Muito antiga, mas sempre funciona…
Um gaúcho, dono de um pequeno rancho no sul do país, nas bandas do Alegrete, tinha 17 cavalos e 3 filhos. Porém, infelizmente faleceu. Quando o testamento foi aberto, dizia que metade dos cavalos ficaria para o filho mais velho, um terço para o do meio e um nono dos equinos para o caçula.
─ O que deveriam fazer? …
Se eram dezessete cavalos, como dar metade ao filho mais velho? Será que um dos animais deveria ser cortado ao meio?! …
Tal decisão não iria resolver o problema, porque um terço deveria ser dado ao segundo filho. E a nona parte dos cavalos entregue ao caçula.
É claro que os três filhos correram em busca do homem mais erudito na cidade, que fosse muito estudioso, além de matemático.
Procuraram o prefeito, como sempre ignorante. Então foram ao Juiz da Comarca, que disse só ter embasamento em legislação. Mas, mesmo assim, resignado tentou. Ele raciocinou muito, mas não conseguiu encontrar a solução, já que a mesma é de matemática.
A cidade já estava em polvorosa, quando então alguém sugeriu:
─ Olha lá, vem vindo um oficial de cavalaria montado em seu cavalo.
Perguntaram-lhe se ele entendia de matemática, pois de cavalo ele parecia ser bom. O oficial disse:
─ “Sou 2º tesoureiro do 3º Comando de Cavalaria. Me digam qual é o problema”.
Passaram-lhe o problema e o oficial sorriu:
─ “É muito simples, não se preocupem“.
Emprestou seu cavalo aos herdeiros – como eram 17 cavalos herdados, agora os irmãos ficaram com 18. Depois o oficial fez a divisão. Nove foram dados ao primeiro filho, que ficou satisfeito. Ao segundo coube a terça parte – seis cavalos – e ao terceiro filho foram dados os dois cavalos, conforme o testamento – a nona parte. Sobrou um cavalo: o que fora emprestado.
O oficial pegou seu cavalo de volta e disse:
─ “Agora podem seguir, a divisão está feita e o testamento cumprido. Recebam meus sentimentos“.
Os cálculos do cavaleiro
17 herdados + 1 emprestado = 18 cavalos para dividir entre três herdeiros.
─ O primeiro filho recebeu seus 9 animais → 18/2.
─ O segundo, recebeu 6 animais → 18/3.
─ O primeiro filho recebeu 2 animais → 18/9.
Cumprido o testamento: 9 + 6 + 2= 17 cavalos.
─ 18 – 17, sobrou 1 cavalo, por sinal o emprestado, que foi devolvido ao oficial.
Esta história simples serve para ilustrar a diferença entre sabedoria e erudição. Ela conclui dizendo: “A sabedoria é prática, o que não acontece com a erudição. A cultura é abstrata, a sabedoria é terrena; a erudição são palavras e a sabedoria é experiência“.
Nota: Isto também funciona com jegues, mulas, antas, toupeiras, burros e jumentos.