É impossível competir em audiência com os Jogos Olímpicos! Assim, resolvemos imaginar uma nova modalidade de esporte que, quem sabe, poderá criar um frenesi internacional à procura de atletas especiais, ou melhor, Espaciais. A princípio será chamada de “Salto sobre Satélites, com ou sem vara”. Para isso, vamos fazer uma breve análise do “material esportivo” de que já dispõe o planeta Terra.
A quantidade de satélites que já foi lançada para o Espaço é fabulosa. E é difícil encontrar alguma informação confiável a respeito de quantos foram lançados. Mas, somente em 16 anos, entre 1957 e 1973, quando a ciência espacial ainda estava a engatinhar, é estimado que, entre sucessos e fracassos, cerca de 120 satélites e sondas foram chutados para o Espaço. Alguns poucos explodiram.
Desde os lançamentos dos dois Sputnik e dos quatro Pionner, alguns países não param de contribuir para a formação da espetacular nuvem de lixo espacial hoje espargida em nosso sistema solar, com a maioria dos equipamentos orbitando a Terra. Volta e meia caiu um caco deles aqui no solo da Terra, mas ainda não fizeram maiores estragos.
Cada satélite tem finalidades específicas e é classificado pelos tipos funcionais mais óbvios e pacíficos:
- Satélites astronômicos: são usados para observações astronômicas.
- Satélites para observação da Terra: são para uso humano e não militar – monitorações ambientais (queimadas, desmatamentos, inundações e etc), levantamentos meteorológicos, mapeamento geográfico e etc.
- Satélites meteorológicos: destinados a monitorar o tempo e o clima na Terra.
- Satélites para comunicação: são geoestacionários, utilizados em processos de telecomunicação. São usados tanto para comunicações civilizadas, quanto para fins militares e não pacíficos, portanto não civilizados.
Porém, existem outros, cujas finalidades são definitivamente pouco pacíficas e temerárias.
- Satélites do Sistema Global de Navegação (GPS): enviam sinais de rádio a receptores móveis na Terra, possibilitando a localização geográfica precisa de objetos dispostos sobre a face do planeta. A recepção direta do sinal dos satélites GPS, combinada com a engenharia eletrônica cada vez mais desenvolvida, permite que se determinem as posições de quaisquer objetos com um erro de poucos centímetros, em tempo real. Sem dúvida, tanto servem para encontrar espécimes da fauna que estejam sendo monitorados, quanto para colocar um míssil balístico na orelha do vizinho, situado a milhares de quilômetros de distância.
- Satélites de reconhecimento: são projetados para a observação da Terra ou de antigos satélites de comunicação utilizados para fins militares e de espionagem. Pouco se sabe acerca da capacidade real desses equipamentos, pois os países que os desenvolvem e lançam não divulgam maiores informações sobre eles. Estão sob sigilo máximo…
- Antissatélites: também chamados “satélites assassinos”, são projetados para destruir satélites “inimigos” e outros tipos de alvos que estejam incomodando em sua órbita. Tanto os Estados Unidos da América, quanto a Rússia possuem esses dignos equipamentos.
À exceção dos antissatélites destruidores, todos os demais que apenas visam a Terra, poderão ser saltados (com ou sem vara). Mas, há um problema. Eles a circundam com mais de dez formas diferentes, isto é, possuem caminhos em altitudes distintas (órbitas). Além disso, há os que possuem órbita variável (elíptica), há os que a orbitam em círculos e, por fim, os de órbita geoestacionária, que acompanham a Terra exatamente em sua rotação e velocidade. São os carrapatos espaciais das telecomunicações (internet, telefone e até televisão).
Imaginar esta modalidade olímpica parece ser fácil. Temos até a estátua do Atleta Espacial, mesmo que vestindo um traje inadequado para eventuais colisões com restos de satélites e sondas antigas. Difícil mesmo é estabelecer suas regras e apostar que daqui a 64 anos, quando fará parte dos Jogos Olímpicos de Algum Lugar, ainda existirão satélites e estações espaciais que não tenham sido nano transformadas.