Os jovens e sua força inventiva


Conseguem superar nosso eterno Estado Interventor.

Há livros de História e teses de doutorado em Ciência Política que narram em detalhes os processos de colonização do Brasil. Os autores apresentam documentos que comprovam que o Estado foi fundado antes de haver uma pequena sociedade formada naquele sítio. Foi como se o apressado Império Português implantasse uma Carta Magna na colônia, sem ter ainda qualquer nativo para obedece-la.

Após trezentos anos de uso desta filosofia política, o gene cultural do patrimonialismo estatal estava definitivamente configurado. O Estado não permitia que a nação existisse, a menos de curtos períodos de exceção, mesmo depois de fundada a República Democrática do Brasil.

A ênfase estatizante e “colonialesca” ficou muito clara no segundo período do governo Getulio Vargas que, após sua violenta ditadura, ficou conhecido como Estado Novo. A nosso ver, sofríamos o império do populismo e a sociedade brasileira curvava-se agradecida diante das “bondades do Estado“. Por sinal, parece que hoje não vivemos um cenário político diferente.

Até hoje, sobretudo em grandes negócios, o caminho seguido pelas caravanas de investidores e empresários passa obrigatoriamente pelos gabinetes do Estado, que lhes dá ou não permissão para investir e produzir. Há leis e processos burocráticos em demasia, que afetam de forma adversa a criação de empresas, sua produtividade e o retorno dos investimentos. Sobre a carga tributária absurda sequer vamos falar.

No entanto, começam a aparecer sinais bem expressivos de que jovens empreendedores estão a escapar das prisões arbitrárias – legais e burocráticas –, impostas pelo Estado. Podemos explicar esse fenômeno com base em fatos.

Nos últimos 20 anos, com o amplo domínio das técnicas de uso comercial da internet, muitas empresas têm sido criadas para evitar o impacto negativo do poder desmesurado do Estado Brasileiro. Seus serviços e produtos independem da aquiescência dos “governantes de ocasião“. E mais, podem ser exportados caso sejam emperrados por alguma norma legal vigente no país. Há uma verdadeira nação de empreendedores jovens, com mais de 18 anos, que vem crescendo muito rápido no país. Suas empresas são chamadas pelo mercado mundial de “startups”.

Em síntese, as startups são empresas em busca de um modelo de negócios que possa ser replicado e demonstre capacidade de crescimento econômico sustentável. No entanto, seus sócios aceitam trabalhar em condições de incerteza. Contam com equipes pequenas e custo operacional bem baixo. Possuem boas visões de seus mercados potenciais e de como pretendem atendê-los. Mas faltam-lhes o domínio das práticas de enfrentamento do mercado concorrente e das questões jurídicas envolvidas.

Novo nicho de mercado

O número de startups criadas no Brasil já é bem grande. Elas começaram como empresas incubadas em universidades e algumas, digamos, tomaram rumo na vida. Todavia, faltava-lhes os aconselhamentos de profissionais experientes nas práticas do mercado (mentores e mentoria). Embora a Academia tenha força para ensinar, normalmente não possui a melhor vivência dos mercados que seus alunos deverão atuar.

Sem renegar a Academia, muito ao contrário, empresários um pouco mais velhos (de 35 a 45 anos) descobriram que havia um espaço ainda não ocupado para a orientação profissional das startups. Criaram as “empresas aceleradoras de startup” e, com a visão de compartilhar experiências e conhecimentos, selecionam e integram várias empresas recém criadas sob um mesmo teto, ativo e bem profissional. Possuem mentores de primeira grandeza que, de forma voluntária, dão orientações e conselhos pragmáticos de como devem atuar em cada fatia do mercado.

Um fato acelerador

Assistimos ontem, via internet, a um evento digno do Primeiro Mundo: chamou-se Demo Day 21212. Foi uma espécie de relatório presencial da história da vida da empresa 21212 Digital Accelerator neste ano. Aconteceu no delicioso Espaço Tom Jobim, situado no Jardim Botânico do Rio.

A 21212 Digital Accelerator

A 21212 Digital Accelerator

A 21212 é uma aceleradora de empresas digitais focada em mentoria, baseada no Rio de Janeiro (21) e Nova Iorque (212). Fundada em 2011 por um grupo de executivos brasileiros e norte-americanos, em pouco tempo tornou-se uma notável base para o lançamento e crescimento de empresas no mercado digital brasileiro. Por sinal, um mercado de alta concorrência.

A 21212 sabe muito bem como levar ao público (mercado) suas principais startups, os resultados que obtiveram, com palestras e debates sobre o ecossistema de negócios digitais de que participa.

Em seu terceiro Demo Day, reuniu, além de sua própria equipe, um belo time de executivos e mentores nas áreas das relações humanas, economia, informática, e-comerce, gestão de negócios e, claro, da Academia. Mas sempre tendo em vista atender às demandas da iniciativa privada em seu nascedouro e estimular a criação de novas iniciativas empresariais, que atuem de acordo com as melhores práticas internacionais.

Que mais jovens empresários fiquem atentos e pratiquem esta “subversão amiga de boas maneiras“.

Para os que desejarem saber mais sobre esse processo deixamos o link da 21212 Digital Accelerator. Bons negócios para todos!