O que é a corrupção brasileira


Por Ricardo Kohn, Escritor.

Ricardo KohnEm breve, a descoberta da corrupção articulada na Petrobras, realizada pelas investigações da Operação Lava Jato, fará seu primeiro ano de idade. Muito embora, a corrupção já estivesse em operação contínua e sistemática há cerca de 10 anos, contando com quadrilhas bem treinadas, a partir de 2003.

Dessa forma, a 4ª petroleira do mundo, que fora orgulho brasileiro, tornou-se cassino de cartas marcadas, de roletas viciadas. Os resultados foram óbvios: somente ganhou a banca e os apostadores em suas ações, aterrorizados, perderam bilhões de dólares, dentro e fora do Brasil.

Como efeito imediato desse hediondo crime internacional, o substantivo “corrupção[1]  ganhou mais “eloquência”, tornou-se nítido para o povo a partir dos governos petistas que se sucederam nos últimos 12 anos.

A corrupção não é obra de classe social (rico ou pobre), de etnias (índio, branco ou negro), do sistema econômico de governo (livre mercado ou comunismo) ou do sistema político de Estado (democracia ou ditadura). Por si só, esses aspectos não fazem corrupção. Entretanto, de forma empírica, é possível ver, com certa clareza, a correlação positiva entre corrupção e ditadoresque se dizemcomunistas.

Em suma, o ato de corromper não é fruto de capitalismo e proletariado, pois são “artes pré-moldadas por um filósofo burguês do século 19, que se acreditava economista revolucionário”. Por sinal, suas “artes” foram demolidas várias vezes pela realidade factual do mundo. É falta de argumento quem inventa esta falácia, em pleno século 21!

Em minha opinião, a “corrupção moderna”, que humilha gravemente a nação brasileira, é um processo realizado por matilhas de indivíduos espertos, devassos e moralmente degradados. Digo ser fruto de pessoas que se organizam com foco exclusivo em enriquecerem às custas do dinheiro público; seja qual for o preço e crimes paralelos que acharem necessário cometer – torturas, assassinatos, tráfico de drogas, que mais posso imaginar…

Afinal, após quase 12 anos de suborno sistemático e distribuição de propinas, embora com o país à beira da bancarrota, com milhões de miseráveis, de cidadãos que sobrevivem à míngua, seus líderes, infiltrados na máquina do Estado, estão biliardários e, em tese, não precisariam extorquir mais nada.

Desconheço meios educados para acabar com a sangria dos cofres públicos. Porém, sem dúvida, uma profunda reforma estrutural dos Três Poderes é passo fundamental e inadiável. Mas não sem antes, com extrema eficiência, varrer da face da Terra os pulhas que ainda lideram este grande assalto ao Brasil.

Em tempo: Não se esqueçam de recuperar o patrimônio que roubaram, incluindo o de seus familiares. Esse patrimônio pertence ao povo brasileiro!

……….

[1] Segundo dicionários da língua portuguesa, o substantivo feminino “Corrupção”, do latim, corruptione, para a área política, significa 1. Ação de corromper ou de se corromper. 2. Efeito de corromper ou de se corromper. 3. Depravação, devassidão. 4. Suborno. 5. Desonestidade, fraudulência. 6. Degradação moral. 7. Perversão. 8. Adulteração, falsificação.

Babuínos e Petralhas: irmãos de sangue


Simão-pescador, Praia das Maçãs.

Sempre tive interesse em conhecer o continente africano. Queria saber por que sua evolução foi lenta nos últimos três séculos, o contraste entre suas nações, talvez derivado da cultura dos povos que o colonizaram. Ingleses, franceses, portugueses e holandeses usaram a África como se fora uma torta recursos ambientais valiosos a ser fatiada, de acordo com fome de cada reino dominante.

Pelo que me foi dado a ler, a cultura holandesa foi a menos gananciosa. Ao contrário, deixaram marcas indeléveis de sua capacidade de produção, de comercio internacional e da arquitetura na bela Cidade do Cabo, África do Sul.

Vista panorâmica atual da Cidade do Cabo, cidade-irmã de São Francisco e Rio de Janeiro

Vista da Cidade do Cabo, cidade-irmã de São Francisco e Rio de Janeiro

Um pouco perdido como Bartolomeu Dias[1], no entanto, vincado pelo ímpeto de construir, próprio de Jan van Riebeeck[2], em 1989, juntei-me ao grupo de amigos que decidira navegar em comboio até a Cidade do Cabo, a descer o Atlântico e entrar pela Baía da Mesa.

Não conheceria o continente inteiro, mas já me bastava passar alguns dias numa das mais belas cidades do mundo, entranhada entre rochas milenares e vegetação africana. Queria sentir a expressão intensa de seu ambiente e o apelo cultural citadino. Sem dúvida, uma herança neerlandesa e, posteriormente, inglesa.

Desde a entrada na barra da baía, nosso comboio foi recepcionado por barcos de salvamento da marinha sul-africana. Decerto, avistaram a bandeira portuguesa à proa e seus marinheiros nos saudaram com acenos amistosos e apitos de convés. De facto, um carinho inesperado. Nelo e eu nos emocionamos, como de hábito.

Ao chegarmos ao centro da cidade já iniciara o anoitecer. Restava-nos comer um bom peixe assado e agendar o dia seguinte. Combinamos percorrer a cidade a pé, a sentir a alma do povo capetoniano; passar nossas rudes mãos nas paredes de prédios antigos e apalpar a obra do arquiteto; por fim, saber das lendas e mitos populares, caso ainda as tivessem.

Magnífica vista noturna da Cidade do Cabo – Cape Town

Magnífica paisagem noturna da Cidade do Cabo – Cape Town

No alojamento de pescadores, Nelo disse-me que concordara com o grupo, mas tinha outros factos que o motivaram para fazer aquela viagem: desejava conversar com os cientistas que, há 5 anos, faziam pesquisas sobre o comportamento dos babuínos, invasores selvagens que saqueavam casas e pessoas da cidade. Nessa circunstância, decidi acompanha-lo; avisamos ao grupo de nossa opção.

Pela manhã seguimos até a prefeitura, que nos deu permissão para conhecer grupos de babuínos. Porém, sempre com um biólogo que participava das pesquisas. Entrementes, avisaram-nos de pronto: ─ “Não levem nada que seja comestível”.

David, biólogo da prefeitura, explicou melhor: ─ “Babuínos invadem carros parados, roubam bolsas e pacotes de turistas abestados. E o mais grave: são agressivos, entram em conflito com as pessoas”.

Os babuínos ladrões

Seguimos por uma estrada em direção ao que parecia ser um subúrbio rural da cidade: menor número de casas, terrenos bem amplos e várias plantações de eucalipto para corte – habitat excelente para os babuínos, segundo David.

Nelo e eu notamos que havia pessoas fardadas nas laterais da estrada. Eram jovens que tinham nas mãos uma, digamos, “vara de marmelo”. Não foi difícil perceber o que faziam: eram os “monitores da prefeitura” a afugentar os babuínos que atacavam carros parados de turistas. Bastava apitar e brandir a vara no ar que os selvagens se afastavam um pouco.

Ecologia dos babuínos

Saímos da estrada por uma via vicinal e logo encontramos um casal de cientistas. Estavam entretidos com binóculos, à cata de primatas. Falaram-nos acerca da ecologia dos babuínos, às vezes com termos técnicos que não compreendíamos. Nelo ficou boquiaberto com o conhecimento que possuíam. Mas, em suma, foi isso que entendi sobre os dito-cujos:

  • Grupos distintos deste primata são sociáveis entre si. Mas eu iria além: “são muito associáveis quando diante de bens alheios”.
  • Os grupos de babuínos se locomovem sempre e com grande rapidez. De tal forma, que parecem ser milhares deles, quando na verdade, de acordo com o último levantamento efetuado pelos cientistas, somam apenas 380 indivíduos. Assim, vou além: são enganadores e peteiros.
  • Há grupos deste primata que dormem cada noite em novo local. E é fácil de explicar: esses são osbabuínos perigosos”, procurados pela polícia do país.
  • Todos os babuínos da região possuem características similares às espécies silvestres cuja existência depende das atividades humanas, como hábitos de alimentação, descartes, etc. – espécies peridomiciliares.

A meu ver, o interesse do casal de cientistas era manter sua pesquisa ativa pela eternidade. Não me pareceram preocupados com a “formação das quadrilhas de babuínos” e as ignóbeis consequências sobre a população da Cidade do Cabo.

Flagrante do macho babuíno roubando uma cidadã

Flagrante do macho “petralha” a roubar uma cidadã indefesa

Já nas conversas com os monitores da prefeitura, enfim soubemos dos reais problemas causados pela arruaça desses primatas, ladrões quase humanos. Faço uma pequena síntese dos factos que nos foram narrados:

  • Babuínos invadem residências, ameaçam as famílias moradoras e roubam alimentos. Os mais jovens ficam sobre muros e telhados, de vigia, a fazer estardalhaço. Os machos adultos que lideram o bando são os ladrões mais violentos.
  • Babuínos adultos são mais agressivos com mulheres e crianças em suas casas. Ainda assim, os cidadãos locais não têm o hábito de abate-los. São muito raros os casos de fuzilamento de líderes.
  • Babuínos cercam carros parados nas estradas e tentam expulsar seus ocupantes. Roubam tudo o que encontrarem no interior do veículo e mostram os dentes em sinal de ameaça.
Babuínos saqueadores na Cidade do Cabo

Babuínos saqueadores na Cidade do Cabo

  • O comportamento agressivo e violento dos babuínos intensificou-se nos últimos 4 anos. A maioria dos monitores prevê um ataque em massa de todos os grupos deste primata deletério. Ou seja, o ataque de um “exército de babuínos” sobre a cidade do Cabo. Para isso, basta ter um único chefe, o macho Alfa.

Sugestões revolucionárias

De volta a Praia das Maçãs, loucos para descansar, nosso grupo de amigos permaneceu dois dias em silêncio. Estávamos parvos com o que viramos na Cidade do Cabo. Porém, Quincas, meu neto postiço, promoveu uma reunião para debatermos o assunto. “Quem sabe não poderão dar sugestões para auxiliar na solução dos problemas?”, ponderava ele.

Fui eleito “cozinheiro do evento”. Preparei uma bela caldeirada de frutos do mar para acender os velhos amigos. O vinho ajudou bastante, não tenho dúvida. Todavia, meus medos fizeram vinculações entre a Cidade do Cabo e o Brasil. E posso explicar.

Enquanto Nelo explanava como trancafiaria os machos adultos de babuínos, a descrever as armadilhas a serem usadas, minha mente estava no Brasil, país em que vive minha família. Afinal, recentemente o molusco fez ameaças de “soltar seu exército de petralhas nas ruas do país”, para lutar contra os movimentos democráticos que pedem a saída imediata da “anta soberana”.

Não posso negar que associei grupos de babuínos às quadrilhas petralhas. As imagens das ações de ambos pareceram-me semelhantes, senão idênticas:

  • Adorar bens alheios versus roubar bens públicos.
  • Cercar residências para aterrorizar as famílias versus aparelhar a máquina pública para aterrorizar a nação.
  • Roubar alimento nas geladeiras versus roubar cofres de estatais.
  • Mentir e enganar desbragadamente, ambos o fazem.

Creio que já relatei o suficiente, embora haja outras semelhanças que deveria mostrar. Porém, sintetizo:

  • Babuínos e petralhas são irmãos de sangue. Os primeiros, definham se não roubarem bens das famílias. Os segundos, odeiam ao povo, que anseia sua saída do governo que capotou, quebrado.

……….

[1] Chamado de “o explorador”, diz a lenda que, em 1486, o português Bartolomeu Dias contornou a ponta sul do continente africano a caminho das Índias e relatou aquelas terras ao Rei. Isto é babosice! Porém, de toda forma, duas coisas devo lembrar: Bartolomeu era, de facto, uma “besta quadrada”, pois nunca quis saber por onde passava; e estava esfomeado para garantir ótimos resultados monetários de “seus negócios indianos”.
[2] Jan van Riebeeck foi o navegador holandês que, em 1652, rumo a Índia, criou um porto de apoio na Baía da Mesa e estabeleceu o primeiro assentamento europeu permanente na África do Sul, dando origem a Cidade do Cabo. Hoje é uma urbe industrializada, com quatro grandes centros comerciais, porto e aeroporto internacional privados, bem como transporte público de qualidade.

Novo pacote anticorrupção


Zik-Sênior, o Ermitão.

Zik Sênior

Zik Sênior

Em minha opinião, louco é todo cidadão que, aos olhos dos passantes, parece estar vivo, mas abandonou a vida, de fato. Só enxerga a si próprio e a seus interesses particulares, ainda assim, de forma transtornada. Acha-se rei (ou rainha), mas não passa de demente vagabundo.

Há inúmeros exemplos desses loucos a atuar no Brasil, visando à mudança do sistema político e econômico: desejam tornar o país em uma ditadura comunista, com alguns deles a coçar o saco para dar segurança aos pretensos donos do poder.

Seguidos por bandos de ovelhas pagas, autodenominam-se “líderes de movimentos sociais”. Nesse caso, destaco o MST e o MTST, que parecem estar financiados por propina pública. Na verdade, são raivosas hordas de baderneiros, dementes capazes de cometer as maiores atrocidades, sempre em “defesa da ideologia” que seus líderes juram acreditar.

De acordo com o que diz a mídia, João Pedro Stédile e Guilherme Boulos, líderes do MST e do MTST, respectivamente, são milionários que comandam miseráveis. Vejo somente uma fórmula para que essa versão seja verdadeira:

  • Recebem a propina pública para realizar turbas; oferecem tubaína e sanduíche de mortadela para que vândalos atuem na destruição de propriedades privadas e públicas; ao fim, embolsam o grosso da propina, recebida para comandar badernas. Dessa forma, vivem engalfinhados nas tetas do desgoverno petista.

Assisto bastante a programas de televisão que tenham bons mediadores, onde posso acompanhar a opinião de analistas sobre o atual cenário político e econômico brasileiro. Alguns, não tenho dúvida, são notórios especialistas nesta matéria. Cientistas sociais bem formados, com larga experiência em trabalhos analíticos para o diagnóstico do cenário atual brasileiro e a posterior formulação de seu cenário futuro.

Todavia, observo que poucos são o que analisam a cleptocracia institucionalizada nos três poderes. Há sujeitos que chegam a afirmar que a corrupção é uma questão de somenos importância, secundária. Ave César, ave ladrões!

Pois, penso bem ao contrário e argumento. Basta verificar a absurda quantidade de escândalos e roubos públicos que se sucederam nos governos do PT com “seus partidos alugados”. Por serem muitos e sistemáticos, chegaram a atingir ao incrível “nível de qualidade corruptiva” alcançado no Petrolão, quase impossível de ser desvendado.

Não fora a ação eficaz do FBI brasileiro, completada pela justiça dos “Estados Unidos do Paraná”, e a nação brasileira decerto assistiria a Petrobras, antes a 4ª maior petroleira no mundo, tornar-se, em apenas 8 anos, uma caveira de burro: inútil, depauperada, seca para fazer face aos investimentos futuros e sem governança corporativa.

Mas, em verdade, ninguém sabe ao certo em que estado de decomposição ela se encontra hoje, sobretudo com um “pau-mandado” em sua presidência, completo idiota em matéria de óleo e gás. Até mesmo eu sei bem mais do que este subserviente. Mas vejam o que nos espera.

A imprensa divulgou que o Plano de Negócios e Gestão da Petrobras tem investimento para o período 2014-1018 previsto em US$ 206,5 bilhões, um montante maior que o da Exxon Mobil, a maior petroleira do mundo. Esse valor tenebroso ainda hoje consta do site da Petrobras e o idiota acredita que consegue realizar.

Fiquei a pensar e me pergunto: esse investimento, em obras paquidérmicas, não teria sido “inventado” para que a “quadrilha do PT” pudesse corromper, roubar e distribuir muito mais? Fica esta questão, que me dá coceiras para especular. Mas lamento o estado da gigantesca cadeia de fornecedores que talvez atendesse a Petrobras de forma honesta, sem os ditos 3% para o PT.

Finalizo. A presidente, claro que com a permissão de seus ‘superiores‘, comunicou, em “cadeia de vaia nacional”, que encaminhará outro “pacote anticorrupção” ao Congresso. Igual ao que o apedeuta Lula enviou em 2005 e fez grassar o sistema corruptivo em toda a máquina do Estado. Tudo isso virou a Comédia da Imoralidade.

Que audácia, a de um “corrupto-extorquidor”, afirmar, nas minhas barbas, que vai acabar com a corrupção que ele próprio comete sistematicamente!

Martírio naval: o ocaso da Petrobras


Ricardo Kohn, Consultor em Gestão.

Sem dúvida, nada entendo de navios, sejam particulares, mercantes, científicos ou de guerra. Apenas sei que são pesados, possuem cascos possantes, um deque principal, e podem ter vários deques secundários, em parte submersos, abaixo da linha do mar.

No início do século 21, tive a oportunidade de conhecer um moderno navio francês, destinado à aquisição de dados sísmicos (foto abaixo). Embora estivesse a trabalho para a empresa que o utilizava na costa brasileira, guiado por dois tripulantes, fui apresentado à tecnologia de ponta instalada nos 6 deques submersos.

Moderno navio para levantamento de dados sísmicos off shore

Moderno navio para aquisição de dados sísmicos off shore

Ao fim, houve uma comemoração a bordo: pães, frios, queijos , vinhoschampanhe francês. Recebi, como prêmio por serviços prestados – o que agradeço até hoje –, uma medalha prateada, com a imagem gravada deste navio:  medalha pesada como uma âncora.

Através desta experiência, é lógico deduzir que se um navio estiver aportado em um cais, é por que suas âncoras foram lançadas. Navios de maior porte podem exigir várias âncoras, todas presas a eles por pesadas correntes de aço.

O binômio “âncora e correntes” possui seu peso calculado de forma precisa por engenheiros navais. E esse peso é específico para cada navio, de forma a mantê-lo firme junto ao porto ou fundeado, a flutuar sobre as águas, como na foto. Entretanto, é evidente que este peso não pode fazê-lo adernar, muito menos naufragá-lo.

Atualmente, esse cálculo é bem simples e preciso. Há muito tempo que a engenharia naval criou critérios, parâmetros e fórmulas para fornecer o peso da “âncora e correntes” de forma automática.

Porém, pensem nisso: ─ Mas se este cálculo fosse feito por uma quadrilha de ladrões navais? Será que saberiam balancear o peso das âncoras e correntes requeridas por um grande navio?

navio Petrobras

O investimento no aumento da produtividade de uma empresa petroleira é o que a faz manter-se no disputado mercado internacional de óleo e gás. Pode-se fazer uma analogia: investir de forma produtiva, significa garantir o crescimento gradual do casco e dos deques da petroleira, bem como, sobretudo, de suas “âncoras e correntes”, para que aporte com destaque em qualquer cais do furioso mercado competitivo mundial.

O que foi descoberto na Petrobras, através da operação Lava Jato, é que houve investimento pesado no casco da empresa, não há dúvida. Porém, bilhões do dinheiro público que eram para ser investidos em “deques submersos, âncoras e correntes”, invisíveis aos olhos do povo brasileiro, foram desviados de forma organizada e criminosa por uma quadrilha de ladrões navais“.

O cenário atual da Petrobras mostra que ela se encontra à deriva nas águas do mercado internacional, sem condições de aportar em qualquer cais do mundo. Pode estar em linha de choque com rochedos. Pobre de sua tripulação e da multidão de seus fornecedores. Afinal, seus deques submersos, âncoras e correntes foram surrupiados e transformados em propriedades particulares: fazendas, milhares de cabeças de gado, aviões, caras obras de arte, residências e apartamentos de luxo, carros importadosinvestimentos em lavanderias off shore e, decerto, coisas bem leves como punhados de diamantes.

A Toupeira


Simão-pescador, Praia das Maçãs.

Simão-pescador

Simão-pescador

As incontáveis espécies de toupeiras existentes no mundo chamaram-me a atenção, em especial pelas correlações positivas que encontrei ao compara-las com os seres humanos idiotas. Que me perdoem as toupeiras. Decidi ler um pouco sobre elas, mas não encontrei na biblioteca de casa um texto que as descreva e explique.

Após aguardar um mês, recebi da Universidade de Coimbra algumas anotações que solicitara. Falam de forma geral sobre a Família Talpidae. Fiz algumas observações e organizei-as a meu gosto para redigir esse artigo.

Vamos lá. A ciência garante que a classificação taxonômica das toupeiras em geral pode ser esta:

  • Reino: Animalia.
  • Classe: Mammalia.
  • Ordem: Soricomorpha.
  • Família: Talpidae.
  • Nome vulgarToupeira; Dilmanta; etc.

Como as anotações as identificavam superficialmente, detive-me em duas espécies, pois as achei com “sotaque de besta política”: a toupeira-nariz-de-estrela e a toupeira-gigante. Segue o breve relato do que conclui, enquanto bebia alguns golos de bagaceira para esquentar…

A toupeira-nariz-de-estrela (Condylura cristata) é um mamífero que vive em túneis e galerias subterrâneas que ela própria cava com suas garras fortes e afiadas. Esse bicho é notável pelo extremo olfato que detém. Seu nariz é repleto de apêndices, como se fossem pequenos tentáculos de molusco. São horríveis aos nossos olhos, mas servem como órgãos sensoriais do tato da “estrela”. Assim, ajudam-na a guiar-se no escuro dos túneis e galerias que esburaca durante a vida toda. A “nariz-de-estrela” usa tentáculos também na procura de alimentos, já que, como todas as espécies da família, é cega tal como as portas. Enfim, foi o mamífero mais atordoante que pude encontrar. Encontrei-as apenas uma vez na vida, na Península Balcânica, região da Sérvia.

A horripilante toupeira

A horripilante toupeira

A “estrela” tem “tamanho de merreca”, entre 15 a 20 centímetros de comprimento; seu pelo é oleoso, à prova d’água; traz uma cauda longa, acoplada num corpo cilíndrico. Vive próxima a rios e lagos, pois, além de cavadora obstinada, é uma estranha nadadora. Olhe a foto acima e imagine esta nanica extravagante em pleno nado livre. Ugh!Desculpe-me, é a bagaceira.

Em suma, a “nariz-de-estrela” habita certas regiões frias da Europa e da Ásia; possui hábitos noturnos e diurnos. Além disso, é ativa durante todo o ano, já que não “comete a hibernação”, se é que me entendem. Contudo, sua alimentação consiste de pequeníssimos insetos e larvas. É por isso, creio eu, que a “estrela” vive esfomeada. Esfalfa-se, alimenta-se mal, porém, ainda assim, não é uma espécie ameaçada. Difícil mesmo é encontrarmos com ela; anda desaparecida.

A toupeira-gigante (Talpa elephus[1])

Há severas dúvidas se a Talpa elephus realmente habita regiões brasileiras ou se é apenas uma horrenda imagem, desenhada para jogos de aterrorizar crianças. Recebi uma foto, mas não vou publica-la. Precisaria ter certeza de que essa coisa demente existe. Mesmo assim, sigo a descreve-la, sem cometer exageros, acreditem.

Características físicas. A toupeira-gigante mede até 1,40 metro de altura, com peso médio em torno de 130 kg. Não possui cauda, mas tem corpo cilíndrico, com ligeiro aumento da circunferência no meio do corpanzil. Em suma, é baixa, pesadíssima, gordurenta e detesta lagos. Por isso – falta-lhe banho –, é muito fedorenta.

A Talpa elephus pertence à classe dos quadrúpedes; porém, quando sofre ataque de predadores, faz inacreditáveis carreiras em duas patas, sempre a soltar seu odor fétido peculiar, capaz de enojar até mesmo hienas esfomeadas. Esta é sua principal arma de defesa para sobreviver, junto com seus enormes dentes centrais, ostensivamente ameaçadores.

Outra característica que julgo curiosa é o facto que gosta de vestir-se tal como se fosse gente. Dizem certos estudiosos que prefere usar vestidos ou saias. Talvez seja pelos grunhidos que emite, inaudíveis à audição humana, que os confunde com palavras e frases desconexas. Acho estranho, mas não posso confirmar. Afinal, nunca estive a conversar com um exemplar da “elephus falante“.

Habitat preferencial. Esta toupeira, embora goste de viajar, não vive bem em clima frio, a menos que esteja a usar proteções sobre o corpo cilíndrico. Por isso, suas áreas de ocorrência são cidades situadas no território brasileiro. Das anotações que recebi transcrevo essa parte: “Por ser um animal muito solitário, com hábitos domiciliares [tal as ratazanas], a toupeira-elefantasomente divide seu espaço com Talpas que tenham faro similar ao dela”.

Alimentação. Similar à “nariz-de-estrela”, possui faro muito aguçado. Todavia, não o usa para encontrar alimentos normais à sua família, mas sim para farejar caixotes de dinheiro a grandes distâncias. Segundo informações que recebi, houve espécimes ancestrais da “elephus” que se dedicaram “a assaltar residências e bancos” para amainar sua fome insaciável. Nesse aspecto ela se confunde com a “nariz-de estrela”: quer comer 24 horas por dia, mas só lhe sobram pequeníssimos restos.

Reprodução. “Todas as Talpa elephus são fêmeas hermafroditas”, afirmam as anotações de Coimbra. E dizem mais, “por serem muito arbitrárias, este facto condiz com sua decisão pela solidão autoritária e despótica”. Dessa forma, deduzo que se reproduzam pouco e a sós. Quiçá, em sessões de masturbação frente ao espelho.

Isso explica o facto de a Talpa elephus ser uma espécie faunística que enfrenta forte processo de extinção. E não é motivado pela fome de seus predadores, mas por suas atitudes idiotas: opta pela “solidão autoritária e despótica”.

Habilidades. Não recebi qualquer informe acerca das “habilidades da toupeira-elefanta”. Não me parece razoável que possa existir um animal silvestre desabilitado por completo. A ser assim, embora bastante cansado, decidi especular sobre o assunto, com base na lógica e na bagaceira.

Em resumo, essa criatura, ainda que hostil, possui três dotes naturais que a habilitam a ser uma política no Brasil:

  • Pode fazer bons discursos de palanque, a emitir seus grunhidos desconexos. Basta arreganhar a bocarra, mostrar a alegria na dentuça e ser adestrada para ter um bom gestual.
  • Como gosta de olhar-se em espelhos para procriar, um bom adestrador pode treina-la em bons modos, gentilezas, serenidade e convívio social. Assim, acompanhará seu próprio adestramento.
  • Em caso de desagrado da plateia, já é habituada a fugir com celeridade. Pode fazê-lo vestindo saias e acenando para seus predadores a fingir alegria.

Minha garrafa de bagaceira ousa dizer-me que a ciência terá um vasto campo de pesquisa e descobertas se fizer um criatório controlado de toupeira-elefanta. Depois dessa, com licença e boa noite. Vou dormir no barco.

Ugh! Matei o último litro da Adega Velha!

……….

[1] Como não descobri o nome científico desta espécie, para o texto não ficar um tanto “rasteiro”, sugeri o nome Talpa elephus que, em tradução literal, significa “toupeira-elefanta”.

Guinchar o estorvo


Por Ricardo Kohn, Escritor.

Ricardo KohnEis que surgiu o desastrado “caminhão ideológico”, muito espaçoso e mal dirigido, a impedir a trânsito nas vias urbanas em que trafegava. Era enorme, com três eixos no cavalo mecânico e mais cinco na monumental caçamba. Estimo que tivesse entre 25 a 30 m de comprimento.

Ninguém sabia dizer de que fábrica haveria saído aquela geringonça, a impedir a todos o direito de ir e vir. Assim, apelidei-o de “vermelhão”, dada sua cor sanguínea e molesta.

Na cabine dupla, com quase cinco metros de altura, por detrás de vidros negros, via-se o vulto de dois elementos: o motorista e seu acompanhante. Logo formou-se na sua traseira uma grande fila de carros, vans e caminhonetes, a buzinar com estridência. E o vermelhão às vezes respondia agressivo, com seu estrondoso sistema de cornetas a ar. Em meu pequeno carro, encontrava-me bem atrás daquela montanha metálica.

Após atravessar a cidade, previ que o vermelhão dirigia-se ao hipermercado. Apesar dele ser mais alto que o umbral de entrada do estacionamento, não sei como, o motorista fez aparecer dois braços metálicos à frente do caminhão ideológico: assim, demoliu o umbral, e continuou a rodar a 120 km por hora. Entrei logo em seguida no pátio e dobrei à direita, para manter-me a uma distância segura.

Havia dezenas de veículos de passeio estacionados no pátio, mas o motorista do vermelhão ideológico sequer tomou conhecimento deles: passou de caminhão por cima de todos que estavam em sua reta rumo ao mercado, esmigalhou-os, e estacionou o vermelhão junto ao prédio, a ocupar todas as “vagas para deficiente físico”.

Já escutava a sirene da polícia de choque há algum tempo, mas depois também avistei um helicóptero da força a sobrevoar o pátio destruído. A ser assim, vários camburões cercaram o vermelhão. Queriam conter a fúria vermelha de seus ocupantes.

O comandante da tropa de choque pediu calma a seus soldados e, portando um fuzil, dirigiu-se à janela do motorista. A janela abriu-se e aconteceu um rápido diálogo. Não pude ouvir o que falaram, mas, em seguida, a polícia retirou-se com “rabo entre as pernas”.

Cessaram as sirenes; o helicóptero sumiu. Para mim, acontecia um patético desastre. Sentia-me incapaz de realizar qualquer ação contra o destruidor vermelhão. Precisava haver uma multidão agindo nesta mesma direção.

Por uns 10 minutos, o silêncio se instalou naquela área da cidade. Foi igual a uma eternidade, até que, de repente, a caçamba colossal abriu-se suave e desceram dezenas de fanáticos vermelhinhos, a cercar de forma festiva a cabine do caminhão ideológico.

Ao descerem da cabine sob aplausos, o motorista e seu acompanhante, talvez para não serem reconhecidos, usavam máscaras negras. Contudo, um fato chamou-me a atenção: o motorista trajava vestido-tubo vermelho; tratava-se, pois, de uma mulher mal nascida.

Encolhido no carro, com calma pude notar que havia outras mulheres no bando, algumas até com pose de “intelectual burguesa”. Porém, outro fato me alarmou demais: todos traziam armas – de foices e machados, a fuzis de repetição – e alguns portavam bandeira de guerra!

Senti um arrepio a arder sobre o corpo: estava a presenciar o início de uma invasão vermelha à minha pátria? Seriam guerrilheiros ou milicianos contratados na Venezuela?!

Não há dúvida que todos eram nocivos à sociedade. Mas, para minha tranquilidade, tratavam-se apenas de legítimos idiotas brasileiros. E isso ficou inegável quando invadiram com violência o mercado, a quebrar caixas registradoras, roubar dinheiro, destruir patrimônio privado e gritar de forma desbocada:

─ “Estamos com fome, caralho!”. Quão nobres e singelas são as bestas em fúria…

Foi assim que perguntei a mim mesmo: ─ “João Gustavo, o que você deve fazer agora?”[1]

Vermelho a ser guinchado

Vermelho a ser guinchado

Em curtíssimo prazo, precisava decidir se voltava para casa ou permaneceria no pátio, dentro do carro. Optei por dormir no carro, pois o “exército do vermelhão” deixara sentinelas armados para inspecionar e fuzilar qualquer movimento no entorno do mercado.

Para o médio prazo, precisava resolver o seguinte: como “guinchar o estorvo vermelho” embutido no caminhão da ideologia e eliminá-lo do país. Uma das hipóteses que levantei foi solicitar auxílio das Instituições de Estado responsáveis pela Segurança Nacional.

Creio ser a melhor alternativa para realizar “guinchadas definitivas” de estorvos vermelhos, do gênero impeachment pela força. Não se trata de uma questão política, econômica ou social. Trata-se de questão básica da ética e da moral, pautada nos princípios elementares de qualquer nação civilizada.

Por fim, não fiz previsões para o longo prazo. Exausto, adormeci antes de começar a pensar.

A propósito, no dia seguinte, a própria população da cidade cercou o hipermercado e guinchou “a motorista-poste e seu mentor“, de forma definitiva. Foram extraditados para a Indonésia, acusados por tráfico de drogas pesadas. O caminhão foi higienizado, pintado de branco e doado a uma escola pública.

……….

[1] Uso a prática de “falar sozinho” por orientação de especialistas em neurolinguística. Afirmam que “coloca a pessoa do lado de fora do problema e a ajuda a equaciona-lo com mais objetividade”.

Uma lista, uma análise e uma pergunta: Cadê o Poder Executivo?


Da Veja on line, por Reinaldo Azevedo.

Ah, que delícia! O segredo de aborrecer é mesmo dizer tudo, né? Quando se diz antes, então, tanto melhor. Ontem — sim, nesta quinta! —, escrevi aqui um post em que expressava, com certa ironia (para bons leitores), a minha curiosidade sobre quantas pessoas da “Lista de Janot” seriam ligadas ao Poder Executivo, este que é chefiado por Dilma Rousseff.

Voltem à lista no post anterior. Só há dois nomes ali que tiveram função relevante no Executivo: Edison Lobão e Gleisi Hoffmann. E apenas ele foi ministro do governo Lula, que é quando o circo de horrores prosperou na Petrobras pra valer.

Assim, vejam que coisa fantástica. Por enquanto ao menos — vamos ver o que mais virá, se vier —, o escândalo do petrolão teria sido, então, uma maquinação de empreiteiros e de funcionários corruptos da empresa para beneficiar parlamentares, na sua maioria, do PP, que, como sabemos, é o partido que comanda os destinos da República, né???

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Matricule-se na UFCor


Simão-pescador, Praia das Maçãs.

Simão-pescador

Simão-pescador

Escrevi para o blog uma sátira intitulada “Ministério da Corrupção”. Zik Sênior, por sua vez, redigiu de forma brilhante a crônica “Ladrão-Geral da República”. Mas não é que recebi um convite do Brasil, a oferecer matrícula gratuita em uma Universidade Federal, a UFCor?

Abri o envelope da missiva ansioso e entusiasmado. Afinal, por que motivo, aos 96 anos, um português receberia um convite d’além mar para cursar uma universidade noutro continente?

Tudo me levava a crer que se tratava dos tais “cursos à distância”. Entrementes, pude ler que era um curso presencial, com três anos de duração. Por ser intensivo, com aulas teóricas e práticas, tinha 10 horas de dedicação diária. Diz a propaganda do curso que, ao fim, promove seus alunos com o título de Ph.D. em Corrupção! Formidável a autêntica brasilidade vigente naquele país…

Recostei na poltrona e devaneei, a observar as antigas estantes de livros. Obras que ganhei de velhos amigos ou adquiri com meu trabalho de pescador. De facto, dentre as mais de 4 mil obras que reúno na biblioteca, não há sequer uma que ensine a como ser um “corrupto de qualidade”, que dirá um Ph.D. nesta matéria.

Aos poucos entendi como pode um cidadão brasileiro, experto em analfabetismo funcional, receber “de forma heroica” 27 diplomas de Doutor Honoris Causa, sem ter concluído o 1º Grau.

Dizem por aqui que a UFCor já existe no Brasil há décadas, mas a ementa de seu curso de doutorado profissionalizante vem a ser aperfeiçoada desde 2003. Hoje possui cadeiras que sempre foram negligenciadas, tais como: “aprenda a montar quadrilhas públicas”, “saiba fidelizar seus quadrilheiros“, “como instalar e operar empresas de fachada”, “como negociar em paraísos fiscais”, “saiba extorquir empresas privadas”, “a lavagem de dinheiro para profissionais”, e muito mais.

Doutor Honoris Causa

Doutor Honoris Causa

No convite que recebi encontra-se a “Lista de notórios Acadêmicos” que ministram o curso. Sem dúvida são “especiais”, procurados pela polícia de diversos países. Lembra a tal da “Lista do Janot“.

Porém, a propósito, UFCor é a sigla de Universidade Federal da Corrupção. Mas me responda uma coisa: quem é o seu Reitor Vitalício, o paraninfo obrigatório de todas as turmas, e Decano da Corrupção?

Fiquei a saber…


Ricardo Kohn, Escritor.

Hoje fiquei a saber do seguinte boato: a lista dos “fregueses denunciados (54)” pelo juiz federal Sérgio Moro, enviada para a Ricardo KohnProcuradoria-geral da República, é bem mais completa do que a “listinha para investigações (28)” que acaba de ser encaminhada ao Supremo Tribunal Federal pelo excelentíssimo procurador-geral, Rodrigo Janot.

Isso leva-me a crer que a lista dos futuros “investigados” (nunca serão denunciados) antes teria sido “filtrada” com maestria por uma “insinuante comissão de asseclas”, extraídos da nata da quadrilha do Petrolão. Somente a partir disso, a lista foi rubricada e assinada pelo senhor procurador-geral. Aliás, disse ele que “passou um pente fino”, mas nada encontrou contra o “casal de morubixabas”. E ainda se felicitou por isso! É um acinte às esperanças do pobre cidadão brasileiro.

Hoje também fiquei a saber que existe no Chile um furioso estrato-vulcão, o Llullaillaco, com cratera a 6.740 metros de altitude. Segundo uma lenda atribuída aos índios mapuche[1], “es un volcán que expele mierda caliente y limpia”. Porém, pelo que conheci e pesquisei, os mapuche respeitam como deuses do fogo os 28 vulcões que emergem do solo chileno. Acho que parte desta história deve ser outro boato.

    O amanhecer de Llullaillaco, por Lion Hirth

O amanhecer de Llullaillaco, por Lion Hirth

Por fim, fiquei a saber hoje que no Brasil há um pequeno monte que emite ruídos desagradáveis e cheiro pungente de enxofre, o Llullapatranha. Tem a garganta profunda situada a 1,5 metro de altitude e suas explosões derramam-se sobre seu sopé, mesmo quando usa megafone.

Segundo a lenda inventada por seus patéticos adoradores, está prestes a entrar na grande erupção final. Mas, ao contrário do que nos querem fazer acreditar, vai diluir-se em filetes de “mierda caliente”, que se desvanecerão pelas fétidas redes de esgoto do país. Não deixará vestígios de sua existência. A ser assim, fiquei a saber que essa história é uma notável predição.

……….

[1] Mapuche ou “gente da terra” são o povo indígena que ainda habita nos Andes chilenos.

Vagabundos invadem o Rio


Ricardo Kohn e Cláudia Reis, a quatro mãos.

Ontem, 1º de março de 2015, tivemos um bom domingo, até com temperatura amena. Coincidiu com mais um aniversário da cidade do Rio de Janeiro, que completou 450 anos. Parabéns à cidade que, por pura incompetência pública, vem sendo destruída [prostituída] por suas sucessivas prefeituras há 46 anos, desde 1969.

Porém, vamos ao assunto. Não sabemos por que a soberana veio ao Rio para as “festas da cidade“. Mas acreditamos que chegou cercada por carros blindados e escolta de policiais em motocicletas pesadas, com a sirene aberta. Tal como foi hábito de seu criador, o apedeuta.

Porém, em frente ao prédio onde moramos, foi estacionado um ônibus, com vidros negros e opacos. Era parte do pelotão municipal encarregado de dar segurança à matrona oficial. Seu motorista, com o veículo em ponto morto, pisava no acelerador sem parar, a roncar o motor, cada vez mais alto. Os ruídos infernais invadiram todos os prédios próximos.

Quartel da força de segurança, com "clima de montanha"

Quartel da força de segurança da soberana: “clima de montanha”

Vários moradores dos prédios severamente impactados pelo barulho começaram a gritar para que o motorista deligasse o ônibus. Mas nada aconteceu. Durante cerca de 15 minutos os apartamentos foram invadidos por roncos alienígenas. O ônibus parecia uma nave intrusa estacionada, múmia marciana a bufar agressiva como delinquente ameaçadora.

Cláudia, que é uma pessoa calma e equilibrada, diante dessa agressão, ficou possessa com o ruído incessante na rua tranquila. Foi assim que decidiu enviar uma mensagem para a rede social de que participa o “esperto prefeito“. Todo esse desconforto, sentido por diversas famílias, era em troca da “segurança à soberana de republiqueta”, em visita ao Palácio da Cidade. Afinal, o quê a atemoriza tanto? Tem pavor de quem? Por quais motivos?

Para este artigo, redigi destaques em azul, acerca de como penso que deva ser tratado o desacreditado “esperto prefeito” e sua “proba soberana“. Dessa forma, segue a mensagem enviada por Cláudia:

Prefeito Eduardo Paes

“Nada contra as comemorações natalícias da cidade, na qual infelizmente nasci. Digo assim, pois não aguento mais tanta anarquia e baderna na rua em que vivo, em função das festas que você realiza no Palácio da Cidade. Mais parece a boate em que se tornou a sua prefeitura! [Penso eu: uma provável casa de massagens negociais].

“Hoje, em especial, a prefeitura resolveu tomar a Rua da Matriz e, neste exato momento, há um ônibus lotado de guardas municipais. Sou obrigada a sentir o cheiro de óleo queimado e um barulho infernal. Na porta do meu prédio, de frente para as janelas do apartamento, o veículo está com motor ligado todo o tempo. Faz um ronco enorme para que esses “trabalhadores” descansem em ambiente fresco pelo ar condicionado. [Penso eu: Prefeito, uma pergunta rápida, até a sua guarda também gosta de frescura?].

“Já pedi com educação para desligarem o ônibus, mas não adiantou. Mandaram-me falar com o prefeito. Isso é total absurdo. Eu, na minha casa, pagando impostos, é que tenho que ficar com as janelas fechadas? [Penso eu: por que, caríssimo prefeito, você próprio não dirige esse ônibus de esterco para a frente do Batalhão de Polícia, que fica na porta de seu Palácio? Devo dizer-lhe, faz tempo que você esgotou a paciência da cidade!].

“Peço que você tome as devidas providências, imediatamente. O Rio em que nasci morreu há tempos, por força de tantos desmandos e pela total falta de respeito a seus cidadãos.

“Vivo em uma rua residencial, que já sofre bastante durante a semana com o movimento da Escola Britânica, para a qual nunca deveria ter sido autorizado o acesso por essa via. Hoje é domingo, prefeito [estúpido]. Idosos e crianças moram aqui. Cadê seu respeito à lei e seu mínimo instinto de civilidade?!

“A sua “Presidenta” não deveria causar transtornos aos moradores de Botafogo. [Penso eu: para ter uma garantia mais efetiva de sua já ameaçada segurança pessoal, após cumprir 4 anoscomo poste de seus apaniguados‘, a soberana somente deveria chegar ao Palácio de helicóptero, camuflado e blindado!].

“Vou continuar insistindo com você, prefeito [excelência de merda, penso eu]. Tire esse ônibus da frente de meu prédio ou mande trabalhar quem está no ar condicionado. Não existe outro espaço para esse povo ficar? Lugar de polícia municipal é na rua, a patrulhar, e não a se refrigerar dentro de ônibus. Ainda por cima, você está poluindo o ar que respiramos!

“Aliás, prefeito, por que sua guarda não “bicicleteia” pela cidade. Essa não é a sua campanha favorita? [Penso eu: pintar as mais equivocadas e estúpidas ciclovias do Brasil, sem respeito ao trânsito e aos idosos]. Vamos poluir menos, sem distúrbios sonoros e contaminação do ar! [Penso eu: afinal, somos ou não a tão proclamadacidade verde”?].

“Programar essa farsa [hipócrita e cínica, penso eu], no dia do aniversário da cidade é uma lástima! Vê-se que o Rio encontra-se à mercê de políticos incompetentes e não da cultura de seus habitantes – como sempre foi em seus tempos áureos. Isso é muito triste; é apavorante ver nossa cidade invadida por ignorantes.”

Resultado

Após cerca de 20 minutos de tortura cidadã“, proporcionada pela emissão de gases e ruídos do ônibus, o motorista foi autorizado a desligar a máquina da segurança. Enquanto isso, por óbvio, o “poste soberano” era vaiado pelo povo na entrada do Palácio da Cidade: “Fora Dilma! Fora PT!”. Até quando este estado de coisas vai durar?…

Ladrão-Geral da República


Zik-Sênior, o Ermitão.

Zik Sênior

Zik Sênior

Acredito que liceus, universidades e bibliotecas são as principais instituições responsáveis pela Educação da Humanidade. Contudo, não basta que um país as possua em abundância.

É essencial que as crianças cheguem aos liceus já “civilizadas de casa“, de preferência por seus pais. Falo baseado em minha própria história de vida, filho de pais pobres mas educados.

Creio que a “civilização infantil” deve ocorrer até os 5 anos de idade. Dela resultam a curiosidade pelo conhecimento, interesse por descobertas e capacidade de memória. Caso a civilização seja bem feita, haverá maior chance de as crianças, ao chegarem à adolescência, concluírem os cursos que selecionarem – da graduação ao doutorado, se assim for seu desejo.

A partir de então, resta-lhes adquirir cultura para a vida, através de vários expedientes. Porém, sem parar de usar as boas e gratuitas bibliotecas públicas. A preguiça e o desinteresse pela leitura geram graves desvios cerebrais que, em minha opinião, são próprios de adultos que não foram civilizados na infância.

Creio que a assertiva sobre “desvios cerebrais”, associados à falta de leitura e da “civilização na infância”, deva ser estudada com mais afinco pelas ciências envolvidas. Tenho como tese que os cérebros da maioria dos indivíduos que não viveram esses processos também funcionam, porém, com fins degenerados e, não raro, delinquentes. Enfim, tornam-se as flores do mal, conhecidas pelo mundo afora.

Há inúmeros cenários de guerra no mundo, passados e presentes, que justificam essa especulação. Associo-os a atores degenerados e delinquentes como Saddam Hussein, Muammar Kadhafi, Ali Khamenei, Mahmoud Ahmadinejad, Bashar Al Assad, os irmãos Castro, Hugo Chávez, Maduro-podre, o casal Kirchner, Wladimir Putin, o atual líder da Coréia do Norte (não escrevo o nome da besta!) e o brasileiro “inepto”, que tem como cognome Ladrão-Geral da República.

Aposto que a ameaça à integridade do Procurador-geral da República, caso haja sido factual, foi feita pelo Ladrão-Geral da República. Para não correr o risco de ser descoberto, claro que usou os sociopatas de sua quadrilha. Alguém duvida disso?!

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A Biblioteca do Congresso Nacional norte-americano, inaugurada há 215 anos, é tida como a maior biblioteca do mundo. Situada em Washington, D.C., oferece mais de 115 milhões de obras literárias, afora cerca de 63 milhões de manuscritos, para pesquisas em áreas de interesse ao conhecimento humano. Sua frequência diária é intensa e variada: professores, alunos, intelectuais, empreendedores, inventores e até mesmo políticos sempre estão bisbilhotando suas estantes.

Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos

Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos

Já no Brasil, a maior delas é a Biblioteca Nacional, instalada há 205 anos, na atual cidade do Rio de Janeiro. Oferece, aproximadamente, 9 milhões de obras, o que não é pouco. Por isso, está entre as 10 maiores do mundo, embora jogada às traças. Sua frequência de visita é baixa, no mais das vezes, os mesmos “ratos de biblioteca” que há décadas, desiludidos, tiram pó das suas estantes e bancadas.