Dizem alguns especialistas que o ambiente observa o político como se fosse um ornitorrinco, Ornithorhynchus anatinus. Tal como a do político rasteiro, a existência deste bicho é difícil de explicar, quer seja através da teoria darwiniana ou da patranha criacionista.
De fato, o animal tem cauda natatória dos castores, pelagem para uso terrestre, bico de pato, é mamífero, possui membranas entre dedos, vive na água doce e na terra, põe ovos mas não voa, e é um carnívoro sem dentes. Estranho, incrível mesmo de entender.
Diante do primeiro exemplar que chegou à Inglaterra, em fins do século 18, zoólogos que o examinaram pensaram que se tratava de fraude, uma ‘espécie construída’ por taxidermistas asiáticos. Vejam esse bico, parece que foi encaixado e costurado.
No entanto, no século 20, após ter sido sequenciado o genoma do Ornithorhynchus anatinus, cientistas verificaram que cerca de 82% de seus genes são iguais ao do Homo sapiens. Tem-se algumas dúvidas a respeito.
Porém, pelos detalhes similares que apresenta, somente se for da subespécie Homo corruptus brasilianensis. Ou seja, teriam saído do planalto central, sabe-se lá como, e se acomodado em lagos na Austrália, do outro lado do planeta.
É bem verdade que, se fossem puros H. corruptus – políticos da quadrilha –, teriam ido de jatinho emprestado. Mas, de toda forma, há características do animal que lembram muito as do H. corruptus: possui esporões venenosos para liquidar as presas; órgãos sensoriais que captam a presença de alimentos (US$ bilhões); temperatura corporal fria (27 0C); e o jeito sinuoso do réptil.
A propósito, neste exato momento deputados e senadores articulam o aumento dos próprios salários e de cargos do executivo. Sem dúvida, mais uma ação descarada do Homo corruptus brasilianensis. Pobre coitado do ornitorrinco, só serviu de modelo para criar aleijões morais.