Esperança para 2015


No calendário ocidental (o Gregoriano), um século possui 36.525 dias. Por conseguinte, um milênio, tem 36.525.000 dias. Assim, adotando para início dessa contagem a data da morte de Jesus, na chamada “Era Cristã” [1], do dia 01 de janeiro de 0001 até hoje, passaram-se 36.529.935 dias.

Trinta e seis milhões de dias é um período de tempo razoável, sobretudo se o medirmos em horas. Façam os cálculos, são mais de 876 milhões de horas “consumidas” por todas as nações do planeta. Isto se deve ao fato do calendário Gregoriano ser formalmente adotado em todo o mundo. Tornou-se uma medida universal do tempo, que visa a facilitar as imprescindíveis boas relações entre os povos.

Fico a pensar se existiria um historiador no planeta capaz de narrar todos os acontecimentos ocorridos em 36.529.935 dias, contar a História Universal desta Era. Creio que não, seria quase impossível. Mas para isso existem milhões de historiadores interessados em escrever diariamente partes da história que assistem acontecer. Ainda assim, segundo suas visões, mesmo que com base nas mesmas informações obtidas pela leitura do noticiário e por entrevistas com testemunhas oculares.

Uma imagem da difícil esperança

Uma imagem da difícil esperança

A narrativa do futuro

A História é a narrativa do passado. Mas há também a previsão do futuro, que constitui o que chamo de narrativa do futuro. Esta permite a estimativa dos possíveis cenários futuros da vida de uma dada coletividade.

Desde o século 20, a narrativa do futuro tornou-se prática trivial adotada por executivos de empresas produtivas. É ela quem aponta as tendências do comportamento das variáveis críticas do mercado e permite a identificação de oportunidades para que a empresa possa evoluir na economia de livre mercado.

Por sua vez, essa economia foi desenhada pelo filósofo e economista escocês, Adam Smith, no século 18. Teve a expressiva relevância de constituir uma grave ameaça necessária aos direitos feudais remanescentes, os quais acabou por extinguir.

Porém, na visão atual de certos “políticos ditos progressistas”, o desenho de Adam Smith, criado com ênfase em valores morais e éticos, é uma ameaça às relações humanas na nação que pretendem que seja estável. Por isso, chamam a qualquer de seus usos derivados de “capitalismo selvagem”.

Todavia, políticos brasileiros desse gênero, embora sejam realmente selvagens, também fazem a previsão de cenários futuros. Quando estão operando no interior do sistema público do país, consideram como constantes tudo o que acreditam ser capazes de garantir por força de seu poder. Para eles, variáveis livres de mercado simplesmente não existem. Justo por isso, as previsões que fazem são profecias manipuladas, que tratam somente de seus esquemas particulares.

Para finalizar esta parte, devo fazer uma breve comparação. Enquanto o sistema de livre mercado, em tese, é regido por práticas democráticas, honestas, e liberais, o “sistema progressista brasileiro” é monocrático, corrupto e quer seguir rumo à ditadura. Seu bando de defensores pretende que seja implantado um socialismo cubano ou bolivariano ou “coisa” que o valha. Já conseguiram um Capitalismo Interventor de Estado, que se esfarela diariamente, quando se vê diante da economia de mercado.

Esperança para o dia seguinte

Não fosse a óbvia necessidade de os Estados Nacionais estabelecerem boas relações diplomáticas e comerciais entre si, não haveria meses, anos, décadas, séculos e milênios. Não teria sido inventado qualquer calendário. Só existiriam os dias corridos: os passados, o atual e os futuros. Por exemplo, hoje seria o 36.529.935º dia da Era Cristã.

É difícil recordar como se faz a redação ordinal desse número, mas vou tentar: “trinta e seis milionésimos, quingentésimo vigésimo nono milésimo, noningentésimo trigésimo quinto” dia da Era Cristã. Acho que está correto ou bem próximo.

Assim, a principal esperança que evoco refere-se à atuação do estadista que governará o Brasil a partir de 1º de janeiro de 2015, pois há doze anos que a nação não sabe o que é ter um estadista. Então, usando uma analogia, que o estadista eleito “reabra os portos às nações amigas”. Que estabeleça boas relações diplomáticas com todas as nações realmente democráticas. Que cumpra rigorosamente o calendário de suas propostas de campanha. Que seja um R$ gestor público na escolha do seu mínimo e eficiente ministério. Por fim, mas não por último, que permita a legítima regência da “mão invisível” de Adam Smith na formação dos preços do mercado.

Por quê Esperança para 2015? Simples, é um fato: 2014 já acabou sem sequer ter começado.

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[1] O Judaísmo e o Islamismo possuem Eras próprias, com escalas distintas de tempo. Para o Judaísmo está-se a viver no ano 5.773, contado a partir da data de nascimento de Adão. Para o Islamismo, no ano 1.435, contado a partir da fuga de Maomé, de Meca para Medina.