Qual é sua virose?


Simão-pescador, Praia das Maçãs.

Simão-pescador

Simão-pescador

De volta à casa, cá estou em minha biblioteca, após passar 12 dias ao mar, preocupado com doenças transmissíveis. É coisa de velho, bem sei eu. Todavia, descanso a ler uma coleção de textos científicos que falam dos vírus: sua origem, forma de manifestação e possíveis tratamentos. Para objetivar essa conversa digo-lhes que, de facto, há três categorias de vírus nocivos no mundo: os biológicos, os cibernéticos e os políticos.

Os biológicos ocorrem no ambiente primitivo, mas podem afetar de forma nefasta o organismo de seres vivos, com destaque para o do ser humano: aids, ebola, meningite, malária, cólera e gripe são exemplos de doenças causadas pela ação desses monstrinhos ignóbeis. Algumas já possuem vacinas, todas são mais ou menos tratáveis, embora ainda haja enfermidades fatais, sobretudo nos países mais pobres.

Já os cibernéticos são programados por “dementes especializados” e destinam-se a acabar com a paciência de todo e qualquer cidadão, diacho! São milhares de malwares e spywares a inocular “graves enfermidades nos computadores”: a torto e a direita, imitam softwares para navegar pela internet e destroem programas e arquivos essenciais. Os mais atrevidos roubam contas bancárias de desatentos. Mas ainda há outras moléstias online virulentas que também realizam.

Virus político nocivo

Vírus político nocivo e corrupto

Entrementes, como pano de fundo das categorias de vírus controláveis, têm-se os corruptos vírus políticos. Estes são realmente hediondos, capazes de infestar a qualquer Estado-nação com intensa malignidade[1]. Ao fim da infestação, costumam ocorrer dois factos: a fuga do país, por parte daqueles que não deixarão vínculos pessoais, e a miséria do povo infectado, incapaz de possuir outra opção, senão submeter-se.

Tratamento

Por não ser médico, informata ou cientista político atuante[2], só conheço uma forma para tratar doenças viróticas: antecipar-se a elas, não permitir que se instalem. Veja como:

Ações proativas para vírus biológico. Vacine-se contra todas as viroses que a medicina já haja controlado. Afaste-se de regiões onde a incidência destas doenças é notória; se necessário, mude da moradia. Não se aproxime de pessoas que estão doentes, em quarentena. No mais, conte com a sorte e com o bom médico de família.

Ações proativas para vírus cibernético. Vacine seu computador com o melhor antivírus[3] do mercado. Caso desconheça qual seja, peça orientação a um bom informata, há milhões deles que as máquinas de busca encontram na internet! Evite abrir e-mails e nunca clique em links que lhe forem enviados. Jamais instale programas sem consultar seu informata. Nunca visite sites desconhecidos cuja matéria seja de risco. Use seu melhor bom-senso, aprendido desde a infância.

Todo ser humano do século 21 precisa ter, como amigos dedicados, um cão e um analista de informática. Deve agir e retribuir, no mínimo, com o mesmo carinho.

Ações proativas para vírus político. É trágico, não existe vacina no mundo que impeça a infecção por esses selvagens. O contágio sempre acontece, ainda que os benignos estejam distantes, a milhares de quilômetros. Afinal, eles já nascem famintos populistas, a roubar e a mentir de forma desbragada! Além disso, reproduzem-se feito ratos, a partir de 2 meses de idade; têm gestação de até 21 dias. Mas saibam de uma coisa: embora sejam fatais para cidadãos, não são infalíveis nas lutas que provocam numa nação e em sua sociedade civil.

A vacina possível é intrínseca a cada cidadão: ter educação e agir com sensatez. Porém, uma vez constatada a presença nociva desses selvagens, torne-se implacável e inflexível em sua extirpação.

……….

[1] A malignidade é demonstrada com: (i) desvio de dinheiro público; (ii) distribuição de propina; (iii) evasão de divisas; (iv) lavagem monetária em paraísos fiscais; bem como, (v) a súbita e inexplicável riqueza nababesca de quadrilheiros públicos, que antes não tinham, sequer, aonde caírem mortos.
[2] Muito embora, haja cursado Ciência Política na Universidade de Coimbra (1932-1937).
[3] Quincas, neto postiço e meu professor particular de informática, aconselhou-me o antivírus alemão, NOD32. Baixou do site www.eset.com.br e instalou com sucesso em meu laptop.