Consultoria Ambiental.

No entanto, aos poucos fui verificando que o interesse nas questões do Ambiente cresce de maneira fantástica em todo o mundo. Assim, conclui que deveria ampliar os temas tratados no texto, sensibilizando uma boa gama de atores variados: professores e estudantes universitários; executivos de empresas; gestores de ambiente, segurança e saúde; consultores ambientais e de engenharia; especialistas ambientais; profissionais liberais de diversas áreas; e analistas ambientais de instituições públicas e estatais.

É percorrendo estradas sinuosas e íngremes que se criam sonhos

É percorrendo estradas sinuosas, áridas e íngremes que são encontrados os sonhos e as ideias – Estradas de los Caracoles, Chile.

Contudo, manteve-se com forte traço de Romance Técnico e um tanto autobiográfico. Despendi mais outros três anos a revisar o texto dos 18 capítulos – eram mais de 700 páginas A4. Em suma, dispus-me a ficar focado por longos 6 anos na Arte da Sustentabilidade.

Durante as revisões descobri alguns enganos de lógica e acredito havê-los corrigido. Entretanto, decerto escaparam erros de digitação nas 223.184 palavras contidas no texto. Embora isto não afete seu entendimento e a aplicação das 24 metodologias nele constantes, agradeço desde já aos leitores que nos enviarem as páginas onde encontrarem enganos.

Para os interessados em conhecer mais detalhes e até mesmo adquirirem um exemplar deste e-book, visitem o site www.rupta.wordpress.com e conheçam os detalhes. Para tranquilidade de todos, sua aquisição on line é totalmente segura.

Agradeço aos amigos que compartilharem esta notícia em suas redes sociais. Em tempo, votem nas “estrelinhas” da notícia.

Ricardo Kohn, Consultor em Gestão.

Visão do Ambiente, mudança de paradigma


Fomos convidados para fazer uma palestra na IIa Semana da Integração: Ensino, Pesquisa e Extensão, a ser realizada na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM, Campus de Diamantina, Minas Gerais.

Assim, estaremos presentes na UFVJM nos dias 6 e 7 de junho próximo para participar deste evento, o que muito nos honra, dada a excelência de seus alunos e professores, bem como sua capacidade na formação da opinião acadêmica no Brasil.

Escolhemos um tema um tanto desafiador e iniciamos a redigir o texto básico da palestra. Segue seu primeiro draft, certamente ainda incompleto. Gostaríamos de obter opiniões e ideias para melhorá-lo.

1. Introdução

Há cerca de cinco décadas que a forma de sentir a relevância do Ambiente (Environment) na vida humana vem sendo reformulada em vários países ocidentais. Antes disso o Ambiente era tido apenas como o substrato amorfo sobre o qual o Homem construía cidades, indústrias e infraestrutura, utilizando seus próprios recursos ambientais, que são finitos: água, solos, minerais, madeira e espaços territoriais, dentre outros.

Favela

Foi a partir da década de 1950 que teve início uma pequena mudança nesta forma de visão e abordagem “destrutiva”. Mudança esta que ainda tem muito a acrescentar, pelo menos até 2050, para que, enfim, talvez seja consolidada uma Ciência do Ambiente, capaz de explicar e documentar sua dinâmica aleatória e por vezes pouco previsível. Capaz de demonstrar como devemos tratar todos os espaços, sejam primitivos ou já alterados.

Esta palestra tem por finalidade sugerir o uso intensivo das ciências disponíveis que buscam explicar o Ambiente, com seus Espaços, Segmentos e Fatores Ambientais Básicos componentes: o Ar, o Solo, a Água (Fatores físicos); a Flora, a Fauna (Fatores bióticos); e o Homem (Fator antropogênico), seguindo sua provável ordem de ocorrência no ambiente planetário.

Visa a estimular a atuação ostensiva de especialistas e acadêmicos em estudos ambientais, de tal forma que demonstrem o que é realmente “Ambiente” e propiciem comportamentos do Homem mais aderentes à Natureza, mais como um de seus fatores constituintes, e menos como seu consumidor descontrolado. De outra forma, que percebam que fazem parte do grupo de fatores ambientais que conformam todos os ecossistemas da Terra. Que ao impactá-los de maneira adversa, receberão de volta, com certeza, Retroimpactos, com pelo menos a mesma intensidade.

Assim, aos que trabalham apenas segundo os preceitos legais vigentes, que são relevantes instrumentos ordenadores, lembrem-se que estes não constituem ferramentas técnicas e científicas, tal como várias metodologias e modelos ambientais disponíveis no país. A legislação ambiental brasileira, por sinal, necessita sofrer um amplo processo de revisão e consolidação, que a torne mais clara e objetiva, que espelhe melhor os conceitos e processos científicos. A legislação vigente é controversa, nos parece confusa e em muitos casos arbitrária e inadequada. Mas, não somos advogados para propor soluções específicas nos casos que consideramos paradoxais. Porém, podemos apontar alguns deles.

2. Estudos ambientais no Brasil

O mercado de estudos ambientais brasileiro nasceu formalmente em 23 de janeiro de 1986, com a emissão da Resolução No 01/86, pelo Conama – Conselho Nacional do Meio Ambiente, ao fim da gestão do Professor Dr. Paulo Nogueira-Neto, na Secretaria Especial do Meio Ambiente – SEMA, órgão de assessoria do Executivo Federal, em parte das décadas de 1970 e 1980.

Os primeiros serviços ambientais a se tornarem obrigatórios no Brasil foram os Estudos de Impacto Ambiental (EIA), que passaram a demandar o concurso de profissionais provindos de diferenciadas áreas do conhecimento, tais como:

  • Para segmentos do espaço físico: climatologia, hidrologia, hidrografia, geomorfologia, geologia, geotecnia, espeleologia, hidrogeologia, pedologia e qualidade físico-química da água.
  • Para segmentos do espaço biótico: limnologia, engenharia florestal, botânica, mastofauna, avifauna, primatofauna, ictiofauna, herpetofauna, aracnofauna, entomofauna, malacofauna e anurofauna, dentre outras.
  • Para segmentos do espaço antropogênico: demografia, economia, organização social, antropologia, arqueologia, infraestrutura, segurança e serviços sociais básicos, por exemplo.

Dessa forma, algumas profissões, que até então possuíam um mercado de atuação às vezes restrito, encontraram portas abertas para ingressarem no setor ambiental, através de contribuições específicas, tentando seguir o mesmo caminho trilhado pela Engenharia de Projetos, que foi sendo amadurecida no Brasil desde o início do século 20.

2.1. Estudos correntes

Após 27 anos de existência formal, o mercado de consultoria ambiental, representado pelas dezenas de milhares profissionais que nele atuam, dispõe de poucas ferramentas para a gestão ambiental de empresas e da sustentabilidade do ambiente de territórios. Basicamente, têm-se as seguintes principais ferramentas:

  • Estudos de Impacto Ambiental, Relatórios de Impacto Ambiental e realização de Audiências Públicas, que se destinam ao processo de licenciamento ambiental de projetos de empreendimentos. Especificamente, à obtenção da Licença Prévia (LP) do projeto, que não dá direito a fazer qualquer obra, mas apenas novos estudos ambientais complementares.
  • Auditorias Ambientais, que no Brasil não são realizadas por decisões voluntárias das empresas, mas obrigatórias em períodos anuais. De acordo com a norma vigente em alguns estados, muito embora ela defina o escopo da auditoria (sua abrangência), não estabelece seu critério, ou seja, contra que leis, melhores práticas ou planos ambientais a auditoria será efetuada.
  • Implantação de “Medidas Mitigadoras”, que também se referem ao processo de licenciamento, destinadas a manter as obras em andamento, de acordo com a Licença de Instalação (LI) outorgada pela agência ambiental pública. Nota-se que a expressão “Medidas Mitigadoras” somente se refere a impactos ambientais adversos (negativos). Preferimos trata-las por Programas ou Projetos Ambientais, que também visam a diversificar ou potencializar impactos ambientais benéficos (positivos).
  • Implantação de “Medidas Compensatórias”, que se referem a contrapartidas em favor da área afetada por um empreendimento, durante suas obras e sua operação. Na verdade, em tese, a pretensão da norma que as determina é a de “melhorar o Ambiente onde ele se encontre substancialmente degradado”.
  • Levantamento de Passivos Ambientais, que embora sejam solicitados por agências ambientais públicas e em caso de aquisição ou fusão de empresas, ainda não possui técnicas institucionalizadas. Cada equipe de consultores realiza esses levantamentos da forma que considerar mais adequada. Há empresas de consultoria ambiental que os realizam de forma mais eficaz e o chamam de “Levantamento e Gestão do Passivo Ambiental”. Apresentam soluções para os itens de passivo identificados e técnicas específicas de como gerir suas implantações e avaliar seus resultados.

Devemos ressaltar nosso entendimento de como são utilizadas essas parcas ferramentas. Na maior parte dos estados brasileiros, senão em sua totalidade, servem mais como ameaças judiciais a investidores, consultores e órgãos públicos ambientais. Até agora os atores envolvidos nesses exercícios de poder ainda não perceberam que esses processos precisam ser meios do desenvolvimento científico e da formação de profissionais na Ciência do Ambiente (Enviromental Science) e não instrumentos de punição.

2.2. Estudos essenciais

Por outro lado, há um grande número de processos ambientais que o mercado de consultoria desenvolveu, utiliza e pratica há quase três décadas, embora não hajam sido legalmente formalizados no Brasil. São metodologias ou modelos estruturados que proporcionam maior fidedignidade aos estudos ambientais, congruentes com a aplicação das diversas ciências utilizadas pelo setor da inteligência ambiental.

Normalmente, os responsáveis pelo desenvolvimento dessas metodologias ambientais são consultores especialistas com maior experiência na realização de estudos. Contaram com a colaboração de consultores mais jovens e de acadêmicos em diversas áreas, interessados em participar do desenvolvimento técnico e científico do setor ambiental brasileiro. Parte da nossa contribuição está listada a seguir. Desenvolvemos e testamos várias vezes, em casos reais, as seguintes metodologias de trabalho, dentre outras:

  • Estudos da Transformação Ambiental – ETA;
  • Caracterização Ambiental de Empreendimentos – CAE;
  • Programação e Gestão de Atividades de Campo – PGAC;
  • Diagnósticos Ambientais Temáticos e Consolidados – DATC;
  • Elaboração de Matriz de Impactos Ambientais – MIA;
  • Prognósticos Ambientais Temáticos e Consolidados – PATC;
  • Formulação de Cenários Ambientais Futuros – CENAF;
  • Elaboração da Avaliação de Impactos Ambientais – AIA, com foco quantitativo;
  • Elaboração e Gestão de Plano Corporativo Ambiental – PCA;
  • Auditoria de Plano Corporativo Ambiental – APCA;
  • Elaboração de Plano Executivo para Gestão Ambiental de Obras – PEXA;
  • Estudos Preliminares de Viabilidade Ambiental – EPVA;
  • Elaboração e Gestão de Projetos Ambientais – GPA;
  • Elaboração de Plano para Gestão da Sustentabilidade Municipal – PGSM
  • Análise e Gestão de Riscos e Impactos Ambientais – AGRIA.

Para institucionalizar a Função de Desempenho Ambiental em organizações produtivas têm-se alguns processos ambientais já consagrados:

  • Elaboração de Códigos de Conduta Ambiental – CCA;
  • Montagem e Operação de Ouvidorias Ambientais – MOA;
  • Organização de Comitês de Gestão Ambiental e da Sustentabilidade – CGAS;
  • Elaboração e Gestão de Procedimentos Ambientais – EGPA;
  • Gestão de Licenças Ambientais – GLA;
  • Elaboração de Termos de Referência – ETR.

Merece ser salientado que os modelos desses estudos e práticas, dentre muitos outros, são essenciais para municiar futuros especialistas em suas atividades de trabalho, seja na consultoria ou na Universidade. Possuem conformidade com a legislação vigente no Brasil, mas vão além dela, visando a atender às necessidades de Gestores Ambientais que atuam em empresas privadas e públicas.

3. O início da mudança de paradigma

Excetuando a Matemática, todas as demais Ciências criadas pelo Homem são democráticas por questão de coerência acadêmica. Há cerca de 10 anos soubemos do caso de um antigo cientista que se sentiu obrigado a rever tudo o que havia publicado durante 60 anos de Academia. Motivo: assistira à defesa de uma tese de doutorado, feita por um jovem doutorando, que contradizia algumas de suas posições básicas sobre a mesma matéria. Isso foi uma bela demonstração de quebra e mudança de paradigma, por força da maturidade e dos princípios do Professor mais idoso, além da competência do jovem Ph.D.

As ciências que buscam entender e explicar o comportamento dos ecossistemas precisam ser mais abertas, caso contrário, não serão beneficiadas por novas contribuições. Assim se dá sua evolução. Nesta palestra buscamos sumarizar apenas uma dentre inumeráveis contribuições que outros estudiosos já fizeram ou estão a desenvolver neste momento. Estamos tentando mudar o foco do paradigma criado por juristas e legisladores, que cultuam o Direito como se fora uma ciência isolada e superior às demais.

O Direito, por princípio e em tese, é um conjunto de artefatos ordenadores da conduta humana em sociedade, conforme textos de antigos filósofos e pensadores, como Thomas Robbes, John Locke e Jean-Jacques Rousseau. Direito não é uma Ciência em si, embora não deva prescindir delas para possuir uma visão lógica e mais argumentada em sua aplicação.

Contudo, depende do nível ético e moral de seus protagonistas, coisa que qualquer Ciência que se preze não deve prescindir, pois seus principais atores não esquecem dos princípios universais da moral e da ética acadêmicas, atributos essenciais aos trabalhos de um bom cientista.

4. Conclusões

  • “Pesquisa, Ensino e Extensão” são indissociáveis, dado que são entidades que vivem em processo de simbiose. Por força das relações que mantém entre si, geram “filhotes multiplicadores”, que retroalimentam os ciclos da Pesquisa, enriquecendo-a com a aplicação de seus resultados efetivos.

Na área ambiental, os principais produtos multiplicadores são as ciências aplicadas em estudos ambientais, que são diversas, e o mercado potencial para esses estudos, que depende diretamente de investimentos privados e públicos, demandados pelas necessidades explícitas dos cidadãos.

Dessa forma, em nossa opinião, fica nítida a importância da criação de diplomas legais que atendam à variedade de estudos e serviços hoje inexistentes, embora sejam demandados pela garantia da qualidade e estabilidade dos ecossistemas de que o Homem depende: todos os ecossistemas do planeta.

Em outras palavras, entendemos que é hora da Academia, Grupos de Especialistas, Juristas e Legisladores darem-se as mãos para criar normas e leis que propiciem o ordenamento da conduta humana perante o Ambiente.

  • No entanto, deixando bem claro que concordamos com o ordenamento da conduta humana através de diplomas legais, o Direito precisa possuir laços fundamentais de correlação direta com as formulações científicas das áreas que pretende tratar.

No direito ambiental assistimos ao enorme complexo de culpa de nossos legisladores e juristas: chamam Ambiente de “Meio Ambiente”, dado que a outra metade já foi destruída, aliás, por vezes com base na própria legislação brasileira.

Analisem, por exemplo, a nova versão do Código Florestal Brasileiro e verão graves ameaças ambientais sobre os biomas ocorrentes no território brasileiro, em função de seu texto legal.

  • Infelizmente, além da carência e precariedade do formato das ferramentas de trabalho disponíveis no país, temos assistido à temível judicialização dos estudos ambientais. Promotores Públicos e Juízes, com base em “preconceitos legais”, alguns no mínimo cientificamente duvidosos, interrompem obras licenciadas, cassam licenças emitidas e ameaçam os protagonistas dos estudos brandindo os termos da Lei de Crimes Ambientais, de 1998.

Um bom exemplo de “preconceito legal” encontra-se em seu Artigo 69-A, inserido na lei original oito anos após sua promulgação, em 2006: “Elaborar ou apresentar, no licenciamento, (…), estudo, laudo, relatório ambiental total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por omissão. Pena: Reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa”.

Finalizando este artigo, perguntamos aos leitores:

— O que pode significar para um jurista público um “relatório ambiental total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por omissão”?!

— Como um jurista, sem formação acadêmica em qualquer Ciência que trate do Ambiente, descobre e afirma que o conteúdo de um relatório ambiental é “falso ou enganoso”?!

— Como este mesmo personagem pode julgar, condenar e apenar especialistas experientes na área ambiental, acusando-os de “omissos”?!

O texto desse artigo 69-A é negligente, insidioso e intervencionista. A própria Ciência ainda não pode afirmar com certeza o que é falso ou verdadeiro no Ambiente. Ao tratar do Ambiente, a Ciência se engana várias vezes, pelo menos a cada vez que uma nova teoria é confirmada. E, por fim, a Ciência sempre poderá omitir fatos e processos, apenas por desconhecê-los até o momento em que assina um relatório final de estudos ambientais.

Projeto Aves-do-Paraíso


O Laboratório de Ornitologia da Universidade de Cornell e a National Geographic estão oferecendo ao público interessado os primeiros resultados do Projeto Aves-do-paraíso, com um livro de mesa publicado 23 de outubro de 2012, bem como a bela exposição no National Geographic Museum e um documentário sobre estas Aves.

Uma das inúmeras espécies das Aves-do-Paraíso

Uma das inúmeras espécies de Ave-do-Paraíso

Para obter a primeira visão dos resultados deste projeto veja o vídeo abaixo, que demonstra a evolução dos trabalhos realizados sobre uma das extraordinárias maravilhas da natureza, somente encontrada no interior das florestas tropicais da Nova Guiné.

Veja no vídeo da Universidade de Cornell os rituais de acasalamento, as incríveis danças de demonstração e os piados sonoros que as diferencia de todas demais aves do planeta. São imagens simplesmente indescritíveis.

Etna segue a intensificar erupções


Etna segue a intensificar erupções!

Dia 12 de março passado, no meio da madrugada, o Etna entrou em erupção de forma mais extravagante. Ele se localiza na parte oriental da Sicília (na ponta da botina da Itália), entre as províncias de Messina e Catania, em região bastante povoada. Embora não haja feito vítimas até então, constitui uma ameaça constante para os que moram no entorno de sua base, com área de cerca de 1.200 km2.

Lava do Etna desce montanha abaixo

Lava do Etna desce montanha abaixo

Ao noticiarem o evento ambiental do Etna alguns jornalistas, com pouca bagagem ética, afirmaram que a “cusparada de lava” do vulcão atingiu a mais de mil metros de altura, ou seja, quase um terço da altitude do Etna (3.330 metros).  Falso, o Etna é um vulcão de menor pressão com vulcanismo permanente. A imagem abaixo mostra uma de suas extravagâncias, mas que não alcança um quilômetro de altura na coluna de lava.

Vulcão Etna em plena erupção

Vulcão Etna em plena erupção

O mais grave nesses eventos são as nuvens de gases e cinzas expelidas, que cobrem grandes espaços na atmosfera e interrompem as operações de aeroportos. No caso do Etna a informação é que fechou um aeródromo na Sicília.

Por outro lado, lavas e cinzas constituem potentes elementos de enriquecimento do solo, beneficiando suas condições para a agricultura em geral e a produção de vinhedos.

Sem investimento não há consultoria ambiental


“A boa consultoria mantém a inteligência dos ecossistemas”.

Em meados do século passado era comum que estudantes universitários venerassem os profissionais que fossem tratados por “Consultor em Engenharia”. Estava subentendido que se tratava de um personagem dotado de conhecimentos superiores e surpreendentes, um Mago da profissão. E era verdade. Existiam lotes de magos que exalavam engenhosidade e soluções para os mais variados problemas. Os melhores estudantes buscavam aproximação com eles, trabalhavam quase de graça, e regozijavam-se quando felicitados pelo Consultor que os recebera em seu escritório.

As profissões da consultoria em projetos que mais se destacaram no mercado de trabalho daquela época foram as de Engenharia Civil, Engenharia Sanitária e Engenharia Arquitetônica, pois assim eram titulados os arquitetos de então. De certa forma isso era previsível. As cidades do sul e sudeste que mais cresciam demandavam projetos de construção civil, de saneamento básico e de soluções urbanísticas inteligentes. As demais engenharias, com destaque para a Elétrica, a Hidráulica e a Mecânica, complementavam essa tríade. Claro que outros cursos de engenharia eram oferecidos em Universidades, como Agronomia, Engenharia Florestal e Engenharia de Minas, por exemplo. No entanto, não eram do interesse dos grandes centros urbanos.

Fruto de um bom projeto de engenharia, com estudo ambiental inteligente.

Fruto de um bom projeto de engenharia, com estudo ambiental inteligente

Hoje se tem escolas de engenharia em quantidade no país, fruto dos investimentos públicos que tiveram início da década de 1960, com os projetos de Brasília e políticas de Estado para setores tidos como estratégicos, tais como extração mineral, agricultura, energia e petróleo. Outro fator que estimulou a criação de escolas de engenharia foi a demanda crescente de pré-universitários. Mesmo assim, desde os anos 1960 até os dias de hoje, há poucas vagas em escolas de qualidade para o grande número de candidatos. Nem todos os que almejam a profissão de engenheiros projetistas, e quiçá de Consultores em Engenharia, podem ser atendidos por cursos universitários, sobretudo pelos que possuem qualidade de fato.

Na década de 1980 (1986), com o país à beira da falência econômica, a partir de um ato civil ao fim das ditaduras militares, foi criado um grande mercado de consultoria de estudos e projetos: o mercado da Consultoria Ambiental. Inúmeros profissionais que não atuavam em consultoria perceberam esse novo espaço de trabalho. No entanto, as grandes empresas consultoras de engenharia dominaram in totum esse espaço por quase uma década, trabalhando com ênfase em investimentos públicos no setor de hidroenergia. Todavia, com a promulgação da Constituição de 1988, a alíquota do imposto de renda das empresas de energia elétrica foi elevada de 6% para 40%. Poucas foram as grandes empresas consultoras que permaneceram atuando no setor de consultoria ambiental.

Foi então que profissionais de empresas de consultoria que “fecharam as portas” por diversos motivos (hiperinflação, crise cambial dos anos 80, abrupta queda na pauta de serviços, etc), criaram pequenas empresas dedicadas ao setor ambiental. Eles descobriram novos mercados com projetos para estudos ambientais. Destacaram-se os setores da irrigação, transporte rodoviário, saneamento básico e gestão de resíduos sólidos.

Deve ser ressaltado o comportamento do setor de treinamento em estudos ambientais. Respondendo a uma grande demanda de profissionais das mais diversas formações, que tinham interesse em atuar no setor de consultoria ambiental, tornou-se um sucesso de vendas indiretas de estudos ambientais.

Instituições de Ensino Superior ofereciam cursos em diversos níveis e não possuíam professores capacitados para determinadas cadeiras. Da mesma forma, entidades e empresas de treinamento intensivo lançavam cursos por todo o Brasil. Os poucos consultores que dominavam metodologias, modelos e técnicas ambientais aceitaram inúmeros convites, viajando por todo o país várias vezes por ano. Talvez, para voltarem a ser chamados honrosamente de Professor, pois a remuneração era baixa.

A partir de outubro de 1992, com o louvado impeachment do vagabundo Collor de Melo e de seu criminoso plano econômico, tiveram início no governo Itamar Franco os estudos governamentais que dariam origem ao Plano Real. Já em fins de 1993 foi possível reviver como era mais saudável viver num país sem inflação. E as pequenas consultoras ambientais tornaram-se quase grandes.

A partir de 1999 novos mercados para estudos ambientais entraram em cena, com destaque para os setores de energia e petróleo. Isso ocorreu graças à entrada de investimentos estrangeiros privados na economia produtiva brasileira.

Entretanto, a alegria de novos projetos durou muito pouco. A partir de 2003 a maioria das consultoras ambientais voltou a sobreviver em um mercado com baixo nível de investimentos públicos e privados. No ano de 2012, mesmo as consultoras mais notórias na comercialização honesta de serviços ambientais, tiveram seus faturamentos reduzidos pela metade. Assim, o que esperar de 2013 e 2014, é a questão.

Sem investimentos a inteligência da engenharia e da “ambientologia” são silenciadas. Se não houver projetos não haverá estudos. Em suma, sem projetos de engenharia de qualidade, sem estudos ambientais inteligentes, fazer qualquer obra pública é crime de lesa pátria!

Os extremos da lógica


A Lógica é o fundamento do que é chamado pelo homem de Civilidade e que deu origem à Humanidade civilizada. Em nossa opinião nasceu na Idade da Pedra quando dois ou mais indivíduos tentavam comunicarem-se. Assim, naquela instância, criaram os meios necessários, baseados no que hoje chamamos Lógica.

A base da Lógica

A base da lógica

No passado longínquo, a Lógica foi essência da Matemática, que cunhou a Filosofia, da qual derivaram todas as ciências de que hoje dispomos no Ocidente. Contudo, vamos além. Acreditamos que todos os seres vivos do planeta possuem pelo menos uma categoria lógica, tanto individual, quanto grupal.

Por exemplo, quando um grupo de hienas esfomeadas ataca a carniça e seu predador, sua lógica é fisiológica e primária: manterem-se vivas por mais um período de tempo desconhecido, saciando sua necessidade imediata. E, por mais singelo e delicado que possa parecer um cardume de peixes-palhaço, ao se alimentarem em bancos de corais, a lógica é a mesma: devoradora e primitiva.

Outro fato. Em 1988, durante o governo Sarney, tivemos a oportunidade de assistir à Lógica da Flora Amazônica. Visitamos várias vezes uma fazenda no Acre que, com financiamento do Banco do Brasil, teve a “notável iniciativa de desmatar a floresta equatorial primitiva” para cultivar milhares de hectares de cana-de-açúcar e produzir álcool combustível. Assistimos a tratores pesados, arrastando “correntões” para derrubar a floresta com milhares de anos, dando lugar à monocultura de açúcar. À distância, os ruídos dos troncos das árvores centenárias sendo retorcidos, pareciam gemidos de dor. Porém, a lógica da vegetação amazônica foi rápida. Sementes de inúmeras espécies da flora, antes hibernadas há tempos , brotaram e revestiram a mata primitiva com uma espécie de muralha verde entrelaçada, capaz de enfrentar todas as máquinas, inclusive danificando-as. A fazenda de corruptos faliu e os acionistas do banco decerto não gostaram.

Segundo pensadores considerados “utopistas”, o exercício da lógica é bem mais complexo no espaço dos seres humanos. Concordamos com esta ótica, mas acrescentamos que é real apenas em tese e somente na visão dos seres mais educados.

Na prática dos ignorantes majoritários, a lógica do século XXI permanece baseada em saciar a insaciável fome, pessoal e privada, pelo capital público. Por sinal, “direito adquirido” de poucos predadores, deuses e soberanos, que se auto definem como históricos.

Do ponto de vista da lógica política, este estranho sistema lógico tornou-se ditatorial na maioria de seus processos e, em consequência, fraco em resultados sociais e econômicos. Um sistema intervencionista que maltrata e afugenta o capital dos investidores. No extremo oposto da Lógica Verdadeira encontra-se a Anti-Lógica Vulgar, mesquinha e danosa, alimentada por argumentos mentirosos e pela desfaçatez.

A Lógica da Filosofia não admite intervenções, ao contrário, fundamenta-se no poder das argumentações entres seres inteligentes e educados, entre pensadores que negociam consensos.

Web, a Grande Rede Mundial


Web brasileira…

Este artigo visa a propor alguma luz sobre a necessidade mundial do uso da Internet e o que os deputados federais estão em via de realizar com o dito Marco Regulatório para a operação no Brasil da Grande Rede Mundial de computadores: a WWW – World Wide Web.

A organizada Câmara dos Deputados

Porém, antes vamos fazer uma introdução básica sobre redes, Internet e Web, mostrando como evoluíram, como se complementam e quem são seus gestores. São assuntos que todos os usuários da Internet devem conhecer, ainda que superficialmente, como nós.

1. As redes de computadores

Na década de 1960, em plena Guerra Fria entre União Soviética e Estados Unidos, qualquer inovação tecnológica poderia contribuir nessa disputa. As duas potências compreendiam a eficácia e necessidade absoluta de meios de comunicação eficazes. Nessa perspectiva, o governo dos Estados Unidos temia um ataque soviético a bases militares. Tal evento poderia trazer a público informações sigilosas, tornando os EUA um tanto vulneráveis. Assim, foi idealizado um modelo de troca e compartilhamento de informações que permitisse a descentralização das mesmas. Por exemplo, caso o Pentágono fosse atingido por bombas, as informações lá armazenadas não estariam perdidas. Era preciso, portanto, criar uma rede controlada de informações que pudessem ser compartilhadas à distância e duplicadas. A Agência de Pesquisa Avançada de Projetos criou então a ARPANET.

Já na década de 1970, a tensão entre URSS e EUA diminuíra. As duas potências entraram em um estágio de relações que foi chamado de “coexistência pacífica”. Não havendo mais a iminência de um ataque, o governo dos EUA solicitou a pesquisadores de universidades que desenvolvessem estudos para que pudessem utilizar a ARPANET, o que foi feito. Com isso, a nova rede começou a ter dificuldades em administrar a todos os seus usuários, devido ao crescente número de universidades que passaram a utilizá-la.

Então, a rede foi dividida em dois grupos, a MILNET, usufruída pelas forças armadas, e a nova ARPANET, que servia às unidades educacionais. O desenvolvimento da rede, nesse ambiente mais livre, pôde então acontecer. Não somente pesquisadores, como também os alunos e amigos, tiveram acesso a estudos realizados e somaram esforços para aperfeiçoá-los.

Internet foi o nome do conceito adotado para referir-se genericamente a “redes interligadas de computadores”. Antes dela todas as redes eram físicas e locais, chamadas mais tarde de “redes locais de intranet” ou simplesmente “rede intranet”.

Jovens da contracultura, engajados ou não na utopia de difusão da informação, contribuíram decisivamente para a formação da Internet como hoje é conhecida. A tal ponto que o sociólogo espanhol e estudioso da rede, Manuel Castells, afirmou no livro ‘A Galáxia da Internet’, de 2003, que “a Internet é, acima de tudo, uma criação cultural”.

2. A World Wide Web

A World Wide Web é um meio de comunicação global no qual usuários podem ler e escrever através de computadores conectados à Internet. O termo Web é usado erroneamente como sinônimo da própria Internet. Na verdade, a Web é um serviço que utiliza e melhora a capacidade de operação da Internet. A história da Internet antecede bastante a da Web.

A Web começou a operar como um serviço público e global em 1991, a partir dos trabalhos em tecnologia da informação, iniciados em 1980, pelo físico inglês Timothy John Berners-Lee e vários colaboradores. O primeiro website que Tim Berners-Lee montou foi o do CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear). Estava online em 6 de agosto de 1991, mas apenas com páginas de texto. O site oferecia explicações sobre o que era a World Wide Web; como poderia ser criado um aplicativo para navegar nela; como montar, instalar e configurar um servidor web, e assim por diante. Uma verdadeira revolução para a convergência e sinergia da inteligência mundial estava a nascer.

Tim Berners-Lee, em 2005

Foi através do uso da tecnologia da informação, de hipertexto e de transmissão de dados, integradas para criar a Web, que a Internet tornou-se a rede mundial de computadores, disponível a qualquer cidadão do planeta.

2.1. Uso e crescimento da Internet

Em apenas 21 anos de existência tem-se hoje no mundo mais de dois bilhões de usuários da Internet, via Web. E esse número continua a crescer de forma expressiva, por vários motivos distintos. Destacam-se os seguintes:

  • A crescente necessidade de comunicação entre pessoas num mundo globalizado;
  • A velocidade das trocas de informação entre pessoas e organizações;
  • Ser a maior indutora da evolução das tecnologias da informação. É a locomotiva, ao estilo do trem-bala, que carrega em vagões inúmeras inovações e novas tecnologias;
  • Possuir uma impressionante cadeia própria de negócios e oferecer suporte a todas as cadeias produtivas do planeta;
  • Permitir seu uso comercial, que propicia iniciativas produtivas e de serviços a todos os setores da economia mundial;
  • Possuir liberdade de expressão, que está na raiz da consciência do ser humano; e
  • Continuar a ser permanentemente imprevisível.

3. Gestão da Internet

“A Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (ICANN) é uma organização sem fins lucrativos que está no topo da pirâmide da gestão da internet mundial. Para ter-se uma ideia de seu poder, uma de suas atribuições é simplesmente administrar os root-servers (servidores-raiz) que formam a base do Sistema de Nome de Domínio (DNS), responsável pelo funcionamento da Internet. Os órgãos vinculados a ICANN também são responsáveis por administrar a alocação de endereços de “Protocolo Internet” (Endereço IP), bem como a padronização dos protocolos que permitem o acesso aos serviços da rede mundial”. Fonte: Serpro.

“A ICANN opera por delegação do governo dos Estados Unidos. Em tese, o Departamento de Comércio Americano pode mudar qualquer uma das regras de operação da rede a partir dos servidores-raiz, localizados em sua maioria neste país”. Para termos uma ideia, “dos 13 hoje existentes, 10 estão localizados nos Estados Unidos. Os outros três estão na Inglaterra, Suécia e Japão”. Fonte: Serpro.

Porém, cada país possui o seu Comitê Gestor Nacional, o qual opera em conformidade com as regras estabelecidas pela ICANN. No Brasil o Comitê Gestor da Internet (CGI.br) é o responsável pelo registro dos nomes de domínios brasileiros (Registro.br) e pela alocação dos endereços IP nacionais, os quais não importam para os usuários normais.

3.1. Fundamentos da gestão

A Internet tem comando, mas não possui sócios. É uma sociedade espontânea que não tem ações em bolsas de valores. Portanto, não pode ser adquirida por investidores ou governos. Foi livre de falcatruas econômicas em sua origem, quando tinha apenas finalidades militares e acadêmicas. Contudo, hoje nela trafegam, de forma direta e indireta, muitos trilhões de dólares por ano. Isso deve causar pelo menos curiosidade e “interesses difusos”.

Observa-se que “governos” de países que instalaram sistemas políticos e econômicos totalitários, como Coréia do Norte, Venezuela e Cuba, dentre outros, tentam filtrar ou até mesmo apagar a Internet em seus territórios. Seus cidadãos são ameaçados e às vezes presos se tentarem denegri-los perante o resto do mundo e se abrirem a boca acerca do que sofrem com o sistema que lhes é imposto.

Claro que nem sempre estes governos vencem esta batalha imoral. A própria tecnologia que criou a Internet permite que acessos sejam feitos por meio de diversos dispositivos eletrônicos e que páginas sejam registradas em qualquer domínio do mundo. Este blogue, por exemplo, reside nos Estados Unidos, com domínio “.com”.

Voltamos a afirmar que “A liberdade de expressão que está na raiz da consciência do ser humano”; a opinião fundamentada não pode ser tolhida ou cerceada por qualquer autoridade nacional que não se encontre formalmente acolhida pela estrutura de gestão da Internet mundial. Qualquer possível ameaça prevista deve ser imediatamente divulgada e rechaçada através da própria Internet.

É óbvio e redundante que leis nacionais precisam ser atendidas, que direitos autorais devem ser observados e princípios constitucionais, atendidos. Mas sempre fica algum receio, uma pulga atrás da orelha, quando o poder legislativo de um país vota projeto de lei específico para o uso da Internet e o conteúdo de websites.

4. Marco regulatório brasileiro

Há um projeto de lei para ser votado dentro em breve na Câmara dos Deputados que se refere ao Marco Regulatório Civil da Internet brasileira (Projeto de Lei 2.126/2011). Diversos pontos de real interesse são tratados, envolvendo os crimes na rede cometidos por hackers e crackers, com a proposta de meios para a identificação dos criminosos. Acessos não autorizados a computadores de terceiros, alterações de conteúdo e disseminação de vírus também se encontram contemplados pelo projeto de lei.

Segundo o advogado e mestre em direito comercial, Oliver Fontana, “Outro ponto positivo deste projeto de lei é a tipificação dos crimes de ofensa à honra e aos bons costumes com uso da internet. Com isso, a divulgação de fotos e vídeos ofensivos, especialmente em sites de relacionamentos, também passará a ser crime – um alento para quem já se sentiu prejudicado por essas práticas”.

Um grave problema do projeto de lei é que o novo texto do Marco Regulatório delega a “regulamentação das exceções ao Poder Executivo”. Ou seja, tudo o que não estiver previsto pelo projeto de lei será sentenciado pelo humor momentâneo do governo federal. Convenhamos, a Internet é propriedade do cidadão do mundo e não pode estar sujeita ao arbítrio de qualquer governo ou Estado, seja ele democrático, imperialista ou ditatorial.

Há muitos outros aspectos discutíveis no projeto, envolvendo o conceito ou o entendimento do que é “pornografia e ofensa bons costumes”, que também são considerados crimes pelo projeto. Como todos sabem, há muito vimos assistindo “espetáculos pornográficos e contra os bons costumes” praticados por governos brasileiros em todas as instâncias de poder e poucos foram até agora condenados como criminosos.

Somente uma questão gostaríamos de colocar ao final:

Por que tanta pressa para votar este projeto? A quem interessa não refletir sobre um  projeto tão canhestro e aprova-lo de forma estabanada?

Seminários do Ciclo da Sustentabilidade


Conheça e participe dos seminários do Ciclo da Sustentabilidade

A partir de outubro de 2012, estaremos oferecendo a empresas, universidades e outras instituições interessadas um ciclo de 12 seminários sobre modernas metodologias e técnicas relativas a gestão ambiental de empresas e garantir tratos adequados à sustentabilidade do ambiente que as recebe.

A realização do ciclo completo de seminários cabe em uma semana de trabalho dedicado.

A finalidade desses eventos é atualizar profissionais e orientar graduandos sobre a atualização de técnicas para a Gestão Ambiental e da Sustentabilidade, conhecendo os diversos processos ambientais destinados a integrar empresas produtivas ao ambiente, com impactos e retroimpactos adversos minimizados.

Os seminários abordam os seguintes temas, com as respectivas cargas horárias:

  • Conceitos da Sustentabilidade e Modelo da Transformação Ambiental, 6 horas.
  • Premissas Iniciais de Estudos e Caracterização de Empreendimentos, 5 horas.
  • Programação e Gestão de Atividades de Campo, 5 horas.
  • Elaboração de Diagnósticos Ambientais e Consolidação das Premissas, 4 horas.
  • Elaboração de Matrizes de Impactos Ambientais, 4 horas
  • Desenvolvimento de Prognósticos Ambientais e Formulação de Cenários Ambientais, 5 horas.
  • Avaliação de Impactos Ambientais, 8 horas.
  • Elaboração e Gestão de Planos Corporativos Ambientais (PCA), 8 horas.
  • Realização de Auditoria de PCA, 6 horas.
  • Planos Executivos para Gestão Ambiental de Obras, 6 horas.
  • Realização de Estudos Ambientais Básicos, 8 horas.
  • Organização da Função Ambiental na Empresa, 4 horas.

Os seminários serão oferecidos de duas formas:

  • Seminários abertos, para turmas sem limite do número de participantes.
  • Seminários fechados, para instituições variadas (indústrias, construtoras, empresas de infraestrutura, universidades, empresas de consultoria, empresas de arquitetura, agências ambientais, Ministério Público e empresas estatais), com pelo menos 50 participantes.

Público Alvo

São destinados a professores e a estudantes universitários, a executivos de empresas, a gerentes de segurança, ambiente e saúde, a consultores ambientais e de engenharia, a especialistas ambientais, a profissionais liberais de diversas áreas e a analistas ambientais de instituições públicas.

Material de consulta

Serão oferecidas a todos os participantes uma unidade do E-Book A Arte da Sustentabilidade, contendo o conteúdo completo dos eventos, bem como as apresentações gravadas em Power Point, já incluídas no valor da participação.

Ilustração da capa do livro

Sumário profissional do conferencista – Ricardo Kohn

Trabalha em engenharia consultiva desde 1972. Atua há mais de 30 anos em planejamento corporativo empresarial e ambiental. Dirigiu duas empresas de consultoria ambiental e participou como conselheiro de duas networks na área ambiental. Hoje atua em assessoria, orientação e consultoria para planejamento e gestão ambiental e da sustentabilidade.

Atua especificamente na área ambiental desde 1986. Desenvolveu modelos e metodologias destinadas à avaliação de impactos e ao planejamento ambiental de corporações produtivas. Neste período gerenciou e participou em mais de 200 estudos, projetos, concursos e treinamentos na área ambiental.

Possui expressiva experiência em processos ambientais de diversos setores econômicos, na gestão de equipes destinadas a realizar estes processos e na capacitação e sinergia de seus integrantes.

  • Setores de atuação: Óleo e gás, sísmica marinha, energia hidráulica (geração), energia eólica (geração e transmissão), rodoviário, irrigação, saneamento básico, industrial, resíduos sólidos, mineração, aeroviário, ecoturístico, espacial, esportivo (Olimpíadas, Copa do Mundo e Automobilismo) ordenamento territorial e de informática aplicada.
  • Regiões de atuação: Já trabalhou em todas as regiões e biomas brasileiros.
  • Desenvolvimento tecnológico: Participa ativamente do desenvolvimento tecnológico do setor ambiental desde 1986, concebendo e elaborando metodologias destinadas à execução de estudos ambientais de variadas naturezas.
  • Treinamento profissional e produção bibliográfica: Desde 1987 vem atuando como professor convidado em cursos de pós-graduação, MBA, mestrado e treinamento intensivo em gestão ambiental e gestão da sustentabilidade. Sobre estes temas produziu três livros técnicos e participou de outros dois com capítulos específicos. Destaca-se A Arte da Sustentabilidade – Integrando a Organização ao Ambiente, MACEDO, R. K., Editora Publit, Formato E-Book, Rio de Janeiro, RJ. 737 p., 1ª Edição, 2012, com lançamento previsto para setembro de 2012.
  • Eventos: Participou como conferencista, palestrante e integrante de mesas-redondas em mais de quatro dezenas de eventos nacionais e internacionais. Destaca-se sua participação, a convite, no International Forum on Partnerships for Sustainable Development, a convite do Ministério do Ambiente e do Território da Itália, promovido pela ONU, com o apoio do Department of Economical and Social Affairs, em Roma, Itália, março de 2004.
  • OSCIP: Foi membro do Comitê Especial do Ambiente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), no período 2008-2009. Foi presidente do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira para a Gestão Ambiental – ABGA, no período 2003-2004.

Os interessados em participar podem enviar e-mail para ricardo.kohn@gmail.com ou aguardar outras informações que forneceremos oportunamente.

Marina Silva & Jogos Olímpicos de Londres


Dois correspondentes do jornal O Estado de São Paulo, Daniela Milanese e Jamil Chade, publicaram matéria acerca da presença de destaque da cidadã brasileira Marina Silva no evento de abertura das Olimpíadas, em Londres.

Como todos vimos, “Marina entrou carregando a bandeira com os anéis olímpicos juntamente com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o maestro argentino Daniel Barenboim e prêmios Nobel. O convite partiu do Comitê Olímpico Internacional, sem o conhecimento do governo brasileiro, e foi mantido em sigilo.”

Marina Silva, cidadã do mundo…

Sem dúvida, foi grande a surpresa para muitas pessoas do mundo que uma nativa do interior do estado do Acre tenha recebido este importante convite. Decerto, o COI a identificou por sua luta permanente, desde adolescente, na defesa do ambiente do território brasileiro, com ênfase na Amazônia.

Jogando como sempre no ataque, “uma autoridade” brasileira ladrou a seguinte frase: “Marina sempre teve boa relação com as casas reais da Europa e com a aristocracia europeia”. Trata-se da mesma autoridade que, então na qualidade de parlamentar, relatou de forma vergonhosa o projeto de lei do novo código florestal brasileiro em defesa do agronegócio, contrário à postura de Marina.

Sempre jogando para atacar, desguarneceu sua própria defesa e tomou mais um gol pelas costas. E ainda completou sua asneira: “Não podemos determinar quem as casas reais escolhem, fazer o quê?“. A que ponto chegou a pretensão do autoritarismo brasileiro.

Desconhecendo a total independência do COI em suas decisões, outra autoridade brasileira tentou impor ao COI o poder do Estado Brasileiro: “É óbvio que seria mais adequado por parte do COI e da organização do evento que houvesse um diálogo de forma mais concreta com o governo brasileiro para a escolha das pessoas“.

Sem pretender avaliar os serviços prestados ao Brasil pela ex-ministra Marina Silva, nem sua tentativa como candidata a Presidência da República, temos certeza que Marina não gastou um tostão público para estar presente nos Jogos. Diferente da gigante comitiva brasileira, envolvendo diversos membros dos poderes federais e governadores de estado.

Parabéns Marina! Estamos felizes por sua presença em Londres representando nossa luta pelo Ambiente estabilizado, em qualquer parte do mundo! E cantamos para você, juntos com Paul McCartney:

─ “And, in the end, the love you take is equal to the love you made”…

Mais aves de rapina brasileiras


Rapinas brasileiros

Pelo menos no Brasil o termo “rapina” é uma das referências populares para “humanos ladrões”. No entanto, é um péssimo apelido para a moral e a ética das aves predadoras, que afinal nada roubam, apenas cumprem sua função ecológica na cadeia trófica, qual seja, a de estabilizar a população das espécies de que se alimenta.

Vamos falar um pouco a respeito do Gavião-de peito-branco (Geranoaetus albicaudatus) que é um dos agentes naturais desta função.

Magnífico registro de Cláudio Lopes, em São João del-Rey

Ordem: Accipitriformes.
Família: Accipitridae.
Espécie: G. albicaudatus.
Nome Científico: Geranoaetus albicaudatus.

Características

Atinge até 55 centímetros de altura, com envergadura de asas de até 1,30 metros. É uma ave que pode ser encontrada em de áreas urbanas. Constrói o ninho com galhos secos, sobre árvores ou rochas. Pesa cerca de até 1 quilo. Possui plumagem negro-acinzentada, com exceção do entorno dos olhos, que é branco, e da cauda, que é branca e barrada de preto. Tem o bico negro-acinzentado e o cerume amarelado.

Alimentação

Alimenta-se de insetos, répteis, pequenos roedores, anfíbios e até outras aves de menor porte. Também vasculha estradas em busca de cadáveres de animais atropelados. É menos um predador especializado do que um generalista, que se concentra em presas de pequeno tamanho e de fácil captura. Pratica a caça de espreita. Planeia muito a procura de alimento. Investiga queimadas para capturar animais no solo ou em pleno ar, espantados pela fumaça.

Distribuição geográfica

Ocorre em todo o Brasil.

Referência:

  • Aves de Rapina do Brasil, em http://www.avesderapinabrasil.com, que não compartilha as informações que oferece, pois impede a cópia e distribuição das mesmas. Acesso em 8 de junho de 2012.