Leilão do “Pré-Salsa”, em 2013


A Banha é nossa, viva o Samba do Campo de Libra!

Como o leilão era para exploração e produção de banha off-shore, foi aberto pela “presidente da ANB – Agência Nacional da Banha”. Em seguida, com a fala mansa e rouca, não sem antes agradecer aos chefs de cuisine presentes ao leilão, cedeu a palavra ao ministro da pasta.

Exploração de banha em alto mar

Exploração de banha em alto mar

A fala do Ministro da Cozinha e Banha, também rouca e um pouco rústica, foi de um literato. Disse que o Samba de Libra era um “divisor de águas entre o passado e o futuro”. Ficou quase emocionado. Aguardamos um pouco, mas ele se esqueceu de dizer como nos encontramos no presente.

Bem, de toda a forma, cumpriu com sua obrigação e deu lugar à comissão de licitação. A plateia estava cada vez mais ansiosa, pois queria saber quem seria o vencedor do primeiro leilão do Pré-Salsa.

Seis cidadãos sentaram-se à mesa no auditório do hotel e um deles tomou a palavra. Primeiro agradeceu a seus colegas da ANB, listando uma ampla gama de superintendências que “trabalharam arduamente” para chegarem àquele momento. Em seguida, apontando para a parede às suas costas, agradeceu a cada membro da equipe do núcleo de informática da agência, “sem a qual nenhum leilão teria acontecido”.

Falava o tempo todo no plural: os consórcios que disputam o leilão, os critérios de julgamento das propostas (só teve um!), as equipes da ANB e assim por diante. Passara mais de uma hora e nada acontecera além da retórica de autoelogios.

Foi cansativo, insipiente, em especial pelo fato que deu três minutos, contados no relógio, para que os representantes dos consórcios conferissem seus dois formulários e colocassem os envelopes lacrados dentro de uma urna.

Primeiro, conseguiu o silêncio aparente de todos. Porém, passados eternos 45 segundos, vários dos presentes se levantaram para cumprir diversas necessidades. Para quem assistia ao histórico evento pela tv, como nós, ficou a interrogação: serão todos representantes de consórcios?!…

Passaram os três minutos – enfim! – e um indivíduo caminhou até a urna para depositar o envelope com dois formulários. E foi só. “Apenas um consórcio topou a parada”.

Samba com salsa e cebolinha a gosto

Existem mais de 250 grands chefs de cuisine no planeta – tal como empresas de petróleo -, premiados em suas proezas com várias estrelas da cozinha francesa. Entretanto, apenas um grupo deles participou do leilão do “Pré-Salsa”. O consórcio foi formado pelos seguintes membros:

  • Um “chef” brasileiro [estatal];
  • Um “chef” chinês [estatal];
  • Um outro, também chinês [semi-estatal];
  • Um “grand chef” internacional anglo-holandês [privado]; e
  • Um “chef” internacional francês [privado].

Dentre os três melhores “grands chefs” privados do mundo, somente o anglo-holandês participou do consórcio único e vencedor. Foi uma pena, pois a “Cozinha Estatal” esperava pelos menos a participação de, no mínimo, 50 grands chefs de cuisine ou cerca de 10 consórcios. Mas o bônus de assinatura foi extremamente elevado – 15 bilhões de Reais! –, mesmo considerando, segundo a mesma Cozinha , a grandiosidade dos “12 bilhões de barris de banha” que juram estar enterradas nos fundos marítimos do campo de Libra.

A variedade de bestas-seriais


Simão-pescador, Praia das Maçãs.

Simão-Pescador

Simão-Pescador

De que se tenha notícia, os primeiros criminosos urbanos da era moderna viveram em países de língua inglesa. Não sei se na Grã-Bretanha ou Estados Unidos da América, mas isto não importa nesta estória. Se não estou enganado, foi durante o século 20 que ganharam o título de “serial killers”.

No Brasil só recordo de um caso de criminoso serial: foi o do tal “bandido da luz vermelha”, creio que durante a década de 1960. A imprensa logo tratou de usar a desgraça de suas vítimas como meio de venda de certos jornais da época. Recebi dois exemplares dum deles aqui em Portugal. Se nós os torcêssemos com as mãos, pingavam litros de sangue. Incinerei-os a todos e não mais olhei para qualquer edição que por aqui chegasse.

Na atualidade, pelas informações de que disponho, serial killers somente ainda ocorrem à larga nos USA. Parece-me um fenômeno social difícil de ser explicado. Deveria ser motivo de uma Assembleia Especial da ONU. Porém, importa que todos os presos ou receberam prisão perpétua ou pena de morte. É justo para penalizar seus crimes hediondos.

Por outro lado, na América Latina algumas nações convivem com uma série de estranhos tipos que também são bestas seriais. Normalmente, não matam as vítimas com as próprias mãos, mas com suas políticas de Estado. O caso mais comum é o do “mentiroso serial” (em inglês, serial liar). Tão típico entre os latinos, que virou troça na Europa.

Os mais notórios mentirosos seriais latino-americanos surgem do nada e elegem-se como governantes e líderes políticos que, com grande desfaçatez, mentem sempre para a nação. E, creiam, são incansáveis, pois têm fortes desejos de serem poderosos, mentirosos insuperáveis em todos os países do planeta. Poucos o conseguem, mas os que atingem às cumeadas da mentira, tornam-se motivo de troças internacionais. São motivo de, como direi…, dichotes diplomáticos. Tenho e impressão de que os brasileiros chamam a estes chistes de piadas, ao invés de dichotes, como nós, cá na terra.

Saliento, entrementes, que, por natureza, mentirosos seriais são bons padreadores e matrizes. Procriam, adotam e educam filhotes que em breve também serão seriais, só que com mais foco e especialidades. De tal maneira que, quando juntos, conformam magníficas quadrilhas de seriais, capazes de destruírem qualquer nação que já dominem. E gostam muito de manter o poder nas próprias mãos por décadas, inda mais se não possuírem opositores violentos.

Vulto de uma besta-serial

Vulto de uma besta-serial

Seriais para todo gosto

A retórica de um mentiroso serial líder é sempre poderosa e convincente. Em campanha para eleições, mal vestido, sujo e trepado em um simples caixote de ripas de madeira, em poucos minutos de fala analfabeta e desconexa, a gritar e a gesticular tal um desmiolado, pode arrastar e convencer multidões de idiotas. O que direi quando estiver asseado e usar um palanque público melhor engendrado?!

São nesses momentos que o mentiroso mostra ausência de escrúpulos e muita audácia. Neles tem início a “educação dos novos filhotes”. É através desses instantes que são capturados, por meio de promessas populistas, os futuros alunos da Escola Superior de Criminosos Seriais do Estado, onde o “Mentiroso Máximo” é automaticamente empossado Reitor Absoluto.

Esta Escola possui seis cursos superiores-intensivos, com duração de 2.400 horas, em 4 anos. Os alunos nela formados saem Mestres em sete especialidades de “políticos seriais”. No entanto, é-me difícil descrevê-las. Todavia, há cerca de dois anos recebi de um amigo um longo estudo psiquiátrico que coordenou após entrevistar cerca de 890 “seriais” de várias espécies, diagnosticadas no mundo ocidental. Como não sei descrever perfis de pessoas, transcrevo um sumário da parte em que sua equipa apresenta as “categorias genéricas de seriais”. Caem bem neste artigo.

  • Perfil do Mentiroso Serial: é capaz de contar sequências infindáveis de mentiras absurdas sem a menor vergonha, algumas com verossimilhança para convencer pobres incautos. Possui uma notável habilidade para a cegueira de fatos e total surdez de assuntos que podem ameaçar seu status quo. É indolente, preguiçoso e apresenta traços de vícios animais, como coçar os testículos em público, buliçosamente. Sempre será o líder aparente dos demais. Porém, de fato, tratar-se-á de uma espécie de ‘Bobo da Corte‘ do Corruptor Serial. No mais, não serve para nada. Além de patranheiro, é idiota e narcisista”.
  • Perfil do Corruptor Serial: trata-se do verdadeiro líder da quadrilha formada pela Escola, mas é escorregadio no trato, sempre atento e muito vingativo. Sua fraqueza é prestar atenção nas conversas de terceiros que falam sobre dinheiro. Fica a imaginar planos de ação para tomar parte ou todo o valor da transação. É um projetista nato, o designer da corrupção serial. Para ele a vida é uma sequência permanente dos atos de corrupção, os quais engendra e coordena. Usa os demais da forma que achar necessária e não sente remorso. É egocêntrico e sociopata”.
  • Perfil do Estúpido Serial: trata-se de indivíduo com graves falhas neuronais e que as demonstra a todo o momento, em suas ações e também na própria fala. Não raro suas decisões são conflitantes, sobretudo quando observadas ao longo do tempo. Sempre será um grave risco permitir que indivíduos deste gênero atuem em cargos e processos públicos. Mesmo quando as consequências forem danosas, os estúpidos seriais manterão os processos que as causaram. São ditatoriais. São sociopatas, caso de internação psiquiátrica urgente”.
  • Perfil do Revoltado Serial: trata-se de indivíduo que apresenta elevado ódio quando uma pessoa discorda de sua opinião sobre qualquer coisa. Porém, além disso, busca a luta sem necessidade para provar que está correto, inclusive a pugna física. É violento contra si próprio e traz elevada carência pessoal. Precisa de um líder e, quando acha que o encontrou, submete-se com total alienação à sua vontade. É masoquista, idiota e esquizofrênico”.
  • Perfil do Lavador Serial: elegante, alegre, a priori evasivo no trato mais íntimo, mas sempre a pensar como procederá para “esquentar moedas escusas”, recebidas em troca de malfeitos. Gerir a lavagem de dinheiro sujo é sua prática favorita. Constitui a alma executora do Corruptor Serial. É narcisista, sociopata, a indicar forte tendência à homossexualidade“.
  • Perfil do Safado Serial: trata-se dos oportunista que se aproxima de quadros em que poderá ganhar algum troco. É vulgar em suas atitudes, insolente em seu comportamento e vive a pedir desculpas a terceiros, sempre sorridente sem qualquer motivo. Contudo, é de grande utilidade em formular planos escusos, acrescentando ao Corruptor Serial mais esta faceta. É amoral, aético e portador de variadas debilidades mentais”.
  • Perfil do Assassino Serial: também um ser vulgar, com baixo nível de socialização, formação inferior e solitário. Não faz parte direta da quadrilha, mas aceita executar os serviços mais escabrosos sempre que chamado. Deveria ser sumariamente executado. É frio, assassino, sadomasoquista e psicopata”.

Esse cenário dos políticos seriais parece-me uma luva de pelica para cobrir a mão da América Latina, com ênfase para a América do Sul atual. Esses personagens são encontrados na maioria de seus países.

Gostaria de estender esta estória, mas já são 5 horas da madrugada em Portugal e confesso que preciso descansar. Para os que estão acordados convido-os a analisar quais países sul-americanos carregam esta tralha em seus governos.

Saudações a meus leitores e até breve!
Simão-pescador.

Sigamos!


Não somos pedintes, somos mandantes.

The Clown

The Clown

Demoramos quase uma semana a debulhar os votos proferidos pelos “senhores ministros” que acataram os embargos infringentes, assim como a infinidade de matérias específicas que foram tratadas pela imprensa sobre o tema. Porém, uma coisa é certa: somos leigos, mas não irracionais.

Por isso, não vamos ficar calados depois que a sociedade brasileira foi chamada de irracional. Pela lógica democrata, acontece justamente o contrário: é a sociedade quem detém a razão, sendo leiga ou não. É ela quem manda, impõe seus desejos a representantes públicos, eleitos ou mesmo quando indicados pelo poder executivo:

─ “Todo o poder emana do povo…”, diz nossa Constituição Federal (Art. 1º, Parágrafo único), a refletir o anseio universal de qualquer nação democrática e civilizada.

Tal como foi indigna a frase de um deputado demente, que disse, em maio de 2009, “estou me lixando para a opinião pública”, da mesma forma, durante os debates sobre o voto do ministro “novato”, na última plenária do mensalão, quando afirmou que não votava para atender à opinião pública, muito menos preocupado com o que diria a imprensa no dia seguinte.

Não é necessário fazer uma ladainha histórica para concluir que esses dois personagens não atendem às demandas do povo que deveriam representar. Somente representam a si próprios e a interesse particulares. Chamam a esse “vício de amizade” de atitude imparcial e racional. Que se dane se a sociedade brasileira paga seus serviços públicos com tributos escorchantes que lhes são impostos!

Luto

Luto

Era-nos necessário fazer essa pequena catarse antes de prosseguir dando nossas opiniões políticas e escrevendo artigos técnicos. Sem ela não cuidamos de outros eventos que continuam a serem descobertos, como o recente Escândalo do Ministério do Trabalho, envolvendo desvios de cerca de R$ 400 milhões para uma ONG de amigos.

Sem tornar pública nossa opinião neste caso, esquecemos da “bravura da presidenta”, quase pronta para declarar guerra aos EUA. Esquecemos da “piada de governo” a que nos sujeitamos pela terceira vez. Deixamos de lado uma série de fatos sociais e políticos de suma importância nacional.

Isto posto, estamos mais aliviados. Sigamos com a luta!

Agora o lixo é a lei


A cidade do Rio nasceu do ouro e terminou cunhada pelo lixo.

É triste, mas é verdadeira essa afirmação. Não falo de seu nascimento há 448 anos, quando Estácio de Sá fundou a Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro – 1º de março de 1565. O lixo daquela época eram as forças invasoras francesas. Porém, sem qualquer cerimônia, foram “varridas” definitivamente pelos portugueses.

Na verdade, falo do Rio a partir de meados do século 19, quando a cidade acreditava que poderia tonar-se uma Paris Tropical. Falo da cidade no início do século 20, mesmo com a demolição de prédios históricos realizada pelo prefeito Francisco Pereira Passos (de 1902 a 1906), muito bem documentada no livro “O Rio de Janeiro do Bota-abaixo” – fotos de Augusto Malta, textos de Marques Rebelo e Antônio Bulhões.

Nos quatro anos do mandato de Pereira Passos o centro da cidade virou “uma verdadeira lixeira de obras”. Parecida com a que vemos hoje em vários de seus bairros. No entanto, naquela oportunidade, muitas obras resultaram na valorização dos equipamentos públicos do Rio e na manutenção de sua limpeza urbana no período pós-obras. As fotos que se seguem permitem conferir esse fato: a Paris Tropical e sua então urbanidade.

Theatro Municipal, 1905 a 1909, Foto de Marc Ferrez

Theatro Municipal, construído de 1905 a 1909 – Foto de Marc Ferrez

A Biblioteca Nacional, em estilos art noveau e neoclássico, construída entre 1905 e 1910, foto de Augusto Malta

Ao lado direito da Cinelândia, a Biblioteca Nacional, em estilos art noveau e neoclássico, construída entre 1905 e 1910 – Foto de Augusto Malta

Palácio Monroe, inaugurado em 1906 como pavilhão de exposições. Tornou-se depois sede do Senado - Foto de Augusto Malta

Palácio Monroe, inaugurado em 1906 como pavilhão destinado a exposições. Tornou-se depois sede do Senado Federal. Ao fim, por falta de inteligência, foi demolido para passagem de uma linha do metrô – Foto de Augusto Malta

O estilo francês do Theatro Municipal e da Escola Nacional de Belas Artes - Foto de Augusto Malta

O estilo francês do Theatro Municipal e da Escola Nacional de Belas Artes – Foto de Augusto Malta

Essa urbanidade, ou civilidade, como queiram, prosseguiu a existir durante muitas décadas. Lembro-me que na gestão de Gastão Henrique Sengès e sua equipe, criando e dirigindo a Companhia Municipal de Limpeza Urbana – Comlurb, de 1975 a 1979, a cidade do Rio era limpa.

Avenida Gastão Sengés

Avenida Gastão Sengès – a placa esta mal redigida

Gastão Sengès e seu sucessor, Fernando Botafogo, ambos engenheiros civis e sanitaristas, conheciam a fundo toda a cidade do Rio e a cultura dos cariocas. O que mudou depois deles? Foi a Comlurb que perdeu a qualidade de seus serviços públicos ou foi o Rio que ganhou “novos pseudo-cariocas”?

─ “Que raios me partam, o que aconteceu com a cidade?”

Prefeitos do Município do Rio

Desde de 1889, o Rio já teve 55 prefeituras (nomeadas e eleitas) e, durante a transferência da capital para Brasília, teve cinco governadores.

Acho que é possível entender o lixo nas ruas da cidade em função da capacidade pública de seus prefeitos. Interessam-nos apenas os titulares a partir de 1975.

Marcos Tamoio e Israel Klabin foram prefeitos do Rio durante as gestões de Sengès e Botafogo à frente da Comlurb. Por sinal, mesmo que nomeados pelo governo do estado, suas gestões “não sujaram a cidade”. Ao contrário, foram bons prefeitos, dignos de nota. Eram democratas na expressão da palavra e souberam gerir com competência as instituições municipais que coordenavam.

No entanto, a partir de 1980, não podemos garantir a mesma habilidade para os sucessivos prefeitos que pretenderam ordenar a cidade: Júlio Coutinho, Jamil Haddad, Marcello Alencar, Saturnino Braga, César Maia, Luiz Paulo Conde e, finalmente, Eduardo Paes. As cores distintas grafadas nos nomes representam minha opinião acerca da principal habilidade pública de cada um. Deduzam à vontade…

Nas suas gestões municipais a cidade do Rio foi ficando cada vez mais suja e a cultura da sociedade perde desde então sua gradação de urbanidade. Ser limpo e civilizado deixou de ser um valor da sociedade carioca. A ponto de estimular o atual gestor público, senhor Eduardo Paes, promover uma desordem legal para punir cidadãos com baixo nível de civilização.

A “lei do lixo”

De início devo dizer que, dada a brutal tonelagem e odores da sujeira jogada diariamente nas avenidas, ruas e praças da cidade, não vejo outra medida cabível que não seja a da dura repressão legal. No entanto, o ato de baixar uma lei punitiva cheia de inconsistências e absurdos, é tão criminoso quanto jogar lixo no chão da cidade. Tenho algumas questões e gostaria de receber suas respostas, senhor Prefeito:

  • Porque as latas de lixo foram reduzidas de tamanho? O senhor tem certeza que dentro delas cabe todo o lixo que perambula pelas ruas da cidade?
  • Porque a localização dessas latas não é padronizada, por exemplo, nas esquinas de todas as vias da cidade?
  • O senhor sabe que os garis são, desde há muito, respeitados pelos cariocas. Contudo, sua lei os coloca como “dedos-duros” da população, compondo uma trinca com um guarda municipal e um policial militar. Gostaria de saber se o senhor não acha que os está a constranger?
  • Por acaso, a prefeitura vai aumentar o salário dos garis por esta nova função que lhes foi imposta?
  • Sobre sua guarda municipal, todos sabem que ela gosta de propina. Será que os garis são colocados ao lado deles para vigia-los?
  • Qual a real função dos garis e dos guardas municipais nesta posição? Por acaso os garis serão certificadores do lixo?
  • Ou os garis viraram os agentes policiais da sua corrupta guarda municipal?
  • Pelos acompanhantes e suas histórias policialescas, os garis vão correr graves riscos sem receber um incremento na remuneração ou vão ganhar participações nas multas aplicadas? O seu sistema público chama a isso de “aumento de produtividade”?
  • Imagine que eu tenha jogado um palito de fósforo ou uma guimba de cigarro na calçada. A trinca me multa e afirma que é um flagrante! Pergunto: tem foto ou vídeo para provar materialmente que fui eu que joguei o palito?
  • E se, para “aumentar a produtividade”, a trinca resolver multar vários indivíduos, sem que tenham jogado qualquer lixo na rua?
  • Uma criança de 9 a 12 anos, caminha sozinha para a escola e, distraída, joga uma folha amassada na rua. O que a trinca fará diante dessa situação?  A criança não tem CPF e não pode ser levada para uma delegacia policial. Será conduzida para um “reformatório-escola”? Ou a trinca baterá um pênalti na bunda da criança?

    Ataque de Rottweiler amigo

    O Rottweiler amigo

Poderia fazer muitas outras perguntas, em especial sobre como a trinca abordará e multará um “cidadão lixento, forte e violento“, que sempre traz com ele um Rottwailer amigo, conduzido por uma frágil guia e coleira.

Já imaginou, senhor Prefeito rosinha, quando cair sobre a cabeça da trinca um envelope de papel higiênico usado? Acho que vai ser jogado do décimo andar, num edifício de 200 apartamentos. O que farão? A quem multarão?

Minha última questão é para saber se a prefeitura do Rio já calculou quantos PM, Guardas Municipais e Garis haverá de soltar pelas ruas da cidade para fazer valer a “lei do lixo“.

Outro risco, que hoje se encontra vulgarizado, é a divulgação pública do número do Cadastro de Pessoa Física (CPF) de qualquer cidadão. Trata-se de documento que precisa ser sigiloso, pois é usado em operações financeiras. E, por sinal, nada tem a ver com jogar lixo na rua.